Plinio Corrêa de Oliveira
O Príncipe da Paz
"Catolicismo" Nº 336 - Dezembro de 1978 |
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O Mundo Católico, e com ele, todos os povos da terra voltam-se no dia 25 de dezembro para a manjedoura de Belém, a fim de adorar, cheio de fé, o Menino que aí repousa, ou admirar um acontecimento cuja explicação em vão se procura nas leis que regem os acontecimentos humanos. Na época em que vivemos, de ruínas materiais e catástrofes morais, o Natal surge como um ponto luminoso de esperança entre as nações que correm, tateando, inseguras, em busca de uma ordem que lhes assegure um bem-estar ainda não encontrado. Mas, infelizmente para a maioria dos povos, o Natal não passa de um desses símbolos que exaltam as energias momentaneamente, sem lhes incutir vigor novo e duradouro! Querem a paz, a concórdia, a felicidade, mas desejam que tudo isso lhes caia do céu, ou brote da terra, sem a menor colaboração própria. O Menino Deus há de necessariamente dar-lhes todo o bem, não tanto pela reimplantação de uma civilização baseada nos princípios que Ele veio trazer à terra, como por um encantamento que uniria inexplicavelmente todos os corações. Esse Menino que adoramos reverentes e causa a admiração misteriosa aos que não O conhecem senão de nome, é, sim, o "Príncipe da Paz" (Is. 9, 6), que trouxe à terra, na suavidade de Sua pessoa, todo o bem, todo o amor capaz de tornar felizes o universo inteiro e mil mundos, caso existissem! Mas essa Paz se condiciona a uma só coisa: os homens e as nações devem se submeter a Sua Lei, a Seu Evangelho. Eis a Paz que o Senhor Menino veio trazer à terra. Paz para cuja implantação devem colaborar todos - nações e indivíduos - com sua docilidade à Lei Divina. Só estes - os homens de real boa vontade - gozarão da Paz que o Natal trouxe aos homens na terra. Fora disso, toda admiração pelo Menino Deus não passa de uma impiedade mais ou menos consciente, mais ou menos inconsciente. E para os ímpios não há paz. * * * Oxalá as desgraças que os anos acumulam sobre povos e nações os convertam para o Deus único e verdadeiro e a unidade da Fé torne perene realidade as alegrias do Santo Natal. |