Capítulo III

 

1970-1979

 

 

 

 

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Um homem, uma obra, uma gesta – Homenagem das TFPs

a Plinio Corrêa de Oliveira
 

EDIÇÕES BRASIL DE AMANHÃ
Rua Javaés 681 – São Paulo
Impressão e acabamento
Artpress – Papéis e Artes Gráficas Ltda.
Rua Javaés 681 – São Paulo
s/d (1989)

A TFP enfrenta o anti-anticomunismo em contínua ascensão. – E se torna assim, cada vez mais, a grande barreira ideológica à comunistização do Brasil

 

 Viaduto do Chá, início da campanha em favor do Natal dos pobres (dezembro de 1970)

Estratégia comunista para o Brasil nos anos 70: produção sistemática do anti-anticomunismo 

DOMINADAS as vagas de agitação da década de 60, a conspiração comunista tinha poucas possibilidades de atuação ostensiva no Brasil do início dos anos 70. Daí a necessidade que os corifeus do comunismo sentiam, e ainda sentem, de aplicar velha técnica de ação.

Afirma a conhecida especialista francesa em tática comunista, Suzanne Labin: “A condição primeira para o êxito de uma conspiração é desacreditar aqueles que a denunciam” (Suzanne Labin, A guerra política, arma do comunismo internacional, Presença, Rio de Janeiro, s/d., p. 35).

Continua a mesma autora: “Um dos principais esforços do aparelho comunista está em denegrir por todos os meios, os anticomunistas vigorosos. Jamais um grupo de homens teve de sofrer ondas tão constantes de calúnias tão odiosas, e de intimidações tão cínicas. Infelizmente, essa caça às bruxas, feita pelos inquisidores de Moscou, conseguiu difundir, em muitos meios, a idéia de que é censurável combater sistematicamente o comunismo totalitário, ele que ataca tão sistematicamente a liberdade. Sim, uma das principais armas da conspiração dos soviéticos é impedir-nos a defesa da única frente que lhes interessa, criando um clima de animosidade em torno da propaganda anticomunista. É tamanho o seu êxito nesse domínio que se chegou, nos países livres, à situação inaudita em que o anticomunismo é mais mal-visto que o comunismo. Quando um campo que persegue de morte a um outro campo, obtém que neste último se ache indecoroso retribuir na mesma moeda, já conseguiu uma vitória maior:... a intimidação intelectual do adversário” (1). 

Assim, ao mesmo tempo em que, para conquistar o Brasil, o comunismo recorria às manobras subreptícias da guerra psicológica revolucionária, procurava disseminar, por meio de suas linhas auxiliares de criptocomunistas e inocentes-úteis, a prevenção e o descrédito contra os anticomunistas.

Vagas sucessivas e crescentes de anti-anticomunismo caracterizaram o panorama nacional, durante a década. A TFP teve a honra de receber, de cada vez, o impacto dessas ofensivas, resistindo-lhes galhardamente, e se afirmando desse modo como a grande barreira ideológica à implantação do comunismo em nosso País. 

 

À margem de uma grande campanha 

OS PRIMEIROS SINTOMAS de anti-anticomunismo em nossa Pátria começaram a se manifestar de modo nítido por ocasião da campanha desenvolvida pela TFP a propósito da ascensão de Salvador Allende à Presidência da República no Chile (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional 3).

Esta campanha despertou admiração até em setores ideológicos infensos à TFP. Dessa admiração – mesclada com um mal contido furor – dá mostras o redator anônimo de certa folha univesitária paulistana:

“São Paulo foi assaltada por anjos medievais. Ficção científica? Alucinação dantesca? Realidade pura. De repente, surgidos das entranhas obscuras da mitologia, eles invadem as ruas, dominam as praças, fixam posições de ataque. .... Não podemos negar que há certa beleza imemorial nesses estandartes que lembram leões dourados em campos vermelhos. Mas é absolutamente incompreensível que eles ainda tremulem em nossos céus, galhardamente erguidos por paladinos cuja envergadura mental recorda, pelo seu sectarismo, a estreiteza medieval...” (2). 

“É incompreensível que os estandartes da TFP ainda tremulem em nossos céus”... Sim, era precisamente o efeito psicológico destes estandartes que os comunistas queriam tolher.

A entidade foi alvo, pois, de uma orquestração jornalística de esquerda, que produziu um estampido anti-TFP, calculado para atemorizar os sócios, os cooperadores e os simpatizantes desta Sociedade. Era evidente o intuito de assim lhes enregelar o entusiasmo, paralisar o dinamismo e desagregar a coesão. O efeito, porém, nesse sentido, foi nulo. Ou antes, contraproducente, pois somente serviu para aumentar a dedicação dos sócios e dos cooperadores empenhados na campanha (3). 

Fez-se sentir também, na ocasião, a ação dos comunistóides de rua e de jovens fanatizados pelo Clero progressista, que em alguns lugares tentaram, também sem maior resultado, interromper o trabalho dos propagandistas da Sociedade (4). 

Porém, a ação mais subtil e bem organizada foi a proveniente de certos setores situados dentro do próprio campo centrista. Burgueses picados pela mosca da fobia ao anticomunismo (chamados nos círculos da TFP de “sapos”), passavam celeremente pela campanha desenvolvida pela entidade, de automóvel ou a pé, com a cara discretamente carrancuda, os olhos postos num vago longínquo, como se não vissem nem ouvissem os propagandistas em ação.

A uniformidade de atitude dos “sapos” era sintomática. Tal uniformidade não resultava de uma posição temperamental que tivesse de repente se generalizado, mas tinha por detrás uma verdadeira doutrina. Essa doutrina se exprimia, mais claramente ou menos, por certos jornais ou de viva voz, e era a seguinte:

a) Os comunistas tinham sido, afinal, jugulados pelas forças da ordem;

b) portanto, não havia mais necessidade de os combater pelas armas;

c) se ninguém os açulasse com controvérsias, os comunistas iriam se acomodando à condição de vencidos, e terminariam por se dispersar e diluir na massa. Entregando-se a atividades profissio­nais, seriam até colaboradores do processo de desenvolvimento eco­nômico. E assim trabalhariam inadvertidamente contra o próprio comunismo;

d) com efeito, o comunismo não é um fenômeno ideológico, mas resulta primordialmente de causas econômicas. Seu caldo de cultura é a miséria; ocupem-se os brasileiros exclusivamente em pro­duzir, em aumentar o bem-estar material do País, em distribuir me­lhor a renda nacional, e o problema comunista deixará ipso facto de existir;

e) em conseqüência, o combate doutrinário, corno a TFP o faz, é desnecessário, e até contraproducente, porque exacerba os co­munistas, incitando-os a promoverem desordens; aliás, o melhor mesmo seria fechar a TFP... que ademais acena para um ultrapassa­do mundo de valores culturais e morais, ao qual não queremos de forma alguma retornar!

Esta, em seus traços gerais, a "doutrina sapa" que colhia pre­textos no chamado milagre econômico brasileiro, então no auge do prestígio.

É fácil compreender como tal doutrina explica a facies carran­cuda, o passo rápido, o olhar posto no infinito, com que os "sa­pos" brindavam os propagandistas da TFP que encontravam em ação.

Os sócios e os cooperadores da entidade, porém, não se deixa­ram impressionar por esta enganosa manobra do antì-anticomunis­mo burguês. O tempo se encarregaria de provar que os agitadores vermelhos, reduzidos de momento a uma atuação sorrateira, esta­vam mais ativos do que nunca– Por outro lado, é absolutamente er­rada a afirmação de que o problema comunista seja sobretudo eco­nômico, e não principalmente moral e religioso (*).

(*) Leão XIII, na Encícli­ca Graves de communi de 18 de janeiro de 1901, afir­mou: "Alguns professar: a opinião, assaz vulgarizada, de que a `questão social', co­mo se diz, é somente ‘econô­mica'; ao contrário, porém, a verdade é que ela é princi­palmente moral e religiosa" (Documentos Pontifícios, Vozes, Petrópolis, fasc. 18, 3ª. ed., 1956, p. 10).

Na alocução de 12 de setembro de 1948, Pìo XII declarou: "A questão social, diletos filhos, é sem dúvida também uma ques­tão econômica, mas é mui­to mais uma questão que diz respeito à regulação or­denada do consórcio huma­no, e, no seu mais profun­do sentido, uma questão mo­ral e portanto religiosa" (Discorsi e Radiomessaggi di Sua Santità Pio XII, Ti­pografia Poliglotta Vatica­na, vol. X, p. 10). 

Ademais, as tradições cristãs, ou seja, o universo de valores es­pirituais para o qual a TFP acena, não está morto, mas vive no mais profundo da alma dos brasileiros. A prova disto é o receio dos "sapos", de que a TFP consiga dar novo alento a tais valores. Por fim, nada mais incoerente com os princípios democráticos do que o desígnio de tolher uma propaganda, para que não opte pelo seu objeto o povo... entretanto proclamado soberano!

Assim, a TFP prosseguiu sobranceira o seu caminho, “não vendo”, por seu turno, os que “não queriam vê-la”.

A solidariedade não fica só nas palavras: o Senhor Cardeal D. Eugênio Sales, então Primaz do Brasil, e D. Helder Câmara – o “Arcebispo Vermelho” – se abraçam

Depois de ter resistido assim ao anti-anticomunismo burguês, esta entidade teria que enfrentar o anti-anticomunismo eclesiástico.

De fato, no justo momento em que a TFP empreendia um hercúleo esforço para anular os maus efeitos da vitória de Allende, o Cardeal D. Eugênio Sales, então Arcebispo de Salvador, fez contra a entidade um pronunciamento visando demoli-la no conceito dos brasileiros. Ora, a demolição dos demolidores de Allende só a Allende podia favorecer. Mais uma vez, o anti-anticomunismo...

O Purpurado não parou aí. Foi precisamente essa a ocasião que escolheu para fazer uma fogosa apologia de D. Helder Câmara. Depois de rasgados elogios ao Arcebispo Vermelho, o Sr. Cardeal D. Eugênio Sales chegava a dizer que a onda de desconfiança do País em relação ao Arcebispo de Olinda e Recife importava em um ataque à própria Igreja. O Cardeal Primaz do Brasil empenhava assim todo o prestígio de seu alto cargo na tentativa de coarctar a reação dos brasileiros contra os desmandos de pensamento e de linguagem do Arcebispo Vermelho.

A TFP não podia, evidentemente, guardar silêncio diante de tão injusto ataque. No dia 5 de outubro de 1970, publicou ela na imprensa uma carta aberta ao Cardeal D. Eugênio Sales, sob o título Análise, defesa e pedido de diálogo. Nesse documento, além de apontar o caráter unilateral e injusto da declaração do então Cardeal-Arcebispo de Salvador, mostrava que era fácil “perceber tudo quanto une o Cardeal Primaz ao pensamento e à obra de D. Helder; e impossível discernir o que realmente o separa deste” (5). 

* * *

Coincidiu com estes fatos, e merece um parêntese nesta narração, um episódio doloroso para a TFP. Foi o distanciamento de umPrelado que em épocas passadas havia participado – com a amplitude que esta recapitulação histórica deixou clara – em lutas meritórias da TFP contra o comunismo. Trata-se de D. Geraldo de Proença Sigaud, Arcebispo de Diamantina.

Há algum tempo vinha se processando um distanciamento entre D. Sigaud de um lado, e de outro lado D. Antonio de Castro Mayer, diretores e sócios da TFP. Esse distanciamento dizia respeito a questões doutrinárias e matérias concernentes à disciplina da Igreja.

No “Estado de Minas” de Belo Horizonte, de 27 de abril de 1969, aparecia uma declaração de D. Sigaud afirmando que “os métodos de desapropriação instituídos através do Ato Institucional número 9” criavam um “clima favorável à execução da reforma agrária”.

Esta afirmação contrastava abertamente com toda a linha de pensamento em que, ao lado dos ilustres Prelados de Campos e de Diamantina, a TFP se assinalara, lutando contra a reforma agrária expropriatória.

A declaração de D. Geraldo Sigaud causou pois estranheza na TFP, a qual entretanto preferiu atribuí-la a algum lapso de imprensa. Contudo, outra declaração no mesmo sentido, publicada dois dias depois no “Jornal do Brasil”, tornou necessário um contato da TFP com o Prelado, acerca do assunto.

Dessa missão foi encarregado o Sr. Antonio Rodrigues Ferreira, Presidente da Secção mineira da TFP. Portador de uma missiva respeitosa mas franca do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira sobre o assunto, foi ele a Diamantina, onde teve largo colóquio com o Prelado. Desse colóquio resultou que D. Geraldo Sigaud confirmava suas recentes declarações em favor da reforma agrária. Assim se configurava o desfazimento da antiga cooperação.

Dada a longa e íntima colaboração com o Arcebispo de Diamantina, e a amizade e consideração que este lhe merecera, a TFP evitou, quanto esteve em seus meios, dar a público esses fatos.

D. Sigaud tomou a iniciativa de o fazer. Por coincidência, ocorreu isto justamente quando a Sociedade se achava empenhada em reanimar a opinião pública anticomunista, desalentada pela vitória de Allende no Chile. E o Prelado o fez, ademais, em termos contundentes, afirmando que os membros da TFP “já fizeram muito pelo Brasil, mas agora estão se tornando prejudiciais” (6). 

Tendo sido seu pronunciamento reproduzido largamente, com o risco de indispor alguns setores da opinião nacional contra a atuação anticomunista da TFP, tornava-se imperioso que a entidade saísse por sua vez a público. Em suas declarações, o Arcebispo de Diamantina afirmava que o seu afastamento em relação à TFP fora conseqüência do apoio por ele dado à reforma agrária do governo, que considerava justa e cristã, e à reforma litúrgica determinada pela Santa Sé. D. Sigaud lamentava a dissensão, mas “por um problema de consciência, não podia deixar de ajudar o governo ou ser contra o Papa”.

Em comunicado de imprensa distribuído no dia 7 de outubro de 1970, a TFP lembrava que sua posição em relação à reforma agrária estava consubstanciada no livro Reforma Agrária – Questão de Consciência, dado a lume em 1960, e na Declaração do Morro Alto, publicada em 1964. O fato de continuar a TFP fiel a suas posições resultava de um imperativo de consciência, e não tinha qualquer sentido de oposição ao governo de então, o qual iniciara o seu mandato muito depois do aparecimento daquelas obras.

 

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A TFP, por seu entranhado amor à civilização cristã e sua adesão profunda aos ensinamentos tradicionais do Supremo Magistério da Igreja, constitui antídoto específico para a ação malfazeja e sinuosa dos adeptos da Teologia da Libertação, como para a de outros católicos proclives ao socialismo.

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No que concerne às reformas litúrgicas, é bem certo que algumas delas causaram perplexidades aos membros da TFP. Mas não só a eles, como a Bispos e teólogos de valor em todo o mundo. Entretanto, a TFP timbrava em a irmar que tal atitude não importava em qualquer transgressão das leis da Igreja no tocante à submissão devida pelos fiéis ao Sumo Pontífice.

A entidade prestava pesarosa estes esclarecimentos. Não obstante, estava obrigada a fazê-lo, pela necessidade de impedir que pairasse qualquer sombra de dúvida sobre a inteira correção de suas atitudes face às leis civis e eclesiásticas (7).

 

A ação caritativa da TFP se harmoniza perfeitamente com sua atuação anticomunista. Os propagandistas da entidade preocupam-se com o Natal dos pobres, com a mitigação das agruras dos favelados, com o reconforto espiritual e material dos doentes hospitalizados. Nas duas fotos ao alto, à direita, 1) coleta de donativos no Viaduto do Chá, na Capital Paulista; 2) caminhões chegam ao nordeste com o auxílio da TFP para os flagelados das enchentes do Rio São Francisco. Nas fotos à esquerda: 1) a partir de 1977, sócios e cooperadores da TFP visitaram por diversas ocasiões bairros pobres e favelas da cidade de São Paulo

“Tive fome e me destes de comer; estive enfermo e me visitastes”... 

ESPECIALIZADA na ação em favor da tradição, da família e da propriedade, e portanto na defesa do País contra os três mais eficientes adversários dele, o progressismo, o esquerdismo e – no fundo do horizonte – o comunismo, a TFP não ignora a situação penosa em que se encontram tantos brasileiros pertencentes às camadas menos favorecidas da população. E, na medida de suas possibilidades, se empenha – cumprindo, assim, expressas disposições estatutárias – em aliviar os padecimentos dos desvalidos.

Esta ação caritativa da TFP, como aliás também – diga-se de passagem – suas atividades culturais, se harmoniza perfeitamente com a ação anticomunista, de caráter doutrinário, que ela desenvolve. Pois a ajuda aos necessitados, além de ser de valor moral intrínseco, tem o efeito de aliviar as tensões sociais. E o comunismo, a contrario sensu, procura agravá-las de todos os modos, para despertar a luta de classes.

