Catolicismo, N.º 426, junho de 1986 (
www.catolicismo.com.br)Esclarecimento da TFP
Como é sabido pela maior parte dos telespectadores da TVS, o apresentador do "Programa Flávio Cavalcanti" - e recentemente falecido - tratou extensamente de aspectos do livro "Guerreiros da Virgem", do Sr. J.A. Pedriali, no programa do dia 8 de maio último. E determinou o dia 15 desse mês para que comparecessem à TVS, a fim de darem explicações, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Presidente do Conselho Nacional da TFP, e o Sr. Paulo Corrêa de Brito Filho, Diretor de Imprensa da entidade.
Julgando ambos não deverem atender a essa indicação, o Diretor de Imprensa da TFP enviou no dia 12, ao Sr. produtor do "Programa Flávio Cavalcanti", o seguinte telex:
"Respondo pelo presente telex aos convites telegráficos que V. Sa. enviou ao Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Presidente do Conselho Nacional da TFP, e a mim, como eco de sua truculenta intimação a que o primeiro compareça ante um conselho de sentença que o julgue, e à TFP, em vista da estranheza manifestada por V. Sa. em função de fragmentos que leu, de um livro do sr. J. A. Pedriali.
"A TFP saberá difundir muitíssimo em breve sua resposta a esse livro, e se desinteressa de comparecer, por si, pelo Presidente de seu Conselho Nacional, ou por mim, a esse julgamento desprovido de todas as circunstancias que lhe confiram autoridade e peso.
"Com efeito, ela está bem decidida a jamais se submeter a quaisquer julgamentos exceto o de Deus, Nosso Senhor, e o dos poderes religiosos ou civis competentes.
"Essa linha de conduta é obviamente explicável, em vista da nossa dignidade de homens e de cristãos.
"E máximo o é quando tais "julgamentos" se revestem de um caráter intimidatório risível, e de uma falta de respeito insultante.
"Pelo dito, fica também explicado meu não comparecimento.
"Saudações - Paulo Corrêa de Brito Filho, Diretor de Imprensa da TFP"
Como se vê, dito telex não contém apenas a afirmação da recusa de comparecimento, mas a explicação para essa recusa.
Ocorreu que, na apresentação do dia 15 de maio p.p., o Sr. Flávio Cavalcanti fez referências a esse telex, citando-lhe um ou outro tópico. Porém não lhe fez a leitura do texto integral. Este fato não é mencionado aqui para comentá-lo: "De mortuis nisi bonum" (Sobre os mortos convém só dizer o bem).
Entretanto, a leitura incompleta do telex da TFP deixou o público com uma explicação também incompleta das razões do não comparecimento dos representantes da entidade. Ora, a TFP tem o direito e o dever de esclarecer, a esse respeito, o público. E o fato de haver falecido o Sr. Flávio Cavalcanti não a priva desse direito, e muito menos a dispensa desse dever.
Assim, curvando-se ante a memória dele com todo o respeito devido à majestade da morte, a TFP publica aqui o texto integral do dito telex. Evidentemente, fá-lo só para que conste, e sem nenhum intuito polêmico, que nessa circunstância seria descabido.