Plinio Corrêa de Oliveira

AMBIENTES, COSTUMES, CIVILIZAÇÕES

Displicência vandálica ou

irreverência vandálica?

 

"Catolicismo" Nº 192 - Dezembro de 1966

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Ao considerar esta fotografia, o leitor dotado de senso artístico experimentará por certo violenta estranheza. Este banco monumental, encimado por um dossel cujas linhas nobres e elegantes lhe conferem qualquer coisa de principesco, data do século XVII, e se encontra na igreja paroquial de La Ferté-sur-Aube, na França. Nada poderia aberrar mais categoricamente deste conjunto solene, do que o aquecedor de raios infravermelhos que nele foi pregado recentemente Esse aquecedor apresenta a configuração de um caixote ou de uma maquete de prédio de cimento armado de nossos dias, e é muito exatamente o contrário da leveza, da elegância e da solenidade do móvel ao qual foi apenso. Para usar uma expressão francesa, o aquecedor e o banco "hurlent de se trouver ensemble", bramem e urram por se encontrarem juntos.

Tal justaposição exprime de modo dolorosamente eloqüente a displicência, para não dizer a irreverência vandálica, com que se vai fazendo em muitas igrejas — na França como no resto do mundo — o "aggiornamento".

 


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