Quanto à ação cultural, é ela naturalmente afim com o caráter doutrinário das atividades da TFP.

Quais as atividades que, movida pela inspiração cristã, a TFP tem desenvolvido no campo especificamente filantrópico? 

* * *

A TFP participou ativamente, em 1970, das comemorações do Natal, com uma iniciativa que proporcionou a incontáveis brasileiros ocasião de satisfazer um de seus mais nobres anseios de alma, nascido de uma tradição cristã bimilenar, qual seja, o de ajudar aqueles que são menos favorecidos e vivem na pobreza.

Como um dos modos de atender a esse anseio consiste em pôr ao alcance de todos uma ocasião para ajudar o Natal dos desvalidos, a TFP promoveu, em dezembro daquele ano, uma ampla campanha de donativos em favor do Natal dos pobres.

Começou ela com uma caminhada pelos locais mais movimentados da capital paulista. Podiam-se ver centenas de sócios e cooperadores com seus estandartes e capas vermelhas, repetindo em coro slogans como: “Violência, não! Violência, não! Vence a cruz e a caridade! Vence a cruz e a caridade!” – “Violência não resolve; a solução é: justiça e caridade” – “Quem dá aos pobres empresta a Deus”. As capas e os estandartes chamavam a atenção, e o público se detinha nas calçadas, aplaudindo o cortejo que passava.

A caminhada atingiu depois o Viaduto do Chá, onde teve início a coleta de donativos, que durou vinte dias. 

Também no Rio, em Belo Horizonte e Curitiba, a TFP levou a cabo campanhas análogas naquele mesmo ano.

Foram arrecadados dinheiro e objetos no valor de Cr$ 105.000,00 (quantia bastante apreciável naquela época), distribuídos depois às famílias pobres pela Associação das Damas da Caridade de São Vicente de Paulo, em São Paulo e Curitiba; pela Casa São Luís para a Velhice, no Rio de Janeiro; e pelo Lar Dom Orione, em Belo Horizonte (cfr. “Catolicismo”, 241, janeiro de 1971).

Ao término dessa campanha, a TFP recebeu expressiva carta da Sra. Maria José Rangel Salgado, Presidente da Associação das Damas da Caridade de São Paulo.

“Trabalho edificante! – dizia a missiva. Exemplo a ser seguido por nossa juventude. Trabalho que conquistou  simpatia do público de nossa capital, alcançando, por isso, coleta de tão alto vulto. ....

“Contribuiu também para esse resultado notável a apresentação da TFP com seus estandartes, capas, símbolos ...., a galhardia com que os jovens desfilaram ao início da campanha, a educação, a distinção dos que dela participaram”.

Tais palavras interpretavam o sentir geral da população face à campanha da TFP. 

 

A partir de 1977, sócios e cooperadores da TFP visitaram por diversas vezes bairros pobres e favelas da cidade de São Paulo, onde distribuíram aos moradores donativos em dinheiro, roupas, sapatos, tecidos, cobertores, mantimentos, remédios, móveis e utensílios diversos, brinquedos, bem como terços, medalhas e estampas de Nossa Senhora. Os donativos provêm de coletas prévias de esmolas e de objetos usados, feitas pela TFP nos bairros abastados e de classe média.

No dia 1º de janeiro de 1977 por exemplo, foram visitadas as favelas existentes na Vila São Rafael e no Parque Edu Chaves, em São Paulo. Nos dias 2 de fevereiro e 15 de outubro do mesmo ano, novas visitas à favela Mimosa, no Parque Edu Chaves. Em 1979, foi visitada, entre outras, a favela da Vila São Rafael. Em 1980, a de “Barra do Itapegica”. 

* * *

O ano de 1979 marcou no Brasil o recrudescimento da agitação social como resultado da manipulação crescente dos problemas sócio-econômicos feita por hábeis propagandistas de doutrinas subversivas.

Objetivo próximo dessa manipulação era evidentemente fomentar a luta de classes, a grande condição posta pelos marxistas para a conquista do poder.

No Brasil, como no mundo todo, essa luta de classes assume dois aspectos principais.

Em primeiro lugar, visa lançar uma classe social contra a outra. Assim, procura tornar odiosos os ricos ou os abastados, acusando-os de nada fazerem pelos necessitados. De outro lado, induz os ricos a verem com maus olhos os pobres, os quais seriam então seus agressores em potencial, demolidores da prosperidade nacional.

 

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Desde julho de 1975, a TFP promoveu 1.462 visitas de sócios e cooperadores seus a hospitais ou casas de saúde, visando levar conforto moral aos enfermos e, na medida do possível, pequenas lembranças, tais como terços, medalhas, postais de Nossa Senhora, etc.

Anos - Visitas a hospitais – Doentes visitados

1982 – 9 – 127

1983 – 37 – 429

1984 – 75 – 860

1985 – 91 – 868

1986 – 71 – 678

1987 – 50 – 423

1988 – 96 – 1604

A TFP mantém outrossim em São Paulo, desde o ano de 1977, um restaurante para cooperadores dessa Capital ou provenientes de outras cidades.

Num ambiente digno e saudável, o restaurante forneceu, no decurso dos dez últimos anos, um total de 1.539.360 refeições, das quais mais de metade gratuitas, e as restantes a preço de custo.

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Campanha no Viaduto do Chá em favor do Natal dos pobres do Nordeste (dezembro de 1979)

O outro aspecto dessa luta de classes consiste em jogar umas contra as outras as regiões pobres e ricas do País.

Com o intuito essencial de ajudar os necessitados, bem como de tornar patente quanto essa visualização é falsa e quanto a luta de classes se opõe à índole nacional, a TFP promoveu em dezembro de 1979 uma nova campanha de coleta de donativos. Desta vez, em benefício dos pobres do Nordeste.

A campanha se desenvolveu entre os dias 14 e 24 de dezembro simultaneamente em nove Capitais de Estados – São Paulo (incluindo sete Municípios periféricos), Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Fortaleza, João Pessoa e Florianópolis – e mais as cidades de Campos (RJ) e Ribeirão Preto (SP).

O resultado foi expressivo: Cr$ 2.946.945,10, sendo Cr$ 1.424.189.48 em dinheiro e Cr$ 1.522.755,62 em espécie (objetos religiosos, gêneros alimentícios, utensílios, roupas, calçados, brinquedos).

Em seu apelo à generosidade da população brasileira, a TFP ressalta que a caridade está no âmago de nossas tradições cristãs, enquanto é próprio da instituição familiar ser o foco de bondade que extravasa da família que tem mais para a família que tem menos. E a propriedade particular nunca se mostra mais simpática do que quando a mão do que tem se abre espontaneamente para auxiliar aqueles que não têm.

Merece ser destacada a generosidade das camadas menos favorecidas da população da Grande São Paulo e de outras Capitais, que se mostraram pressurosas em ajudar os irmãos mais pobres do Nordeste. Até moradores de favelas ou de barracos, notando a movimentação da campanha da TFP, faziam questão de contribuir, chegando às vezes a correr atrás dos coletores da TFP, a fim de dar o seu óbulo... (cfr. “Catolicismo”, 350, fevereiro de 1980, e 352, abril de 1980).

Tanto é falso o mito de que a luta de classes estaria empolgando o País! 

* * *

Mas há outro gênero de pobres: aqueles que se acham nos hospitais em seus leitos de dor, abandonados e esquecidos por vezes até pelos seus.

Os sócios e cooperadores da TFP, a partir de 1975, têm-se revezado em visitas periódicas a esses enfermos. Tais visitas se realizam sempre com a licença da direção do estabelecimento. Como é natural, as pessoas internadas em hospitais para doenças pungentes, algumas delas contagiosas, como a lepra, o fogo selvagem etc., também foram incluídas nesses programas de visitas.

Além do consolo pessoal, do reconforto de uma conversa afável e estimulante, e do alento de uma palavra de fé, nessas visitas a TFP também oferta aos enfermos terços, medalhas, estampas e livros religiosos, bem como roupas usadas, alimentos e pequenas esmolas. 

 

Aborto: subversão e barbárie 

POR OCASIÃO dos debates sobre o novo Código Penal, em julho de 1972, a Comissão Médica da TFP apresentou ao Ministro da Justiça, Prof. Alfredo Buzaid, um memorial opondo-se a qualquer tentativa de liberalização das leis referentes ao aborto.

O memorial frisava que todo aborto direto e voluntário, qualquer que seja seu motivo, deve ser condenado como crime. E que este é ao mesmo tempo causa e efeito da desagregação moral e da corrupção dos costumes. Por isso, os médicos da TFP pediam sua completa proscrição da legislação brasileira, e ainda a proibição do DIU como instrumento cripto-abortivo.

O memorial salientava que “o governo, que se propõe a combater essas três facetas do processo revolucionário universal (comunismo, terrorismo, subversão), não pode fechar os olhos à degradação dos costumes que se manifesta por sinais como a mentalidade permissiva em relação ao aborto; o uso generalizado de anticoncepcionais; o nudismo e a imoralidade chocante das modas que invadem todos os ambientes ....; a pornografia propagada livremente pelos meios de comunicação social; o tráfico de tóxicos e entorpecentes. Fechar os olhos a tudo isso, através de uma legislação permissiva, é prestar enorme serviço aos desígnios do comunismo internacional em relação à nossa Pátria” (8). 

O memorial foi enviado também a todos os membros do Episcopado Nacional, recebendo de quatro deles cartas de elogio: de D. Antonio Maria Alves de Siqueira, Arcebispo de Campinas, de D. Orlando Chaves, Arcebispo de Cuiabá, de D. Antonio de Castro Mayer, Bispo de Campos, e de D. Manoel Pedro da Cunha Cintra, Bispo de Petrópolis (9). 

Nesta mesma linha de ação se insere a atitude que a TFP tomou em julho de 1977. Tendo o Conselho de Desenvolvimento Social (CDS), em reunião presidida pelo General Ernesto Geisel, deliberado adotar amplas medidas para o favorecimento do controle da natalidade através de anticoncepcionais e outros meios, a TFP julgou dever de consciência externar o seu categórico desacordo em relação a tal deliberação. Para isso emitiu um comunicado de imprensa, que foi publicado amplamente em órgãos de divulgação de todo o País (10).

 

Mais uma vez em defesa da família e da propriedade 

AINDA EM 1972, o Ministro da Justiça, Prof. Alfredo Buzaid, mandou publicar, a fim de receber sugestões, um novo anteprojeto de Código Civil.

Em amplo e acurado estudo que então enviou ao Ministro, a TFP apontava no anteprojeto uma tendência genérica ao relaxamento dos vínculos constitutivos da família e um preconceito injustificável contra a condição de proprietário, em benefício de uma concepção coletivista da sociedade humana.

O Ministro da Justiça manifestou grande interesse ao receber o estudo elaborado pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. 

 

A TFP alerta: infiltração nos “Cursilhos de Cristandade” 

EM 1972, os Cursilhos de Cristandade haviam se alastrado por todo o País. O movimento se apresentava como capaz de operar conversões espetaculares e inesperadas, inclusive de pessoas mundanas e muito afastadas das práticas religiosas. Bafejados por largos setores da Hierarquia e do Clero, os Cursilhos de Cristandade desenvolviam-se euforicamente, recebendo aplausos quase unânimes. Essa nota de euforia lembrava muito o clima que cercou o surgimento da Ação Católica em 1935.

Mas, analogamente ao que sucedera na Ação Católica, também em certos setores cursilhistas começou a se operar uma estranha infiltração. Pessoas que entravam no movimento, atraídas pelo seu aspecto católico, aos poucos iam sendo baldeadas inadvertidamente para teses singulares no campo teológico e posições “avançadas” no campo político-social-econômico. Assim, derrapavam de uma posição anticomunista, ou pelo menos não-comunista, para uma atitude de inteira desprevenção quanto ao comunismo – quando não de simpatia, ou até mesmo de adesão à mentalidade deste. Simetricamente, essas pessoas passavam a adotar uma atitude de desconfiança, antipatia e rejeição relativamente a qualquer tipo de ação anticomunista. Com o passar do tempo, inclusive, tendo os Cursilhos crescido em influência junto à alta e média burguesia, e mais especialmente junto aos meios “sapos”, o movimento se revelou como um dos principais focos de irradiação do anti-anticomunismo no Brasil.

Não surpreende que, em muitos lugares onde os Cursilhos se haviam instalado, atitudes insólitas destes ou daqueles de seus membros, um tal ou qual sigilo com que o movimento procurava cercar suas doutrinas e atividades, uma espiritualidade em vários pontos dissonante da tradicional, tenham começado a provocar estranheza e desconfiança em muitos católicos.

A TFP julgou de interesse geral a divulgação da Carta Pastoral sobre os Cursilhos de Cristandade, de D. Antonio de Castro Mayer, Bispo de Campos. Lançou-se pois numa grande campanha pública, para a qual mobilizou 120 sócios e cooperadores que, agrupados em treze caravanas, percorreram, de dezembro de 1972 a março de 1973, 1238 cidades dos mais diversos pontos do País.

Três edições consecutivas da Pastoral (21 mil exemplares) esgotaram-se rapidamente, bem como quatro tiragens sucessivas (72 mil exemplares) do 264 de “Catolicismo”, o qual estampava o texto integral do documento. Assim, 93 mil exemplares da Pastoral foram vendidos em todo o Brasil (11).

De um modo geral, a campanha desenvolveu-se normalmente. Mas a reação pró-Cursilhos deu-se de maneira inesperada. Enquanto o movimento propriamente dito guardava o mais constrangido silêncio, uma contra-ofensiva foi desfechada por desconhecidos, através de telefonemas anônimos com injúrias e palavras de baixo calão. O mesmo faziam pessoas que passavam diante das sedes da TFP, bradando obscenidades de dentro de automóveis confortáveis, os quais, logo depois do insulto, escapavam a uma significativa velocidade.

No percurso das caravanas de propagandistas pelo interior do Brasil, não faltaram – numa ou noutra cidade – provocações e até ameaças de agressão por parte de elementos indignados com a Carta Pastoral. O tato e a prudência dos caravanistas da TFP conseguiram evitar que tais episódios degenerassem em luta física.

Por outro lado, apareciam constantemente, na imprensa, declarações de membros da Hierarquia a favor dos Cursilhos ou contra a Pastoral de D. Mayer.

Todas essas manifestações, entretanto, limitavam-se a afirmar ou reafirmar a confiança no movimento cursilhista, sem entrar no mérito das questões levantadas pelo Bispo de Campos (12). 

À vista disso, D. Antonio de Castro Mayer, em entrevista à imprensa, qualificou de “evasivas e superficiais” as críticas que vinham sendo feitas à sua Carta Pastoral, acrescentando que não tinha chegado a seu conhecimento nenhuma crítica séria que, segundo as boas regras, analisasse e refutasse os documentos e a argumentação que ele apresentava a respeito dos Cursilhos (13). 

De nada serviam, pois, à defesa dos Cursilhos, críticas vazias à Pastoral, ou declarações favoráveis de autoridades que não aduziam nenhum argumento válido. 

* * *

Restava uma saída: assestar baterias contra a entidade, por cuja atuação a Carta Pastoral se difundia por todo o Brasil.

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira já havia assinalado essa eventualidade em artigo na “Folha de S. Paulo” de 31-12-72, publicado logo no início da difusão da Carta Pastoral:

“Por vezes nossos propagandistas ouvem tão-somente uma ameaça, à guisa de estribilho: `vocês vão se arrepender'.

– Essa ameaça é um bluff? Ou mera expressão de mau humor? Ou talvez constitui referência a alguma contra-campanha visando a TFP pelo aliás já gasto sistema do `estrondo publicitário'?

Parece-me cedo para dar qualquer resposta a essas pergunta”. 

* * *

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A TFP, com meios mínimos, alcança resultados máximos, como o atesta exuberantemente o presente livro.

Certos setores do macrocapitalismo publicitário entram ciclicamente em campanha contra a TFP e, com meios máximos, obtém resultados nulos.

Este fato mostra que a entidade está profundamente enraizada na opinião pública nacional. E que, como da TFP brasileira disse de modo expressivo um espanhol, ela “tiene la confianza de las gentes”.

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Tem ou não tem relação com estes fatos um vagalhão publicitário surgido pouco depois contra a TFP? Não é fácil responder.

O fato é que, em fevereiro de 1973, se reuniu em São Paulo a XIII Assembléia Geral do Episcopado brasileiro. Anunciou-se então largamente pela imprensa que a CNBB iria publicar um estrondoso elogio dos Cursilhos, e uma mais estrondosa condenação da TFP.

