Plinio Corrêa de Oliveira

 

Coletânea de documentos

A TFP e o regime militar no Brasil

(1964-1985):

relações com aquele governo durante sua vigência - amigos e inimigos militares - análise daquele período

 

 

 

 

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* Entrevista do Prof. Marcelo Lúcio Ottoni de Castro (da Universidade de Brasília) ao Prof. Plinio:

Pergunta: Com relação ao regime militar, mudando um pouco. Durante todos esses anos tivemos aí um regime conservador, era considerado de direita. E, no entanto, uma série de fatos demonstram que nem tudo que os conservadores queriam ver incrementado foi durante esse regime. Que consideração o Sr. poderia fazer, que balanço em síntese o Sr. poderia fazer do regime militar? Onde ele se desviou, por que ele não...

Plinio Corrêa de Oliveira - O regime militar seguiu uma política anticomunista que nós não teríamos seguido. Eu até escrevi uma carta logo no começo ao Presidente Castelo Branco a respeito desse ponto [vide abaixo, n.d.c.]. Eu acho que não é de boa tática anticomunista arrochar a imprensa, e proibir a imprensa de fazer propaganda pró-comunista, nem de proibir os comunistas de fazer a sua propaganda. Porque o que acontece é que o perigo deixa de mostrar-se, e deixando de mostrar-se vai anestesiando o anticomunismo. O anticomunismo deixa de tomar um caráter doutrinário elevado etc., etc., para ser apenas uma repressão policial. E, como todas as repressões policiais, propensa a abusar frequentemente.

E nós achávamos que era melhor dar liberdade a eles em tudo que não fosse recurso às armas para subverter pela força a ordem existente. E o Castelo Branco até recebeu-nos muito bem, convocou para uma audiência, disse que ele estava de acordo etc., mas ficou tudo no ar. Depois saíram as leis de repressão ao comunismo. Essas leis nunca elogiamos, nunca tomamos atitude, não podíamos criticar, porque a imprensa não publicava, não era possível críticas ao regime. Mas a vários militares graduados que eram amigos meus, eu disse o que eu estou lhe dizendo.

Por outro lado, regime militar teve nas mãos um mundo de provas da existência da propaganda comunista nos meios de comunicação social, nos seminários, e de um modo geral na classe intelectual do País. Ele poderia ter publicado isto para alertar o país sobre a atividade dessa propaganda. E eu cheguei a propor ao governo que publicasse “livros brancos” com esse material. Isso eles nunca fizeram. Eles preferiram não ter uma doutrina positiva, mas apelar só para a força. O resultado é que em certo momento isso cansou, e o regime militar vergou.

Dentro do regime militar havia bons amigos da TFP, e havia adversários também, homens esquerdistas. E esses adversários perseguiram a TFP e procuraram até fechá-la, com vários pretextos. E são fatos remotos que não interessa estar lembrando aqui. Mas esse é o fato que nós tivemos que enfrentar várias vezes... Os jornais aliás deram notícias naquele tempo. Por exemplo, na Bahia houve uma propaganda de rua da TFP, e o General que estava lá no comando naquele tempo, um General Otávio Costa (que eu não conheço pessoalmente) fez declarações de que ele ia pedir ao governo da Bahia o fechamento da TFP, porque prejudicava o trânsito! Nós fizemos uma publicação dizendo que tínhamos – naquele tempo eram três mil ou quatro mil – atestados de autoridades de que as nossas campanhas eram inteiramente pacíficas e ordeiras. Eles calaram. Mas ele e outros militares queriam o fechamento da TFP.

[Para ler a íntegra dessa entrevista:

http://www.pliniocorreadeoliveira.info/ENT_900308_potpourrideperguntasprofuniv.htm ]

* Nas vésperas da Revolução de 64, a questão de consciência

Respeitosas, mas declaradas tomadas de atitude públicas contra medidas de caráter socialista do regime militar

* 1964-11-07O direito de propriedade e a livre iniciativa no projeto de emenda constitucional no. 5/64 e no projeto de Estatuto da Terra (ET). Clara e corajosa tomada de posição face a documento emanado em pleno regime militar, que assumira o governo do País havia poucos meses.

* 1964-12-24 - Castello Branco faz o Estatuto da Terra – Só a TFP protesta: Manifesto ao povo brasileiro sobre a Reforma Agrária

* 1966-06 - Abaixo-assinado "Apelo aos altos Poderes Civis e Eclesiásticos em prol da família brasileira"

* 1967-01-13Carta do Prof. Plinio ao Presidente da República (Marechal Castello Branco) na qual pedia em prol de uma Lei de Imprensa que conciliasse a indispensável repressão dos abusos com um justa e adequada liberdade, necessária para o bom desempenho da missão jornalística. O Chefe de Estado quis manifestar pessoalmente a Plinio Corrêa de Oliveira sua satisfação pela carta "fidalga e amável" que dele recebera.

* 1967-04 - TFP propugna a revogação da Lei de Segurança Nacional

* 1969-06-27Ofício do Prof. Plinio ao Secretário da Segurança Pública de Minas Gerais a respeito de despacho da referida autoridade que “causou compreensível alegria entre comunistas e progressistas”.

* 1983-02-03 - Respostas a perguntas diversas sobre a TFP, a Revolução de 1964, o regime militar, a abertura política, etc.

* 23-1-1991 - Entrevista ao "Correio Braziliense" (por telefone e gravado): 

(...)

Prof. Pinio Corrêa de Oliveira – E, portanto, não se pode dizer que qualquer golpe militar é necessariamente um mal. Quanto ao golpe de 64, eu achei que foi um golpe oportuno e necessário. Acho que o regime militar cometeu muitos erros. Um dos erros que cometeu foi o de que alguns de seus representantes submeteram os comunistas a maus tratos verdadeiramente absurdos.

http://www.pliniocorreadeoliveira.info/Mult_910123_regime_militar_posicao.htm


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