Plinio Corrêa de Oliveira
São Bento Biscop: adorno da Inglaterra
Santo do Dia – 11 de janeiro de 1966 |
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A D V E R T Ê N C I A O presente texto é adaptação de transcrição de exposição verbal do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP, tendo portanto estilo verbal, e não foi revisto pelo autor. Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:
O Santo do Dia de amanhã é o seguinte:
Para começar por tomar a figura de São Bento Biscop no período de sua vida em que ele foi religioso, é interessante notar sua missão especial. Quer dizer, foi um religioso que, pelo tempo em que nasceu, pertencia à era dos Santos que fundavam nações. Esses santos que fundavam nações eram substituídos ou sucedidos por santos que organizavam nações.
Foi evidentemente um santo que adornou a Nação. Ele fundou as manifestações artísticas de vida religiosa da Inglaterra, mandando vir da Itália artistas com uma verdadeira inspiração católica, mandando vir vitrais, mandando vir música, estabelecendo uma ordem nas festas religiosas, que eram as únicas festas que no tempo se conheciam, e com isso introduzindo elementos de beleza dentro da vida religiosa. Elementos de beleza esses que depois se difundiriam da vida religiosa para a vida civil. Porque em todos os movimentos da História da Cristandade as coisas começam na vida religiosa e se distribuem, se difundem através da vida religiosa para a vida civil. E por essa forma ele foi então o adornador da Inglaterra de seu tempo. Esse bispo adornador entretanto não foi um adornador de adornos emolientes, de adornos tolos, de adornos fúteis. Esses adornos tinham os dois grandes elementos de inspiração que todo verdadeiro adorno deve ter: antes de tudo, a meditação, a reflexão, a profundidade de quem leva a vida de um contemplativo e que pensa nesse adorno com toda profundidade de um pensamento, dando à beleza uma riqueza de conteúdo e uma riqueza de expressão que não faz dele apenas algo que agrade aos olhos e aos ouvidos, mas algo que fale ao pensamento. De outro lado esse adornar tinha nele as reminiscências do antigo guerreiro. São os homens fortes, são os homens que sabem lutar, são os homens empreendedores, os homens que tem iniciativa, esses são os que presidem a aurora e a ascensão da arte. Os homens moles, os homens de trapos, os homens que tem horror à luta, esses são os que vivem na época de decadência da arte e que produzem a decadência da arte. Os santos que meditam profundamente, a contemplam profundamente, e que sabem ser guerreiros, estes estão na origem de todo surto artístico verdadeiro. É essa a lição que podemos tomar da vida de São Bento Biscop.
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