Plinio Corrêa de Oliveira
Carlos
Magno:
26 de outubro de 1980 |
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O que é mais admirável em Carlos Magno: o homem de piedade ou o guerreiro? O diplomata ou o organizador do Império? O restaurador da cultura ou o fundador de uma dinastia? Sinto mal-estar diante da pergunta. Não porque ela não tenha sentido — pode-se fazer tal pergunta, ela tem razão de ser —, mas o modo como ela é feita tende a omitir o mais importante: todo o conjunto. A questão está mal formulada, porque essas qualidades admiráveis não se excluem. Elas devem ser consideradas concretamente em um homem, e não abstratamente. Ou seja, no Imperador do Sacro Império, tais qualidades formam um todo que o representa. Uma totalidade que fez com que os dois nomes “Carlos” e “Magno” adquirissem som de prata e de bronze, que ecoa pelos séculos. Esse é o unum [a característica própria] de Carlos Magno, que é muito maior do que a soma daquelas qualidades. Considerando o unum de um homem, podemos melhor compreender como as várias qualidades resultam, de fato, numa beleza maior, pois o conjunto é mais belo que as partes. Mas isto, na medida em que as qualidades isoladas forem muito boas. Exemplo: um vitral em que cada pedacinho de vidro de má qualidade reflete mediocremente a luz, deixando-a transparecer de forma embaçada e em cores indefinidas, dá um conjunto inexpressivo num vitral ordinário. É preciso que cada vidrinho seja de muito boa qualidade para que o conjunto fique extraordinariamente lindo. A matéria-prima tem de ser excelente para que o conjunto seja ainda melhor. Carlos Magno é um exemplo estupendo desse princípio! Transcrito do Blog da Agência Boa Imprensa |