"Folha de S. Paulo", 27 de janeiro de 1985
Direita entra dividida na nova República
João Batista Natali
(...) Tão controvertido quanto o ex-coronel, mas ainda na ativa como presidente do Conselho Nacional da Tradição, Família e Propriedade, a TFP, Plinio Corrêa de Oliveira, 67, tem em mãos um poder de fogo contra a chamada nova República que, aliás, não pretende utilizar. A Folha lhe fez duas perguntas por escrito, que ele respondeu sob a condição de ser publicado na íntegra.
Eis o diálogo, via assessores:
"Não me levem a mal se ponho em dúvida ser exatamente esse o programa do novo presidente. Mas digamos que sim. As questões formuladas pela Folha se condensam nessa outra: para uma organização conservadora como a TFP, o que fazer sob um governo que execute programa acentuadamente inovador? Dentro das liberdades que esse programa outorga até ao Partido Comunista, o conservador deve fazer o possível para evitar ao País a aplicação dessas medidas, que considera contraindicada. Oposição? Não direi tanto, pois a palavra cheira à fricção pessoal, exacerbação de ânimos, difamação e quiçá calúnias. Divergência atuante, respeitadora das pessoas e escrupulosamente legal, isso sim. Sem excluir a colaboração nos assuntos em que o bem comum do País exija a união de todos os brasileiros. E, em todos os casos, oração confiante e contínua à Nossa Senhora Aparecida, pelo bem desse Brasil, que dEla é."
Recado transmitido.