Catolicismo,
N° 523, Julho 1994, pags. 11 e 12 (www.catolicismo.com.br)
Terceira
edição brasileira de "Revolução e Contra-Revolução"
A renomada obra do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira,
Presidente do Conselho Nacional da TFP, "Revolução e
Contra-Revolução", cuja primeira edição foi lançada no n° 100
de Catolicismo (edição de abril de 1959), alcançou recentemente sua terceira
edição brasileira.
"Revolução e Contra-Revolução" é a obra de
cabeceira de sócios e cooperadores da TFP brasileira e inspirou a fundação de
outras TFPs e entidades afins em 25 países, nos cinco continentes.
Em primorosa apresentação gráfica, a nova edição do
substancioso livro de autoria do insigne pensador católico é precedida por
prestigioso parecer do Revmo. Pe. Anastasio Gutierrez CMF, canonista de renome
mundial, co-fundador do Instituto Jurídico Claretiano e consultor de várias
congregações vaticanas.
Transcrevemos abaixo o parecer do Revmo. Pe. Anastasio
Gutiérrez sobre a mencionada obra:
“Li com sumo interesse, com sumo prazer e com sumo
proveito a obra do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, no exemplar castelhano a
mim dedicado com expressões de grande afeto e simpatia, que agradeço quanto
merecem.
“Revolução e Contra-Revolução
é uma obra magistral, cujos ensinamentos deveriam ser difundidos até fazê-los
penetrar na consciência de todos os que se sintam verdadeiramente católicos, eu
diria mais, de todos os homens de boa vontade. Nela, estes últimos aprenderiam
que a única salvação está em Jesus Cristo e na sua Igreja, e os primeiros se
sentiriam confirmados e robustecidos em sua fé, e prevenidos e imunizados
psicologicamente e espiritualmente contra um processo astuto que se serve de
muitos deles como inocentes-úteis companheiros-de-viagem.
“A análise que faz do processo revolucionário é
impressionante e reveladora por seu realismo e pelo profundo conhecimento da
História, a partir do fim da Idade Média em decadência, que prepara o clima ao
Renascimento paganizante e à Pseudo-Reforma, e esta para a terrível Revolução
Francesa e, pouco depois, ao Comunismo ateu.
“Tal análise histórica não é apenas externa, mas é
também explicada e revelada em suas ações e reações com os elementos que a
psicologia humana proporciona, tanto a psicologia individual como a psicologia
coletiva das massas. Contudo, é preciso reconhecer que há alguém a dirigir essa
descristianização de fundo e sistemática. É verdade, sem dúvida, que o homem
tende ao mal — orgulho e sensualidade —; mas se não houvesse quem tomasse em
mãos as rédeas dessas tendências desordenadas e as coordenasse sagazmente, não
dariam provavelmente o resultado de uma ação tão constante, hábil e
sistemática, mantida tenazmente, aproveitando inclusive os altos e baixos
provocados pelas resistências e pela natural «reação» das forças contrárias.
“A obra prevê também, ainda que com cautela em seus
prognósticos e por via de hipóteses, a possível evolução próxima da ação
revolucionária e depois, por sua vez, a da ação contra-revolucionária.
“Abundam pensamentos e observações perspicazes de
caráter sociológico, político, psicológico, evolutivo... semeados ao longo de
todo o livro, dignos, não poucos, de uma antologia. Muitos deles apontam as
«táticas» inteligentes que favorecem a Revolução e as que podem ou devem ser
utilizadas no âmbito de uma «estratégia» geral contra-revolucionária.
“Em suma, atrever-me-ia a dizer que é uma obra
profética no melhor sentido da palavra; mais ainda, que seu conteúdo deveria
ensinar-se nos centros superiores da Igreja, para que ao menos as classes de
elite tomem consciência clara de uma realidade esmagadora, da qual — acredito —
não se tem clara consciência. Isso, entre outras coisas, contribuiria para
revelar e desmascarar os inocentes-úteis companheiros-de-viagem, entre os quais
se encontram muitos eclesiásticos que fazem, de um modo suicida, o jogo do
inimigo: esse setor de idiotas aliados da Revolução desapareceria em boa
medida.(...)
“Na segunda Parte se expõe muito bem a natureza da
Contra-Revolução e a tática corajosa e «agressiva» que é preciso adotar,
evitando excessos e atitudes impróprias ou imprudentes.
“Ante tais realidades, fica-se em dúvida se na Igreja
há uma verdadeira «estratégia», como existe na Revolução; encontram-se, sim,
muitos elementos, ações, instituições... «táticas»; mas parece que agem
isolados e às vezes com espírito de campanário e de contra-altar, sem
consciência de conjunto. O conceito e a consciência de atuar uma
Contra-Revolução poderia unificar e até dar um maior sentido de colaboração na
Igreja.
“Não me resta senão congratular-me com a Instituição
TFP por ter um Fundador da altura e qualidade do Prof. Plinio. Prevejo para a
Instituição, e desejo com toda a minha alma um vasto desenvolvimento e um
porvir cheio de êxitos contra-revolucionários.
“Concluo dizendo que impressiona fortemente o espírito
com que a obra está escrita: um espírito profundamente cristão e amante
apaixonado da Igreja. A obra é um produto autêntico da sapientia
christiana. Emociona também ver em um leigo ou pessoa secular uma
devoção tão sincera à Mãe de Jesus e ... nossa: sinal claro de predestinação: «Incertos,
como todo o mundo, sobre o dia de amanhã, erguemos em atitude de prece os
nossos olhos até o trono excelso de Maria, Rainha do Universo. ... Aceite a
Virgem, pois, esta homenagem filial, tributo de amor e expressão de confiança
absoluta em seu triunfo».