Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Palmeiras imperiais:

graça, naturalidade e lógica

 

 

 

Catolicismo, N° 636 - Dezembro 2003 (*)

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Um exemplo magnífico de palmeiras imperiais são aquelas do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro (fotos acima e abaixo). Duas filas de palmeiras muito altas, e as copas isoladas em cima: como soldados apresentando armas a um rei de sonho que deve passar, e em cuja expectativa elas estão alinhadas para a continência. Consta, aliás, que foi D. João VI quem mandou plantá-las.

Aquelas palmeiras ostentam, como vegetais, a beleza das coisas diretamente criadas por Deus. É um renque de palmeiras muito bonito, grandioso, próprio a determinar movimentos de alma de entusiasmo. Por que entusiasma? Se o entusiasmo é bom, aquilo deve agradar elementos de ordem que existem no homem. Quais são esses elementos de ordem?

Elas são muito altas, e têm um aspecto que se aprecia muito em certas colunas. Uma coluna não é tão bela quando é um cilindro igual desde o chão até o teto. O bonito de uma coluna é quando ela tem uma proporção entre o diâmetro maior embaixo e o pequeno em cima, de modo que ela vai afinando cada vez mais até chegar no alto, sem nenhum salto brusco. Ela deve ir afinando como um taco de bilhar, até em cima. Isto é o bonito da coluna.

A coluna vegetal da palmeira, como não tem folhagem, sobe com facilidade e graça, dando a impressão de tocar as nuvens com tanta naturalidade e com tanta lógica, que o nosso senso de ordem se encanta em contemplar.

Em cima, depois de uma grande ascensão muito lógica, existe a folhagem entregue à fantasia dos ventos. E é uma folhagem muito nobre, com folhas largas, que parecem feitas para esvoaçar de todos os lados, e que atestam a firmeza da árvore. Ela não cede, e não há vento que a faça hesitar.

Ao se perceber esse contraste, instintivamente, gosta-se de ver que aquilo está ordenado, a natureza do homem alegra-se em ver tal ordenação.

 

Mas também há diferença de cores. Aquele tronco seco esturricado, marrom muito escuro tendente ao preto, ao chegar na parte superior, dá lugar ao verde claro da folhagem, que atesta não estar morta a árvore. Do chão, no interior de seu tronco escuro, vai subindo numa ascensão espantosa a seiva, que irriga toda a palmeira sem que se perceba. Em cima, aquela parte mais delicada brilha ao sol. Há uma bonita proporção de cores entre o verde claro da folhagem e a madeira escura do tronco.

Percebemos então que a palmeira, por vários lados, satisfaz o nosso senso de ordem. A resultante disso é que desperta entusiasmo.

(*) Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 24 de outubro de 1987. Sem revisão do autor.


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