Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Catedrais e igrejas da França

 

depois da guerra

 

 

 

 

 

Legionário, 2 de fevereiro de 1941, N. 438, pag. 8

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A belíssima fachada da Catedral de Strasbourg, que o nosso clichê apresenta, dá ideia do que seja o grandioso templo. Mas continuará ele a se incluir entre as grandes Catedrais da França?

Como em 1914, as igrejas e catedrais da França sofreram os efeitos da guerra.

Embora menos que em 14, por enquanto, os efeitos dos bombardeios de aviação e da artilharia, assim como os incêndios e a ocupação, afetaram gravemente os admiráveis monumentos da França medieval e católica.

Dentre as grandes catedrais as mais atingidas foram as de Rouen e de Évreux. A catedral de Rouen foi danificada pelas chamas que envolveram o quarteirão em que se encontrava localizada. Um ataque de tanques produziu o incêndio que durou mais de 24 horas: todas as obras de revestimento e de madeira foram atingidas pelas chamas. É uma catedral iniciada em 1202 e terminada no século XVI: possuía tesouros de arte, como as 96 estalas esculpidas do coro, do século XV, a escada gótica que leva à Biblioteca do Capítulo, os túmulos dos cardeais Jorge I e Jorge II de Amboise.

A catedral de Évreux encerra uma série de lindas capelas Renascença e trabalhos de madeira preciosíssimos. No dia 9 de junho a cidade foi bombardeada pela aviação e a seguir por diversas vezes. A catedral perdeu seu campanário.

Além das grandes catedrais, porém, um grande número de igrejas foram atingidas. Essas igrejas, embora de menos renome que as de Amiens, d’Arras, Chartres, de Évreux, são contudo repositórios de pormenores preciosos para a arte medieval.

No norte da França e sul da Bélgica as igrejas como as cidades foram muito visadas.

Dunkerke, famosa nesta guerra pela retirada inglesa, foi rudemente atacada.

Da igreja de Santo Elói sói resta a fachada principal, enegrecida pelo incêndio.

Calais e Boulogne-sur-Mer tiveram suas igrejas bem danificadas; em Arras foi atingida a igreja de Saint-Vaast, do século XVI.

Ao longo dos rios, os franceses tentaram opor resistência aos alemães; por isso as cidades que se encontram nas suas margens sofreram muito.

No Somme, em Abbeville, houve uma perda irreparável: a igreja de Santo Vulfran, de estilo gótico flamejante, construída no século XV, foi inteiramente queimada e destruída.

Amiens, embora parcialmente arrasada, teve sua catedral intacta; o mesmo não aconteceu com as de Perone, São Pedro e do Santo Sepulcro, bem como a igreja gótica de São João.

No Oise foi gravemente danificada a igreja de Santo Estêvão, em Beauvais.

Em Compiègne, a igreja de São Tiago foi muito danificada: era um verdadeiro museu, por encerrar pinturas de Philippe de Champagne e de Mignard. Ela possuía também uma capela e uma torre renascença; seu coro data do século XIII e sua pia de água benta do século XII.

A abadia de Santo Cornélio não existe mais.

Nas margens do Sena além das catedrais de Rouen e Évreux, cujos danos já foram descritos, foram alvejadas também outras igrejas.

Saint-Maclou, construída de 1437 a 1581, era um admirável e perfeito espécie do estilo gótico flamejante. Seu pórtico, segundo Viollet-le-Duc, é um dos mais ricos construídos no século XVI.

Foram fortemente danificadas as igrejas de Dieppe, d’Eu, de Caudebec, de Fecamp.

Em Évreux, além da catedral, foi atingida a igreja de Gison, de estilo renascença; a de Andelys, cuja harmoniosa fachada foi danificada.

A igreja de Santo Gervásio, famosa por seus baixos relevos e vitrais, foi detruída. Em Andelys a igreja construída por Ricardo Coração de Leão, em 1198, não foi atingida.

Finalmente, outras igrejas na França sofreram os resultados da guerra. São as que se encontram na Bretanha, nas margens do Loire, e por todo o território francês ocupado.


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