A expectativa dos setores esquerdistas dos Cursilhos, intensa e jubilosa no início, esvaziou-se um tanto quando o Cardeal D. Vicente Scherer, Arcebispo de Porto Alegre, declarou à imprensa que a TFP não seria objeto de condenação e, quando muito, receberia alguma censura no final da Assembléia. E caiu ao solo quando, divulgado o comunicado, o público pôde ver que esse não continha uma só referência à TFP, e apenas um minguado elogio dos Cursilhos (14).

Teria sido completa a desolação do cursilhismo se não a atenuassem palavras de ácida antipatia contra a TFP – muitíssimo di-fundidas pela imprensa diária – proferidas depois da reunião (aliás, sem qualquer argumentação) por alguns dos Srs. Bispos. 

* * *

Enquanto se desenrolava a XIII Assembléia Geral da CNBB, mas sem qualquer referência aos Cursilhos de Cristandade, o “Jornal da Tarde”, de São Paulo, publicou uma série de cinco reportagens sobre a TFP, com várias críticas à entidade. Essas reportagens não causaram maior efeito no grande público tomado como um todo, pelo que a TFP se absteve de as refutar. 

* * *

Pouco depois, a imprensa dava larga repercussão a uma atitude insólita do Bispo de Nova Friburgo (RJ), D. Clemente Isnard, que proibiu a seu Clero dar a Comunhão aos membros da TFP, quando estes se apresentassem incorporados ou com insígnias. Uma das razões alegadas pelo Prelado para tão drástica atitude era a “difamação” que esta Sociedade fazia dos Cursilhos de Cristandade. Em três artigos para a “Folha de S. Paulo” (de 27-5; 3 e 10-6-73), o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira desfez ponto por ponto as acusações levantadas pelo Bispo fluminense. Este, entretanto, não respondeu, nem tampouco levantou o injusto e violento decreto. 

* * *

Após a publicação da Carta Pastoral do Bispo de Campos, e sua tão larga difusão pela TFP, a publicidade em torno dos Cursilhos baixou consideravelmente, e o movimento perdeu o melhor de sua garra.

Sintoma da grande impressão que o documento causou nos próprios meios cursilhistas é o fato de muitos de seus membros, abrindo os olhos, se terem desvinculado da organização. 

* * *

Os Cursilhos de Cristandade foram sendo substituídos, em larga medida, por outra organização à maneira do IDO-C e dos “grupos proféticos”: as Comunidades Eclesiais de Base que proliferam por todo o Brasil. Delas um estudo da TFP haveria de se ocupar, anos depois (15). 

 

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Abril de 1974  

Face à “Ostpolitikvaticana:  

omitir-se, não! resistir, sim!    

Ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional 4

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1974 - 1985   

Nossa Senhora de Fátima alertando o mundo   

para o perigo comunista:  

Imagem Peregrina percorre nove nações  

Ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional    5

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1974 - 1987 

Ameaça vermelha no Caribe:

as TFPs em ação  

Ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional 6

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Abril de 1975  

As TFPs protestam por ocasião da queda  

do Cambodge e do Vietnã 

Ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional 7

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Nova campanha vitoriosa contra o divórcio 

EM 1975, nova investida divorcista abalou o País.

Nos primeiros meses daquele ano, o Senador Nelson Carneiro e os Deputados Rubem Dourado e Airton Rios apresentaram ao Senado e à Câmara projetos de lei de introdução do divórcio no Brasil.

Ao mesmo tempo, a orquestração demagógica do divorcismo se fez tonitruante, desinibida. Os divorcistas contavam com um trunfo: na Itália – terra do Papado – o divórcio se introduzira quase sem oposição por parte da Hierarquia italiana, dando a impressão de que a Igreja operara uma détente com o divorcismo.

Os antidivorcistas, ao contrário, sentiam-se, quase todos, inibidos, desesperançados, acachapados. A vitória do divórcio parecia irreversível, e era dada como certa pelos meios de comunicação social.

Esta situação começou a se alterar quando D. Antonio de Castro Mayer lançou a Carta Pastoral Pelo casamento indissolúvel e a TFP se pôs a campo para difundi-la, a partir do dia 14 de abril, nas ruas das principais cidades do País. Duas edições, num total de cem mil exemplares, se escoaram em um mês de campanha. 

 

“Armemos pois laços ao justo,

porque nos é molesto, e é contrário às nossas obras,

e nos lança em rosto as transgressões da lei ....

Só o vê-lo nos é insuportável;

porque sua vida não é semelhante à dos outros,

e seu proceder é muito diverso.

Somos considerados por ele como pessoas vãs,

e abstém-se de nosso modo de viver como duma coisa imunda”.

(Sabedoria II, 12-16)

 

 

No público, a ação da TFP contribuiu para levantar os ânimos. Os antidivorcistas começaram a somar suas vozes e a dizer não ao divórcio.

Na Câmara, os deputados pró-divórcio pretendiam obter votação secreta para seus projetos, a fim de que o público, majoritariamente favorável à manutenção da indissolubilidade, não soubesse que posição havia tomado cada parlamentar. Um Abaixo-assinado relâmpago pela lealdade parlamentar recebeu 13.716 assinaturas, colhidas pela TFP na Diocese de Campos, a fim de que o voto fosse a descoberto. O documento foi entregue por um dos diretores desta Sociedade, o Sr. Plinio Vidigal Xavier da Silveira, aos Presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, respectivamente Srs. Magalhães Pinto e Célio Borja (16). 

Durante os debates, a TFP foi objeto de diversas referências quer a favor, quer contra, em discursos de parlamentares que ocuparam a tribuna. Ficava assim consignado todo o peso da atuação da entidade no desenlace que ia se dar.

Com efeito, em sessão das mais concorridas e agitadas do Congresso Nacional naquela legislatura, as emendas divorcistas foram rejeitadas. A importante matéria foi decidida por voto nominal, em sessão conjunta das duas casas do Congresso.

Uma tempestade, entretanto, se armava para a TFP no horizonte... 

 

Conheceu o Brasil estrondo publicitário maior? 

APENAS derrotadas as emendas divorcistas, desatou-se contra esta Sociedade uma impetuosa investida publicitária. Múltiplas calúnias, várias delas absolutamente inverossímeis, como que nascidas à uma do solo, nos mais diversos pontos do País, foram difundidas por numerosos órgãos de imprensa, com repercussão em alguns meios políticos. Houve dias em que mais de cinqüenta notícias ou comentários hostis à entidade foram difundidos pelos jornais, rádios ou emissoras de televisão do País. Configurava-se assim o primeiro estrondo publicitário de envergadura nacional contra a TFP. 

* * *

Na sua primeira fase, o estrondo se caracterizou pela falsa imputação à entidade de tendências nazi-fascistas, de atividades subversivas com caráter monárquico, do aliciamento e adestramento de jovens para a prática da violência etc. Na impossibilidade de desfazer uma a uma tantas acusações, a entidade esperou serenamente que elas tomassem amplitude. Respondeu-as então, uma por uma, no extenso manifesto A TFP em legítima defesa, publicado em Seção Livre na imprensa diária de nossas principais cidades (17). 

 

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“Não foi feito relatório,

porque a conclusão seria pelo arquivamento.

E se concluíssemos pelo arquivamento,

marcaríamos um tento para a TFP”

(declaração do relator da CPI)

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Os acusadores tiveram a muito explicável cautela de não treplicar.

O estrondo foi então desviado para outro campo. E assim começava o combate numa segunda frente da larga batalha.

Não é de surpreender que o estrondo repercutisse em mais de uma Casa Legislativa do País, sob a forma de discursos favoráveis, como também contrários à TFP.

Na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul se formou uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as atividades da TFP naquele Estado.

Com base na legislação vigente, poderia a entidade ter recorrido ao Judiciário contra a formação dessa CPI (*). Porém, preferiu ela comparecer com toda cortesia e solicitude ante o órgão investigatório, prestando-lhe inteira cooperação para que esclarecesse o quanto ele reputasse do interesse público.

(*) A TFP não estava obrigada a submeter-se à CPI, pois, como ensinam eminentes juristas, as únicas entidades sujeitas à investigação das Comissões Parlamentares de Inquérito são os órgãos da administração pública direta, as autarquias, as empresas paraestatais e as entidades subvencionadas pelos cofres públicos. Ora, a TFP não se acha em nenhum desses casos.

Ademais, tanto a Constituição Federal de 1967 (art. 37) quanto a própria Constituição do Rio Grande do Sul (art. 27, inciso XXI), bem como a lei federal 1.579, de 18-3-52, que dispõem sobre as Comissões Parlamentares de Inquérito, estipulam claramente que estas só podem constituir-se para apurar fato determinado, e não para proceder a uma devassa indiscriminada, como a Assembléia Legislativa gaúcha se propunha fazer, no caso da TFP, segundo os expressos termos do requerimento da constituição da CPI:  “.... com a finalidade de proceder a profundas e amplas investigações sobre as atividades, fins, sustentação financeira, métodos empregados para arregimentação de seus membros atuantes e para seus trabalhos, entre outras que se fizerem necessárias, referentemente à organização Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade no Rio Grande do Sul”. 

Seria de esperar que tal atitude da entidade desarmasse desde logo a celeuma que se constituíra em torno dela. E que os próprios adversários da TFP colaborassem para que a apuração da verdade se efetuasse em um clima sereno, imparcial e amistoso. Pelo contrário, o estrondo publicitário se aproveitou até das circunstâncias mais inexpressivas e inócuas referentes à CPI, para alimentar seu noticiário sensacionalista contra a TFP.

Dentro do prazo regimental de três meses, a CPI convocou e inquiriu pessoas, examinou documentos e fez uma diligência de busca e apreensão – autorizada judicialmente – na sede seccional da TFP em Porto Alegre. É de se notar que o material recolhido pela CPI ao longo de seus três meses de trabalho foi tão amplo, que com ele se formaram doze volumes de documentos (18). Tudo isto não obstante, nada apurou ela que comprometesse a entidade. 

Perante a Comissão, que o convocara para prestar depoimento, o então Secretário da Segurança Pública do Estado, Cel. José Paiva Portinho, negou fundamento a todas as suspeitas de atividades subversivas ou ilegais, tão fantasiosamente levantadas contra a TFP (**).

(**) A Comissão Parlamentar de Inquérito dirigiu por escrito a seguinte pergunta ao Secretário da Segurança Pública: “Se existe ou existiu nos órgãos de segurança do Estado do Rio Grande do Sul inquérito, sindicância ou investigação sobre a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, Secção gaúcha, e quais são?”

O Secretário da Segurança respondeu também por escrito: “Sim, houve uma investigação em torno das atividades da TFP, a partir de uma entrevista havida entre mim e o Sr. Deputado Estadual Rubi Diehl, na qual a SSP [Secretaria de Segurança Pública] comprometeu-se a tal procedimento. Todavia, em que pese o esforço dispendido em tal sentido, pesquisadas todas as fontes e perquiridas as pessoas e entidades que poderiam deter informações pertinentes, nada foi apurado, resultando, assim, infundadas as acusações movidas contra a TFP, dentre as quais as que dizem respeito à arregimentação paramilitar de membros militantes, a detenção de armamento e munições, a profissão de ideologias ou métodos nazi-fascistas, bem assim como perturbação da paz e da ordem pública ou transgressão à Lei de Segurança Nacional” (cfr. documento anexo ao Termo de Inquirição da CPI sobre a TFP, do dia 8 de outubro de 1975).

Esgotado o prazo regimental, a CPI ficou inconclusa, pois não apresentou o relatório de suas investigações à Assembléia Legislativa gaúcha.

Explicando – dez anos depois – por que isso se deu, o deputado Rubi Diehl, encarregado do relatório, declarou ao jornal “Zero Hora”, de Porto Alegre: “Não foi feito relatório, porque a conclusão seria pelo arquivamento. E se concluíssemos pelo arquivamento, marcaríamos um tento para eles, para a TFP” (19).

Segundo a mesma notícia de “Zero Hora”, o deputado Diehl ponderou ainda que, após as investigações, a CPI não teria como “indiciar os membros da TFP por delitos”. E, assim, sem se “apurar nada”, tudo ficaria limitado ao mundo da fantasia.

“Zero Hora” conclui a informação com o seguinte comentário: “O estarrecedor é que essa CPI tão badalada seja a única, até hoje, na Assembléia Legislativa, que não teve um relatório final” (19). 

E o mesmo deputado Rubi Diehl voltou a afirmar, em abril de 1986, que, concluída a CPI, “não ficou provada qualquer atividade criminal exercida pela TFP” (20). 

* * *

Os impulsionadores do estrondo publicitário – dando-se conta, talvez, de que não conseguiriam incriminar diretamente a Sociedade – voltaram-se desde logo contra as pessoas dos diretores da Secção da TFP no Rio Grande do Sul, caracterizando-se, desta forma, uma terceira frente do estrondo. Sobre estas pessoas foram postas em curso algumas minudentes acusações, versando sobre irregularidades administrativas e funcionais.

Estas circunstâncias levaram o Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) de Porto Alegre – autarquia na qual trabalhavam o Sr. João de Menezes Costa, Presidente da Secção gaúcha da TFP, hoje falecido, e o cooperador desta, Sr. Jacob Ireno Weizenmann, e para a qual lavrara escrituras o 1º Cartório de Notas de Caxias, do tabelião Ildefonso Homero Gonçalves Barradas, Vice-Presidente da referida Secção da TFP – a instaurar um inquérito administrativo sobre pontos indigitados por um vereador na Câmara Municipal. Desse inquérito resultou a aplicação de penalidades administrativas, com base em faltas irrelevantes imputadas aos Srs. João de Menezes Costa e Jacob Ireno Weizenmann.

De qualquer modo, cabe ponderar que as razões alegadas para essas penalidades administrativas foram de molde a não se prestar à exploração final desejada por tantos dos insufladores do estrondo publicitário

* * *

Das escrituras lavradas para o DMAE pelo tabelião Sr. Homero Barradas, fora de sua comarca, originou-se uma sindicância na Corregedoria Geral da Justiça, da qual resultou, para o tabelião, uma advertência, correspondente a infração leve do Código de Organização Judiciária (21).

O assunto foi em seguida encaminhado pelo Conselho Superior da Magistratura à 4ª Vara Criminal da Comarca de Porto Alegre, para as providências eventualmente cabíveis. Depois do exame devido, o processo foi arquivado por decisão judicial, a requerimento do próprio Promotor Público, que declarou não haver sequer “vestígio de infração da lei penal” por parte daquele serventuário da Justiça.

Em 1976, mediante concurso, o Sr. Homero Barradas foi nomeado titular do 3º Cartório de Protestos Cambiais de Porto Alegre. Tal promoção fala por si quanto à irrelevância de todo esse caso suscitado pelo estrondo publicitário

* * *

Ainda no âmbito das investigações efetuadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito, o estrondo publicitário fez um grande alarido em torno do caso de um menor que teria sido “aliciado” pela TFP gaúcha. A CPI interrogou o pai e a mãe do menor, interrogou o próprio rapaz, inquiriu longamente o Sr. Homero Barradas, Vice-Presidente regional da TFP, que estava sendo apontado como o responsável imediato pelo “aliciamento”. E, mais uma vez, o desfecho foi decepcionante para os promotores do estrondo.

Em razão das denúncias feitas por deputados, da tribuna da Assembléia Legislativa, o Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de Canoas determinou a abertura de inquérito policial, a fim de apurar a situação do menor em causa.

Efetuado o inquérito pela Delegacia de Polícia de Canoas, foram os autos remetidos ao Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal, a fim de que este se pronunciasse sobre se os fatos configuravam os crimes de “induzimento a fuga, entrega arbitrária e sonegação de incapazes” (art. 248 do Código Penal).

Das investigações resultou que:

a) o rapaz fora confiado ao Sr. Barradas com autorização dos pais, que assinaram com aquele sócio da TFP um “Termo de Guarda e Responsabilidade de Menor”, perante o Juiz de Menores da Comarca de Canoas;

b) o Sr. Barradas cumpriu as obrigações que lhe cabiam, provendo à sustentação material e à formação moral e intelectual do menor. Para ambos estes efeitos, confiou-o à TFP, em cuja sede o rapaz passou a morar;

c) a formação moral dada ao menor foi eficiente, a ponto de seu pai conceder-lhe emancipação tão logo o filho completou 18 anos. Com isto também se encerravam para o Sr. Barradas as obrigações do “Termo de Guarda e Responsabilidade” que assinara.

Diante desse quadro, o 1º Promotor Público de Canoas pediu o arquivamento do inquérito policial, por inocorrência de qualquer dos elementos caracterizadores da figura delituosa contida no citado artigo do Código Penal.

