Revista "VISÃO", Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 1991
TFP e Monarquia
VISÃO: Qual a posição da TFP ante o plebiscito de 93 e quanto à Monarquia parlamentarista?
PCO: A realização do plebiscito em 1993 será um ato de Justiça da Constituinte de 1988 em relação à Família Imperial e ao povo brasileiro.
À augusta família Imperial, por motivos óbvios. Quanto ao povo vejamos.
Sob o regime monárquico atuava livremente um Partido Republicano cuja representação no Parlamento constituíra sempre uma pequena minoria. Prova manifesta de que o Brasil não queria a República imposta por um mero grupo de militares e políticos utopistas.
Os constituintes republicanos de 1891 o sabiam tão bem, que proibiram na chamada "Cláusula Pétrea" qualquer propaganda monarquista em nosso País. Eles temiam que a monárquica voz do povo se exprimisse contra a República nas urnas.
Por fim, em 1993 o Brasil vai ter o direito de dizer se quer a Monarquia ou a República.
A TFP, consoante ao ensinamento de Leão XIII e o de São Tomás de Aquino, considera legítima qualquer das três formas de governo – Monárquica, Aristocrática ou Democrática. Ela pensa, como o grande São Tomás, que em tese a forma de governo ideal deve comportar algo de monárquico, algo de aristocrático e algo de democrático.
Qual seja a melhor dessas formas, tendo em vista as condições concretas do Brasil atual, este é um ponto sobre o qual nossa entidade, que é apolítica, não se pronuncia.