Homenagem do Brasil ao

Bem-aventurado Grignion de Montfort

quando de sua canonização

(1947)

 

 

 

 

 

 

Artigos diversos do LEGIONÁRIO de 1947, publicados, portanto, quando seu diretor-responsável era Plinio Corrêa de Oliveira

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Conjunto escultório na igreja dos Padres Monfortanos em Roma

Túmulo de São Luiz Maria Grignion, na igreja de Saint Laurent Sur Sèvres

Homenagem do Brasil ao Bem-aventurado Grignion de Montfort

Legionário, 15 de junho de 1947, N. 775, pags. 1 e 2

A canonização do Bem-aventurado Luiz Maria Grignion de Montfort é um acontecimento que marcará época na história da Igreja, pois que traz a suprema consagração ao método espiritual denominado da escravidão à Santíssima Virgem, método este que o Bem-aventurado Grignion de Montfort ensinou no admirável livro intitulado “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”.

Este método leva a devoção a Nossa Senhora a um grau de perfeição e intensidade talvez inexcedível. Ele representa, pois, um meio precioso para afervorar as almas na piedade mariana e abre inexauríveis torrentes de graças sobre a cristandade.

Por este motivo, o Bem-aventurado Grignion de Montfort dispõe de grande número de devotos no Brasil, que desejam prestar homenagem toda particular ao novo Santo da Igreja.

Assim, entre Sacerdotes e fiéis particularmente devotos do Bem-aventurado Grignion de Montfort, organizou-se uma subscrição com cujo produto se mandou confeccionar um relicário de prata que se deve destinar a guardar o texto manuscrito do “Tratado da Verdadeira Devoção”.

A fim de levar a Roma este precioso relicário e de assistirem em nome do clero e fiéis de São Paulo a cerimônia da canonização, seguirão para Europa os Revmos. Senhores Cônego Geraldo do Amaral Melo e Antonio Leme Machado, membros do Cabido Metropolitano e do Corpo Docente do Seminário Central do Ipiranga.

Os ilustres Sacerdotes partirão desta capital dia 17, destino à Capital Federal, de onde seguirão, no dia 19, por via aérea, para Paris.

Mesa sobre a qual São Luiz Grignion escreveu o "Tratado da Verdadeira Devoção"

A Canonização do Bem-aventurado Grignion

Legionário, 13 de julho de 1947, N. 779, pag. 3

O Beato Luiz Maria Grignion de Montfort nasceu em Montfort em 1673. Ainda menino foi começar seus estudos no colégio dos Padres Jesuítas em Rennes. Aí é que se inscreveu nas fileiras da Congregação Mariana, chegando a ocupar cargo de destaque na sua diretoria. Tinha devoção especial a Nossa Senhora da Paz, venerada na igreja dos Padres Carmelitas. Aos 20 anos entrou no seminário de São Sulpício em Paris, e foi ordenado sacerdote a 5 de julho de 1700. Por ordem do Papa Clemente XI consagrou a sua vida às missões apostólica em várias províncias da França. Em breves anos consumiu as suas forças ao trabalho da conversão das almas; com 43 anos apenas de idade deixou de existir na terra, para viver da vida que não morre, no Céu. As suas últimas palavras foram: “Graças a Deus e Maria Santíssima”.

A canonização do novo Santo realizar-se-á no dia 20 de julho em Roma.

Um precioso relicário destinado a receber os manuscritos do novo Santo foi mandado fazer por um grupo de sacerdotes seus devotos. O trabalho de arte é todo de prata e cristal. A escassez do tempo não permitiu infelizmente que ficasse exposto em uma vitrine do centro para ser admirado pelo povo. Urgia enviá-lo quanto antes para Roma. Portadores desta “châsse” (urna) foram os Revmos. Cônegos Antonio Leme Machado e Geraldo Amaral do Melo, que seguiram para a França e à Itália, no dia 17 de junho.

O sr. Cônego Leme Machado apresentar-se-á ao Santo Padre como congregado mariano e como delegado especial da Federação de São Paulo. Entregará em mãos à Sua Santidade a Mensagem da Federação consignada num rico pergaminho. Solicitará de sua Santidade uma benção toda especial para os Congregados, seus Diretores e suas famílias. Irá rezar também, oficialmente em nome dos congregados de São Paulo junto aos túmulos dos Santos congregados: Santa Teresinha, em Lisieux (pertenceu à Congregação Mariana agregada à Prima Primaria); Santa Bernadette Soubirous, a vidente de Lourdes (também Congregada Mariana), São Luiz Gonzaga, Santo Estanislau Kostka... e sobretudo Bem-aventurado Luiz Grignion de Montfort.