Acolhendo o requerimento do Promotor, o Juiz de Direito da 2ª Vara – que substituía o titular da 1ª Vara – determinou o arquivamento dos autos, encerrando-se assim o rumoroso caso. 

* * *

Em contrapartida aos ataques contra esta Sociedade, desde o começo do estrondo, altas personalidades religiosas, civis e militares, bem como eminentes jornalistas e prestigiosas entidades particulares, ergueram sua voz para se solidarizar com a TFP. Houve mesmo quem chegasse a apontar uma inspiração marcadamente comunista na ofensiva desfechada contra a Sociedade.

Cumpre mencionar em primeiro lugar o Bispo de Campos, D. Antonio de Castro Mayer, que enviou carta ao Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, na qual empenhava sua honra de Bispo da Santa Igreja para proclamar que conhecia muito de perto a TFP, e sabia não terem o menor fundamento as acusações contra ela levantadas pelo estrondo publicitário. D. Orlando Chaves, Arcebispo de Cuiabá, emitiu corajosa declaração pública em sentido favorável à Sociedade. Da mesma forma o fizeram o Arcebispo de Niterói, D. Antonio de Almeida Moraes Júnior, e o Eparca (Bispo) dos ucranianos, D. José R. Martenetz, a maior autoridade desse rito católico no País.

Entre as personalidades militares, pronunciaram-se altaneiramente a favor da TFP o Major-Brigadeiro Paulo de Vasconcellos Sousa e Silva, então Diretor do Serviço de Documentação da Aeronáutica, e o General-de-Divisão Tasso Villar de Aquino, na ocasião Subchefe do Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército. Os Generais Adalardo Fialho e Gastão Nunes da Cunha enviaram cartas de protesto aos jornais pela campanha contra a TFP.

Repercutiu também em favor da TFP a afirmação feita pelo então Comandante do II Exército, General Ednardo D'Avila Melo, em discurso pronunciado no auditório do Palácio dos Bandeirantes em São Paulo, perante o Governador do Estado, diversas autoridades civis e militares e cerca de mil estagiários da Escola Superior de Guerra.

Disse então o General:

“O democrata é assim sempre. Espera que o outro faça as coisas por ele. O pior é que muitas vezes, inocentemente, por não reconhecer o inimigo, suas técnicas, coopera em campanhas que aparentemente são lógicas, mas que no fundo são concebidas e dirigidas pelos fascistas vermelhos. E dessa maneira participam daquilo que nós chamamos orquestração, isto é, a repetição constante de slogans, palavras de ordem, ditos sugestivos, idéias, etc., em todo o país, dando a impressão que aquilo tudo está sendo apoiado pela quase totalidade da população”.

“Agora mesmo – continuou – vemos em todo o Brasil uma orquestração contra entidades que não pregam violências, não pregam racismo, ateísmo, nem mudanças de regime. Mas, apenas, a luta contra o totalitarismo vermelho, em defesa da democracia. Surge então, a estas instituições, aquela clássica, batida e sobretudo idiota acusação: são associações de direita” (22). 

Nos meios parlamentares destacaram-se o Senador Benedito Ferreira (Arena-GO) e a Deputada estadual paulista Dulce Salles Cunha Braga (vice-líder da bancada da Arena), que ocuparam a tribuna discursando em defesa da entidade.

Outros parlamentares, tanto na esfera federal como na estadual, deram entrevistas à imprensa no mesmo sentido. Entre estes, figuram os nomes do Senador Eurico Rezende (ARENA-ES) e dos Deputados federais Arlindo Kunzler (Arena-RS), Mons. Ferreira Li-ma (Arena-PE), Geraldo Freire (Arena-MG), Cantídio Sampaio (Arena-SP), Sebastião Navarro Vieira (Arena-MG) e Sérgio Cardoso de Almeida (Arena-SP).

O manifesto A TFP em legítima defesa, acima referido, foi transcrito, a requerimento do Deputado João Alves (Arena-BA), nos anais do Congresso Nacional; e por requerimento do Deputado Wandenkolk Wanderley (Arena), nos anais da Assembléia Legislativa de Pernambuco. Por iniciativa da Vereadora Maria Nazareth (Arena), foi transcrita nos anais da Câmara Municipal de Cuiabá a declaração do Arcebispo D. Orlando Chaves a favor da TFP. A Câmara de Vereadores de São Carlos (SP) enviou expressivo voto de solidariedade a D. Mayer e à TFP.

A entidade reuniu todas essas declarações num folheto intitulado Personalidades defendem a TFP contra estrondo publicitário, que difundiu amplamente entre seus amigos e simpatizantes. 

* * *

O Deputado Wandenkolk Wanderley desenvolveu ainda valorosa e brilhante atuação na Assembléia Legislativa de seu Estado, do que resultou a rejeição, por 19 votos contra 7, de requerimento de um parlamentar que pedia ao Secretário da Segurança investigação sobre as atividades da TFP. Também se distinguiu nos debates, em favor da TFP, o deputado Severino Cavalcanti.

Na Assembléia Legislativa do Ceará, foi aprovado um requerimento ao Ministro da Justiça pedindo a abertura de um inquérito para apurar os objetivos da TFP. Em defesa da entidade saiu com galhardia o jornalista Temístocles de Castro e Silva, o qual destacou, no “Correio do Ceará”, a clara e permanente atuação da entidade contra o comunismo, ao contrário da conduta ideológica de seus adversários, “muito conhecida e muito suspeita” (23). 

Defenderam ainda vigorosamente a TFP pela imprensa o jornalista húngaro István H. Varga, de São Paulo (24), o Prof. Ennio José Toniolo, de Maringá (25), o Sr. Saide Silva Netto, então diretor de “A Tribuna do Povo”, de Umuarama (PR) (26), e Constantino Leman, na “Folha de Piraju” (SP) (27). Gustavo Corção qualificou as críticas à TFP como das “mais violentas e repugnantes” (28). 

A agência de notícias NCB incluiu no noticiário por ela distribuído um artigo sob o título Sai da refrega engrandecida a TFP (29).

 

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Se se quer conhecer o tamanho de um rochedo, um bom método é procurar saber qual a altura máxima das ondas que não o conseguiram submergir.

Ninguém levanta um vagalhão para cobrir um pedregulho.

Ninguém promove uma campanha publicitária imensa, para combater uma entidade que não tem importância ou não é eficaz.

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Embora manifestando sua discrepância ou restrições, em maior ou menor grau, em relação à TFP, denunciaram energicamente o caráter abusivo da campanha que se movia contra a entidade o Prof. Jorge Boaventura (30), o jornalista Lenildo Tabosa Pessoa (31) e o jornalista Alexandre von Baumgarten (32). 

Merece um registro especial o artigo assinado por A. J. de Paula Couto na “Zero Hora” de Porto Alegre, o qual, antes mesmo de iniciar-se o estrondo publicitário, teve o mérito de discernir o verdadeiro caráter da campanha de difamação que se armava contra a TFP. O artigo, intitulado Ladrão que grita: pega o ladrão, denunciava o modo pelo qual os comunistas ofereciam a TFP como alvo de ataque, para se verem eles mesmos livres da merecida repressão (33). 

* * *

Outros setores da sociedade brasileira também se movimentaram em defesa da TFP.

A Associação Comercial e Industrial do Estado do Rio de Janeiro enviou calorosa mensagem de solidariedade.

A Sra. Marietta Fontoura organizou um abaixo-assinado de 740 senhoras da sociedade carioca, protestando contra a reportagem de uma revista de circulação nacional. Em Belo Horizonte, 1310 senhoras subscreveram um documento dirigido às autoridades, manifestando enérgica repulsa à campanha contra a TFP. 

* * *

Qual o fruto do estrondo publicitário?

Nada tendo sido encontrado que a desabonasse, ao longo das rigorosas investigações que a seu respeito se fizeram, a TFP, sempre altaneira, porém serena e cortês em suas réplicas, saiu engrandecida da refrega.

E esta representou para a Sociedade um significativo teste de coesão. Não a deixou sequer um sócio, um cooperador. O número de contribuintes praticamente não foi afetado. O apoio dos simpatizantes em nada diminuiu; pelo contrário, cresceu. E a TFP tornou-se ainda mais conhecida do grande público.

Em seus arquivos, a TFP colecionou 1.923 notícias e artigos publicados em jornais e revistas no decurso do estrondo, que durou perto de oito meses (de maio a dezembro de 1975). 

 

“Não se iluda, Eminência”: mensagem da TFP ao Cardeal Arns 

ENQUANTO SE DESENVOLVIA esse estrondo publicitário contra a TFP, por estas ou aquelas razões a subversão – que parecia adormecida em nossa Pátria – deu algumas mostras de surpreendente vitalidade. Sintoma evidente, entre outros, foi a descoberta de gráficas comunistas clandestinas em plena atividade no Rio de Janeiro, prontamente desmanteladas pelos órgãos de segurança (34). 

A evidência dessa rearticulação chegou a ponto de o Presidente Geisel julgar de seu dever alertar a Nação, em célebre discurso de 1º de agosto de 1975, no qual denunciou a infiltração comunista nos mais diversos setores do País, inclusive nos dois partidos políticos então existentes (35). 

* * *

Dessa apreensão generalizada, parecia não participar um setor.

Com efeito, em clima de grande febricitação, realizava-se naquele momento, em Itaici, a Assembléia Geral da Regional Sul I da CNBB.

Transcorridos os dias regulamentares de debate, os Srs. Arcebispos e Bispos do Estado de São Paulo, que constituem a referida Regional Sul I, julgaram oportuno dar a público a “Declaração de Itaici”, de 30 de outubro de 1975, intitulada Não oprimas teu irmão, que provocou explicável desconcerto na opinião pública.

Nela, os Srs. Arcebispos e Bispos interferiam de modo direto e quase incendiário na delicada situação por que passava o País. De um lado insistiam, sem dúvida a justo título, no respeito que se deve aos direitos humanos. Mas mostravam-se unilaterais ao apontar e censurar os alegados excessos da repressão ao comunismo, omitindo qualquer palavra de apoio à repressão considerada em si mesma, e hostilizando sumariamente os órgãos que a executavam. Procediam como se não vissem que a ausência de repressão abriria as portas do Brasil para o despotismo comunista, sob o qual a violação dos direitos humanos constitui, não uma exceção, mas regra de ação (36). 

No dia 13 de novembro de 1975, a TFP fez publicar na imprensa diária a mensagem Não se iluda, Eminência, na qual o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, na qualidade de Presidente do Conselho Nacional da entidade, analisava e deplorava os termos da “Declaração de Itaici”, dizendo ao Cardeal-Arcebispo de São Paulo:

“Não se iluda, porém, Eminência. Nosso povo continua a encher as igrejas e a freqüentar os Sacramentos. Disto não deduza Vossa Eminência, entretanto, que ele abdicou das convicções e dos ideais que o inspiraram na gloriosa epopéia de 1964.

“Atitudes como a dos signatários do documento de Itaici vão abrindo um fosso cada vez maior, não entre a Religião e o povo, mas entre o Episcopado paulista e o povo.

“A Hierarquia Eclesiástica, na própria medida em que se omite no combate à subversão comunista, vai se isolando no contexto nacional. E nos parece indispensável que alguém lhe diga que a sub-versão é profunda e inalteravelmente impopular entre nós, e que a Hierarquia paulista tanto menos venerada e querida vai ficando, quanto mais bafeja a subversão” (37). 

O Episcopado paulista julgou melhor nada responder à TFP... 

 

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“Atitudes como a dos signatários

do documento de Itaici

vão abrindo um fosso cada vez maior,

não entre a Religião e o povo,

mas entre o Episcopado paulista

e o povo”.

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Anticomunismo-surpresa de altos Prelados 

A INFILTRAÇÃO comunista nos meios católicos ia estarrecendo áreas cada vez mais extensas da opinião pública, que inevitavelmente se perguntavam a razão do silêncio de tantos Bispos face à subversão.

Num momento em que esta pergunta se pôs de forma mais aguda, ameaçando cristalizar-se em estranhezas mais veementes, houve um repentino crepitar de declarações anticomunistas de altos Prelados, útil talvez para restaurar-lhes o prestígio abalado nos setores centristas da opinião pública, infensos ao comunismo, ou quiçá até mesmo nos direitistas. Na ordem concreta dos fatos, tais declarações não acenavam sequer para as indispensáveis e urgentes medidas canônicas contra a infiltração comunista no campo da jurisdição desses Prelados, ou seja, nos meios católicos.

A TFP divulgou então, em março de 1976, em jornais das principais cidades do País (38), o comunicado Sobre o anticomunismo-surpresa de altos Prelados – Reflexões da TFP, em que manifestava com respeitosa franqueza a convicção de que os brasileiros só tomariam a sério pronunciamentos desse gênero se – depois de tantos anos de omissão nesse terreno – fossem acompanhados de providências concretas das Autoridades eclesiásticas contra a infiltração nos meios católicos. 

Tão repentinamente como começaram, esses pronunciamentos anticomunistas cessaram por completo. 

 

D. Pedro Casaldáliga, Bispo de São Felix do Araguaia, é autor de vários livros de poemas onde maldiz as propriedades privadas, emite brados de ódio contra os proprietários, confessa-se subversivo, proclama sua “fé de guerrilheiro” e seu “amor de revolução”, rendendo um preito de saudades ao tristemente célebre “Che” Guevara. Não se trata de um caso isolado; um amplo setor da Hierarquia o apóia ou faz o mesmo.

Com a obra “A Igreja ante a escalada da ameaça comunista” (1976), Plinio Corrêa de Oliveira, apoiado em contundente documentação denuncia o mal. Ao mesmo tempo, apela para que os “Bispos silenciosos” – maioria no Episcopado – por meio de sua palavra remedeiem a situação (quatro edições, 51 mil exemplares)

A TFP e a escalada da ameaça comunista dentro da Igreja 

A QUESTÃO da infiltração comunista nos meios católicos continuava na ordem do dia. Pouco antes, a atuação do missionário francês Padre Francisco Jentel, acobertada pelo seu Bispo, D. Pedro Casaldáliga, fora considerada subversiva pelo Governo Federal, que o expulsou do Brasil por decreto de 15 de dezembro de 1975.

A esquerda vociferou. De seu lado, elementos exponenciais da CNBB não regatearam manifestações de solidariedade ao Sacerdote francês que o Brasil rejeitava como subversivo, bem como ao Prelado espanhol de São Félix do Araguaia, a cujo respeito corriam também, pela imprensa, rumores de expulsão do País (39). 

Muitos se perguntavam como as coisas podiam ter chegado a esse ponto na Igreja de Deus!

Um novo livro do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira veio projetar uma clareza solar sobre o nebuloso problema da infiltração comunista na Igreja. 

* * *

Deu ensejo a esse livro uma obra que cinco meses antes provocara grande impacto no Chile.

Com efeito, a Sociedade Chilena de Defesa da Tradição, Família e Propriedade lançara em fevereiro de 1976 o livro La Iglesia del Silencio en Chile – La TFP proclama la verdad entera, em que mostrava como a quase totalidade do Episcopado, e uma impressionante parte do Clero daquele país, coadjuvaram de modo decisivo, na vitória como na adversidade, a políticado líder marxista Salvador Allende (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional 8).

Convidado pela Editora Vera Cruz a escrever o prólogo da edição brasileira, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira não só aquiesceu, como se dispôs a ir mais longe. Tendo em vista sensíveis analogias entre certos aspectos dos acontecimentos que se haviam desenrolado no Chile e outros ocorridos no Brasil, julgou oportuna para nosso País a publicação de um histórico do avanço comuno-progressista, que teve início entre nós por volta de 1940, e se encontra hoje em contínua expansão. Foi assim que surgiu A Igreja ante a escalada da ameaça comunista – Apelo aos Bispos Silenciosos, que veio a lume em junho de 1976. Fazia parte integrante do volume o resumo da obra da TFP chilena. 

* * *

O novo livro do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira mostrava como se havia iniciado no Brasil a infiltração comunista nos meios católicos, há cerca de quarenta anos, e de que maneira atingira o atual grau de dramaticidade. Essa dramaticidade se revelava, por exemplo, nas poesias escandalosamente pró-comunistas de D. Pedro Casaldáliga, publicadas originariamente na Espanha e na Argentina, e cuja divulgação no Brasil o livro do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira foi o primeiro a fazer. Ou então no documento – analisado em apêndice especial no livro – em que a Regional Sul II da CNBB, constituída por dois Arcebispos e dezessete Bispos paranaenses, tomava como modelo a posição entreguista e colaboracionista da Igreja no Vietnã em face do comunismo.

Paralelamente, o livro historiava a resistência dos católicos brasileiros a esse resvalar da Igreja para a esquerda, desde os tempos do “Legionário” até a época atual. 

