Plinio Corrêa de Oliveira

AMBIENTES, COSTUMES, CIVILIZAÇÕES

Se a batina perdeu toda influência,

POR QUE USÁ-LA DIANTE DO DOPS?

 

"Catolicismo" Nº 201 - Setembro de 1967

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Um alegre grupo de rapazes. O que são? Estudantes? Comerciários? Quiçá operários? Os trajes nada indicam. Entretanto, trata-se de Dominicanos, fotografados sem batina, pela reportagem de uma revista carioca, na Igreja, de São Domingos das Perdizes, em São Paulo. Os leitores talvez estranhem. Pois, se é natural que cada qual se apresente com os trajes que lhe são próprios, é difícil compreender que esses Religiosos se deixem fotografar em trajes laicos. Se é verdade que o hábito não faz o monge, o bom monge, que se alegra realmente de ser monge, não prescinde de seu hábito.

A explicação para esta incongruente atitude dos jovens Dominicanos consistiria naturalmente em que o traje eclesiástico vai perdendo seu prestígio nos dias de hoje, o que obriga o verdadeiro apóstolo a prescindir dele, pelo menos em muitos casos, se quer alcançar alguma influência junto ao público.

No dia 2 de agosto p.p. jovens Dominicanos passeiam em frente ao edifício do Departamento de Ordem Política e Social, em São Paulo, em protesto pela detenção de Sacerdotes e estudantes envolvidos na agitação promovida pela UNE.

Na outra foto, dois moços de batina, um dos quais Dominicano, ostentam um cartaz alusivo.

Por que usar a batina nessa ocasião? Não é precisamente porque qualquer atitude da polícia contra eclesiásticos revestidos de traje talar indignaria o povo, enquanto o efeito seria muito menor se os eclesiásticos estivessem à paisana?

Como então não reconhecer a enorme influência que o traje talar conserva? E por que então abandoná-lo? Uma incongruência a mais, no meio de tantas incongruências trágicas, características do momento que passa.


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