Agradecimento do Superior dos salesianos lituanos de São Paulo ao Prof. Plinio pela campanha pró libertação de seu país
Catolicismo, N° 494, Fevereiro de 1992 |
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Três dias de reflexão, oração e entusiasmo Abertura solene Inaugurado com o monumental Desfile da Fidelidade, o VIII Encontro de Correspondentes e Simpatizantes da TFP congregou 1.500 pessoas da maioria dos Estados brasileiros, bem como representações do Canadá, Estados Unidos, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Escócia, Áustria, Hungria, África do Sul, Filipinas, Austrália e ainda de Cuba e da China, no exílio. De 3 a 5 de janeiro último teve lugar em São Paulo tal Encontro internacional, com tão variada e numerosa participação, cujos principais flashes aqui procuramos relatar. O semblante grave e sereno do Bispo-mártir lituano, Dom Teófilo Matulionis, encontrava-se naquela noite estampado numa grande fotografia colocada em local privilegiado da sessão inaugural. Nessa atmosfera de fervor, foi lançado o livro "Bispo, Prisioneiro e Mártir do Comunismo", de autoria do Pe. Pranas Gaida: impressionante biografia de Dom Matulionis, prefaciada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: "No decurso de toda a minha existência — escreve o Presidente do Conselho Nacional da TFP — poucas foram as fisionomias que encontrei tão profundas e tão lúcidas, e ao mesmo tempo tão impregnadas de bondade, quanto a de Dom Matulionis. É um homem de princípios! É um homem de decisão! .... Com Dom Matulionis estabelece-se uma ponte de ouro entre a Lituânia e a TFP!" Essa ponte de ouro ficou ainda mais consolidada quando o Pe. Francisco Gavenas, responsável pela edição brasileira da obra, concedeu ao Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a juosta, faixa com as cores da Lituânia, confeccionada à mão. À semelhança da antiga coroa de louro dos romanos, há muitos séculos os lituanos costumam outorgar essa honraria aos heróis nacionais. "Trago aqui para o senhor, caríssimo Dr. Plinio, uma modesta lembrança, símbolo de nossa eterna gratidão: trata-se de uma juosta trazida diretamente da Lituânia.... Gostaríamos, Dr. Plinio, que esta fosse uma rica faixa, em ouro e cravejada de pedras preciosas. Mas, esta os anjos do Céu estão preparando para o senhor!" Referindo-se em seu discurso ao abaixo-assinado promovido pelas TFPs em prol da libertação daquele país báltico, o Pe. Gavenas concluiu: "Esta histórica vitória, que hoje celebramos, deve-se antes de tudo à proteção de Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos; mas deve-se também a um homem de Deus, para o qual voltamos agora nossos olhares, nossos corações e dizemos transbordantes de gratidão: Dr. Plinio, muito obrigado! Mil vezes muito obrigado!" Eis os principais tópicos da resposta do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira às palavras cheias de fogo pronunciadas pelo Pe. Gavenas: "De si, um agradecimento não se agradece em qualquer época normal da História. Mas, na circunstância presente, um agradecimento é coisa de se agradecer profundamente, porque se há uma virtude frágil no coração do homem, esta virtude é a gratidão".
