Plinio Corrêa de Oliveira
7 Dias em Revista
Legionário, 11 de fevereiro de 1945 |
|
Durante o carnaval, multiplicar-se-ão os atos de reparação a Nosso Senhor, pelos pecados cometidos pela sociedade em delírio. Declina o carnaval, diz-se. Sim, o de rua. E Deus seja louvado. Mas o de "salão" continua, devastador e imoral. Nestes dias, todos os católicos que não possam fazer retiro, devem afluir aos templos, para desagravar Nosso Senhor. * * * Sua Eminência, o Cardeal Copello, Arcebispo de Buenos Aires, baixou uma Pastoral em que reafirmou a condenação da Associação Cristã de Moços, quer do ramo masculino quer do feminino. Até aqui, a resposta dos protestantes a atos como estes costumava ser abespinhada. Tempora mutantur. Um anticatólico que combata hoje em dia a Igreja, com termos desabridos e viseira erguida, é considerado tão anacrônico por seus companheiros de armas, quanto um guerreiro vestido à moda de César, nos campos de batalha europeus. Por isto, a resposta da A.C.M. foi cheia de melúrias. Sua tecla essencial foi que, nesse tempo de frente única contra o ateísmo, era necessário amortecer os conflitos entre cristãos. Argumento típico, linguagem típica, tudo típico. São assim, hoje, os inimigos da Igreja. * * * Pensem bem nisto os católicos: a caridade deve ser a arma invariável de nosso apostolado. Mas caridade não é o contrário de argúcia e de combatividade. Há modos de faltar com a caridade combatendo. Como há modos de não combater em que se falta com a caridade. Às vezes, o excesso de argúcia implica em falta de caridade. Outras vezes, pecamos contra a caridade por não termos sido suficientemente argutos. É esta a realidade. Sejamos argutos. Oremos e vigiemos, porque desde o comunismo até o protestantismo, passando pelos cismáticos, espíritas, etc., só vemos muitos lobos vestidos com peles de ovelhas. Enquanto escasseiam os lobos com a pele à mostra, multiplicam-se as peles de ovelha nas costas dos que estão fora da Santa Igreja.
|