Catolicismo, N.° 408, Dezembro de 1984 (www.catolicismo.com.br)
Sobre o estrondo anti-"Resistêncía"
na Venezuela
O CREMLIN DEIXA CAIR A MÁSCARA E CANTA VITÓRIA
COMUNICA-NOS o Serviço de
Imprensa da TFP:
O "IZVESTIA" é
o órgão oficial do governo soviético. Com o "Pravda" (órgão do PC)
comparte ele a absoluta primazia de importância dos jornais comunistas e atinge
todo o público da Rússia. Além deste imenso âmbito de influência interna, o
"Izvestia" também conta com larga circulação nos meios comunistas
internacionais. E, num e noutro público, dá a conhecer o que o Cremlin quer que
se conheça. Aplaude o que o Cremlin tem vantagem em que se aplauda. E ataca o
que o Cremlin tem vantagem em que se ataque. A intensidade desses aplausos e
desses ataques é graduada para os dóceis adeptos do comunismo, não só pelos
termos usados pelo jornal, como pela evidência maior ou menor com que se faz a
apresentação da matéria.
Bem entendido, tudo é
meticulosamente coordenado segundo as conveniências do imperialismo mundial soviético.
Na página reservada a
notícias internacionais de sua edição de 20-1184, o órgão do Cremlin
patenteia sua inteira solidariedade com o estrondo publicitário venezuelano
contra a associação “Resistência”, coirmã autônoma das TFPs, o qual tendeu
desde seu primeiro momento a que, como de fato sucedeu, o governo de Caracas
proscrevesse a simpática e benemérita organização.
Silencioso durante todo o
desenrolar dos acontecimentos, e uma vez cerrada "Resistência" no
dia 13 de novembro último, o Cremlin deixou cair a máscara e cantou vitória.
Com efeito, através de
seu órgão oficial, o governo comunista russo faz ver quanto convém à sua
propaganda que "Resistência" tenha sido objeto da arbitrária e
tirânica medida do governo de Caracas (cujo partido, a Ação Democrática, é
filiado à Internacional Socialista). Pois conduz seus leitores em todas as
vastidões da Rússia e do mundo, a aplaudirem aquele gesto, e a apoiarem toda
campanha análoga que surja aqui e acolá contra as TFPs.
Sirva o sintomático
desabafo do Cremlin para abrir os olhos dos inocentes-úteis que, na Venezuela
como alhures, estejam em condições de se deixar envolver inadvertidamente em
tais campanhas. E para coibir a influência dos que, fazendo-se muitas vezes de
inocentes-úteis, não são senão comparsas do jogo comunista, característicos
lobos com pele de ovelha.
Publicamos na íntegra o
texto do órgão do Cremlin.
Abstemo-nos de opor a
suas múltiplas calúnias qualquer desmentido, por já ter sido o essencial desta
matéria tratado em nosso comunicado Perseguição ideológico-religiosa na
Venezuela — Nuvem negra baixa sobre o país irmão, publicado na
"Folha de S. Paulo" de 14 novembro.
"IZVESTIA", 20-11-84
Sensação internacional
Seqüestradores da vila "Morella
EM UM DOS MAIS reputados
bairros de Caracas, o "Country Club", conhecido pelos seus luxuosos
palacetes e bem cuidados campos de golfe, está localizada, atrás de sólidos e
altos muros, a nívea vila "Morella". Nela se instalou a seita religiosa
paramilitar de orientação fascista denominada "Associação Civil Resistência".
Esta é a filial da organização terrorista internacional que se oculta sob o
lema "Tradição, Família e Propriedade" (TFP), agindo em mais de 20
países do mundo.
O fim fundamental da TFP
é reunir jovens na idade entre 13 e 20 anos no "movimento de luta pela
pureza da Cristandade", e depois a correspondente preparação psicológica
destes "lutadores", a criação destes destacamentos de terroristas, de
fanáticos religiosos, para a reconstrução do mundo pela força e o
"esmagamento do comunismo".
As forças progressistas
(1) da Venezuela empreenderam reiteradamente a tentativa de obter a proibição
das atividades delituosas da TFP no país. Entretanto, todas as vezes estas
tentativas se chocaram com a ação contrária das forças reacionárias de extrema
direita. Quem poderá dizer quantas lágrimas de centenas de mães venezuelanas,
que tiveram seus filhos seqüestrados fraudulentamente, não seriam ainda
derramadas, se na imprensa não transpirasse pouco a pouco a informação de que
os membros da "Associação Civil Resistência" pretendiam realizar um
atentado contra o Papa João Paulo II na sua viagem à Venezuela no começo do
próximo ano (2).
Estourou o escândalo. O
Congresso Nacional da República exigiu a instalação de uma investigação
especial das atividades da TFP na Venezuela. Nas mãos da comissão de inquérito
caiu uma lista de mais de 2.500 empresários, os quais, seduzidos pelos slogans
anticomunistas da seita, financiavam suas atividades.
