Plinio Corrêa de Oliveira
Santa Catarina de Gênova e as visões do Purgatório
Santo do Dia, 27 de março de 1971 |
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A D V E R T Ê N C I
A O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de
conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da
TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor. Se o
Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre
nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial
disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da
Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como
homenagem a tão belo e constante estado de
espírito: “Católico
apostólico romano, o autor deste texto
se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja.
Se, no entanto, por lapso, algo nele ocorra que não esteja
conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”. As palavras "Revolução" e "Contra-Revolução", são aqui
empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em
seu livro "Revolução
e Contra-Revolução", cuja primeira edição foi publicada no Nº
100 de
"Catolicismo", em abril de 1959. |
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Tenho uma ficha para ler aqui sobre Santa Catarina de Gênova (1447–1510; sua festa se comemora atualmente a 15 de setembro, n.d.c.). O texto é de Camone, “A verdadeira fisionomia dos Santos”:
“Catarina de Gênova, oriunda de nobre linhagem dos Fieschi, nasceu na citada cidade mediterrânea em fins do ano de 1447. Seus desejos de ingressar num convento foram contrariados por seus pais, que a desposaram com um patrício genovês Giuliano Adorno, atendendo às conveniências políticas. Seu esposo foi infiel e era violento e debochado. Durante os cinco primeiros anos de seu casamento, sofreu a jovem em silêncio. Mais tarde quando seu marido tratou de arrastá-la a uma vida mundana, onde pensaria em desenvolver seus extraordinários dotes de beleza e invulgar espírito, viu aumentar sua desventura, chegando inclusive a perder o consolo da religião, que até então havia sustentado. Dez anos depois de seu casamento visitou Catarina sua irmã, que vestia o hábito monacal, contando-lhe a sua dificuldade. O conselho da jovem religiosa foi que se confessasse e se entregasse à penitência. Quando se decidiu e seguiu esse novo caminho, caiu em êxtase, tendo-se-lhe descoberto a grandeza de seus pecados, enquanto nela se despertou um tão grande amor a Deus, que dessa experiência se converteu, com uma consciência permanente numa disposição normal de seu espírito. Assim, voltou a acariciar o desejo de infância. Durante muitos anos, durante a Quaresma e o Advento, viveu quase que exclusivamente que só da Sagrada Comunhão. Seu marido, que se arruinara, ainda muito a fez sofrer, confessando-se somente no seu leito de morte. Catarina dedicou-se inteiramente a cuidar dos doentes no hospital de Panatoni em Gênova, onde sua conduta foi particularmente heroica durante as epidemias de 1495 e 1501. “Faleceu a 15 de setembro de 1510, e sua festa se celebra a 22 de março. As palavras mais profundas que jamais se escreveu sobre o purgatório, sem dúvida devem-se a esta santa. No abrasado fogo de seu amor a Deus, reconhecia o que padecem as almas que passam por aquele lugar de purificação, onde o amor depurador do fogo divino limpa os espíritos de todo resquício do pecado. Ao separar-se do corpo - disse ela - a alma impura se sente destroçada ao reconhecer o peso que a oprime, e com a convicção de que somente se verá livre de tal peso, através do purgatório; deseja caminhar imediata e voluntariamente para ele. A essência Divina encerra tanta pureza e claridade, que aquelas almas que possuem um só resquício de imperfeição em si preferem lançar-se a mil infernos que colocar-se em presença de Deus com a mancha do pecado. É verdade que o amor de Deus lhes proporciona um indizível bem estar, mas isto não lhes diminui a mínima parcela do padecimento que devem sofrer no purgatório. Ao contrário, seu padecimento consiste precisamente em sentir-se refreado todo o amor, e tal tormento cresce à medida que seu amor é mais perfeito. Deste modo as almas do purgatório gozam as maiores delícias, ao passo que sofrem as máximas dores. Sem que uma impeça outra”.