OS FESTEJOS EM SÃO PAULO deverão ser solenes. Infelizmente não podemos ainda dar o programa. Está previsto um movimento geral dos congregados para levarem de casa em casa uma publicação da vida e obras do B. Luiz, como foi feito na campanha das vocações sacerdotais.

 

O Prof. Plinio. durante visita que realizou à França em outubro de 1988, venera a mesa sobre a qual São Luiz escreveu o "Tratado da Verdadeeira Devoção"

 

De volta ao Brasil

Legionário, 10 de agosto de 1947, N. 783, pag. 8

Como tivemos ocasião de noticiar, os brasileiros devotos de São Luiz Maria Grignion de Montfort se fizeram representar na solene canonização desse grande Santo, por dois ilustres Sacerdotes paulistas, os Revmos. Srs. Cônegos Antonio Leme Machado e Luiz Geraldo do Amaral Melo. SS. RR. Fizeram a viagem de avião, de maneira a estarem ausentes do País somente durante o período das férias do Seminário Central do Ipiranga, a cujo corpo docente pertencem. SS. RR. levaram um belo relicário de prata, para guardar o manuscrito do “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, a obra imortal de São Luiz de Montfort.

Durante a semana passada, os dois ilustres Sacerdotes, figuras do maior destaque no Clero paulista, regressaram ao Brasil, depois de ter assistido pessoalmente à soleníssima cerimônia da canonização. Foi elevado o número de pessoas que os foram receber no aeroporto, onde os colheu nossa objetiva.

 

Federação das CC. MM. (Congregações Marianas) de São Paulo

A benção do Santo Padre o Papa

Legionário, 21 de setembro de 1947, N. 789 (escrito à mão), pag. 8

A canonização de São Luiz Maria Grignion de Montfort, a 20 de julho p.p., constituiu uma esplendida glorificação de Nossa Senhora. Tentar uma descrição dessa grandiosa cerimonia, seria comprometer-lhe o brilho incomparável. Diremos apenas que jamais em toda a nossa vida contemplamos espetáculo tão imponente e tão comovedor. Concedendo a honra dos altares a São Luiz Maria, a Santa Igreja abençoa, ratifica e inculca a espiritualidade marial desse grande arauto da Mãe de Deus.

Depois da canonização foram todos os peregrinos recebidos em audiência pública pelo Santo Padre. A grande sala das audiências regurgitava de peregrinos procedentes da França, de outros países da Europa, e nós, do Brasil. O Soberano Pontífice foi recebido com delirantes aclamações. Exprimindo-se num francês fluente e elegante, Sua Santidade dirigiu a todos uma belíssima alocução, exaltando as virtudes e os méritos do novo Santo. Deu a todos a benção apostólica, retirando-se depois de receber as saudações dos cardeais e bispos presentes.

Ansiávamos pelo momento excepcionalmente feliz de podermos falar pessoalmente com Sua Santidade e fazer entrega da significativa mensagem da Federação das Congregações Marianas de São Paulo. Chegou finalmente esse grande dia. Transpondo os salões do Vaticano, fomos conduzidos a uma sala próxima aos aposentos do Papa. Alguns momentos, e eis que surge diante de nós, como uma visão celeste, a figura suave e austera de Pio XII. Junto do Papa, a nossa alma vibra santamente. Sentimo-nos bem junto daquele que é realmente nosso Pai. Atendeu-nos muito paternalmente. É sempre com especial carinho que se dirige aos brasileiros. Falou conosco em português, dizendo, logo de início, que desejava fosse nossa Pátria sempre fiel às suas gloriosas tradições cristãs.

Depois da nossa afetuosa e reverente saudação, tivemos a grande alegria de depositar nas mãos sagradas de Sua Santidade o artístico pergaminho com o qual os Congregados Marianos de São Paulo saudavam filialmente a Sua Santidade por ocasião da canonização de São Luiz Maria Grignion de Montfort. Esta mensagem foi recebida com paternal carinho. Pio XII desdobrou-a, passando os seus olhos por sobre os seus expressivos dizeres, erguendo depois sua mão num gesto de benção. Que esta benção do Vigário de cristo afervore cada vez mais todos os congregados de São Paulo. Soldado da Virgem, deve ser o congregado um modelo de submissão afetuosa e indefectível ao “doce Cristo na terra”. Portadores dessa benção tão preciosa, auguramos a todos os filhos de Nossa Senhora uma compenetração cada vez mais entusiasta de seus sagrados deveres para com Deus e sua Santa Igreja.

