Ao
lado, uma diversão do gênero das que as crianças
da era das cavernas hão de ter tido quando conseguiram sair de seu
antro para brincar um pouco: trepar numa árvore. Aí está um tronco
seco, ao longo do qual a menina pode subir e descer quanto quiser.
Junto ao tronco, uma tábua com grandes furos assimétricos para
variar a diversão: a menina pode enroscar-se pelos furos, se achar
que o sobe-desce pelo tronco está monótono. E como terceira diversão
a menina pode atirar-se ao chão, felizmente substituído, no caso (a
própria pedagogia moderna ainda é um tanto burguesa), por um
colchão. Outra diversão que uma menina pré-histórica apreciaria! Do
ambiente da selva primitivo, só falta neste quarto o ar livre, o
sol, as estrelas, aqui substituídas por lâmpadas elétricas. Um céu
elétrico, para formar a sensibilidade de uma menina da era atômica,
não é demais.
De tudo
aquilo que não deve faltar numa atmosfera destinada a formar meninas -
harmonia, flores, pássaros - só se nota uma pomba desenhada ao alto na
parede, hirta, dura, fria, como se fosse de arame.
Que mundo
nos prepara uma tal pedagogia? |