Plinio Corrêa de Oliveira
São José, Protetor da Igreja Católica
"Santo do Dia" de 19 de março de 1969 |
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A D V E R T Ê N C I A O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, e não foi revisto pelo autor. Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:
Há várias invocações de São José que
poderíamos considerar. Eu creio que, dessas invocações, depois das que
dizem diretamente respeito a Nosso Senhor Jesus Cristo, nenhuma é mais
bonita do que “Protetor da Igreja Católica”.
Protetor de algo é, de algum modo, um símbolo daquilo que se protege.
Os senhores considerem, por exemplo, alguém que é guarda da rainha [da
Inglaterra, Elisabeth II]. Este, de algum modo, toma em si algo da
realeza da rainha; é uma honra ser guarda da rainha! Escolhem-se para
serem guardas da rainha os indivíduos mais capazes, os que tiveram
maior coragem, os que nas
guerras provaram maior dedicação à coroa inglesa. Estes são os
convidados para serem os guardas da rainha. Se é
uma honra ser guarda da rainha, se é uma honra ser guarda do Papa, então
que honra é ser guarda da Santa Igreja Católica! Exceção
feita de Nossa Senhora que é Mãe da Igreja, ninguém pode se comparar
à Igreja Católica. Nem qualquer Anjo ou todos os santos considerados
cada um separadamente tem a dignidade da Igreja Católica. Porque a
Igreja envolve todos os santos e Ela é a fonte da santidade desses
santos e, portanto, um santo nunca pode ter a dignidade igual à da
Igreja Católica. * A envergadura moral do esposo de Nossa Senhora e Pai adotivo do Menino Jesus...
Os senhores imaginem, portanto, o que é o
santo que é o Padroeiro da Igreja Católica! Ele tem que ser algo de tão
alto, de tão excelso que, por assim dizer, tem que ser o reflexo da
Igreja que ele guarda! Para estar proporcionado a Ela, tem que ter o
reflexo da Igreja que guarda.
Podemos considerar que a envergadura espiritual de São José - enquanto
co-idêntico com o espírito da Igreja Católica, enquanto sendo
exemplar prototípico e magnífico da mentalidade, das doutrinas, do espírito
da Igreja Católica - só se pode medir por esse outro critério: é o
fato dele ser Esposo de Nossa Senhora e proporcionado, portanto, a Nossa
Senhora; ser o Pai adotivo do Menino Jesus e, portanto, proporcionado ao
Menino Jesus!
Se quisermos ter uma idéia da alma de São José, do espírito de São
José, seria preciso imaginar tudo quanto a gente pensa da Igreja Católica,
toda a grandeza da Igreja, toda a simplicidade da Igreja, toda a
dignidade da Igreja, toda a afabilidade da Igreja, toda a sabedoria da
Igreja, toda a imensidade da Igreja, tudo quanto se pudesse dizer da
Igreja Católica e imaginar isto realizado num homem! E então teríamos
a fisionomia moral de São José!
Devemos imaginar, pelo menos, o perfil moral desse Santo: a castidade de
São José, sua pureza ilibadíssima. E devemos nos aproximar dele com
respeito, com veneração e pedir-lhe que nos conceda aquilo que tanto
desejamos receber. * O que pedir a São José em sua festa?
Cada um se pergunte a si próprio - num exame de consciência de um
minuto - qual é a graça que quer pedir a São José por ocasião da
festa de hoje. A primeira das graças a pedir seria a da devoção a
Nossa Senhora; outra, a graça
de refletir tão bem o espírito da Igreja Católica quanto esteja nos
desígnios da Providência ao nos ter criado e ao nos ter conferido o
santo Batismo; podemos pedir a pureza, a despretensão... podemos pedir
tudo. Podemos escolher cada uma dessas coisas ou pedir todas essas
coisas no seu conjunto. Às vezes, é bom a gente pedir uma coisa só,
se a graça nos leva a pedir uma coisa só. Às vezes, é bom pedirmos
tudo, porque há momentos em que a graça nos leva a sermos audaciosos e
a pedir muita coisa ao mesmo tempo. E então hoje, na festa de São José, conforme
o movimento da graça interior em cada um de nós, devemos pedir
alguma coisa a ele. E se não soubermos bem o que pedir a São José,
dizer a ele: “Meu bom São José, dai-me Vós aquilo de que preciso...
uma vez que nem sequer sei o que me convém.” Eu acredito que, no mais
alto dos Céus, ele sorrirá e dará, com bondade, alguma graça muito
bem escolhida. E com isto fica nossa invocação a São José. (*) Imágenes de San José en las fundaciones de Santa Teresa de Jesús: (...) Es notable, a este respecto, el dato que [ Santa Teresa de Jesús ] llevaba consigo en todas sus fundaciones una imagen de bulto de San José, que recibía el título de "San José del Patrocinio", y, cuando el P. Pedro Fernández la nombró Priora del convento de la Encarnación en 1571, y ella supo de la terrible negativa de la mayoría de las monjas para recibirla, llevó consigo esta imagen y el día de la toma de posesión, al tiempo que colocaba la imagen de la Virgen en la silla prioral, la acomodó en la silla subprioral; esta imagen luego le parlaría todo lo que las monjas hacían, que por eso se le llamó el Parlero, y de tanto hablar quedó con la boca abierta milagrosamente. (SECRETARIATUS GENERALIS PRO MONIALIBUS O.C.D. - ROMAE - PROYECTO DE REFLEXIÓN TEOLÓGICO ESPIRITUAL DE LAS MONJAS CARMELITAS DESCALZAS - SAN JOSE FUNDADOR Y PADRE DEL CARMELO TERESIANO) |