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Ao leitor
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Castelo de Segóvia (Espanha) A narração histórica feita neste livro focaliza especialmente as várias atividades das TFPs. E, em conseqüência, põe em realce o alcance delas sobre diversos acontecimentos contemporâneos. Extravasaria dos limites do trabalho enumerar e analisar os fatores de outra natureza que se somaram para a produção dos referidos acontecimentos. O silêncio do livro sobre eles não importa, pois, na subestima, e menos ainda na exclusão, de tais fatores. As notas marcadas com (*) são explicativas do texto. As notas numeradas indicam as fontes utilizadas ou as referências documentais feitas no texto.
Teatro Opéra, Paris Ao Leitor O respeito cheio de veneração pela tradição, pela família e pela propriedade sempre constituiu condição fundamental da vida normal dos povos. Em torno de tais princípios, o consenso universal se fez desde a noite dos tempos, e se vinha mantendo inalterável através de todas as vicissitudes da História, em todas as culturas e em todos os lugares da Terra. Ainda ontem, admitia-se esta maneira de ver as coisas em largas camadas da população européia e americana. Como que de repente, tudo começou a mudar, sob a ação de fatores profundos. E hoje esses valores já são considerados de modo bastante diverso. Se, de um lado, são objeto de campanhas sistemáticas de menoscabo, de indiferença e mesmo de hostilidade, por outro, em defesa deles, vozes novas se levantam. É que a derrocada da civilização cristã se tornou iminente. E – como por vezes acontece em momentos cruciais da História da humanidade – apareceu quem empunhasse a bandeira que ameaçava cair, e com amor a fizesse drapejar ao vento, na resolução de dar a vida por ela. * * * "Dar a vida por..." Estas quatro palavras, mesmo em nossos dias pouco voltados para a admiração, ainda suscitam pelo menos o respeito. Como recusá-lo a quem, desde seus verdes anos, tendo um futuro sorridente diante de si, preferiu consagrar sua existência aos princípios que, então, muitos começavam a impugnar com ênfase? Com efeito, a Plinio Corrêa de Oliveira – pois dele se está falando – não faltavam dotes para êxito invejável na vida intelectual, política ou profissional. Pertencendo, pelo lado materno, a família de relevo no patriciado paulista, pelo lado paterno herdava o senhorio de velha e ilustre cepa de Pernambuco. Berço e posição social se abraçavam em um harmonioso conjunto dos melhores dons da inteligência e do espírito. Caso ele se conformasse com as brisas mornas da acomodação que sopravam – e que procuravam impor-se –, todas as portas para uma brilhante carreira lhe estariam abertas.
Cheio de Fé e coragem, deliberou ele dar outro rumo à sua vida. O que se passou, resumiu-o ele mesmo em algumas palavras de grande ressonância: Quando ainda muito jovem, Considerei enlevado as ruínas da Cristandade, A elas entreguei meu coração. Voltei as costas ao meu futuro, E fiz daquele passado carregado de bênçãos O meu Porvir... Alguns anos se escoaram. Em 1928, aos 19 anos, Plinio Corrêa de Oliveira ingressa no movimento católico e inicia sua atuação pública: um único e longo ato de coerência, que perdura até hoje. Num turbilhão confuso, daquele tempo até os presentes dias mudaram não apenas os cenários e os atores, os ventos e as situações, mas a própria medula do que geralmente se entende por viver. Mais ainda. Até as colunas do firmamento, ou seja, os princípios da Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana, dir-se-ia que vêm variando, segundo a opinião de tantas pessoas. Plinio Corrêa de Oliveira, entretanto, se mantém fiel a seus ideais primevos. E é precisamente por essa coerência que o respeitam até mesmo muitos de seus adversários: vencendo ou experimentando reveses, voltando à carga ou recuando, mas, em qualquer caso, mantendo bem alto o estandarte de suas convicções, e proclamando-as com galhardia, ele continua idêntico a si mesmo. Essa coerência granítica e ao mesmo tempo dinâmica de Plinio Corrêa de Oliveira, a qual não se verga ao sopro das mais furiosas tempestades, ganhou fama em numerosos países. E hoje ela se apresenta como mais atual e moderna do que nunca. Pois o homem contemporâneo, cansado, estonteado e sem rumo diante de tantas e tão vertiginosas transformações, começa a se perguntar: a Tradição, por que não? Família e Propriedade, por que não? Em suma, por que não a TFP? * * * É grato olhar para o caminho percorrido por alguém, quando é luminoso e aponta para soluções verdadeiras. Diante desses 60 anos de luta, as 15 TFPs, em articulação com as Edições Brasil de Amanhã, desejam exprimir sua admiração e sua gratidão, patenteando sobretudo um dos aspectos do longo ato de coerência que tem sido a vida pública de Plinio Corrêa de Oliveira: sua espantosa fecundidade. Fecundidade como pensador e como escritor. Fecundidade como líder católico. Fecundidade como fundador e mentor da TFP brasileira. Fecundidade como inspirador das demais TFPs e entidades coirmãs. Para demonstrá-lo, nada melhor do que a linguagem dos fatos. Muitos fatos, fatos autênticos, fatos expressivos. Este livro, no qual esta homenagem se consubstancia, é essencialmente um livro de fatos. Em sua simplicidade forte, eles falam para o homem contemporâneo mais alto e com mais eloqüência do que muitas e muitas considerações.
Em uníssono com o que há de mais profundo na alma do insigne homenageado, as TFPs dedicam a Nossa Senhora do Bom Conselho esta obra, bem como a edição em castelhano sobre análogo tema, ora em preparação. A Maria Santíssima, aliás, em mais alta instância, cabem esta homenagem e esta gratidão. Pois é Ela quem dá força aos heróis e os leva à vitória. Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade Pelo Conselho Nacional: Paulo Corrêa de Brito Filho Secretário American Society for the Defense of Tradition, Family and Property Asociación Civil Resistencia (*) (Venezuela) Association Française pour la Défense de la Tradition, de la Famille et de la Propriété Centro Cultural Reconquista (Portugal) Jóvenes Bolivianas pro Civilización Cristiana Núcleo Peruano Tradición, Familia, Propiedad Sociedad Argentina de Defensa de la Tradición, Familia y Propiedad Sociedad Chilena de Defensa de la Tradición, Familia y Propiedad Sociedad Colombiana de Defensa de la Tradición, Familia y Propiedad Sociedad Ecuatoriana de Defensa de la Tradición, Família y Propieclad Sociedad Española de Defensa de la Tradición, Familia y Propiedad–Covadonga Sociedad Uruguaya de Defensa de la Tradición, Familia y Propiedad Société Canadienne pour la Défense de la Tradition, de la Famille et de la Propriété Young South Africans for a Christian Civilization (*) No momento, com as atividades suspensas e seus membros dispersos pelo mundo, em conseqüência de atroz perseguição movida pelo Governo Lusinchi. Perseguição esta que a Justiça venezuelana, em sentença definitiva proferida em 15 de maio de 1986, mostrou ser carente de qualquer fundamento. |