* * *

Para a difusão da obra, sócios e cooperadores da TFP saíram às ruas no dia 19 de julho de 1976, nas principais metrópoles brasileiras. Depois partiram em caravanas de propaganda para as cidades médias e pequenas de nosso País. 

Escoaram-se assim quatro edições do livro, num total de 51 mil exemplares, vendidos em 1700 cidades de 24 Unidades da Federação.

No público, o livro causou grande impacto, do que falam as sucessivas edições e o número excepcional de exemplares vendidos.

No Episcopado, num primeiro momento, a obra despertou acrimoniosos pronunciamentos, lamentavelmente vazios, sem forma nem figura de argumentação.

Em São Paulo, saíram dois comunicados de protesto. O primeiro, do Emmo. Cardeal D. Paulo Evaristo Arns e de seus oito Bispos-Auxiliares (em 29-7-76); o segundo, do mesmo Purpurado e dos demais Bispos da Província Eclesiástica de São Paulo (em 30-9-76). O órgão oficioso do Vaticano, “L'Osservatore Romano” (edição em português), reproduziu o primeiro desses comunicados.

Ataques semelhantes partiram de D. Ivo Lorscheiter, Bispo de Santa Maria e então Secretário-Geral da CNBB (em 11-8-76); do Secretariado-Geral da CNBB (em 13-8-76); e da Arquidiocese de Olinda e Recife – da qual era titular D. Helder Câmara – por meio de duas notas publicadas no “Boletim Arquidiocesano” (em 13-8-76 e 1º-10-76).

A esses ataques, a TFP respondeu com a costumeira elevação de linguagem e argumentação lógica, não obtendo réplicas (40). Depois disso, fez-se silêncio geral na grei progressista a respeito do livro do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. 

Entretanto, apesar desse silêncio, a obra fazia o seu caminho.

De um lado, ia até as capilaridades de nosso imenso território, levada pelas mãos dos caravanistas da TFP.

De outro, atravessava nossas fronteiras, indo parar até nas “mesas do Vaticano”, conforme informou de Roma o jornalista Rocco Morabito: “Em várias épocas era possível encontrar, em mesas de trabalho do Vaticano, algumas cópias do livro de Plinio Corrêa de Oliveira – “A Igreja ante a escalada da ameaça comunista” –, editado em São Paulo, e que contém justamente longas citações de escritos e poesias de dom Pedro” (41). 

* * *

Em seu livro, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira fazia um veemente apelo aos “Bispos Silenciosos”, maioria dentro do Episcopado brasileiro: “Nas mãos dos Silenciosos – dizia ele – pôs Deus todos os meios que ainda podem remediar a situação: são eles numerosos, dispõem de posições, de prestígio e de cargos” (p. 86).

Que falassem, ensinassem e lutassem. Pois se há horas para calar, há outras em que se torna imperioso falar, e estas ocorrem sobretudo em situações aflitivas como aquela em que se encontravam a Igreja e o País.

Entretanto, os Silenciosos... continuaram silenciosos.

 

“Em várias épocas era possível encontrar,

em mesas de trabalho do Vaticano,

algumas cópias do livro de

Plinio Corrêa de Oliveira

– “A Igreja ante a escalada da ameaça comunista”...

 

 

Enquanto isso, os fatos se atropelavam e se agravavam.

Com efeito, nas páginas da “Folha de S. Paulo” o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira verberava em novembro de 1976 uma tomada de atitude francamente esquerdista da CNBB, que promoveu naquele mês a distribuição do fascículo Comunicação Pastoral ao Povo de Deus. De autoria de sua Comissão Representativa, o documento estimulava a luta de classes e pintava um quadro distorcido da realidade brasileira, apresentando nosso País como uma terra em que a polícia tortura os pobres e protege os criminosos endinheirados (42). 

* * *

Uma semana depois, novo artigo do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira fustiga a postura insustentável de setores da Hierarquia em face de acontecimentos no Pará, que culminaram com ruidosa entrevista do Pe. Maboni. Este acusava seu Bispo, D. Estêvão Cardoso de Avelar, e a cúpula da CNBB, de o terem induzido a atividades subversivas. Na ocasião, os filamentos da contextura progressista se contorceram de indignação: “Não pode ser! É absurdo que um Bispo seja comunista! O depoimento do Pe. Maboni só pode ter uma explicação: o Sacerdote tinha sido torturado”... 

 

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[Obejção:] O consenso, que a TFP freqüentemente quebra com suas campanhas, é a condição para o bem-estar da coletividade humana. Quem quebra o consenso é por definição um indivíduo nocivo.

[Resposta:] O profeta Simeão, quando disse de Nosso Senhor que Ele “está posto para ruína e para ressurreição de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição” (Lc. 2, 34), anunciou que Ele quebraria o consenso de seu tempo. E o quebrou tanto, que contra Ele chegaram a se levantar as ondas de ódio e de calúnias que O levaram até o Calvário. Deve-se deduzir daí que Ele foi nocivo para a Humanidade porque rompeu o consenso?

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Em seu artigo, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira assinala a incongruência dessas reações:

“Se causa tanto incômodo à grei progressista que se diga que o bispo do Pe. Maboni, e por cima dele a cúpula da CNBB, é criptocomunista, então deve causar-lhe um incômodo ainda maior um livro que está circulando em todo o Brasil [A Igreja ante a escalada da ameaça comunista], e cuja tiragem já anda pelos 35 mil exemplares. Transcreve ele poesias escandalosamente pró-comunistas de outro bispo, D. Pedro Casaldáliga, prelado de São Félix do Araguaia. Entretanto, por que essa acusação superdocumentada circula no silêncio geral da grei progressista, que finge não ter dela tido conhecimento?

O mesmo livro transcreve um documento em que a Regional Sul II da CNBB, constituída por bispos paranaenses, já antevê a tomada do Brasil pelos comunistas, e recomenda a seus colegas a capitulação e até a colaboração com o invasor. O que é o modesto pe. Maboni em comparação com um órgão episcopal da importância da Regional Sul II da CNBB? E por que, se em todo o Brasil os progressistas estremecem diante das afirmações do pe. Maboni, e formulam contra as autoridades policiais as mais graves acusações, se calam diante do documento mais do que comprometedor daqueles bispos do Paraná?” (43). 

Entretanto, nada disso moveu os Silenciosos a saírem de seu silêncio. 

* * *

Pouco depois do encerramento da XV Assembléia Geral da CNBB em Itaici, em fevereiro de 1977, estoura o chamado “caso Sigaud”.

D. Geraldo de Proença Sigaud, Arcebispo de Diamantina, fazia contra D. Pedro Casaldáliga as mesmas acusações que oito meses antes o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira documentara no livro A Igreja ante a escalada da ameaça comunista – Apelo aos Bispos Silenciosos. D. Sigaud, porém, estendia sua denúncia a D. Tomás Balduino, Bispo de Goiás Velho, a quem acusava igualmente de favorecimento do comunismo.

À voz de D. Sigaud somou-se pouco depois a de D. José Pedro Costa, então Arcebispo-Coadjutor e Administrador Apostólico de Uberaba, que endossava a acusação de infiltração comunista na Igreja, citando nominalmente como culpáveis os dois Prelados de Goiás.

Entrevistado a respeito pelo “Jornal do Brasil” (8-5-77), o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira perguntou se, face às denúncias dos dois Arcebispos, a atitude da Santa Sé ainda seria a do mesmo descaso, inação e silêncio de 1968, quando a TFP enviou ao Vaticano mensagem de 1.600.368 brasileiros pedindo medidas contra a infiltração comunista nos meios católicos (44). 

Desta vez, porém, a Santa Sé não julgou oportuno alhear-se inteiramente dos acontecimentos, e nomeou, segundo notícias da imprensa, o Arcebispo de Teresina, D. José Freire Falcão, para estudar as acusações dos dois Prelados de Minas Gerais. Entretanto, do conteúdo do relatório que, segundo se deve admitir, o Arcebispo de Teresina mandou à Santa Sé, nada se soube. O caso morreu, não sem antes ter provocado uma onda de apoios episcopais a D. Pedro Casaldáliga e D. Tomás Balduino (45). 

Dentre os Bispos que se pronunciaram a respeito, vários disseram que D. Casaldáliga e D. Balduino não estão contagiados de comunismo, simplesmente porque é inadmissível que um Bispo possa ser comunista. A grande maioria dos Prelados, porém, permaneceu calada. Silêncio persistente esse, dos Bispos Silenciosos...

 

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1977 – 1980 

O drama do Vietnã e o de Cuba:  

as TFPs colocam os pingos nos “ii” 

a respeito da chamada  

“política dos direitos humanos”  

Ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional 9  

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O “Imprevisto” dá finalmente a vitória aos divorcistas – Responsabilidade da CNBB 

EM 1977, deu-se a última investida divorcista em nossa Pátria, desta vez vitoriosa. O andamento do projeto de emenda constitucional para li­quidar a indissolubilidade do vínculo conjugal no Brasil corria nu­ma quietude que parecia prognosticar a sua derrota. À vista das férias de meio de ano que se aproximavam, era pequeno o número de deputados que compareciam às sessões. E parecia provável que o projeto caísse, por falta de quorum para as votações.

Quase à última hora, congressistas afluíram inesperadamente dos quatro cantos do País, divorcistas em sua maioria. A votação se realizou, vencendo a proposição divorcista por 219 votos contra 161, no primeiro turno (no dia 14 de junho); e por 226 contra 159, no segundo turno (dia 15 de junho). Deve-se consignar que, para es­sa vitória, foi decisiva a reforma constitucional decretada em abril pelo Presidente Geisel, na qual se substituiu a maioria de dois ter­ços pela maioria simples, na votação de emendas à Constituição. A certeza que muitos tinham, e da qual parecia participar larga fai­xa do Episcopado, de que o divórcio não passaria, transformou-se em embaraçada desilusão.

Esta "certeza", a TFP jamais a tivera. No comunicado Na iminência das votações divorcistas, publicado em seção livre da "Fo­lha de S. Paulo", no dia 14 de junho, e depois na imprensa diária de todo o País, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, falando em no­me do Conselho Nacional da TFP, alertava os antidivorcistas para algum imprevisto que pudesse saltar para dentro da liça, e dar a vitória ao divórcio (46). 

Foi o que aconteceu. E essa vitória do divorcismo ficou sen­do a vitória do imprevisto...

Em três artigos para a "Folha de S. Paulo", o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira analisou a marcha do imprevisto, e mostrou co­mo a CNBB tinha sido responsável pela catástrofe, em razão da im­previdência mole com que conduzira a luta em prol da estabilidade da família (47). 

Alguns anos depois, o Sr. Cardeal-Arcebispo do Rio de Janei­ro, D. Eugênio Sales, declarou: "Se a Igreja no Brasil tivesse luta­do como o cardeal Motta, o divórcio não teria sido aprovado" ("O Globo", 21-9-82). Afirmação esta coincidente com as observações do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, acerca da insuficiência da qua­se totalidade das declarações episcopais contrárias ao divórcio, no momento em que a matéria era debatida no Congresso (48). 

Não é possível tratar do candente assunto sem fazer urna ob­servação final. Esperava-se um ingurgitamento dos tribunais, pelos excessivos pedidos de divórcio, e eis que agora muito pouca gente faz dele uso. Que outra prova querem os divorcistas do descaso dos brasileiros para com o divórcio? 

 

“Deve estarrecer que missionários católicos

propugnem como padrão perfeito de homem

o índio selvático,

e como modelo ideal de vida humana

a vida na taba”.

 

É com espanto que em 1977 o Brasil toma conhecimento, por meio de estudo de Plinio Corrêa de Oliveira, da existência de corrente de missionários contrária a catequizar e civilizar os índios. Estes devem ser deixados em seu estado primitivo, e são apresentados como tipo humano ideal para o terceiro milênio. Nesta nova corrente não há lugar para missionários como o Beato José de Anchieta (acima), que é alvo de injustas e pesadas críticas. A obra de Plinio Corrêa de Oliveira, intitulada “Tribalismo indígena, ideal comuno-missionário para o Brasil no século XXI”, teve sete edições, tirando 87 mil exemplares

Tribalismo indígena, ideal comuno-missionário para o Brasil no século XXI 

UM DOS ASPECTOS mais desconcertantes da crise na Igreja é, sem dúvida, a permeabilidade de largos setores do clero e do laicato à influência e à propaganda comunista. Tal fato é hoje geralmente reconhecido.

Poucos se tinham dado conta, no entanto, de que tal abertura para o marxismo podia chegar ao ponto de permitir a entrada na Igreja do que a seita vermelha engendrou como o requinte de si mesma, isto é, o estruturalismo.

Para esta corrente filosófica – dita de “vanguarda” – cujo expoente máximo era até há pouco Lévy Strauss, a sociedade indígena, por ter “resistido à História” e haver se fixado na forma de viver pré-neolítica, é a que mais se aproxima do ideal humano. E é para esse tipo de sociedade que – segundo os estruturalistas – devemos retornar.

Se causa espanto que filósofos ateus defendam teses tão absurdas, deve estarrecer que missionários católicos propugnem como padrão perfeito de homem o índio selvático, e como modelo ideal de vida humana a vida na taba.

Não obstante, é bem isto o que acontece. Uma nova corrente missiológica, com livre trânsito nos meios eclesiásticos, sustenta que a civilização atual deve desaparecer, para dar lugar ao sistema de vida tribal. Institutos como a propriedade privada e a família monogâmica e indissolúvel devem ser eliminados. A figura clássica dos missionários – evangelizadores e civilizadores – como o foram os Padres José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, deve ser abandonada. A nova corrente missiológica, porque não quer civilizar, não quercatequizar. E porque não quer catequizar, também não quer civilizar. Ela simplesmente quer demolir e fazer agitação.

Assim, depois de ateado o fogo nas selvas, a nova missiologia – dita atualizada – pretende lançar as fagulhas da luta de classes sobre as cidades. O que significa que tal agitação tende a transformar-se, de crise da Igreja, em crise do Brasil. 

* * *

Surpreende-se nessa conduta uma questão de tática. Se a missiologia “atualizada” elogiasse a comunidade de bens implantada nos países comunistas, expor-se-ia inevitavelmente a críticas e refutações incômodas.

Esquivando o perigoso assunto, os novos missionários fazem a apologia do sistema de vida tribal: exalçam nele a comunidade de bens, a inexistência de lucro, de capital, de salários, de patrões e empregados, de “privilegiados” e “marginalizados”, de “opressores” e “oprimidos”, como dizem. E assim aproveitam a ocasião para invectivar a propriedade privada, em vigor nas nações civilizadas do Ocidente.

O efeito concreto dessa tática é que o elogio torrencial da nova missiologia à propriedade comum, vigente nas tribos indígenas, nem de longe levantou entre nós a celeuma que a apologia direta das sociedades comunistas de além cortina de ferro certamente despertaria.

Não cabe entretanto a menor dúvida. É bem uma sociedade de tipo comunista que transparece nessa visão idílica do índio selvático, apresentada pela neomissiologia como ideal para o homem do século XXI.

Entre os novos missionários dessa corrente encontram-se D. Tomás Balduino, Bispo de Goiás e outrora Presidente do CIMI, e D. Pedro Casaldáliga, Bispo de São Félix do Araguaia. 

* * *

Tribalismo indígena, ideal comuno-missionário para o Brasil no século XXI foi o livro que o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira publicou no final de 1977, para dar a conhecer aos brasileiros essa faceta inesperada da crise na Igreja.

“Catolicismo” o publicou em primeira mão (49). A primeira edição da obra em forma de livro foi lançada pela Editora Vera Cruz, em dezembro do mesmo ano.

 

Em janeiro de 1978, sócios e cooperadores da TFP saíram em caravanas de propaganda do livro, tendo percorrido, para essa divulgação, 2.963 cidades em todos os quadrantes do Brasil. Sete edições sucessivas totalizaram 76 mil exemplares, além da publicação em “Catolicismo”.

A documentação apresentada pelo livro (48 textos extraídos de 36 documentos de fonte neomissiológica ou progressista) não deixa a mínima margem de dúvida quanto à infiltração comunista nos meios católicos. E não apenas comunista, mas até “transcomunista”, isto é, comuno-estruturalista.

Entretanto – diz o Autor – “o maior problema suscitado por esses delírios não está nos próprios missionários, nem nos índios, cumpre repetir. Está em saber como, na Santa Igreja Católica, pôde esgueirar-se impunemente essa filosofia, intoxicando seminários, deformando missionários, desnaturando missões. E tudo com tão forte apoio eclesiástico de retaguarda” (50). 

* * *

A denúncia contida no livro é vasta e baseada em opulenta documentação. Qual foi, em face dela, a reação comuno-progressista?