Nesta ficha há duas considerações a tirar. Uma delas é propriamente biográfica. É sobre a vida de Santa Catarina. E a outra é sobre o trecho referente ao purgatório. Na parte biográfica, poderíamos fazer várias considerações. Os senhores veem que se trata de uma alma muito chamada por Deus que entretanto não correspondeu à vocação. Ela se casou com esse tal Adorno, quando quisera ter sido religiosa e se deixou arrastar ao mesmo tempo por um oceano de sofrimentos, de padecimentos que sua mãe lhe infligiu de um lado. De outro lado também pelo mundanismo e pela vaidade, que fez dela uma pessoa preocupada durante grande período apenas com prazeres, sem cogitar das coisas de Deus. Os senhores depois veem uma conversão maravilhosa. Naquele tempo, eram muito numerosas as pessoas que entravam para o estado religioso. Mesmo nas famílias das mais altas categorias, havia sempre dois, três, quatro filhos, que se faziam frades, freiras, padres, bispos, ou então que iam para as Ordens de cavalaria. De maneira que era a coisa mais corrente, mais comum, alguém ser religioso. Ela tinha uma irmã religiosa e foi assistir à vestição dessa irmã. Nessa ocasião, se expandiu com a irmã a respeito de tudo quanto sofria no mundo: de um lado o padecimento por causa do péssimo marido. Os senhores veem que esse marido a acompanha como uma penitência, põe fora a fortuna, continua mal marido e só se converte no leito de morte. Mas, de outro lado – não está dito de modo expresso nessa ficha biográfica, mas se compreende – o enorme vazio dos prazeres nos quais ela procurava uma compensação daquilo que padecia. A irmã então lhe dá como recomendação que voltasse a Deus, que retornasse à prática dos sacramentos que havia abandonado. Ela atende às suas recomendações, volta-se para Deus e tem um êxtase, no qual vê todo o horror dos pecados que tinha cometido. Então, os senhores têm uma cena de grande penitência, que se conserva até o resto de seus dias. Durante toda a duração de sua vida, continua a ter em mente aquela visão a respeito dos pecados que cometera. E sua vida, então, é de penitente. Passa a cuidar dos doentes no hospital... ela que fora uma dama de grande honra, que ocupara um lugar de destaque pela sua beleza, por sua situação social, por sua riqueza, numa das cidades mais célebres do mundo de então, que era a República aristocrática de Gênova que dominava aquelas partes do mar Mediterrâneo. Lá passa a ser uma humilde enfermeira dos doentes, que vai de hospital em hospital, cuidando despretensiosamente dos doentes, para fazer penitência, e pela ideia de se mortificar. Em outros termos, a noção da expiação do pecado por meio do sofrimento, domina toda sua vida, entregando-se assim a um verdadeiro purgatório na terra. Ela passa a ajudar os outros a sofrer, padece com eles para expiar o pecado que cometeu. De onde também os senhores verem quanto é lógico que ela tenha pensamentos profundos, visões e revelações a respeito do purgatório. E os senhores ouviram, no fim, uma descrição dela a tal respeito. Antes de passar para o tema do purgatório, consideremos o conjunto dessa biografia. Há certas almas que lutam contra Deus, mas que Deus as persegue obstinadamente, e elas fogem e às vezes até se debatem contra Ele, porém Deus na sua misericórdia, em determinado momento as atinge de tal maneira que elas cedem. E Deus as vence, a Quem se entregam completamente. Essas almas, na história da Igreja, são incontáveis. Os senhores têm um exemplo de uma alma dessas em São Paulo, de quem Nosso Senhor disse na hora da conversão: “Paulo, Paulo, por que me persegues? É duro para ti relutar contra o vento da graça de Deus”, que o chamava para uma determinada finalidade. Assim, os senhores têm também Santa Catarina. Ela procura escapar da