Plinio Corrêa de Oliveira

 

"O comunismo pode ressuscitar a qualquer momento"

 

 

 

 

Catolicismo, n° 489, setembro de 1991

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Com este título a revista "Cosas", editada em Santiago do Chile e de larga divulgação naquele país, publicou em sua edição de 20 de agosto último, entrevista que o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Presidente do Conselho Nacional da TFP, concedeu ao jornalista André Jouffé.

Tendo ela sido concedida em julho, aproximadamente dois meses antes do recente golpe militar ocorrido na URSS, vê-se que, de certa forma, o entrevistado previu. A própria revista parece ter procurado acentuar isso, colocando como título da matéria uma frase textual do pensador católico.

Essas palavras são tão mais significativas se se considera que a matéria foi publicada no dia posterior ao golpe efetuado pela "Comissão de Emergência", em Moscou. Parece, pois, oportuno reproduzir em nossas páginas alguns excertos dessa entrevista.

COSAS – Qual é o projeto histórico da TFP quanto ao futuro?

PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA – Temos a impressão de que o mundo atual caminha rumo a uma grande catástrofe. A todo momento, a imprensa nos está colocando diante da eventualidade de uma próxima guerra. Hecatombe mundial da atual ordem de coisas é uma hipótese que se deve considerar. Em face de tal eventualidade, a TFP torna possível a preservação dos princípios básicos da civilização cristã. A propaganda comunista não fez outra coisa senão combater nossos três princípios, que são a tradição, a família e a propriedade, procurando impor uma ordem de coisas, cujos resultados o Sr. vê. Nós trabalhamos por um mundo livre.

COSAS – As TFPs dos diferentes países são autônomas?

PCO – São irmãs, mas autônomas. Cada uma trabalha para seu país a fim de preservar estes e outros princípios e evitar a derrocada, a chegada do comunismo.

COSAS – Sem embargo, este terror do comunismo pode parecer um pouco fora de moda considerando os fenômenos do Leste europeu e a posição de Gorbachev.

PCO – Gorbachev goza de um apoio verdadeiramente surpreendente dos países ocidentais, mas quem sabe até que ponto há base e sinceridade para tal apoio… Só o sabem os intelectuais soviéticos, mas o povo não. Ninguém sabe quais são os planos para depois da fase de transformação da Rússia.

COSAS – Para quem esteve recentemente no bloco ex-comunista (como ocorrera com o entrevistador), afigura-se como quase impossível um retorno ao passado…

PCO – Uma volta para trás não é fácil, nem tampouco difícil. Alguns (na Rússia) querem a civilização ocidental, porém muitos estavam acostumados a um regime de subtrabalho e a uma relativa despreocupação.


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