Em relação ao livro A Igreja ante a escalada da ameaça comunista, a reação consistira em ataques açodados – e vazios – contidos em seis pronunciamentos episcopais (ver supra). Depois, silêncio!

Ante o novo livro do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, nenhum pronunciamento... e silêncio total!

Como se vê, a conduta comuno-progressista tem lá seus mistérios...

Em todo caso, passados mais de dez anos desde o lançamento do livro, a palavra continua com os neomissionários estruturalistas e a “esquerda católica”, para que justifiquem perante a opinião pública brasileira a pretendida isenção dos meios católicos de qualquer contágio comunista, tão obstinadamente afirmada contra todas as evidências (51). 

 

Mobiliza-se contra a TFP novo estrondo publicitário: o programa “Fantástico”, da TV Globo 

CONTRA SARCEDOTES da Diocese de Campos se articulou, em 1978, uma bem orquestrada campanha publicitária que, como se veria depois, tinha por fim demoli-los aos olhos do público e, por fim, demolir a TFP.

A campanha começou em meados de julho, com a distribuição de panfletos que atacavam o Pe. José Olavo Pires Trindade, Vigário da pequena e simpática cidade de Miracema, no norte fluminense. Dessa cidade da Diocese de Campos, a campanha publicitária extravasou logo para as páginas de grandes jornais do Rio de Janeiro, Niterói e até mesmo de São Paulo, que difundiram as calúnias veiculadas nos panfletos distribuídos em Miracema, e de que adiante se falará.

Estava assim o ambiente preparado para o programa “Fantástico”, da TV Globo, que no dia 20 de agosto investia furiosamente contra o Pe. Olavo. Na apresentação seguinte, no dia 27 de agosto, o programa visava novamente o Pe. Olavo, mas estendia suas acusações aos Vigários das Paróquias de Bom Jesus do Itabapoana, Varre-Sai, Natividade do Carangola, Santo Antonio de Pádua e São Fidelis, e, por fim, ao próprio Bispo Diocesano, D. Antonio de Castro Mayer.

Essencialmente, as acusações do “Fantástico” retomavam os temas da campanha de Miracema. Assim, tinham elas por alvo a atitude de oposição desses eclesiásticos ao amplo permissivismo moral que o progressismo vai inoculando cada vez mais em largas áreas da Igreja e da sociedade temporal, e a fidelidade deles à Moral duas vezes milenar ensinada pela Igreja Católica. Denegrindo esta fidelidade por meio de assertivas distorcidas ou inverídicas, a TV Globo apresentava o Pe. Olavo e seus colegas de sacerdócio como pastores de um rigorismo mesquinho, fanático e extravagante.

 

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A TFP tem conseguido aglutinar em torno de si uma corrente anti-socialo-comunista completamente infensa à influência da corrente oposta: a dos eclesiásticos e leigos que constituem a esquerda católica.

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Em edital datado de 30 de agosto e reproduzido em vários órgãos de imprensa do Estado do Rio, a Cúria Diocesana de Campos refutou com lógica e serenidade essas acusações (52). A TV Globo, embora solicitada pelo então Bispo de Campos, não deu qualquer publicidade a esse documento, alegando tratar-se de um longo texto escrito, não exatamente adequado a um veículo como a TV. 

Fizera-se desse modo todo o possível para tornar o grande público receptivo aos ataques contra a TFP, apontada como a grande instigadora e responsável pelas alegadas aberrações moralizantes do Clero de Campos. O teleprograma “Fantástico” seguinte, do dia 3 de setembro, teria como alvo direto esta Sociedade.

O que nesse programa se disse de mais digno de nota, contra a TFP, é que esta prepara mentalidades carregadas de rancor, organiza exercícios paramilitares, constituindo-se dessa maneira num potencial de subversão direitista!...

Para dar caráter sensacionalista a tais acusações – desacompanhadas como sempre de qualquer prova – a TV Globo focalizou de modo tendencioso uma carta do General Octavio Costa, Comandante da 6ª Região Militar, à Secretaria de Segurança do Estadoda Bahia. Segundo a versão apresentada por “Fantástico”, o general determinara a proibição das atividades públicas da TFP naquele Estado.

A verdadeira intelecção da carta do General Octavio Costa fora entretanto publicada no jornal “A Tarde”, de Salvador, de 3 de setembro, que transcrevera nota do Serviço de Imprensa da Sociedade. Em tal nota, a TFP punha o público ao corrente do contato mantido por um de seus diretores, o Sr. Plinio Vidigal Xavier da Silveira, com o referido Comandante militar e o delegado que então respondia pela Secretaria da Segurança do Estado. Essas autoridades informaram ao enviado da TFP que não haviam proibido em Salvador as manifestações da Sociedade, e que o General simplesmente pedira ao Secretário de Segurança especial atenção para toda sorte de atos públicos – qualquer que fosse o sentido ideológico deles – com o intuito capital de evitar que dessem ensejo a uma escalada de manifestações e contra-manifestações. A nota do Serviço de Imprensa da TFP fora previamente exibida às referidas autoridades, que declararam exprimir ela a verdade dos fatos.

No dia 4 de setembro, a TFP deu a lume o comunicado Sobre um programa de TV – A TFP ao público brasileiro. O documento foi publicado em Seção Livre de quotidianos das principais cidades do Brasil (53). 

Nesse comunicado, vazado em termos serenos e elevados, a TFP rebatia com firmeza as afirmações exageradas, distorcidas e até inverídicas de “Fantástico”, e informava que a entidade possuía 1973 ofícios de delegados de polícia, prefeitos e outras autoridades municipais, felicitando-a pelo caráter modelarmente cortês e ordeiro da propaganda desenvolvida por seus sócios e cooperadores nas cidades em que têm atuado.

“Fantástico” voltou à carga no dia 10 de setembro, num clima entretanto já desaquecido pelo sadio efeito do comunicado da TFP do dia 4. Depois de apresentar um resumo correto do referido comunicado, o programa levou entretanto ao vídeo duas “testemunhas”, que se queixavam da frieza do convívio que dois cooperadores da TFP mantinham com seus familiares. Nada de concreto e de consistente era alegado; apenas referências vagas e genéricas, inaptas a qualquer refutação.

Assim, embora o programa se pusesse à disposição de quem quisesse falar a favor ou contra a TFP, uma nova defesa da Sociedade era desnecessária. Apesar do grande e dispendioso esforço publicitário – o “Fantástico” é levado ao ar no chamado “horário nobre”, das 20 às 22 horas, aos domingos, com a mais cara tabela de preços da TV brasileira, e uma audiência calculada em quarenta milhões de telespectadores – a campanha não surtiu o efeito esperado. A TFP resistiu intacta a mais esse vagalhão, sem ver diminuído o número de sócios, cooperadores, simpatizantes ou contribuintes.

Talvez por isso, os promotores do “Fantástico” não completaram a série de dez emissões que – segundo constou a esta Sociedade – haviam pré-estabelecido. Ficaram na quarta emissão.

 

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Agosto de 1978

Por ocasião do Conclave,  

repercutem amplamente pronunciamentos  

do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira  

Ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional 10  

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A primeira viagem de João Paulo II depois de eleito foi a Puebla (México), onde se reuniu com os Bispos latino-americanos. Afirmou Plinio Corrêa de Oliveira que os pronunciamentos do Pontífice nem deixaram o caminho aberto para o comunismo, nem lhe cortaram o passo inteiramente

Plinio Corrêa de Oliveira faz acurada análise da Conferência do CELAM em Puebla 

APENAS ELEVADO ao Supremo Pontificado, decidiu João Paulo II dirigir-se a Puebla (México), para inaugurar a 3ª Conferência do CELAM. Foi esta a primeira de suas numerosas viagens (janeiro de 1979).

Era grande a expectativa sobre o que o Pontífice diria a respeito dos problemas latino-americanos e, em particular, sobre a “Teologia da Libertação”.

A mensagem que João Paulo II dirigiu à importante reunião episcopal foi objeto de penetrante análise por parte do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em uma série de cinco artigos publicados na “Folha de S. Paulo” sob o título A mensagem de Puebla: notas e comentários (54). 

No último artigo da série, conclui o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:

“Tudo isto posto, medido e pesado, é o caso de se perguntar que alcance tem a mensagem de João Paulo II para o futuro do Brasil, do continente latino-americano e, por via de conseqüência, também do mundo.

“A tal respeito, a justiça manda evitar duas afirmações peremptórias: – ela teve um alcance enorme, porque cortou o passo ao comunismo; – ela não teve nenhum alcance, porque deixou o caminho aberto ao comunismo.

“Com efeito, ante o comunismo, a mensagem nem fechou inteiramente o caminho (e seria tão necessário que o tivesse feito), nem deixou o caminho inteiramente aberto. Como disse, ela lhe fechou um dos batentes da porta (o que não deixa de ser de certa utilidade)”.

Por iniciativa do Sr. Gustavo Daniel Corbi, a editora “Iction”, de Buenos Aires, incluiu essa série de artigos na coletânea intitulada Católicos da Argentina, do Brasil e do Chile

 

A TFP pede: arejamento, voz e vez 

AO ENSEJO da XVII Assembléia Geral do Episcopado brasileiro, realizada em abril de 1979 em Itaici, o jornal “O Globo” entrevistou personalidades de destaque do mundo eclesiástico e leigo, propondo-lhes uma série de questões referentes à gestão que se encerrava da CNBB, bem como outras perguntas sobre qual devia ser o papel da nova direção desse organismo eclesiástico na atual etapa do processo sócio-político do País, e a eventual adaptação das diretrizes de ação pastoral da Igreja no Brasil às conclusões da reunião de Puebla.

Entre as personalidades entrevistadas – quatro Cardeais, cinco Arcebispos, sete Bispos e três leigos católicos – estava o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Presidente do Conselho Nacional da TFP.

Embora sociedade civil, a TFP pauta suas intervenções na vida pública pelos princípios católicos, e assim era natural que sua opinião fosse ouvida sobre um ponto que tanto afeta os destinos do País, isto é, o rumo que tomará a opinião católica em nossa Pátria.

Em suas declarações a “O Globo”, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira apresenta uma sugestão de uso tradicional na Igreja universal, qual seja a convocação pelo Episcopado de grandes congressos de intelectuais católicos – eclesiásticos e leigos – a fim de debater dois assuntos candentes a respeito dos quais os fiéis se encontram divididos: a questão social e o perigo comunista. Em tais congressos, realizados sob a inspiração e a orientação da autoridade eclesiástica, e numa atmosfera de mútuo e fraterno respeito, poderiam germinar valiosas colaborações para o encontro das soluções, sábias e equânimes, para esses problemas.

Quem conhece a História da Igreja, pelo menos a partir de Pio IX, sabe que se tem procedido assim mais de uma vez – notadamente em matéria sócio-econômica – nas grandes encruzilhadas do pensamento católico. Ainda em nossos dias são famosos os congressos conhecidos como Katholikentag, na Alemanha.

Esta sugestão vinha tanto mais a propósito quanto a última direção da CNBB se esforçara, no plano temporal e político, pela democratização do Brasil. Seria de esperar que a nova direção, eleita em abril de 1979, se portasse, num campo que lhe é próprio, isto é, o espiritual, de modo que não estivesse em contradição com a ordem de coisas que a sua antecessora tanto ajudou a implantar no terreno temporal.

De nenhum modo se deduza daí que a TFP pleiteie uma democratização da Igreja. É bem sabido que, na forma de governo desta – imutável, pois instituída por Jesus Cristo – o poder reside no Papa e nos Bispos. Mas este poder sempre se exerceu na Igreja rationabiliter. Isto é, a Igreja sempre foi propensa a ouvir e até a estimular o pronunciamento qualificado de seus filhos, antes de decisões de ordem moral concernentes às atividades temporais, que à Hierarquia cabe tomar em grau exclusivo e decisivo.

Neste sentido, a TFP transborda do desejo de cooperar. E para tal não faz senão o mais modesto dos pedidos: que lhe sejam dadas voz e vez.

A entrevista do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira foi publicada em “O Globo” do dia 15 de abril de 1979. Mas o diário carioca amputou arbitrariamente vários tópicos da mesma, o que tornava impossível ao leitor apreciá-la devidamente em matizes relevantes.

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira julgou de seu dever dirigir-se pessoalmente a todos os membros do Episcopado Nacional, enviando a cada um deles o texto integral da entrevista, tendo recebido resposta de três Cardeais, dois Arcebispos e cinco Bispos.

A sugestão feita pelo Presidente do Conselho Nacional da TFP apresenta um alcance prático que merece toda a atenção. Pois tende a dar voz e vez, junto à opinião pública de nosso País, a personalidades e correntes presentemente marginalizadas, por não concordarem com muito do que se diz e do que se faz em arraiais católicos ditos modernos. 

 

França-Brasil: convergência entre tradicionalistas e esquerdistas para demolir a TFP 

NO DIA 11 DE AGOSTO DE 1979, “O Estado de S. Paulo” e o “Jornal da Tarde” publicavam ambos um despacho de seu correspondente em Paris, dando conta da existência de um relatório com graves ataques à TFP, redigido por elementos tradicionalistas franceses.

Os referidos jornais de centro-esquerda brasileiros serviam assim de veículo, em nossa Pátria, a acusações ideológicas lançadas contra a entidade por elementos de direita na França.

O relatório em questão constitui, na realidade, mero panfleto, cujos autores anônimos haviam lucubrado suas acusações à TFP a partir de episódios ocorridos na École Saint Benoît, pequeno estabelecimento de ensino no Departamento do Indre, a 300 km de Paris. A Escola funcionava sob o bafejo e a influência da TFP francesa. Todos os professores eram tradicionalistas. A direção e parte do corpo docente do estabelecimento eram estreitamente chegados à TFP francesa.

Ao cabo de algum tempo, delineia-se um mal-estar entre alguns professores, de um lado, e a direção da Escola, de outro lado. Esse mal-estar, indefinido a princípio, acaba aflorando em interpretações arbitrárias, e por vezes até hostis, de pronunciamentos e atitudes dos elementos da TFP francesa que exerciam funções na Escola. Resultam inúteis as iniciativas conciliatórias destes últimos.

A partir do grupo de professores descontentes, o mal-estar ganha o Capelão e várias dentre as 23 famílias com filhos na Escola. O Capelão se demite do estabelecimento, do qual também dez famílias retiram seus filhos.

Dessa forma, o desentendimento parecia chegar a seu termo, pois cessavam as ocasiões de fricção.

Dado que a vida de todas as pessoas em foco no assunto tinha transcorrido em atividades situadas na esfera privada, nada fazia prever que a tensão ocorrida no minúsculo estabelecimento tivesse repercussão na esfera pública.

Não foi entretanto o que sucedeu. Em meios tradicionalistas franceses, aliás muito limitados, teve circulação o já referido relató­rio-panfleto, o qual dizia ter sido composto por uma "comissão" anônima de "antigos militantes [da TFP], de famílias e de padres".

Constava ele de setenta páginas datilografadas em formato ofí­cio, compreendendo seis capítulos.

O relatório-panfleto teve na França uma repercussão muito pe­quena. Não foi objeto de nenhuma menção pela imprensa.

Não se deu o mesmo no Brasil, onde, como foi dito, "O Esta­do de S. Paulo" e o "Jornal da Tarde" publicaram amplo noticiá­rio sobre ele, de mistura com referências a fatos de outra natureza, dos quais a seguir se falará.

* * *

O Sr. Martim Afonso Xavier da Silveira Jr., pertencente a dis­tintas e conceituadas famílias de São Paulo e do Rio de Janeiro, fo­ra desde jovem um cooperador destacado da TFP brasileira, em cu­jas fileiras atuou sempre com eficácia e denodo. Passando a residir na França, inspirou ele, no ano de 1977, a fundação da TFP france­sa. Pela mesma ocasião, a Construtora Adolpho Lindenberg S.A. in­cumbiu-o da direção do escritório de representação da empresa em Paris.

Movido por seu devotamento aos ideais comuns a todas as TFPs, desenvolveu ele paralelamente atividades econômicas destinadas a subvencionar a instalação e o funcionamento inicial da École Saint Benoît. Para esse efeito contraiu, em nome próprio, junto a pessoas de suas relações, alguns empréstimos rigorosamente legais. Como sói acontecer em situações análogas, repercutiu entre
os credores o mal-estar acima referido. Estes se puseram então a pedir o pronto reembolso das quantias emprestadas, ao que, explicavelmente, o Sr. M. A. Xavier da Silveira Jr. não pôde atender de imediato. Ele acabara de pagar a um credor o correspondente a cerca de um terço de seus débitos, e de combinar com os demais uma escala de pagamentos, quando foi surpreendido por denúncia  absolutamente infundada de escroquerie (segundo a lei francesa, o nome do denunciante não foi revelado), seguida, logo depois, de desconcertante ordem de prisão preventiva.