reta via. Deus não lhe corta o mau caminho, mas lhe dá um sofrimento. Ela o carrega como fardo, e esse padecimento prepara sua conversão. O mau marido, a frustração no mundo, isso tudo prepara sua alma para aquele momento abençoado em que a irmã, na hora de se tornar esposa de Cristo, lhe dá um bom conselho. A alma dela estava preparada, provavelmente, por mil sofrimentos... Ela era naquela ocasião mais ou menos como o filho pródigo que volta à casa paterna, é vencida por Deus de um modo magnífico! Porque em vez de lhe inspirar simplesmente considerações piedosas sobre o pecado, em vez de lhe dar um ato de contrição, Deus lhe concede muito mais: uma visão, na qual ela tem a noção clara do pecado que cometeu. E podia dizer, com uma veracidade maior talvez do que a de David depois de ter pecado, aquela frase estupenda, que me impressionou sempre: “Eu pequei só, contra Ti ó meu Deus, o meu pecado está o tempo inteiro de pé diante de mim”. Como se fosse um acusador que se levanta diante de mim, dizendo-me aquilo que eu fiz. A gente poderia se perguntar se Deus foi para com ela um pai cheio de bondade, ou se, pelo contrário, de severidade. Compreendo que alguns possam achar que é extremamente duro ver de frente o seu próprio pecado. E que isso até deve produzir uma impressão de desalento, de tristeza, de desânimo. A pessoa que assim pense, não tem uma noção inteiramente clara do que seja uma contrição, não compreende quanto a verdadeira contrição - no meio de seus vãos, de seus crepes, de suas lágrimas, de seus rostos - tem de alentador, de magnífico! Eu diria mais: quais são as belas e talvez lúgubres, mas magníficas alegrias da verdadeira contrição. A contrição tem isso de belo, que ela descreve do purgatório. O purgatório é, por excelência, o lugar da contrição. Para ali vão justamente as almas que justamente têm de se purificar de alguma coisa antes de ver a essência de Deus, e ela fala nesse trecho de um modo muito elevado, muito conciso ao mesmo tempo, do que é o purgatório. E mostra que a alma fiel que morre, tem uma primeira noção da pureza infinita da essência de Deus e do contraste entre essa pureza e a noção de seu próprio pecado. E que, então, ao mesmo tempo se tem a noção da posse de Deus, já que sabe que vai possui-lo por toda a eternidade certamente, e que tem muito melhor do que nessa terra a idéia de que é essa felicidade insondável de possuir a Deus. Mas ao mesmo tempo então em que ela se sente atraída para Deus, sente por causa de sua pureza, fora de condições de se apresentar a Deus. E então, ela ao mesmo tempo passe por dois movimentos: um cheio do alegria e outro cheio de pesar. O movimento cheio de alegria, leva a querer unir-se a Deus. O de pesar vem do contraste entre aquela mancha que nota em si e a pureza infinita de Deus. E então, nascido do desejo da união, vem um desejo de purificação, por onde diz Santa Catarina a alma está tão embevecida em Deus que suportaria mil infernos para poder unir-se a Deus. E precipita-se na chama do purgatório com uma verdadeira sofreguidão de purificar-se, afinal poder unir-se à Deus. Ali, ela sofre. Mas sofre o tormento delicioso ou a tormentosa delícia de ir sentindo que aquilo que a separa de Deus vai se tornando mais adelgaçado ao longo das purificações, e que vai mais próximo de Deus. E ao mesmo tempo ela vai cada vez mais querendo chegar mais próximo a Deus… De maneira que tem uma fundamental alegria, junto a uma tristeza, que não deixa de ser uma verdadeira tristeza, mas que se vai deparando, e que a vai aproximando de Deus. Os senhores compreendem que algo disso existe também na paz de alma da contrição. Não sei se os senhores leram os Salmos Penitenciais de David, em que ele canta seu pesar por ter pecado, e o faz inspirado pelo