Não estava longe deles —
escreve o jornal "Tribuna Popular" — a "Central Intelligence
Agency" (CIA) dos Estados Unidos. Além disso, através de sua filial, a TFP
venezuelana, ela inspirou no país as chamadas manifestações contra a URSS, Cuba
e Nicarágua. O que espanta nesses fatos é que, no momento em que os meios
progressistas mundiais estavam indignados com a descarada agressão de Granada
pelos Estados Unidos, membros da TFP desenvolveram no país uma campanha de
coleta de assinaturas dando graças à Administração Reagan "pelo
esmagamento do comunismo" próximo ao litoral da Venezuela.
Em conseqüência de muitos
testemunhos de pais e de antigos membros da organização, tornaram-se
conhecidos os métodos subtis de recrutamento de adolescentes. A procura deles
era feita habitualmente nos colégios particulares. Representantes da TFP, os
quais habitualmente denotavam pronúncia estrangeira, convidavam os jovens a
visitar a vila "Morella", onde exibiam filmes inofensivos,
apresentando alguns aspectos das atividades da seita e organizando debates
sobre política.
— No começo, a mim e a
muitos de meus companheiros da mesma idade parecia que tínhamos caído em um
clube peculiar de jovens — escreve nas páginas do jornal "El
Universal" um ex-membro da TFP. — Aos moradores da vila "Morella"
nos era imposto um trato mútuo cortês e acentuadamente amável, e uniforme
preto com adornos vermelhos. Aqueles que freqüentavam a vila
"Morella" algumas vezes por semana recebiam diretores espirituais
que lhes aplicavam uma lavagem cerebral metódica. Incutiam-nos que todas as
desgraças da terra provêm da "Revolução". O contágio desta penetrava
em nossa cabeça, penetrava por toda parte — na escola, no ensino superior, nos
partidos políticos e no Estado, os quais, por causa disso, não podem lutar vitoriosamente
contra a infiltração do comunismo.
Os dirigentes da
"Associação Civil Resistência" inculcavam nos jovens que só podiam
tornar-se membros com plenos direitos aqueles que rompessem inteiramente com a
família, amigos e estudos. E ainda melhor se matassem algum parente próximo.
Quando os pais, preocupados com a longa ausência de seus filhos, telefonavam
para a vila "Morella", respondiam-lhes duramente que se não deixassem
de os importunar, nunca mais os veriam.
Tendo obtido que os
jovens cortassem inteiramente com os modos de vida habituais, os chefes da
seita passavam à segunda etapa da formação. Junto com castigos corporais
pelas menores desobediências se incluíam métodos de influência psicológica, muitas
horas de marcha militar, leituras especiais e orações. Dava-se sobretudo
atenção ao ensino dos membros da seita no espírito de fanatismo cego e de
absoluta submissão ao chefe da TFP.
Alguns eram enviados ao
Exterior sob a aparência de uma viagem turística, para a continuação da
"formação". Muitos não voltavam, ficavam em campos especiais para a
preparação militar-terrorista, para depois colocá-los no "Exército
internacional da TFP". De acordo com seus dogmas, no dia do "Terrível
juízo de Deus", quando grande parte da humanidade há de morrer, a TFP
deverá castigar os inimigos que restarem.
Caindo nas páginas do
jornal detalhes das atividades duvidosas dos "seqüestradores de
mentes", levantou-se uma enorme onda de indignação entre os venezuelanos.
Uma investigação especial conduzida pelo atual Congresso Nacional mostrou de
modo irrefutável que as atividades da TFP eram inconstitucionais e contradizem
as leis da República. No dia 14 de novembro, o governo da Venezuela tomou a
resolução de proibir as atividades da seita no país. Os chefes da organização
terrorista, acantonados na vila "Morella", deverão se apresentar em
juízo.
B. SPASSKII,
Correspondente do "Izvestia",
Caracas
NOTAS DA TFP
(1) "Forças progressistas": essas
palavras designam, no jargão comunista, quer o PC isoladamente, quer o PC em
conjunto com sua calota de organizações auxiliares de rótulos diversos, isto é,
trotskystas, socialistas, populistas etc., e mais recentemente os valiosos
"companheiros de viagem" da "esquerda católica".
