Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Castelo de Coca

“Resistia-se com coragem,

mas também com elegância”

 

 

 

Catolicismo, N° 747, março 2013, Ano LXIII, pag. 52 (*)

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A primeira impressão que causa esta foto do castelo de Coca (**) é algo de irreal. Tem-se a inclinação a dizer: “Não, este castelo não existe!”

O artista soube fotografar a fortaleza numa hora de um contraste muito feliz: o céu sombrio e o castelo bem iluminado. Céu sombrio, mas luminoso num ponto. Dir-se-ia que um raio acabou de estalar e ilumina magnificamente o castelo. Uma construção tão grande, com tantas torres, tantos salões, tantas muralhas, que se diria que é um castelo incomensurável. É um castelo de conto de fadas!

Pode-se imaginar seus salões, uma capela tão grande como uma catedral, salas de trabalho, salas de conversas políticas, dormitórios extraordinários. Tudo com conforto para um número indefinido de personagens. Nobres que se encontram pelos corredores, fazem grandes reverências, saúdam-se com cerimônia, mas, ao mesmo tempo, cochicham, fazem política, etc. É a vida de todos os dias.

Foi construído com uma preocupação artística muito apurada. Notem, por exemplo, as estrias brancas nas pedras. Na parte bem central, um torreão composto de um conjunto de torres coligadas.

O castelo lembra, sem dúvida, uma vida nobre e requintada, de mil delicadezas. Mas as delicadezas próprias à civilização cristã se deterioram se vividas num clima sem heroísmo. Daí o aspecto de heroísmo do castelo, todo feito para combater, para resistir a longos cercos dos adversários. Resistia-se com coragem, mas também com elegância, que consiste na leveza e distinção do guerreiro quando descansa. Quem não é batalhador, quem não é polêmico, não tem verdadeira distinção nem verdadeira elegância.

Assim os nobres lutavam contra as investidas árabes, impedindo o avanço muçulmano na Europa. 


(*) Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 5 de maio de 1984. Sem revisão do autor.

(**) O Castelo de Coca, de estilo gótico-mudéjar espanhol, localiza-se na Província de Segóvia, no centro-oeste da Espanha. Foi edificado por Dom Alonso de Fonseca, Arcebispo de Sevilha, em meados do século XV.


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