Catolicismo, N° 520, Abril 1994, pags. 8 e 9 (www.catolicismo.com.br)
“Nobreza e elites tradicionais análogas”
apresentado ao público napolitano
Nelson
Ribeiro Fragelli
ROMA — Foi num dos mais esplendorosos salões construídos
na enseada de Santa Luzia — no prestigioso Hotel Excelsior
de Nápoles —, em 26 de janeiro último, na presença de S.A.R. o Príncipe Carlos
de Bourbon Duas-Sicílias, Duque de Calábria, que se
reuniram representantes da melhor sociedade napolitana, profissionais
liberais, estudantes, com cobertura da imprensa e da televisão, para a
apresentação do livro do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira “Nobreza
e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à
Nobreza romana”.
Nápoles conquista o visitante sobretudo pela
afabilidade de seu povo. Que dom tem o napolitano de bem receber!
E a afabilidade e a cortesia napolitanas
cristalizaram-se no passado em uma instituição. A recordá-las está, por
exemplo, o imenso palácio do Pio Monte da
Misericórdia, fundado em 1602 pela nobreza da cidade. O espírito de
caridade cristã anima os aristocratas. A finalidade da instituição é levar aos
necessitados o ensinamento religioso e o bom exemplo, proporcionando-lhes
moradia, hospitalização, roupas etc.
Os organizadores da apresentação do livro do Prof.
Plinio Corrêa de Oliveira em Nápoles desejaram que ela começasse por uma
visita, às 11h, à sede do Pio Monte da
Misericórdia. Os visitantes foram recebidos por um dos sete governadores,
pelo Capelão, e pela secretária do Pio
Monte.
Entre esta visita e a sessão de lançamento da obra,
foi oferecido pelo Marquês Luigi Coda Nunziante di San Ferdinando, no prestigioso club Circolo Itália, um almoço para membros da
aristocracia local. Nas rodas falava-se da missão da nobreza no mundo
contemporâneo.
Sessão de lançamento da obra
À tarde, a sessão solene teve início com a exposição
do Sr. Juan Miguel Montes, do escritório de representação
na Itália das várias TFPs, a respeito das finalidades do conjunto de entidades
Tradição, Família e Propriedade, existentes hoje em todos os continentes.
O Marquês Luigi Coda Nunziante, presidente da associação Famiglia
Domani, após breves palavras de saudação, apresentou
os oradores da sessão: o Sr. Giovanni Cantoni, dirigente de Alleanza
Cattolica; o barão Roberto Selvaggi,
secretário da Ordem Constantiniana de São Jorge; o
Sr. Nelson Fragelli, da TFP brasileira e enviado
especial de Catolicismo; o jovem Prof. Giovanni Turco, do Instituto Filosófico
Santo Tomás de Aquino; e o Barão Prof. Roberto de Mattei, Catedrático de
História Moderna na Universidade de Cassino e presidente do Centro Cultural
Lepanto.
O Sr. Giovanni Cantoni ressaltou as origens pernambucanas
da estirpe Corrêa de Oliveira: militantemente
católicos na época das invasões holandesas, os pernambucanos foram então
ajudados por marinheiros napolitanos para libertar-se do herege invasor. Hoje,
alguém daquela estirpe vem recordar aos napolitanos as palavras de um Pontífice
para que melhor resistam aos males da época presente.
O Barão Selvaggi apresentou
fatos da história militar do Reino de Nápoles, realçando o papel da nobreza de
então.
O Prof. Giovanni Turco, profundamente impressionado
pelo acerto das teses do livro, trouxe a algumas delas o contributo de suas
pesquisas, ampliando-as e exemplificando-as. O enviado especial de Catolicismo
dissertou sobre a atualidade da missão da nobreza nas alocuções do Papa Pio
XII.
O Prof. Roberto de Mattei, por sua vez, enalteceu a
figura do autor da obra e aplicou seus ensinamentos à atual situação italiana.
Entre os presentes destacava-se o conhecido político e
editor napolitano Silvio Vitale, diretor da revista
"L'Alfiere", antigo simpatizante da obra
intelectual do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, tendo traduzido para o italiano
o livro deste Baldeação
Ideológica Inadvertida e Diálogo, que publicara e difundira
amplamente na Península, nos anos 70.
Entre os representantes da aristocracia napolitana
encontravam-se Frà Renato Paternò
di Montecupo, conselheiro
da Soberana Ordem de Malta; o Marquês Riccardo Sersale, Superintendente do Pio Monte de Misericórdia;
a Princesa Emilia Acton di Leporano; o Príncipe di Leporano; a Princesa Maria Luisa Colonna di
Paliano; a Duquesa Marulli d'Ascoli; o Duque e a Duquesa Piromallo;
a Duquesa Valiante; a Princesa di
Cassano; o Duque di Novoli; o Marquês Capece Minutolo di Bugnano;
o Dr. Roberto Garolla di Bard, presidente do "Circolo
Italia" e senhora; a Marquesa Maria Consiglio Caracciolo; o Barão e a
Baronesa Carlo d'Andria; a
Marquesa Gabriela Coda Nunziante;
o Príncipe del Cole; Dna. Anna Sersale;
Dna. Cettina Lanzara; o Marquês Buccino Grimaldi; o Barão e a Baronesa Giovanni d'Andria; o Duque Carlo Frezza; Dom Giuseppe e Dna. Francesca
Carignani.
No total, 240 pessoas provenientes das mais variadas
classes sociais, mas principalmente da aristocracia local, lotavam a sala de
conferência. Ao final das exposições foi servido um cocktail
durante o qual os participantes podiam adquirir a obra — já conhecida como o Livro
da Nobreza — e conversar com os conferencistas. Esta reunião prolongou-se
por várias horas.
Repercussões na mídia italiana
O segundo jornal da cidade, Il
Giornale di Napoli (26-1-94), dedicou uma página inteira ao
lançamento da obra, a seu autor e às TFPs, com um título que ocupava todo o
alto da página: "Accesa e declino dell'aristocrazia: Professore
brasiliano teorizza la controrivoluzione" (Ascensão e queda da nobreza Professor
brasileiro teoriza a contra-revolução). La Repubblica
(27-1-94), o mais difundido quotidiano da Itália, noticiou o evento na sua
crônica de Nápoles sob o título: "La Nobiltà al Potere: duecento
aristocratici riuniti intorno a Carlo di Borbone" (A Nobreza ao
Poder: duzentos aristocratas congregados em torno de Carlos de Bourbon).
Os canais locais de TV dedicaram amplo espaço à
cerimônia no Hotel Excelsior, entrevistando prolongadamente o Sr. Juan
Miguel Montes, diretor do escritório das TFPs em Roma, e este enviado especial
de Catolicismo.