O distinto brasileiro permaneceu assim injustamente detido na prisão de La Santé durante 27 dias. Inopinada e gravemente lesado por essas medidas, promoveu ele em juízo enérgica defesa de seu nome e de seus direitos. E teve pleno ganho de causa, como adiante se verá.

É interessante considerar o que entrementes sucedia em São Paulo.

Essas múltiplas circunstâncias deram ensejo aos aludidos quotidianos para, dos dois grupos de fatos, extrair matéria para uma só notícia. Entretanto, eram estes fundamentalmente distintos entre si. Pois, pelas operações financeiras do Sr. M. A. Xavier da Silveira Jr., não tinham qualquer responsabilidade legal a TFP francesa nem a Association Assistance-Jeunesse, mantenedora da École Saint Benoît.

Com a notícia, publicaram os dois jornais uma fotografia do Sr. M. A. Xavier da Silveira Jr.

A notícia reproduzia também várias alegações torcidas ou inverídicas do relatório-panfleto, concernentes à TFP brasileira, as quais afetavam de algum modo as coirmãs autônomas desta, existentes em onze outras nações.

Dentre as várias asserções do relatório-panfleto divulgadas por “O Estado de S. Paulo” e pelo “Jornal da Tarde”, uma das que tomava mais destaque dizia respeito à memória da veneranda progenitora do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, a propósito da intercessão dela, a que sócios ou cooperadores da TFP costumam recorrer.

A repercussão publicitária do relatório-panfleto no Brasil foi além. No dia 22 de agosto a revista “Veja”, sob o título A TFP vai ao xadrez, trazia, por sua vez, extenso noticiário versando mais ou menos sobre os mesmos fatos.

Por fim, a revista “Isto É”, também do dia 22 de agosto, publicava noticiário análogo.

Esses diversos órgãos divulgaram uma informação digna de nota: o relatório-panfleto também fora distribuído às embaixadas, sediadas em Paris, de todos os países onde existem TFPs.

Essa investida publicitária causou explicável surpresa no Brasil. Na ocasião, numerosos órgãos da imprensa nacional manifestavam o maior condoimento pela situação de brasileiros que eram objeto de medidas policiais no Exterior, acusados de crimes de sangue com intuitos subversivos. Em flagrante contraste, alguns dentre esses órgãos divulgavam com deleite – e sem pedir sequer prévias informações e esclarecimentos ao compatriota injustiçado – graves  acusações contra uma pessoa que tanto se destacara como cooperador da TFP do Brasil.

À vista dessa situação, a TFP brasileira e o Presidente de seu Conselho Nacional tomaram as seguintes medidas:

a) No mesmo dia 11 de agosto, o Serviço de Imprensa da TFP divulgou um comunicado (do qual “O Estado de S. Paulo” e o “Jornal da Tarde” publicaram um reduzido extrato) afirmando que tais críticas à entidade, enfatizadas até às raias do inverossímil, não haveriam de impressionar nossa opinião pública sagaz e serena. Ao mesmo tempo declarava que, uma vez ultimado o estudo do grosso e fantasioso documento elaborado em Paris, sairia a público, com os meios de que dispusesse, para dar a amigos e opositores as explicações necessárias;

b) O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira enviou ao diretor de “O Estado de S. Paulo”, através de cartório, uma carta contendo vivo e enérgico protesto contra a inclusão do nome venerando de sua querida progenitora numa ofensiva publicitária contra a TFP. O quotidiano estampou essa carta no dia 22 de agosto, na seção “Dos Leitores”, seguida de pequeno comentário;

c) A TFP publicou em Seção Livre na “Folha de S. Paulo”, no mesmo dia 22 de agosto, um comunicado sob o título Noticiário de “Veja” sobre a TFP: análise e prognósticos, no qual apontava a curiosa convergência de tradicionalistas franceses e órgãos da imprensa brasileira de centro-esquerda ou de esquerda, numa campanha publicitária contra a associação.

Essa inesperada convergência publicitária entre tradicionalistas e esquerdistas não era, aliás, sem analogia, ressalvadas as proporções, com o pacto Ribbentrop-Molotov, que coligara nazistas e comunistas pouco antes da II Guerra Mundial. 

* * *

Como foi dito, a TFP prometeu dar a conhecer oportunamente uma refutação do relatório-panfleto. Dela se incumbiu a TFP francesa, com larga colaboração da coirmã brasileira.

A réplica da TFP francesa ao relatório-panfleto forma um volume mimeografado com 332 páginas datilografadas, no formato 17 x 24 cm, sob o título Imbroglio”. Detração. Delírio. – Observações sobre Relatório concernente às TFPs. Um selo vermelho colado no alto da capa diz: “Balanço de um Relatório / Tese: absurda / Argumentação: inconsistente / Testemunhas: anônimas”. Um segundo volume de 102 páginas, no mesmo formato, contém os documentos que ilustram a refutação. 

* * *

Por outro lado, no dia 10 de julho de 1980, a Juíza de Instrução, Sra. N. Martens, exarou a sentença intitulada (de acordo com a terminologia processual francesa) Ordonnance de Non Lieu[1], na qual reconhece a inteira improcedência das acusações – de “abuso de confiança” e “escroquerie” – injustamente levantadas contra o Sr. M. A. Xavier da Silveira Jr., e ordena conseqüentemente o arquivamento dos autos (*).

(*) É conveniente apresentar aqui uma narração sucinta dos fatos essenciais relacionados com o assunto:

1º) Em razão de denúncias infundadas de tráfico de divisas e de irregularidades de caráter financeiro (partidas de pessoa ou pessoas anônimas, ou cujo nome a Polícia francesa não quis revelar), os serviços da Direction Nationale des Enquêtes Douanières (DNED) admitiram a eventualidade de que tivesse havido, por parte do Sr. M. A. Xavier da Silveira Jr., remessa ilegal de capitais para fora da França. Dando a DNED ouvidos a tais denúncias, o escritório da Construtora Adolpho Lindenberg em Paris foi varejado no dia 22 de maio de 1979 por inspetores desse organismo alfandegário. Após minuciosa busca, nada foi apurado contra a empresa nem contra o Sr. M. A. Xavier da Silveira Jr.

2º) No dia 26 de julho, o escritório da Construtora Adolpho Lindenberg foi novamente varejado, desta vez pela Polícia Judiciária, ao mesmo tempo em que era revistada a sede em Paris da Association Assistance-Jeunesse (AAJ), mantenedora da École Saint Benoît. Segundo obviamente era de esperar, a Polícia Judiciária nada disse ter encontrado.

Entretanto, no mesmo dia e nos dias seguintes, o Sr. M. A. Xavier da Silveira Jr. e outras pessoas que se relacionavam com a AAJ e com a TFP francesa foram objeto de repetidos interrogatórios policiais que, conforme o caso, totalizaram de três a doze horas para cada depoente. O Sr. M. A. Xavier da Silveira Jr. ficou detido desde o dia 27 de julho.

3º) Em 28 de julho, a Juíza de Instrução, Sra. N. Martens, determinou a prisão preventiva do Sr. M. A. Xavier da Silveira Jr. – espantosamente sob a alegação de escroquerie. O acusado teve assim de permanecer no cárcere, primeiramente em cela coletiva (20 dias), depois em cela individual (7 dias), até 22 de agosto, quando foi posto em liberdade sujeita a controle judicial. Poucos dias antes fora depositada por um irmão do Sr. M. A. Xavier da Silveira Jr. a fiança inusitadamente elevada de setecentos mil francos, arbitrada pela Juíza.

4º) Os depoimentos prestados pelas testemunhas ao longo dos referidos interrogatórios – inclusive todos os credores em causa – deixaram inteiramente claro que a situação do Sr. Martim Afonso Xavier da Silveira Jr. se caracterizava como a de um devedor que solicitou e obteve de seus credores prorrogação do prazo para saldar débitos contraídos por meio de operações creditícias normais, sem que houvesse sequer indício de escroquerie.

Tais débitos, segundo resulta das declarações do Sr. M. A. Xavier da Silveira Jr.   das outras pessoas interrogadas, inclusive – cumpre insistir – os credores, subiam a 1.080.000 francos, dos quais 300 mil já haviam sido pagos antes do dia 26 de julho. No momento em que foi decretada a prisão preventiva sob a alegação de escroquerie, nenhum débito estava vencido, pois os acordos estabelecidos com os credores fixavam datas posteriores para o reembolso das importâncias devidas – exceção feita de uma dívida que a TFP estava contestando em Juízo.

Eis ao que se reduzem os fatos alegados como constituindo a pretensa escroquerie, à qual deram tanta divulgação alguns órgãos de imprensa brasileiros de esquerda ou de centro-esquerda.

De volta ao Brasil, o Sr. M. A. Xavier da Silveira Jr. dirigiu uma carta ao Sr. Júlio de Mesquita Neto, diretor de “O Estado de S. Paulo”, historiando pormenorizadamente os fatos relacionados com o seu processo, e juntando xerocópia da sentença inocentadora. O diretor do jornal era solicitado a divulgar a carta na íntegra, para cabal esclarecimento de seus leitores, mal informados pelo noticiário infundado do ano anterior.

O matutino se recusou a publicar a carta, e se absteve de incluir sequer uma simples notícia sobre a sentença absolutória.

Em vista disto, o Sr. M. A. Xavier da Silveira Jr. fez estampar na “Folha de S. Paulo” do dia 27 de novembro de 1980 uma carta aberta ao Sr. Júlio de Mesquita Neto, intitulada O Estado não pode censurar: “O Estado” pode, na qual mostrava que o jornal, veemente opositor da censura à imprensa quando exercida pelo Poder Público, praticava no entanto autêntica censura contra quem bem entendia. E protestava ante o fato de aquele órgão se ter recusado a cumprir dever de justiça, de noticiar o desfecho do caso e lhe dar um destaque correspondente ao que havia conferido a suas anteriores acusações.

O Sr. Júlio de Mesquita Neto se apressou em publicar, no dia seguinte, em Seção Livre na mesma “Folha de S. Paulo”, uma resposta ao Sr. M. A. Xavier da Silveira Jr., na qual tentava explicar à opinião pública por que se recusara a divulgar em “O Estado de S. Paulo” a carta que recebera: alegava que ninguém o podia obrigar a acolher em suas páginas “gratuidades” e “quase insultos” à sua pessoa e à orientação que imprimia a seu jornal.

Onde, na carta do Sr. M. A. Xavier da Silveira Jr., os “quase insultos” e as “gratuidades” mencionadas pelo diretor de “O Estado de S. Paulo”? Este não o especificou, nem tinha qualquer fundamento para tal.

Compreensivelmente, o Sr. M. A. Xavier da Silveira Jr. deixou cair a discussão que o inconsistente da réplica de “O Estado de S. Paulo” esvaziara.

Campanha no Viaduto do Chá


Notas:

(1) Op. cit., pp. 35-36.

 (2) Cfr. “Catolicismo”, n° 240, dezembro de 1970.

(3) Cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, Velhinhos, presos, freiras, Natal e polêmica, “Folha de S. Paulo”, 18-10-70.

(4) Cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, Os “sapos”, a epopéia e a opereta, “Folha de S. Paulo”, 20-9-70.

(5) A carta aberta foi publicada na íntegra em “Catolicismo”, 239, de novembro de 1970; “Folha de S. Paulo”, 9 e 10-10-70; “O Globo”, Rio de Janeiro, 14-10-70; “Diário Catarinense”, Florianópolis, 18-10-70; “Monitor Campista”, Campos (RJ), 20-10-70; “A Tarde”, Salvador, 22-10-70; “Equipe", Vitória da Conquista, 3-11-70. – Resumos foram pu­blicados em "A Voz do Povo", Bom Jesus do Itabapoana (RJ), 24-10-70; "Jornal da Manhã", Ponta Grossa (PR), 25-10-70; "A Gazeta" Florianópolis, 25-10-70; "Diário de Petrópo­lis" (RJ), 29-10-70; "Jornal Pe­queno", São Luis, 29-10-70; "Im­prensa do Sul", Tubarão (SC), 30-10, 28-11, 5-12 e 12-12-70; "Tribuna da Serra", São Ben­to do Sul (SC), 31-10-70; "Cor­reio Lageano”, Lages (SC), 6-11-70; "Diário Catarinense", 10-11-70; "A Folha", São Carlos (SP), 19-11-70; "Diário", São José dos Campos (SP), 28-11-70. – Cfr. tam­bém Plinio Corra de Oliveira, Dentro e fora do Brasil, "Folha de S. Paulo", 11-10-70.

(6) “Jornal do Brasil”, 3-10-70.

(7) O esclarecimento foi publicado na íntegra em “O Estado de S. Paulo”, São Paulo, 7-10-70; “Folha da Tarde”, São Paulo, 7-10-70; “Correio da Manhã”, Rio de Janeiro, 8-10-70; “Correio do Povo”, Porto Alegre, 9-10-70; “Tribuna do Ceará”, Fortaleza, 9-10-70; “A Cruz”, Rio de Janeiro, 11-10-70; “O Diário”, Ribeirão Preto (SP), 14-10-70; “O Taquaryense” (RS), 17-10-70; “Diário da Região”, São José do Rio Preto (SP), 18-10-70; “Diário do Povo”, Campinas (SP), 18-10-70; “Jornal Pequeno”, São Luís, 22-10-70; “A Folha”, São Carlos (SP) 29-10-70; “O Imparcial”, Araraquara (SP), 4-12-70; “A Comarca”, Matão (SP), 25-12-70. Resumos foram publicados no “Diário Popular”, São Paulo, 7-10-70; “O Globo”, Rio de Janeiro, 8-10-70; “Diário de Minas”, Belo Horizonte, 8-10-70; “Tribuna da Bahia”, Salvador, 8-10-70; “O Jornal”, Rio de Janeiro, 11-10-70; “A Gazeta”, Florianópolis, 13-10-70; “Folha de S. Paulo”, 13-10-70; “O Lutador”, Manhumirim (MG), 17-10-70.

(8) “Catolicismo”, 261, setembro de 1972.

(9) Cfr. “Catolicismo”, 263, novembro de 1972.

(10) Cfr. “Catolicismo”, 320, agosto de 1977.

(11) Cfr. “Catolicismo”, 266, fevereiro de 1973.

(12) Cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, Ferve o Cursilhismo, “Folha de S. Paulo”, 28-1-73.

(13) Cfr. “Catolicismo”, 266, de fevereiro de 1973.

(14) Cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, Abertura para o diálogo, “Folha de S. Paulo”, 18-2-73; No clima de pós-Assembléia, “Folha de S. Paulo”, 25-2-73.

(15) Cfr. Capítulo IV.

(16) Resumos do abaixo-assinado foram publicados na “Folha da Tarde”, São Paulo, 3-5-75; “Diário da Noite”, São Paulo, 3-5-75; “Diário de S. Paulo”, 3-5-75; “Notícias Populares”, São Paulo, 3-5-75; “Folha de S. Paulo”, 4-5-75; “A Gazeta”, São Paulo, 5-5-75; “Jornal do Commércio”, Recife, 6-5-75; “Notícias Populares”, São Paulo, 7-5-75; “Diário da Noite”, São Paulo, 7-5-75; “Diário de S. Paulo”, 7-5-75; “A Gazeta”, São Paulo, 7-5-75; “O Popular”, Goiânia, 8-5-75; “O Diário”, São Carlos (SP), 9-5-75; “Monitor Campista”, Campos (RJ), 9-5-75; “Correio do Ceará”, Fortaleza, 10-5-75; “A Nação”, Blumenau (SC), 10-5-75; “A Nação”, Brusque (SC), 10-5-75; “A Nação”, Itajaí (SC), 10-5-75; “Diário Catarinense”, Florianópolis, 10-5-75; “A Cidade”, Campos (RJ), 10-5-75; “Correio do Povo”, Porto Alegre, 13-5-75.

