Catolicismo, N° 465,
Setembro de 1989, págs. 32-33 (www.catolicismo.com.br)
Brilhante campanha da TFP na
região da ETA
MADRI — A campanha de divulgação, efetuada por TFP-Covadonga,
em nível nacional, do livro-denúncia "Espanha
anestesiada sem o perceber, amordaçada sem o querer, extraviada sem o saber",
que desmascara a Revolução encoberta, promovida pelo PSOE , atingiu uma das
regiões mais "sensíveis" da Espanha: as províncias bascas. Ali, um
dos movimentos terroristas mais sangrentos da Europa — a ETA — vem pleiteando
a separação daquelas províncias do resto do país. Por meio de atentados e
extorsão do "imposto revolucionário", a ETA prossegue sua manobra de
desagregação do Estado espanhol, sem ser contrariada por medidas eficazes da
parte do PSOE, atualmente no poder, fato também denunciado no livro-bomba
editado pela entidade.
Conferência
No dia 20 de junho passado, foi lançado o livro em
Bilbao, no auditório do Carlton Hotel, que se achava lotado. O principal
orador, Padre Cue S.J., apresentou a obra e fez uma
dura crítica aos roubos sacrílegos, às blasfêmias contra Deus, a Religião e
Nossa Senhora, acrescentando que os piores ladrões não são os que roubam e
profanam, mas os que, de dentro da Igreja, se aproveitam de sua condição para
destruir, amordaçar e anestesiar o povo fiel.
A campanha de rua em Bilbao, Vitória e San Sebastián, principais cidades da região Basca, foi marcada
pela profunda reatividade do público e sua categórica divisão em relação à obra
da TFP espanhola.
Divisão de
campos
"Uns quase nos abraçavam de alegria, outros nos
insultavam e quereriam nos golpear, devido ao ódio que sentiam", atesta um
dos participantes. Formavam-se na rua grandes blocos de transeuntes, que
paravam para ver a campanha, e recebiam com avidez o folheto de propaganda.
Foi vista, após a passagem dos sócios e cooperadores, uma pessoa lendo em voz
alta o folheto para uma grande roda que ouvia com atenção. Os aplausos e
encorajamentos se cruzavam com os insultos e ameaças.
— "Sois valentes! — É o dia mais feliz de minha
vida! — Espanha, Espanha!".
Ou então: — "Viva ETA! — Quando fordes a
Vitória... vos matamos! — Se existe um inferno, é para os católicos! — Nem espanhóis,
nem católicos, fora!"
Um homem pegou um folheto, fez um aviãozinho
com ele e lançou-o ao ar; outro o pegou em vôo, desdobrou-o e saiu lendo.
Muitos sentiam medo de apoiar a campanha, em virtude
do terrorismo. Um transeunte declarou: "É muito arriscado comprar o livro
na rua", e outro acrescentou: "Sois mais valentes que Santiago!"
Uma senhora saiu do prédio de um banco, pediu vários
folhetos e voltou para os distribuir em seu interior; outra, cheia de ódio, com
o folheto picado em pedacinhos na mão diz: "Dá-me outro, pois este o
rasguei muito rápido".
Um trabalhador, de uns vinte anos, não podia crer que
ainda existissem espanhóis capazes de empreender tal iniciativa, e duas senhoras,
bascas, diziam que a ETA não defendia um simpático e sadio regionalismo,
mas, pelo contrário, odiava as tradições bascas, pois as Vascongadas
eram das regiões mais católicas da Espanha.
É necessário notar que a caravana pôde se hospedar
numa casa do Bispado de Bilbao, ao lado da Basílica onde é venerada a padroeira
da cidade, Nossa Senhora de Begonha. Vários padres,
nessa ocasião, manifestaram seu apoio à iniciativa da entidade.
A campanha encerrou-se com um ato de desagravo em
praça pública, diante da sede do governo, em Vitória. Na fachada da catedral,
em frente daquele prédio, encontra-se uma imagem de Nossa Senhora — a Virgem
Branca de Vitória — que já foi alvo de vários atentados. Um grande público
acompanhou o ato de reparação, durante o qual várias pessoas se emocionaram
até as lágrimas.