(2) O mundialmente conceituado diário
madrilenho "ABC" publicou em 28 de outubro p.p. (pp. 56-57), uma
ampla e substanciosa reportagem sob o título "Três bilhões de dólares
dispende por ano a União Soviética para intoxicar o Ocidente", na qual descreve
como os serviços da KGB invertem fabulosas somas de dinheiro na divulgação,
pela imprensa ocidental, de toda espécie de notícias falsas. E na página
editorial do mesmo dia (p. 15), o "ABC" comenta que "se tramou a
partir de Moscou o assassinato de João Paulo II (na praça de São Pedro), e em
qualquer outra ocasião se poderia decidir o assassinato de qualquer outro
chefe de Estado ou de Governo. Mas, em tal caso, como no atentado contra o
Papa, DIR-SE-A EM SEGUIDA, através dos terminais jornalísticos da KGB, QUE SE
TRATA DE UMA CONSPIRAÇAO DA EXTREMA DIREITA" (destaques nossos).
Para bom entendedor, meia palavra basta.
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"RESISTÊNCIA" dá a público límpidos
e serenos esclarecimentos
O DIARIO caraquenho "El Universal"
publicou em sua edição de 15-10-84 um comunicado sob o titulo :
"Resistência dá a público límpidos e serenos esclarecimentos".
Desse vigoroso documento transcrevemos abaixo
o item "VIII — Muitos e muitos outros aspectos da realidade que o estrondo
omite", que é o tópico mais importante:
CHEGOU O MOMENTO de dizer
algo, não mais sobre os jovens de "Resistência" e das respeitáveis
famílias inconformes com esta última, mas acerca da própria
"Resistência", que é, junto com as gloriosas TFPs, a grande caluniada
em toda esta campanha.
É bom começar situando-a
na Venezuela contemporânea. Nosso País, aberto a todos os ventos que sopram
inclementes sobre a humanidade, está engajado no processo de contínuas
transformações daí decorrente.
DIVERSAS CORRENTES DE
OPINIÃO
Essas transformações são
livremente avaliadas pelas diversas tendências da opinião pública. Umas as
aplaudem, outras as aceitam nas suas linhas principais, contestam-nas em
pontos secundários, e as quereriam em uma velocidade inferior. Muito poucas
são as pessoas que, face a elas, desejariam uma imobilidade absoluta. Diversas
são as correntes que, baseadas na fixidez inabalável da doutrina católica, a
qual tomam como pedra de ângulo de seu pensar, querer, sentir e agir, recusam
todas as inovações opostas a esta e dão livre curso às demais.
Entre estas correntes se
encontra "Resistência".
TENSÕES ATÉ ENTRE OS
CATÓLICOS DECLARADOS
Sem embargo, mesmo entre
os católicos que são ou se reputam fiéis, o desacordo está implantado. De
fato, em que reside precisamente o núcleo das verdades inabaláveis que a
Igreja ensina? Globalmente talvez não seja difícil dizê-lo. Mas, quando se
trata deste ou daquele ponto desse mesmo núcleo, o furor das inovações tem
audácias, algumas das quais superam as do modernismo, tão severamente
condenadas em princípios do século pelo angélico pontífice São Pio X.
Daí tensões até entre os
católicos mais declarados e também entre muito altas personalidades
eclesiásticas. É o que se viu e se está vendo em nível sul-americano na crise
espetacular da "Teologia da Libertação", condenada em vários de seus
aspectos pela Sagrada Congregação da Doutrina da Fé.
TFP, UMA
"DIREITA" PACIFICA E ABNEGADA
"Resistência"
não é uma associação erecta e dirigida pela autoridade eclesiástica. Ela se
constitui entretanto de católicos praticantes, que se inspiram nos
ensinamentos tradicionais do Supremo Magistério no que diz respeito a seu pensamento
e a sua ação.
É o que se lê em tudo
quanto ela tem difundido de sua própria obra ou de suas gloriosas coirmãs, as
TFPs.
Fazendo uso da liberdade
de que todos gozam, ela se põe em uma posição que, por analogia, se poderia
chamar de definidamente "direitista", face aos problemas existentes
dentro e fora da Igreja.
E, sem jamais transgredir
a obediência devida às leis de Deus e às dos homens, tem feito propaganda
dessa posição.
Quando se considera o
rumo geral das coisas de hoje, se percebe o que há de abnegado e corajoso nessa
tomada de posição que, por amor à Fé, está exposta a toda espécie de atritos e
choques.
MAIS OMISSÕES DO ESTRONDO
O estrondo maneja também
aqui as omissões. Pois ele não diz ao público se os pais inconformes com
"Resistência" têm uma posição pessoal diante desses problemas, e qual
seja essa posição. Temos todas as razões para supor que, pelo menos em vários
desses pontos, tal posição diverge de "Resistência". Pois, do
contrário, a exacerbação que alguns deles têm mostrado, dificilmente se explicaria.
"RESISTÊNCIA"
ANTE A TRANSFORMAÇÃO DOS COSTUMES
Tanto mais é isto
provável quanto, muito explicavelmente, os jovens que deixaram a posição
mundana ou indiferente que tinham antes de conhecer "Resistência",
mudam de atitude depois de nela ingressar. O que, em matéria de conduta
pessoal, tem inevitável reflexo sobre a família. Com efeito, os costumes
sociais, eles os analisam do preciso ponto de vista moral que era adotado pela
maior parte da hierarquia eclesiástica do mundo inteiro há cerca de 20 anos.
