São Bernardino de Sena, mestre espanhol desconhecido - Statens Museum
for Kunst
Vou
ser breve no comentário sobre a vida de São Bernardino de Sena.
Rohrbacher, “Vidas dos Santos”:
“Foi grande pregador, especialmente
do Santo Nome de Jesus e reformador da Ordem Franciscana.
Considerado um dos grandes precursores da Contra-Reforma católica.
Viveu ele de 1380 a 1444. Um dia, São Vicente Ferrer, diz Rohrbacher,
pregando aos habitantes de Alexandria, no Piemonte, interrompeu-se
de súbito e disse aos seus ouvintes: “Sabei, meus filhos, que há
entre vós um religioso da Ordem dos Frades Menores, que em breve
será um homem célebre em toda a Itália, por sua doutrina e seus
exemplos, do qual virá grande proveito ao povo cristão. Embora ele
seja jovem e eu velho, virá um tempo em que ele me será preferido em
honra na Igreja Romana”.
Um santo nunca é
orgulhoso.
“Eu vos exorto a
dar graças a Deus por isto, e de pedir que se cumpra, para a
utilidade do povo cristão, o que me foi revelado, e porque isto
sucederá, vou pregar aos franceses e espanhóis. Quanto aos povos da
Itália, deixo a este o encargo de instruí-los”. O frade menor que,
mais jovem, lhe será preferido em honra e será canonizado primeiro,
era São Bernardino de Sena”.
“Desde criança,
São Bernardino manifestou grande devoção à Santíssima Virgem”.
É nota dos
predestinados.
“Era visto com
freqüência ante uma imagem da Mãe de Deus, rezando com fervor
especialmente a saudação angélica. Noite e dia, todas as suas preces
eram a Ela dirigidas. Durante sua vida inteira, jejuou aos sábados
em sua honra.”
“Bernardino era de uma beleza
invulgar, mas seu amor pela pureza era também muito grande. Embora
fosse naturalmente polido, agradável e respeitoso com todos, sabia
tomar outras atitudes, quando alguém pretendia ferir suas virtudes.
Um dos principais habitantes de Siena fez-lhe, um dia, em praça
pública, uma proposta desonesta. Bernardino deu-lhe tão forte soco
no queixo, que o ruído repercutiu longe”.
A cena tem certo
colorido itálico.
“Outra ocasião,
outra pessoa procurou tentá-lo. O santo, não conseguindo que se
afastasse, reuniu alguns companheiros, e o grupo perseguiu o
indivíduo a pedradas por ruas e praças, quase matando-o.”
“Perguntaram um
dia a um grande pregador franciscano, porque seus sermões não
produziam tanto fruto quanto os de Bernardino”
Que pergunta
indiscreta!... Eu não conheço pergunta mais árdua para se fazer a alguém
do que essa.
“Respondeu o frade: O Pe.
Bernardino é um carvão incandescente, e somente quem tem o fogo em
si, pode iluminar e aquecer os outros”.
Este frade pelo menos
disse algo que iluminou, ao dizer isto!
“Certa vez, outro
pregador pediu-lhe que explicasse as regras que seguia em seus
sermões, que tanto fruto produziam. Respondeu-lhe o santo: Só uma
regra observo, desde que comecei a aplicar-me a este exercício:
jamais pronunciei uma palavra que não fosse para o honra e glória de
Deus”.
Regra áurea para
pregadores, oradores, conferencistas, polemizadores de pátio de
faculdade e o que mais haja, preconizadores do
Bucko e do
Diálogo na rua.
Dizer tudo com exclusiva intenção da glória de Deus e de Nossa Senhora.
Quando chega na hora de aparecer, não dizer. Se querem vender muito
Bucko, se querem arrasar indivíduos do CCC, MMM, ou qualquer coisa
assim, é por esta forma.
“Esta regra,
observada com cuidado, ensinou-me tudo que pude aprender de ciência,
eloquência, prontidão e autoridade. A ela devo a conversão de todas
as almas que pude conduzir para Deus”.
(..?..) da divina
vingança. Ao regressar à casa, caiu morto à soleira da porta. Esses
são os prêmios que Deus dá à pregação daqueles que pregam pensando
só nEle”.
D. Bosco fez isto
também uma ocasião. Ele estava pregando um retiro, - não estranhem a
qualidade do retiro - retiro de banqueiros, e ele falou severamente
contra as rapinas, o que não é inteiramente fora de propósito num retiro
de banqueiros. Depois ele disse: Eu não quero dizer quem é: - era um
retiro pouco numeroso, de umas 20 pessoas - um dos senhores que está
aqui, até o retiro do ano que vem, vai morrer. E morreu um realmente.
Santo Antônio Maria
Claret também teve coisas dessas. Ele fazia uma coisa muito incômoda: do
púlpito, às vezes denunciava o estado de alma de uma pessoa qualquer.
“Senhora, a senhora que está ali cheia de enfeites, a senhora já pensou
no que fez hoje cedo?” Naturalmente, havia muita gente que tinha medo de
ir à igreja e tinha suas razões para isso. E também profetizou sobre
gente que ia morrer, etc.
“São Bernardino morreu a 20 de Maio
de 1444, no exato momento em que o coro cantava essa Antífona das
primeiras Vésperas: “Pai, manifestei Vosso nome aos homens e agora
vou para Vós” Realmente, ele pregou a devoção ao Sagrado Nome de
Jesus”.
Para não deixar
inteiramente sem comentário essas fichas, gostaria de assinalar aqui
a violência de São Bernardino, contra as pessoas que perseguiam sua
pureza. Esta violência indica com que violência a virtude da
pureza há de ser mantida: violência interna e violência externa.
A violência interna se
chama intransigência: não transigir com nenhuma concessão. A
violência externa se chama prudência. E se bem que aqui São
Bernardino tenha defendido sua pureza agredindo, normalmente devemos
defender nossa pureza fugindo: fugindo de qualquer espécie de
ocasião, de qualquer espécie de tentação que constitua ocasião próxima
de pecado. Esse é um ensinamento, sobre o qual nunca é suficiente a
gente repisar. |