Contra a guerrilha, a favor da Colômbia

 

 

 

 

Catolicismo, N° 458 – Fevereiro de 1989, pág. 23

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BOGOTÁ — Em edição especial do bo­letim "TFP informa", a Sociedade Colom­biana de Defesa da Tradição, Família e Propriedade acaba de dar a público uma penetrante análise do panorama nacional, marcado pela crescente investida da guerri­lha marxista e pela virtual abdicação do Po­der Público em combatê-la. Os crimes e abusos praticados pelos guerrilheiros — uma ínfima e anônima minoria — se fossem praticados por um único tirano, este "seria mais tristemente famoso do que Hitler ou Stalin, e despertaria tanta ou mais indigna­ção".

O estudo da TFP visa alertar a nação ante a nova onda de pacifismo obsessivo, iniciado sob o governo do ex-presidente Be­lisario Betancurt, e que reconhece à guerri­lha credenciais para entabular conversações e estabelecer acordos. Apesar da rejeição do povo colombiano a essa política — Betancurt sofreu fragorosa der­rota eleitoral em 1986 — os pacifistas estão voltan­do à carga, e chegam mes­mo a responsabilizar os que resistem à guerrilha pelos no­vos massacres que esta ve­nha a efetuar...

Nesse sentido, é sintomá­tica a declaração, publica­da na imprensa, de um des­tacado funcionário do Go­verno, a quem competiria defender a ordem jurídica: "não há código que valha mais do que a vida de um homem. Nada do que favo­reça a Pátria pode ser imo­ral ou inconstitucional.”

"Dialogar com quem não concebe uma moral dis­tinta de suas próprias conve­niências — pondera a TFP — implica em submeter-se voluntariamente a seus enga­nos, ficar na dependência de seus abusos, até cair sob seu nefasto do­mínio." Mais ainda, indivíduos como os guerrilheiros, que estão na ilegalidade, pas­sando a se revestir de uma aparência de le­galidade, aumentam inevitavelmente sua própria força.

O estudo da TFP colombiana assinala também surpresa e desconcerto ante a atua­ção de alguns Prelados que, a título pesso­al ou não, têm dado seu aval à guerrilha.

Numa época em que tanto se fala de po­luição ambiental, uma autêntica tempesta­de artificial de absurdos, como a que sofre atualmente a Colômbia, constitui fator de poluição das mentes, um lance típico de guerra psicológica revolucionária, capaz de aturdir sua população e pulverizar o que resta de ordem jurídica e moral.

Evocando com veneração palavras do Beato Dom Frei Ezequiel Moreno Diaz, Bispo da diocese colombiana de Pasto, em fins do século passado, e vigoroso ad­versário do liberalismo, a TFP salienta que a solução para os males nos quais se deba­te o País consiste em seguir o conselho do Divino Redentor: "Buscai o Reino de Deus e sua justiça e todas as coisas vos serão da­das por acréscimo" (Mt. 6, 33). Ou seja, procurar a perfeita adequação das leis co­lombianas com o que prescreve a Lei de Deus, e que o Estado exerça um esforço sé­rio, intenso e contínuo para fazer valer es­sas leis.

A campanha da TFP difundia, ao mes­mo tempo, um categórico estudo-denúncia sobre um projeto marxista de reforma urba­na, novo fator de demolição do país. O es­tudo prevê que o projeto seria aprovado sem que se ouvisse a nação, o que de fato acaba de ocorrer.


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