Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Confusão de conceitos, característica do progressismo

 

 

 

 

 

A Cruz, Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1965

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Em entrevista à imprensa paulista, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira foi interrogado sobre o motivo pelo qual se opõe às reformas de base, defendidas no Brasil por setores progressistas da democracia cristã, os quais afirmam que nossas estruturas são obsoletas.

Eis a resposta:

O que caracteriza o progressismo é a confusão de conceitos. Os progressistas bramem por reformas de base e afirmam que são obsoletas as nossas estruturas. Respondo que, no tocante ao que tem de imutáveis, as nossas estruturas não são obsoletas, pois o que é imutável é sempre jovem. Assim é que me oponho às reformas, enquanto atentam contra o princípio imutável e sacrossanto – pois firmado na Lei de Deus e no Evangelho – da propriedade privada e individual. Admito, é certo, a função social da propriedade; mas sob condição de que a função não acabe por eliminar a propriedade. Pois quando a função elimina o órgão, ela chega a um exagero monstruoso”.

Prosseguindo, disse:

“Na defesa do princípio da propriedade privada, intimamente conjugado com o da livre iniciativa, tenho escrito livros e artigos, feito discursos e conferências que uns tem apoiado e outros impugnado, mas que jamais alguém taxou de confusos. Em lugar de pedir um dialogo – é este por excelência o caso de dialogar – os progressistas apenas me taxam vaga e confusamente de reacionário, sem alegar para isto qualquer argumento. E levantam o pendão de uma sociedade nem capitalista nem comunista, que não se sabe no que consiste”.

Depois de lembrar que esses setores progressistas, interpelados, mantêm um silêncio orgulhoso e hermético, afirmou o autor de “A Liberdade da Igreja no Estado Comunista”:

“Em resumo, sou contrário às reformas de base quando minam ou derrubam a propriedade privada e lhe extinguem, ipso facto, a função social. Aos progressistas da democracia cristã pergunto como Nosso Senhor: ‘Se errei, digam-me em que; e se não errei, por que atacam a posição que assumo?


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