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Plinio Corrêa de Oliveira
Uma manifestação de ódio da Revolução Francesa: a festa da razão
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A D V E R T Ê N C I A O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor. Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:
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Hoje não há Santo em nosso calendário. Vamos estudar, portanto, uma das fichas de ódio revolucionário. É uma ficha tirada do livro “História Universal”, de João Batista Weiss ( WEISS, J. B., Historia Universal, Barcelona, Tip. de la Educación, 1929) - é durante a Revolução Francesa isso - “e o ódio contra o Cristianismo, anunciou-se para o dia 10 de novembro de 1793, em que Chaumette (Pierre Gaspard Chaumette) começou a profanação dos templos em Paris, uma festa em honra de Chalier, o deus salvador, como uma festa da Razão. Chalier fazia o papel de salvador, portanto, do gênero humano. Eu mesmo não sei quem é esse Chalier. (Era um revolucionário que cometeu grandes atrocidades em Lyon. Era quase comunista. Até não se tornou comunista claramente, porque morreu, foi assassinado. Foi organizada uma festa em homenagem a ele depois da sua morte. Ele foi considerado como uma espécie de redentor, de messias). Os senhores estão vendo, portanto: é um verdugo, um homem que cometeu atrocidades etc., e foi considerado um deus. E a festa dele, - isso é bem a coisa do demônio, - foi um dia de festa da Razão. Mas isso é bem assim: [o] demônio [promete]: “vou dar a você a independência de sua razão”. Tenha a certeza que ele vai tirar. Então, a festa da Razão é pegar um criminoso e aclamar como Deus! Isso é a Razão! As coisas se passam assim.
Logo começou a grande procissão em honra de Chalier. Ia adiante a música militar, depois, quatro jacobinos” Jacobinos os senhores sabem que é uma espécie de comunista do tempo.
Ele, portanto, tinha morrido.
É do clube dos jacobinos de lo último, não quero qualificar, - iam gritando continuamente: Abaixo os aristocratas! Viva a república! Viva a guilhotina!” Os senhores estão vendo como os revolucionários entendem bem o nexo entre as coisas. Fazem uma festa em que, ao mesmo tempo em que profanam as hóstias e quebram as imagens, gritam “abaixo a aristocracia” e “viva a guilhotina”. Isso para adorar o novo deus. Agora, certos católicos a quem falamos de aristocracia respondem: “Ah, não sei o que tem isso a ver com a religião”. Os revolucionários sabem. O demônio sabe. O bandido sabe. Os católicos, muitas vezes, não sabem. Essa é a miséria das coisas. (*) - para estimular a risada - “debaixo de um pálio, como se usa na procissão do Santíssimo Sacramento. Uma escolta militar encerrava a procissão, [que] se moveu por muitas ruas até a praça [do] Terror. Ali se tinha erigido, sobre uma elevação, um novo altar, sobre o qual se colocou com veneração, para ser adorado, o busto do novo deus Chalier. Formou-se um círculo em torno do altar, do qual saíam, um depois do outro, cada um dos comissários da Comissão. [Um por um] dobrou os joelhos e disse uma oração no sentido da nova religião do assassinado. E a oração é essa: - essa é a oração de Collot d’Herbois, que é um dos principais bandidos de Revolução Francesa
Fouché era padre apóstata.
Acho que para os senhores não é muita surpresa, talvez, que a Revolução Francesa tenha cometido esses horrores. Os senhores precisam pensar é no que se passa em nossos dias. Quer dizer, esse espírito não mudou. A Revolução Francesa não pode ser vista como uma explosão de loucura que acabou, e depois dela passaram cento e cinqüenta anos de paz. Mas, pelo contrário, o espírito da Revolução Francesa foi se tornando cada vez mais radical, cada vez mais intenso. As suas crueldades foram [se] repetindo nas revoluções engendradas pela Revolução Francesa. Para não exemplificar outra, pela Revolução Comunista russa de 1917, e tantas outras revoluções comunistas que tem havido. (*) Para uma maior informação sobre a relação entre monarquia/aristocracia e a doutrina católica sobre as formas de governo sugerimos ver "Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana", em particular o Apêndice III: "As formas de governo segundo a doutrina social da Igreja: em tese e em concreto". |