Plinio Corrêa de Oliveira
São Gregório VII: diferenciação e união entre os campos espiritual e temporal O “Dictatus Papae”
Santo do Dia, 25 de maio de 1964 |
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A D V E R T Ê N C I
A O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de
conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da
TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor. Se o
Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre
nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial
disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da
Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como
homenagem a tão belo e constante estado de
espírito: “Católico
apostólico romano, o autor deste texto
se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja.
Se, no entanto, por lapso, algo nele ocorra que não esteja
conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”. As palavras "Revolução" e "Contra-Revolução", são aqui
empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em
seu livro "Revolução
e Contra-Revolução", cuja primeira edição foi publicada no Nº
100 de
"Catolicismo", em abril de 1959. |
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A respeito da festa de São Gregório VII (1015? – 1085), existe um documento que lhe é atribuído e que reflete o seu pensamento, intitulado “Dictatus Papae” (o qual se encontra no “Arquivo Secreto Vaticano”, emitido em 1075, em Roma, e que foi exibido na monumental exposição “Lux in Arcana”, realizada nos museus capitolinos em Roma, durante os primeiros meses de 2012; “Dictatus Papae” = ditado pelo Papa, n.d.c.). Trata-se de um documento atacado pelos teólogos progressistas, e que é uma lista verdadeiramente sublime das teses que São Gregório VII queria sustentar.
Alguns dos tópicos do “Dictatus Papae”:
1 – A Igreja romana foi fundada somente pelo Senhor Lembremos que o Imperador da época, Henrique IV (1050-1106), intervinha nos assuntos da Igreja e tentava de controlá-La através da nomeação de bispos. E o Papa santo combateu esta política e conseguiu eliminar esta pretensão do governo imperial e deu uma lição ao Imperador. E apresentam-no então como um grande “quebra-dentes” do Sacro Império Romano-Alemão. Isto é falso. Ele não foi um "quebra-dentes", mas sim um “quebra-garras”. Quando o Imperador tentou deitar garras no poder eclesiástico, São Gregório o “quebrou”. O “Dictatus Papae” é a afirmação da monarquia pontifícia e universal em matéria espiritual, de uma monarquia universal suprema sem prejuízo das monarquias subordinadas que se deveria estender por toda a Cristandade. O Papa não pretendia governar o Império, mas reivindicava o direito de exercitar uma influência decisiva. Esse documento vê no Sacro Império a “espada” do Sumo Pontífice, pronta para proteger a Santa Igreja Católica, defender a Fé e combater Seus inimigos. De um lado, o poder temporal deve governar de modo independente conforme o direito natural. De outro, o Papado deve vigiar que isto se dê efetivamente. Neste sentido, os dois poderes são diversos e independentes. Mas o “Dictatus Papae” afirma também que se se nos perguntasse qual é o poder mais elevado e eminente na Terra, a resposta é clara e é representada igualmente na arte da época: bem no alto o Papa; à sua direita e em um plano abaixo, o imperador; abaixo deste, todos os reis e potentados da terra. Abaixo do Papa, significando a ordem espiritual, todo o clero católico. E tudo dependendo de um só monarca supremo que era o Pontífice. Era essa a concepção de São Gregório VII.
Na data de sua festa, podemos pedir a ele que alcance para o mundo novamente o conhecimento e o amor pela noção de diferenciação e ao mesmo tempo de união da ordem espiritual e da ordem temporal. No dia em que essa concepção se generalizar, terá chegado a aurora do Reino de Maria. Mas a contrario sensu, no dia em que chegar a aurora do Reino de Maria, essa concepção ressurgirá. Vamos pedir a São Gregório VII que alcance de Nossa Senhora, que por sua vez nos obtenha de Deus, este fervor no amor dessa idéia sublime quanto aos poderes espiritual e temporal. Mesmo porque fora desta concepção não há concepção política, nem social, nem econômica que resolva nada, que adiante de nada. Vamos então rezar neste intenção. |