(17) O documento foi publicado na íntegra em “Catolicismo”, 294, junho de 1975; “Folha de S. Paulo”, 21, 29 e 30-5-75; “Diário da Noite”, São Paulo, 21 e 30-5-75; “Correio do Povo”, Porto Alegre, 22, 30 e 31-5-75; “Jornal do Brasil”, Rio de Janeiro, 23-5 e 9-6-75; “A Nação”, Blumenau (SC), 24 e 31-5-75; “A Nação”, Brusque (SC), 24 e 31-5-75; “A Nação”, Itajaí (SC), 24 e 31-5-75; “Diário Catarinense”, Florianópolis, 24 e 31-5-75; “Diário de Pernambuco”, Recife, 25-5 e 1º-6-75; “Monitor Campista”, Campos (RJ), 25-5, 1º e 4-6-75; “A Província do Pará”, Belém, 27-5 e 4-6-75; “O Estado”, Florianópolis, 27-5, 3 e 4-6-75; “A Tribuna”, São Carlos (SP), 29-5, 5 e 6-6-75; “Folha de Londrina” (PR), 1º, 3 e 5-6-75; “A Cidade”, Ribeirão Preto (SP), 1º, 3 e 4-6-75; “Jornal da Manhã”, Ponta Grossa (PR), 3, 5 e 6-6-75; “O Estado de S. Paulo”, 4-6-75; “O Jornal da Região”, Andradina (SP), 7, 8 e 10-6-75; “Voz de Nazaré”, Belém, 8-6-75; “O Radar”, Apucarana (PR), 8-6-75. – A primeira parte do documento, sob o título Ante uma agressão polêmica apaixonada, proposta de sereno diálogo[1][1]f=1004, foi publicada ainda em “O Social Democrata”, Cuiabá, 24 e 25-5-75; “Diário da Região”, São José do Rio Preto (SP), 29-5-75; “O Diário”, São Carlos (SP), 29-5-75; “Correio do Ceará”, Fortaleza, 30-5-75; “O Popular”, Goiânia, 3-6-75; “O Povo”, Fortaleza, 7-6-75. – Resumos do documento foram publicados em “A Cidade”, Campos (RJ), 1º-6-75; “A Tarde”, Salvador, 5-6-75; “A Voz do Povo”, Bom Jesus do Itabapoana (RJ), 7-6-75; “O Social Democrata”, Cuiabá, 7/8-6-75; “Eco/um”, Várzea Grande (MT), 8 a 14-6-75; “Jornal da Cidade”, Vitória, 30-12-75. – A primeira parte do documento foi transcrita nos anais do Congresso Nacional a pedido do deputado João Alves (cfr. “Diário do Congresso Nacional”, 28-5-75).

(18) Cfr. “Folha da Tarde”, Porto Alegre, 15-12-76.

(19) “Zero Hora”, 21-7-85.

(20) “Zero Hora”, 9-4-86.

(21) Cfr. “Folha da Manhã”, Porto Alegre, 29-10-75.

(22) “O Estado de S. Paulo”, 19-7-75.

(23) “Correio do Ceará”, Fortaleza, 30-5-75.

(24) Cfr. “Folha da Tarde”, São Paulo, 16-6-75.

(25) Cfr. “O Radar”, Apucarana (PR), 22-6 e 17-8-75.

(26) Cfr. “A Tribuna do Povo”, Umuarama (PR), 15-6-75.

(27) Cfr. “Folha de Piraju” (SP), 7-6-75.

(28) “O Estado de S. Paulo”, 4-10-75.

(29) Despacho de 15-6-75.

(30) Cfr. “Diário de S. Paulo”, 19-6-75.

(31) Cfr. “Jornal da Tarde”, São Paulo, 3-6-75.

(32) Cfr. “Diário de Brasília”, 26-6-75.

(33) Cfr. “Zero Hora”, Porto Alegre, 9-5-75.

(34) Cfr. “Jornal do Brasil”, de 1º-2-75.

(35) Cfr. “Folha de S. Paulo”, de 2-8-75.

(36) Cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, A Igreja ante a escalada da ameaça comunista – Apelo aos Bispos Silenciosos, 4ª ed., 1977, p. 74.

(37) O documento foi publicado na íntegra em “Catolicismo”, 299-300, novembro/dezembro de 1975; “Diário da Noite”, São Paulo, 14-11-75; “Folha da Tarde”, São Paulo, 14-11-75; “O Estado de S. Paulo”, 14-11-75; “Diário de Brasília”, 18 e 21-11-75; “Jornal de Minas”, Belo Horizonte, 22-11-75; “A Tribuna”, São Carlos (SP), 27-11-75; “Correio do Povo”, Porto Alegre, 27-11-75; “O Diário”, São Carlos (SP), 27-11-75; “Diário de Pernambuco”, Recife, 28-11-75; “Jornal da Cidade”, São Carlos (SP), 30-11-75; “O Popular”, Goiânia, 30-11-75; “A Cidade”, Ribeirão Preto (SP), 7-12-75; “Monitor Campista”, Campos (RJ), 7-12-75; “A Nação”, Blumenau (SC), 9-12-75; “Diário Catarinense”, Florianópolis, 9-12-75; “O Povo”, Fortaleza, 9-12-75; “O Repórter”, Goiânia, 9 a 15-12-75; “Correio do Ceará”, Fortaleza, 10-12-75; “Equipe”, Cuiabá, 12-12-75; “Eco/um”, Várzea Grande (MT), 13 a 20-12-75; “A Tarde”, Salvador, 16-12-75; “O Estado”, Florianópolis, 17-12-75; “Folha de Londrina” (PR), 21-12-75; “O Fluminense”, Niterói (RJ), 28 e 29-12-75; “A Província do Pará”, Belém, 18-1-76; “O Jornal”, Manaus, 20 e 22-1-76; “Jornal do Comércio”, Manaus, 20-1-76; “A Notícia”, Manaus, 25-1-76; “Jornal de Debates”, Rio de Janeiro, 26-1 a 1°-2-76; “Gazeta de Alagoas”, Maceió, 12-2-76.

(38) O documento foi publicado na íntegra em “Catolicismo”, 303, de março de 1976; “O Estado de S. Paulo”, 7-3-76; “Correio do Ceará”, Fortaleza, 8-3-76; “O Povo”, Fortaleza, 8-3-76; “Tribuna do Ceará”, Fortaleza, 8-3-76; “A Cidade”, Ribeirão Preto (SP), 9-3-76; “Diário de Pernambuco”, Recife, 9-3-76; “Diário do Paraná”, Curitiba, 9-3-76; “Estado de Minas”, Belo Horizonte, 9-3-76; “O Diário”, São Carlos (SP), 9-3-76; “O Estado”, Florianópolis, 9-3-76; “O Estado do Paraná”, Curitiba, 9-3-76; “Tribuna do Paraná”, Curitiba, 9-3-76; “A Tribuna”, São Carlos (SP), 10-3-76; “Diário da Região”, São José do Rio Preto (SP), 10-3-76; “Folha de Londrina” (PR), 10-3-76; “A Tarde”, Salvador, 11-3-76; “Correio do Povo”, Porto Alegre, 11-3-76; “O Popular”, Goiânia, 11-3-76; “A Cidade”, Campos (RJ), 12 e 17-3-76; “Tablóide da Nova Paulista”, Olímpia (SP), 12-3-76; “A Voz do Povo”, Bom Jesus do Itabapoana (RJ), 13-3-76; “Correio de Barretos” (SP), 13-3-76; “Jornal da Cidade”, Olímpia (SP), 13-3-76; “Diário de Notícias”, Rio de Janeiro, 13-3-76; “O Globo”, Rio de Janeiro, 15-3-76; “Correio Popular”, Campinas, 17-3-76; “Folha do Comércio”, Campos (RJ), 17-3-76; “A Notícia”, Campos (RJ), 19-3-76; “Monitor Campista”, Campos (RJ), 19-3-76; “Eco/um”, Várzea Grande (MT), 20-3-76; “O Regional”, Itaperuna (RJ), 20-3-76; “Comércio de Franca” (SP), 21-3-76; “O Repórter”, Goiânia, 23 a 29-3-76; “O Imparcial”, São Luís, 24-3-76; “Jornal Pequeno”, São Luís, 25-3-76; “O Estado do Maranhão”, São Luís, 25-3-76; “A Notícia”, Manaus, 28-3-76; “O Democrata”, Jaboticabal (SP), 31-3-76; “Jornal da Cidade”, Bauru (SP), 7-4-76; “O Social Democrata”, Cuiabá, 10 e 11-4-76; “Diário de Marília” (SP), 11-4-76; “A Comarca”, Araçatuba (SP), 13-4-76; “Correio de Garça” (SP), 14-4-76; “Diário de Birigui” (SP), 14-4-76; “Atualidades”, João Monlevade (MG), 14 a 20-5-76; “O Comércio”, Niterói (RJ), maio de 76; “O Noticiário da Fronteira”, Mafra (SC), 29-8-76. – Resumos foram publicados em “Diário da Noite”, São Paulo, 12-3-76; “Diário de S. Paulo”, 12-3-76; “Correio do Estado”, Campo Grande (MT), 16-3-76; “Diário da Manhã”, Recife, 17-3-76; “O Diário”, São Carlos (SP), 23-3-76; “A Comarca de Penápolis” (SP), 18-4-76.

(39) Cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, A Igreja ante a escalada da ameaça comunista – Apelo aos Bispos Silenciosos, 4ª ed., 1977, pp. 28-29.

(40) Cfr. “Catolicismo”, 309, setembro de 1976. – O comunicado da TFP sobre a nota do Cardeal Arns e seus oito Bispos Auxiliares foi publicado na íntegra na “Folha de S. Paulo”, 31-7-76; “Folha da Tarde”, São Paulo, 31-7-76; “Diário da Noite”, São Paulo, 31-7-76; “Diário de S. Paulo”, 31-7-76; “Notícias Populares”, São Paulo, 31-7-76; “Diário de Notícias”, Rio de Janeiro, 3-8-76; “Correio do Povo”, Porto Alegre, 5-8-76; “O Estado de S. Paulo”, 10-8-76; “Correio Popular”, Campinas (SP), 10-8-76. – O comunicado A clareza do sim e do não, em resposta à Cúria Arquidiocesana de Olinda e Recife, foi publicado no “Diário de Pernambuco” de 17-8-76 e no “Jornal do Commércio”, também de 17-8-76, ambos de Recife.

(41) “O Estado de S. Paulo”, 8-4-77.

(42) Cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, CNBB e luta de classes, “Folha de S. Paulo”, 20-11-76.

(43) Plinio Corrêa de Oliveira, Imensa orfandade sobre o Brasil, “Folha de S. Paulo” de 27-11-76.

(44) Sobre o “caso Sigaud”, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira tomou posição, ainda, nos artigos Desconcerto desconcertante (26-4-77) e “Não é, não é, não é” (28-5-77), publicados na “Folha de S. Paulo”.

(45) Pronunciaram-se em favor de D. Pedro Casaldáliga e D. Tomás Balduíno, discordando explícita ou implicitamente das declarações de D. Geraldo Si­gaud, os seguintes Arcebispos e Bispos: D. Paulo Evaristo Arns (São Paulo); D. Vicente Scherer (Porto Alegre); D. Adriano Mandarino Hypólito (Nova Iguaçu, RJ); D. Afonso Niehues (Florianópolis); D. Ala­no Pena (Bispo Auxiliar de Ma­rabá, PA); D. Aldo Gema (São Mateus, ES); D. Angelico Ber­nardino (Bispo-Auxiliar de São Paulo); D. Angelo Frosi (Abae­té, PA); D. Angelo Mugnol (Ba­gé, RS); D. Antonio Zattera (Pelotas, RS); D. Benedito Zor­zi (Caxias do Sul, RS); D. Can­dido Padim (Bauru, SP); D. Epaminondas José de Araujo (A­nápolìs, GO); D. Fernando Go­mes (Goiânia); D. Frederico Di­donet (Rio Grande, RS); D. Hé­lio Pascoal (Livramento, BA); D. Henrique Gelain (Vacaria, RS); D. Ivo Lorscheiter (Santa Maria, RS); D. Jaime Luís Co­elho (Maringá, PR); D. João Batista da Motta e Albuquer­que (Vitória); D. João Resen­de Costa (Belo Horizonte); D. João de Souza Lima (Manaus); D. José Clemente Isnard (No­va Friburgo, RJ); D. José Ma­ria Pires (João Pessoa); D. Lamartine Soares (Bispo Auxiliar de Olinda e Recife); D. Manuel Edmilson da Cruz (Bispo Auxi­liar de Fortaleza); D. Marcelo Carvalheira (Bispo Auxiliar de João Pessoa); D. Mario Gurgel (Itabira, MG); D. Moacyr Grechi (Acre e Purus); D. Nivaldo Monte (Natal); D. Quirino Adol­fo Schmitz (Teófilo Otoni, MO); D. Silverio Albuquerque (Feira de Santana, BA); e tam­bém a Cúria Arquidiocesana de Olinda e Recife.

(46) O comunicado foi publicado na íntegra em “Catolicismo”, 318, junho de 1977; “Folha da Tarde”, São Paulo, 8-6-77, “Diário de Brasília”, 9-6-77; “Correio do Povo”, Porto Alegre, 10-6-77; “O Fluminense”, Niterói, 10-6-77; “Diário da Noite”, São Paulo, 10 e 14-6-77; “Diário de S. Paulo”, 10-6-77; “Estado de Minas”, Belo Horizonte, 12-6-77; “Correio Braziliense”, 13-6-77; “Tribuna do Ceará”, Fortaleza, 13-6-77; “Correio do Ceará”, Fortaleza, 13-6-77; “Folha de S. Paulo”, 14-6-77; “Jornal do Brasil”, Rio de Janeiro, 14-6-77; “Diário de Pernambuco”, Recife, 14-6-77; “O Povo”, Fortaleza, 14-6-77; “O Diário”, São Carlos (SP), 15-6-77. – Resumos foram publicados no “Jornal do Brasil”, Rio de Janeiro, 10-6-77; “O Estado de S. Paulo”, 11-6-77; “Notícias Populares”, São Paulo, 11-6-77; “Jornal do Commércio”, Recife, 11-6-77; “A Cidade”, Ribeirão Preto (SP), 14-6-77; “A Tribuna”, São Carlos (SP), 21-6-77.

(47) Mas a CNBB não quis..., de 16-5-77; Foguetório, e não bombardas, de 25-6-77; e 34-75-77, de 27-7-77.

(48) Cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, Para a corda de aço, escravos, “Folha de S. Paulo”, 24-10-82.

(49) 323/324, de novembro/dezembro de 1977.

(50) Op. cit., 7ª ed., p.54

(51) Cfr. “Catolicismo”, 328, de abril de 1978.

(52) O edital foi publicado na íntegra em “Catolicismo”, 333, setembro de 1978; “A Notícia”, Campos (RJ), 3-9-78; “Monitor Campista”, Campos (RJ), 3-9-78; “Permanência”, Rio de Janeiro, dejaneiro-fevereiro de 1979. – Resumos foram publicados em “A Notícia”, Campos (RJ), 2-9-78; “O Fluminense”, Niterói (RJ), 3 e 4-9-78; “Jornal do Brasil”, Rio de Janeiro, 5-9-78; “Diário de Pernambuco”, Recife, 6-9-78; “O Norte Fluminense”, Bom Jesus do Itabapoana (RJ), 10-9-78.

(53) O documento foi publicado na íntegra em “Catolicismo”, 334, outubro de 1978; “Folha de S. Paulo”, 5-9-78; “Jornal do Brasil”, Rio de Janeiro, 6-9-78; “Jornal de Brasília”, 6-9-78; “Folha de Londrina” (PR), 6-9-78; “Correio do Povo”, Porto Alegre, 6-9-78; “Diário de Pernambuco”, Recife, 6-9-78; “Estado de Minas”, Belo Horizonte, 6-9-78; “A Notícia”, Rio de Janeiro, 6-9-78; “O Fluminense”, Niterói (RJ), 6-9-78; “O Popular”, Goiânia, 6-9-78; “O Povo”, Fortaleza, 6-9-78; “Monitor Campista”, Campos (RJ), 6-9-78; “O Estado”, Florianópolis, 6-9-78; “Folha da Manhã”, Campos (RJ), 6-9-78; “A Cidade/Folha do Comércio”, Campos (RJ), 7-9-78; “Jornal da Bahia”, Salvador, 9-9-78; “Tribuna do Ceará”, Fortaleza, 9-9-78; “A Cidade”, Ribeirão Preto (SP), 13-9-78; “Correio do Ceará”, Fortaleza, 18-9-78. – Resumos foram publicados em “Diário de Cuiabá”, 13-9-78; “O Diário”, São Carlos (SP), 14-9-78; “Folha de Bragança” (SP), 15-9-78; “Folha de Piraju” (SP), 16-9-78; “Equipe”, Cuiabá, 17-9-78; “O Município”, Amparo (SP), 17-9-78; “Cidade de Bragança” (SP), 20-9-78; “Correio do Ceará”, Fortaleza, 18-10-78; “Correio Comercial”, Barra do Piraí (RJ), 15-11-78.

(54) A mensagem de João Paulo II e o amanhã que será nosso, 26-3-79; João Paulo II e as “releiturasdeformantes, 7-4-79; A finalidade da Igreja face à existência terrena, 14-4-79; As “vistosas debilidades da civilização atual”, 26-4-79; “Hipoteca social”: só grava a propriedade?, 19-5-79.

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