Depois o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira pronunciou brilhante conferência sobre o papel fundamental da TFP no panorama nacional e internacional. Reproduzimos dela, os excertos principais: "Em várias ocasiões de sua História recente, o Brasil esteve a pique de cair no comunismo e não caiu. Mas em nenhuma ocasião ele esteve tão ameaçado quanto no governo João Goulart, quando esteve iminente a implantação em todo o país de uma profunda Reforma Agrária, socialista e confiscatória. "Ora, se o Brasil então tivesse ficado comunista, a Rússia teria à sua disposição outros recursos econômicos, outras fontes de matéria-prima que possibilitariam prolongar ainda por muito tempo seu império em todo o mundo. Possivelmente, a Cortina de Ferro não teria caído, as tropas russas não teriam deixado a Lituânia, nem os países do Leste europeu hoje estariam livres. "A vergonha da desmoralização administrativa e política do regime soviético não teria ficado patente aos olhos de todos e, pelo contrário, a tirania comunista teria continuado a se estender pelo mundo. "Naquele momento de confusão, com as associações privadas desorientadas e a classe agrícola emudecida pelo terror das Ligas Camponesas, levantou-se em nosso País uma barreira ideológica contra esse horror. Essa barreira foi a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição Família e Propriedade! "Isso evitou que o Brasil ficasse comunista, que se transformasse numa imensa colônia de Moscou, numa Cuba de tamanho colossal, nas garras do regime soviético". Programa intenso Nos dias subseqüentes, foi desenvolvido denso e variado programa. Temas como "O Mundo pós-comunista: aspectos diversos", "Progressismo e autodemolição da Igreja" atraíram vivamente a atenção dos participantes. O Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança - o primeiro na linha de sucessão ao trono, depois do primogênito, D. Luís - pronunciou importante palestra, "Milagres a favor de uma jovem nação ", sobre fatos da História do Brasil, descortinando as enormes possibilidades que se encontram subjacentes na alma e na psicologia de nosso povo. "Às portas do segundo milênio... - apreensões, esperanças, reminiscências". Este foi o título da conferência de encerramento, pronunciada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Dela extraímos o seguinte trecho, que dispensa comentários: "É verdade que no passado, num passado remoto, anterior à TFP, a causa da Contra-Revolução sofreu muita injúria e teve que recuar muitas vezes. Mas quando chega o momento da Providência, ela se reergue e tudo aquilo que ela sofreu resplandece nela como uma luz. "Assim também ocorre com os verdadeiros católicos e a verdadeira Igreja: suas feridas um dia transformar-se-ão num sol. .... "Isto é preciso firmar nos espíritos das pessoas, para que se compreenda que o milênio que entra tem todas as condições de ser o milênio do Reino de Maria, desde que aqueles que lutam nesse sentido saibam chegar até lá com passo firme, terço na mão, olhar no Céu e no adversário!" * * * Tópicos principais do discurso pronunciado pelo Pe. Francisco Gavenas por ocasião do lançamento da edição brasileira do livro “Bispo, prisioneiro e mártir”, do Pe. Dr. Pranas Gaida: "Graças ao incentivo do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, e da abnegada colaboração de membros da TFP, vem hoje a lume a edição em português da biografia do grande mártir lituano de nossos dias, o Bispo Dom Teófilo Matulionis (1873-1962). .... “No livro que temos a alegria de lançar nesta noite, há uma luz toda especial: trata-se do prefácio que o nosso querido Dr. Plinio teve a bondade de escrever para a edição em português. As palavras ali contidas revelam uma alma cheia de fé e de admiração pelo Bispo-mártir lituano.... “No mundo há muitos homens célebres, que se distinguem em vários setores: ciência, arte, indústria, comércio, política etc. Há poucos, porém, que em nosso século se sobressaem na vida espiritual e moral em grau heróico. A esse número pertence Dom Teófilo Matulionis, cuja causa de beatificação e canonização foi introduzida em 1990. .... "Liberto dos cárceres comunistas, Dom Matulionis viajou a Roma para agradecer a Pio XI os esforços empreendidos para sua libertação. Ao aproximar-se do Vigário de Cristo, Dom Matulionis se ajoelha. O Santo Padre então o levanta, e num gesto surpreendente ajoelha-se Ele mesmo, dizendo: — Sois um mártir! Vós é que deveis abençoar-me em primeiro lugar.... Antes de encerrar, é preciso declarar aqui em público a segunda alegria desta noite: comentando a situação atual, o jornal The New York Times afirmou, em editorial, que na realidade os países bálticos foram os catalizadores da débâcle soviética. A Lituânia foi a primeira república soviética a proclamar sua independência, em março de 1990, dando coragem às demais. "No entanto, não podemos esquecer que, quando a Lituânia proclamou-se independente, o Ocidente a tudo assistiu de braços cruzados. Mas, no meio daquele horizonte sombrio e pesado, eis que um brado de cruzada se fez ouvir em 23 países, nos cinco continentes.... "O brado inicial foi lançado pelo grande Dr. Plinio Corrêa de Oliveira. Ecoou por toda a Terra e resultou no maior abaixo-assinado da História. Em Moscou, os tiranos comunistas tremeram, pois bem sabiam que era o início de sua derrota!" |