Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Duque de Guise
Chamado “le balafré”,

sua trágica morte

acentuou-lhe a grandeza

 

 

 

Catolicismo, N° 772 - Abril 2015 - Ano LXV, pag. 52 (*)

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O quadro representa Henrique I, 3º Duque de Guise, Príncipe de Lorena, França (1550–1588).

Nota-se que é um homem espadaúdo, desembaraçado e muito seguro de si. Alto, atraente, interessante, uma espécie de figura de fábula ou de romance.

Seu nariz é o próprio símbolo da esperteza — comprido e que se estende um pouco além da própria base. Desse nariz parte um bigode, cortado de forma esquisita. Mas era a moda do tempo. Um pedacinho de barba pende dos lábios, estilo que se costumava chamar de “pera”.

Em seu rosto, uma ferida causada por um cutelo. Por isso, era chamado “le balafré” — devido à cicatriz na face. O traje do Duque é característico da época e se prestava muito bem para esconder uma couraça debaixo.

Ele se opunha ao rei Henrique III da França. Numa manhã, recebeu o recado de que o monarca desejava falar com ele. Disseram-lhe: “Vá com uma guarda, porque ninguém sabe o que o soberano poderá fazer. Ele poderá atentar contra a sua vida”. O Duque de Guise deu esta resposta: “Ele não ousará”.

Sozinho ele se dirigiu ao palácio [de Blois]. O rei o mandou entrar. Quando entrou, fecharam-se as portas por detrás, isolaram-no e mataram-no. Chamaram o monarca para ver o cadáver estendido sobre o tapete. O rei olhou atentamente e proferiu a famosa frase, que tem dois sentidos: “Como ele é grande! Maior ainda morto do que vivo!” O que tanto poderia referir-se à grande estatura do Duque (como era alto, deitado no chão se tinha mais noção da sua estatura), como com outro sentido: como era grande quanto à personalidade e aos feitos; agora que morreu, avalia-se melhor a sua grandeza.

 


(*) Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 13 de janeiro de 1989. Sem revisão do autor.


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