Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Evangelho
 
O joio

 

 

 

 

Legionário, 5 de fevereiro de 1939, N. 334, pag. 5

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Quinto Domingo depois da Epifania

Evangelho segundo São Mateus, cap. XIII, vers. 24-30

Naquele tempo, disse Jesus às turbas esta parábola: Assemelhou-se o Reino dos Céus a um homem que semeou a boa semente no seu campo. Ora, como dormissem os homens, veio seu inimigo e semeou o joio entre o trigo. Aconteceu, pois, que, ao crescer a erva e frutificar, apareceu também o joio. Chegaram-se, pois, os servos ao pai de família e lhe disseram: Senhor, porventura não semeaste boa semente no teu campo? Donde, pois, vem o joio? E lhes respondeu: o homem inimigo faz isto. Os servos, então: Se queres, vamos e o arrancamos. Respondeu: Não, para que não suceda que, recolhendo o joio, arranqueis também o trigo. Deixai, pois, que um e outro cresçam até o tempo da ceifa: então direi aos cegadores: Colhei primeiro o joio, e atai-o em feixes para queimar. O trigo, porém, recolhei-o no meu celeiro.

 

A boa semente, nesta parábola – segundo a interpretação que lhe deu o mesmo Senhor (v. 36 e ss.) – são os filhos do reino, os que ouviram a palavra de Deus, aceitaram-na, e com ela conformaram sua vida. Na sociedade visível, instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo, na Igreja, seriam os fiéis. Há de notar-se, entretanto, que o joio – na interpretação, os filhos da iniquidade – encontraram-se no mesmo campo, crescem ao lado, bem junto do bom grão. Seria mesmo difícil arrancá-lo, sem danificar o trigo. A lição do Mestre insinua, pois, que está nos desígnios da Providência permitir também a existência de maus no seio da Sua Igreja. E dispôs assim que prosseguisse Ela sua finalidade até o tempo da messe que é a consumação dos séculos, quando o Reino dos Céus receberá seu último complemento na Jerusalém celeste onde não entrará nada de imperfeito.

Não nos escandalizemos, portanto, se encontrarmos algum dia, nos nossos Templos, também o joio, onde talvez absolutamente ele não deveria estar. Nosso Senhor o predisse antes para que não se infirmasse nossa Fé. Para permiti-lo tem razões divinas que aos limites de nossa inteligência nem sempre é dado perscrutar.


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