Espírito Santo, de maneira que cada uma daquelas palavras é uma gota de fogo caída do Céu para a alma humana. Os senhores veem ali certas comparações que são magníficas. Ele diz em certo momento, que se sentiu por causa do pecado tão isolado dos homens, tão rejeitado, tão repudiado – felizes os tempos em que o pecador era rejeitado, era repudiado – “como um pardal solitário no telhado de uma casa”. A comparação não podia ser mais pitoresca. O homem vivem no seu convívio debaixo do telhado da casa, está dormindo, talvez haja uma lareira acesa, está o calor do convívio de todo mundo. Do lado de fora, sozinho, exposto à chuva, à intempérie, não tendo ninguém com quem conversar, apenas acocorado sobre um telhado qualquer, está o pardal solitário. Assim é, longe dos homens virtuosos, do seu convívio, do mundo dos homens que se entrequerem, do calor do convívio dos bons, está o pecador solitário... A imagem não podia ser mais poética, mais bonita, para esse caso da solidão do pecador. Davi diz isso, aquilo, descreve de mil modos lindos a sua própria dor. Seria uma coisa bonita, uma noite nós pegarmos um salmo penitencial desses, mimeografados, e analisarmos cada uma dessas figuras. Os senhores notam ao mesmo tempo que vai descrevendo sua dor, entra nele uma paz de alma... É a paz de alma do pecador que reconheceu seu próprio pecado, que sente que não está mentindo nem para si, nem para Deus, mas que tem coragem de olhar de frente e na paz o seu próprio pecado. E, em geral, os Salmos terminam com um cântico de esperança: “Mas Tu és, Deus, meu Salvador, Tu Te compadecerás de mim”, etc., e vem todas aquelas palavras magníficas que indicam a esperança da alma de ser atendida, de ser remida e de ser salva. Aí os senhores compreendem a torrente de paz, de esperança, e o júbilo triunfal que existe por detrás da penitência. Assim devemos imaginar Santa Catarina de Gênova. Vamos imaginar um hospital em Gênova, naquele tempo: edifício bonito, como tantas vezes eram os hospitais italianos. São cinco horas da manhã, toca uma sinetazinha qualquer: é a Missa que vai começar, é madrugada ainda, são as primeiras mulheres fiéis que entram com um véu. Entra também Santa Catarina de Gênova. Lembrada talvez de outras madrugadas em que ela não estava saindo de casa, mas estava entrando em casa. Em que não tinha diante de si a perspectiva de um dia inteiro de sacrifício, mas sim a recordação amarga de uma noite inteira de prazer seguida de sua inevitável frustração. Ela entra, de passo ligeiro, mais uma vez pede perdão pelo seu pecado, ajoelha-se, começa a rezar no recolhimento da Igreja. E uma Missa-missa tem início com fiéis realmente fiéis que rezam junto a um padre realmente padre... aos poucos a claridade vai entrando na Igreja, a luz das velas vai ficando inútil, a natureza vai se acordando, ela sente a normalidade da vida que entra, prepara-se para recomeçar a sua penitência enorme, infinda, junto aos doentes, prepara-se para ouvir gemidos, para assistir agonias, para consolar dores, mas para além de tudo isto, há uma luz que se levanta e que vai ficando cada vez mais nítida: é o perdão que está vindo, é o céu que está nascendo, é a paz de alma que vai entrando. E consigo se dá como no interior daquela capela: ao mesmo tempo, nela também as luzes vão entrando, vão se ascendendo; ela é como uma capela que passa da madrugada para a luz do dia, e na qual vai se fazendo luz em que as imagens tomam colorido, só que, em certo momento ela morre e é o Céu! Quer dizer, esta é a paz de contrição, a tranquilidade da alma na contrição, é qualquer perfume que existe na tristeza católica e na resignação, que os espíritos pagãos não conhecem, e que valem incomparavelmente mais do que todas as alegrias pagãs. Quando se fala em geral