Plinio Corrêa de Oliveira

AMBIENTES, COSTUMES, CIVILIZAÇÕES

Como se chegou até isto?

 

"Catolicismo" Nº 185 - Maio de 1966

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"Perderam a mãe, o pai, um irmão? Estão sendo conduzidas ao cárcere? Passa o enterro de uma amiga? Qual a desgraça que se abateu sobre essas jovens de fisionomia convulsionada, olhos alucinados e lacrimosos? As figuras aqui reproduzidas são motivo de preocupação para os estudiosos de psicologia juvenil. Estamos no aeroporto de Los Angeles. Pela escada de um avião, estão descendo quatro rapazinhos vestidos de preto, os cabelos longos e descompostos que lhes escondem a fronte e lhes caem sobre os olhos: são os Beatles, os vociferadores cujas idades somadas não chegam a cem anos". Com essas palavras, refere-se às duas primeiras fotos desta página um conhecido magazine internacional.

A moça acima, como o leitor pode verificar, tem na mão um punhado de ervas que contempla enternecida: sobre elas os "Beatles" puseram os pés!

A terceira foto representa o interior de uma enfermaria no aeroporto de Nova York. Essas jovens estão sendo assistidas por haverem desmaiado ao ver a chegada dos Beatles àquela cidade!

*   *   *

Emotividade paroxística, desligada de qualquer motivação racional e de qualquer controle da vontade, fantasia solta, arbitrariedade e capricho arvorados em suprema regra de vida: eis o triste fundamento de um estado mental e nervoso inteiramente desequilibrado.

Não se julgue por um instante, que se trata de casos isolados. Por toda parte no mundo se vão multiplicando cenas iguais ou análogas a estas, atestando que estamos em presença de um vagalhão de desequilíbrio, o qual varre em proporções sempre mais amplas a humanidade.

Aonde isto nos levará? Não é difícil responder: à barbárie.

E do que resulta ela? De uma educação sem base religiosa séria, na qual a moral católica está esquecida.

Tal esquecimento é mais freqüente do que se pensa. Não ocorre ele somente nos lares onde nunca se fala de Jesus Cristo, de Nossa Senhora e da Santa Igreja. Ocorre também em lares onde se conservam aparências cristãs, mas a educação é visceralmente pagã.

*   *   *

Essa educação tem mil modalidades. Mas, a título de documentação sobre uma dessas variantes — e tão freqüente — reproduzimos aqui um conjunto de regras muito finamente apanhadas, que um cronista de "O Globo" reproduziu da revista norte-americana "Unitas" sob o título de "Como se faz um play boy":

1) Dê a seu filho, desde pequenino, tudo o que ele deseja. Assim crescerá pensando que tudo no mundo é dele.

2) Se ele disser palavrões, ache graça. Ele pensará que é muito esperto.

3) Não lhe dê orientação moral. Diga: "Quando tiver 21 anos escolherá por si mesmo a religião que quiser".

4) Nunca lhe diga "não faça isso". Ele criará complexos de culpa. Mais tarde, quando for preso como ladrão de carros, diga: "A sociedade o persegue".

5) Apanhe o que ele jogar no chão. Ele saberá que os outros devem fazer as coisas que lhe competem.

6) Deixe-o ler de tudo. Mas esterilize sua xícara para ele não se contaminar.

7) Discuta diante dele. Quando seu lar desmoronar ele não estranhará.

8) Satisfaça todos os seus desejos, para ele não ser frustrado.

9) Dê-lhe, generosamente, todo o dinheiro que ele quiser.

10) Dê-lhe sempre razão. A polícia e os professores é que o perseguem.

11) Quando estiver perdido, explique que nada mais se pode fazer. E prepare-se para uma vida amarga e de sofrimentos.

 

 


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