Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Apêlo em Favor

Dos Povos Subjugados

no Encerramento do Congresso de Lituanos

 

 

 

O GLOBO, Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1965 – Página 2

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SÃO PAULO, 22 – (O GLOBO) — Ao pronunciar uma conferência, no encerramento do III Congresso Lituano da América Latina, sábado, no Teatro Municipal de São Paulo, o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, catedrático da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, afirmou que o comunismo internacional tenta desfechar, neste momento, contra o Ocidente, uma das maiores e mais audaciosas manobras de guerra psicológica que a história registra. Consiste essa manobra, acrescentou, em tentar, tirar de seu caminho o maior obstáculo com que conta, isto é, a religião.

E acentuou o conferencista, que é presidente do Diretório Nacional da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade:

— Por isto, simulando ter posto em letargo seu visceral ódio à religião, deixa transluzir uma promessa feita à Igreja Católica de lhe dar toda liberdade de culto, contanto que ela silencie sobre a comunidade de bens inerente ao comunismo e com isto permita a formação de futuras gerações de jovens católicos, para as quais a propriedade privada pareça tão anacrônica, tão insuscetível de ser restaurada, tão indesejável sob todos os aspectos, como o é hoje a escravidão nos países do Ocidente.

Mostrou o orador, a seguir, com base em seu estudo “A Liberdade da Igreja no Estado Comunista” como esse pacto implícito é inaceitável para a consciência católica, pois redunda na desobediência de mandamentos da Lei de Deus.

Ressaltou o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira a necessidade urgente de se resolver a situação do povo lituano, bem como a de todos os povos que jazem sob a tirania comunista, mas que essa solução não consiste nesse pacto, frisou, absurdo e imoral, entre católicos e comunistas. A verdadeira solução, observou, consiste em que os povos do Ocidente façam sentir aos grandes da Terra que o status quo existente nas nações ocupadas pela Rússia, depois da guerra de 1945, é insuportável e que, se à menor das tribos africanas não se nega a autodeterminação, tem direito a esta povos de tradições cristãs milenares.

Sugestão

Dentro desta linha de pensamento, o conferencista sugeriu que o Congresso lituano reunido em São Paulo telegrafasse à ONU, ao Papa Paulo VI e ao Presidente Johnson, pedindo que envidem todos os seus esforços no sentido de serem realizados, o quanto antes, plebiscitos nas nações ocupadas pelos russos. Nos plebiscitos, realizados com todas as garantias de liberdade de propaganda prévia e fiscalização da ONU, esses povos teriam uma oportunidade de proclamar aos olhos do mundo inteiro sua repulsa à brutal ocupação soviética e ao regime comunista que, acentuou, é baseado na imoral supressão da propriedade privada e individual.

União de Todos

Também falou o Sr. Vaclavas Sidzikauskas, presidente da Associação Pró-Libertação da Lituânia. Abordou os esforços que os lituanos livres vêm realizando a fim de obter a libertação de seu país e aludiu à importância que para este fim representa a união de todos os lituanos dispersos pelo mundo livre.


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