A morte e os funerais de Fábio Vidigal Xavier da Silveira
A PROVIDÊNCIA CHAMA A SI COLABORADOR INSIGNE DE "CATOLICISMO"
Catolicismo, n° 254, fevereiro de 1972 |
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DISCURSOS À BEIRA DO TÚMULO DE DR. FÁBIO Meu caro Fábio, No momento em que se fecha sobre teu corpo a tumba, e em que nós nos damos conta da dolorosa realidade de que tua figura pertence já ao passado da TFP, ainda emerge aos nossos olhos, fixando-se para uma recordação definitiva, aquela fisionomia que tantas vezes contemplamos, admiravelmente variada e expressiva em todas as circunstâncias, manifestando uma riqueza de personalidade que era um dos teus dotes. Personalidade que se refletia intensa e pujante, quer nos momentos de alegria e de gáudio, em que o teu espírito prazenteiro tomava a dianteira; quer nos momentos de reflexão, na hora dos problemas árduos, em que o teu espírito arguto e inteligente fornecia colaborações preciosas; quer nos momentos de dor, em que teu coração afetivo transparecia tão claramente através de tua face; quer nos momentos de luta, em que as tuas afirmações de lutador emérito se transpunham então para teu semblante, em extraordinários termos de resolução, de energia e de combatividade. Em todas estas circunstâncias olhávamos para ti com afeto. Mas a esta figura se somou outra, mais bela, mais admirável, aquela que Nossa Senhora recolheu: é a figura do Fábio sofredor. Quando sobre ti começaram a descer as sombras da noite; quando sobre ti a enfermidade começou a deitar o seu manto; quando sobre ti começou a baixar a provação, tu a olhaste de frente, tu a olhaste com serenidade, tu a olhaste com conformidade. Todos nós que tivemos a felicidade de conviver contigo de perto, nesses momentos que o mundo chamaria de desdita, mas que foram aqueles em que chegaste ao teu cume, todos nós tivemos ocasião de ver como uma serenidade sobrenatural desceu sobre ti e como olhaste tranqüilo para um fim que sabias que era inelutável. O teu semblante traduzia aflição, é certo; mas resignação, conformidade e paz. Nossa Senhora te preparava assim para o grande lance da vida, para o auge de toda a tua ação como dirigente da TFP, e este auge se deu no momento inesquecível em que me disseste que oferecias a teu Deus, pelas mãos virginais de Maria, tua Mãe e nossa Mãe, oferecias a Deus não só a vida, mas os tormentos que diante de ti podias encontrar. Tu os oferecias pela Igreja, pela civilização cristã, pela causa da TFP em nosso amado Brasil. E foi nessas disposições que serenamente exalaste o último suspiro. O que dizer, meu caro Fábio, senão aquilo que os teus irmãos de ideal cantavam há pouco, nas harmonias do canto gregoriano: "In paradisum deducant te Angeli". Os Anjos te levem, os Anjos já te levaram ao Paraíso, onde Nossa Senhora te acolheu com o amor que Ela sempre te teve. |