Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

A plenitude de Nosso Senhor:

o divino Redentor continha em Si todos os dons de todos os povos

 

 

 

Catolicismo, Nº 658 - Outubro de 2005 (*)

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Le Beau Dieu (catedral de Amiens, França)

Há no homem uma limitação, mediante a qual muitas perfeições se excluem. Mas em Nosso Senhor Jesus Cristo nenhuma perfeição se excluía.

Assim, podemos considerar todos os povos da Terra: o francês, com sua precisão, clareza e “l’esprit de répartie” (o espírito de resposta imediata); o alemão, com seu vigor, profundidade e senso do sublime; o italiano, com seu dom teológico, subtileza e critério diplomático; o espanhol, com a variedade de dons que tem na arte, literatura, filosofia, teologia e espírito guerreiro; os nossos caros e bons portugueses, com todos os talentos que herdamos...

Podemos considerar individualmente cada povo – os árabes, os japoneses, os chineses – e chegamos à seguinte conclusão: cada um tem uns tantos dons, e porque  tem esses, não pode ter outros. Não é possível, por exemplo, um povo ter ao mesmo tempo o espírito fino e leve do francês e o modo vigoroso e combativo do alemão. São coisas que se excluem.

Mas em Nosso Senhor Jesus Cristo isso é possível. Ele, como cabeça da humanidade, tinha em Si todos os dons de todos os povos da Terra, conciliando-se harmonicamente. Ele possuía a suprema grandeza de espírito, somada ao charme francês, mais a fortaleza alemã, mais a subtileza política italiana, etc., etc., contendo até a intuição do brasileiro. Mas tudo elevado a um grau inimaginável.

Quem conversasse com Nosso Senhor Jesus Cristo, ou apenas o visse, dispunha de elementos, ainda que apenas do ponto de vista humano, para ficar completamente deslumbrado.

Fazendo essa meditação e lendo o Evangelho, entendemos melhor o maravilhamento de todo o povo, quando Nosso Senhor passava. Por exemplo, naquela ocasião em que Ele foi entrando pelo deserto; a multidão caminhando atrás dEle, esqueceu-se até de levar alimentos.

Entretanto, não devemos considerar apenas o aspecto terreno, porque Ele era Homem-Deus: havia uma união da natureza humana com a natureza divina. Em nosso Salvador não há duas pessoas, mas uma só. Portanto, acima dessa perfeição intelectual inimaginável, ainda fluía a união hipostática com a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Ou seja, um escachoar de dons sobrenaturais, perfeitamente deslumbrantes e insondáveis. 

(*) Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em 8 de outubro de 1971. Sem revisão do autor.


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