"'RESISTÊNCIA"
E A VIDA DA FAMÍLIA ANTE AS TRANSFORMAÇÕES DOS COSTUMES
Entretanto, em certos
ambientes católicos acentuadamente modernizados, a condescendência nestas
matérias está muito distante do que as autoridades eclesiásticas prescreviam
naquela época.
Daí decorre que, por
exemplo, mesmo em famílias praticantes, as apreciações e a conduta dos membros
de "Resistência" em matérias como televisão, trajes balneários,
danças etc., podem divergir muito das de outras pessoas de suas famílias. Como
também das dos amigos que tinham antes de conhecer "Resistência".
TENSÕES: SOLUÇÃO
VERDADEIRA — SOLUÇÃO FALSA
Daí, explicavelmente,
discussões às vezes acaloradas de uma parte e de outra, e certa medida de
tensão e mal-estar. Desaparece assim, a unidade das famílias? É o caso de tomar
medidas contra os responsáveis por tal catástrofe?
Essas perguntas dão um
caráter de melodrama a situações que, em todas as épocas, ocorreram no seio de
muitas famílias, sem que por isto a unidade delas desaparecesse.
Tensões em matéria
doutrinária, ou pessoal, não são raras no dia a dia da vida familiar. Elas não
chegam a esses extremos nas famílias em que reina um arejado bom senso. E
neste caso não impedem uma convivência doméstica cordial. Toca sobretudo aos
pais conservar uma posição serena, mantendo a harmonia entre os elementos
discrepantes.
Quem quisesse substituir
esta ação moderadora dos pais por uma ação estatal repressiva de todas as
causas de tensão, chegaria em rigor de lógica a extremos de autoritarismo que
os srs. pais inconformes não aceitariam. Seria necessário, por exemplo,
reprimir também a propaganda por assim dizer "neocatólica", porque
pode trazer análogas tensões em lares católicos tradicionais. Por análogas
razões, seria necessário proibir a propaganda das seitas protestantes em países
católicos. E a da Igreja Católica em países protestantes.
Mais ainda, seria
necessário proibir a propaganda comunista, ou socialista, em países
capitalistas. E justificar que nos países comunistas se proíba a propaganda da
religião e da propriedade privada.
EVITANDO UM
DITATORIALISMO FÉRREO
Onde se iria parar com
tudo isso? No mais férreo regime ditatorial. A Igreja condenou o princípio
"cujus regio ejus religio", segundo o qual os súditos deveriam
aceitar sempre a religião do rei. Ela jamais aceitará o princípio de que os
filhos tenham obrigatoriamente as opiniões religiosas dos pais, de maneira
que, para saber se é ortodoxa ou heterodoxa certa doutrina apresentada como
católica, os filhos não têm que tomar como decisivo o pensamento da Igreja,
mas sim o dos pais. Contudo, é este o absurdo a que se chegaria caso, por
exemplo, os membros de "Resistência" fossem obrigados a pensar
automaticamente como seus pais em matérias religiosas.
INDEFINIÇÃO PREJUDICIAL
Suponhamos que o critério
de referência não fossem os pais, mas a maioria das pessoas da família. Se uma
parte delas toma em certas matérias um rumo que a outra parte afirma contrário
às leis de Deus; e se a outra parte faz análoga censura à primeira, que remédio
há para isso? O mal está na indefinição em que se encontram hoje tantas coisas
na Igreja. Queira Nossa Senhora obter de seu Divino Filho que essa indefinição
cesse o quanto antes.
A UNIDADE DA FAMÍLIA, BEM
INDIZIVELMENTE PRECIOSO. UNIÃO COM DEUS, BEM SUPREMO
Sem embargo, note-se bem,
o remédio não está, e nunca poderá estar, em que uma parte se resigne a
ofender a Deus para seguir a outra parte, e assim salvar a unidade da família.
Esta unidade é por certo indizivelmente preciosa. E "Resistência" tem
a firme consciência de haver colaborado muitas vezes para ajudar a mantê-la. De
onde, como foi anteriormente observado (item IV), não haver sido publicada até
agora qualquer queixa de pais inconformes sobre atitudes grosseiras ou
agressivas dos respectivos filhos.
Entretanto, quando se põe
irremediavelmente para um jovem a alternativa entre seguir um hábito
"avançado", reputado contrário à imutável doutrina da Igreja, ou
tomar uma atitude face à qual se cindam as opiniões na família, mais vale para
a alma dele aceitar essa cisão do que romper ele sua própria união com Deus,
perdendo o estado de graça (cfr. São Tomás de Aquino, Suma Teológica, II-II, q.
CI, a. 4°.).