Depois de oferecermos ao Santo Padre uma fotografia da urna oferecida pelos devotos brasileiros para o original do “Tratado da Verdadeira devoção a Nossa Senhora”, retiramo-nos dessa audiência com o coração reconfortado e com a alma banhada em santas e indeléveis alegrias.

São Paulo, agosto de 1947.

Cônego Antonio Leme Machado.

Cônego Geraldo Mello.

 

Agradecimentos da Santa Sé

Legionário, 23 de novembro de 1947, N. 798, pag. 4

Conforme noticiamos por ocasião da canonização de São Luiz Maria Grignion de Montfort, os católicos brasileiros devotos do novo Santo se fizeram representar nas cerimonias pelos Revmos. Srs. Cônegos Antonio Leme Machado e Geraldo do Amaral Melo. Os dois distintos Sacerdotes levaram, como homenagem do Brasil, uma artística caixa de prata para nela ser depositado o original do “Tratado da Verdadeira Devoção” e, ao mesmo tempo, o revmo. Sr. Cônego Leme Machado ofertou ao Sumo Pontífice um exemplar do “Tratado da Verdadeira Devoção” traduzido para o português.

Em agradecimento pelo expressivo presente, S. Revma. acaba de receber da Secretaria de Estado a seguinte carta:

“Del Vaticano, 9 de agosto de 1947.

Ilmo. E revmo. Sr. Cônego

O Santo Padre agradece reconhecido a filial homenagem da tradução brasileira do “Tratado da Verdadeira Devoção” que V. Revma. se dignou enviar-lhe por ocasião da canonização de São Luiz Maria Grignion de Montfort.

Sua Santidade concede de todo o coração a V. Revma. e aos Padres consagrados a Nossa Senhora, do Brasil, a Benção Apostólica, portadora de graças celestiais para o seu apostolado.

Com a maior consideração, eu subscrevo,

De V. Revma.

Del Creado in G.J.

Igreja de Saint Laurent Sur Sèvres onde repousam as relíquias daquele grande apóstolo marial

 

Donativo brasileiro a São Luiz Grignion

Legionário, 28 de dezembro de 1947, N. 803, pag. 7

Como noticiamos, os devotos de São Luiz Maria Grignion de Montfort no Brasil tiveram a bela iniciativa de mandar confeccionar aqui um belo cofre de prata que enviaram à Europa a fim de serem nele guardados os manuscritos originais do “Tratado da Verdadeira Devoção”. Foram portadores deste precioso presente os Revmos. Srs. Cônegos Antonio Leme Machado e Geraldo do Amaral Mello. A estes dois distintos Sacerdotes, o Revmo. Sr. Pe. A. Josselin, Superior Geral dos Padres Montfortinos e das Filhas da Sabedoria, acaba de enviar a seguinte carta:

“Tenho o prazer de comunicar a V. Revmas. que o precioso cofre destinado a receber o “Tratado da Verdadeira Devoção” acaba de chegar a Saint Laurent Sur Sèvre.

“Todos aqui admiramos a Arte com que está executado e ficamos particularmente impressionados pela piedade filial que inspirou essa riquíssima oferta.

Possa o Santo Fundador por sua vez conceder a todos os que tão generosamente contribuíram para o digno presente a graça de sempre melhor conhecer, amar e servir a Rainha dos corações.

“Sabemos, Srs. Cônegos, qual a parte que VV. Revmas. tiveram na realização do projeto e cumpre hoje exprimirmos mais uma vez e de modo muito especial a Vv. Revmas. a nossa grande gratidão.

“Sensibilizou-nos sobremaneira a presença de Vv. Revmas. nas Festas da Canonização de São Luiz Maria Grignion de Montfort, em representação dos Sacerdotes de Maria do Brasil.

“Conservamos a mais grata lembrança das poucas horas, demasiado breves a nosso grado, que Vv. Revmas. nos deram o prazer de passar aqui conosco. Ao pé do Sepulcro do nosso Santo Fundador não esquecer-nos-emos nem das vossas ilustres pessoas, nem das vossas obras, nem da vossa querida Pátria.

“Em breve Vv. Revmas. receberão para Vv. Revmas., companheiros, as Relíquias desejadas de São Luiz de Montfort.

“Se a ocasião se lhe apresentasse fácil, agradeceríamos a Vv. Revmas. o favor de querer transmitir os nossos sinceros agradecimentos a todos os que contribuíram para realização da generosa Oferta.

“E digne-se Vv. Revmas. aceitar a homenagem dos meus mui respeitosos e religiosos sentimentos em Nosso Senhor e Nossa Senhora.

(a)  A. Josselin, Superior Geral dos Padres Montfortinos e das Filhas da Sabedoria”.

      


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