em vida espiritual, de mortificação, de tristeza etc., as almas ficam arrepiadas. Elas não compreendem toda a alegria e toda a felicidade que estou tentando descrever, e que eu não estou conseguindo fazer adequadamente, mas espero que os Srs. mais pressintam, denotem na minha exposição, porque há qualquer coisa que a palavra humana não descreve completamente... E que é exatamente este misto de amargura e de esperança, de tristeza e de paz, que faz com que a esperança valha muito mais que a amargura, e a paz valha muito mais do que a tristeza. Ele vive no meio dos crepes e do pesar em que a alegria seja muito maior e haja qualquer coisa, que me lembra mais uma palavra que creio que é também de São Paulo: “Eu tenho a super abundância da alegria em meio das minhas tribulações”. Isto é o que o mundo não conhece, o que a condição de membro da Igreja verdadeira tem, que é desde já uma espécie de purgatório nesta terra. Essa terra é um vale de lágrimas para expiarmos nossos pecados, mas faz com que, se carregarmos essa cruz verdadeiramente e com resignação, teremos dentro da alma torrentes de paz, torrentes de tranquilidade, de estabilidade, de normalidade, de ordem, de cuja fruição, ninguém dentro do mundo completamente transviado pode ter a verdadeira noção. Esse bem coexiste com uma verdadeira dor, com uma verdadeira contrição. Se eu tivesse palavras para fazer sentir como a verdadeira alegria pode coexistir com a verdadeira dor, como ela torna a dor suportável, sem que a dor deixe de existir e quanto é digno de entusiasmo nessas condições a gente carregar a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, tenho certeza de que teria feito bem para várias almas. Mas é meio inexprimível e, entretanto, disso os senhores encontram um profundo exemplo na vida de Santa Catarina de Gênova. E que ela, do alto do Céu, interceda por nós e torne luminoso - pela obtenção da graça no interior de nossas almas - aquilo que eu não sei senão vagamente indicar, vagamente fazer sentir. E que Nossa Senhora nos dê a paz e a alegria da verdadeira contrição. A paz e a alegria própria às almas a quem Nossa Senhora dá a força de ver seus defeitos completamente de frente, o oposto do olhar oblíquo sobre a própria consciência, esgueirado, uma tirada de corpo, um não querer ver bem, não querer corrigir nunca, uma perpétua maromba [acrobacia, n.d.c.] diante dos próprios defeitos. Daí também um mal estar contínuo, uma agitação contínua, um nervosismo contínuo. Se, pelo contrário, com toda a paz, a gente olhasse para o seu próprio defeito e dissesse: ele é assim, meu defeito é este; visto por inteiro, chega a tal outro ponto assim. Mas eu olho com paz, voltado para Nossa Senhora; não faço a fraude de não o olhar, e fico olhando para ele com uma tristeza que talvez ainda não seja eficiente na ordem da correção, até o momento em que Nossa Senhora tenha pena de mim. Isto já é um primeiro passo para se corrigir, que vale. Mas é preciso ter esta lealdade interior por onde a gente veja o seu próprio defeito de frente, não feche os olhos para ele. Só o eliminar dentro da alma o caos, a confusão, o mal estar deste defeito que de vez em quando surge, com o qual nós temos cumplicidade, que nos causa horror, que depois some de novo, e que não sabemos como pegar, que nós não queremos pegar também, mas que nos agarra a nós, só ter a alma limpa disso e ver as coisas de frente como são, só isto é um oceano de paz existente pela alma verdadeiramente católica. Isto já nos dá um pouco a idéia das amargas delícias do purgatório que são o prenúncio do Céu. Que Nossa Senhora nos faça entender isto, pelos rogos de Santa Catarina de Gênova.
Urna com os restos mortais de Santa Catarina em Gênova - Di Sailko - Opera propria, CC BY 3.0 (Wikipedia) |