A propósito de telegramas tendenciosos publicados
nesta capital sobre a atuação do Revmo. Sr. Pe. Hipolito Chauvelon, S.S. na expedição Roncador-Xingú, estamos habilitados a informar o seguinte: S. Revma. se incorporou à expedição a convite do Sr. Major Vanique, e com a mesma prosseguiu até o local onde ela se
encontra presentemente; dali S. Revma. solicitado por
urgentes afazeres, prosseguiu viagem até o Rio das Mortes, onde exerce habitualmente seu benemérito ministério de
missionário salesiano, e onde aguarda a expedição para com ela prosseguir até o
final.
Como se vê, nenhum incidente houve entre aquele
ilustre Sacerdote e a expedição Roncador-Xingú. As
notícias publicadas em sentido contrário carecem de todo e qualquer fundamento,
e tiveram na imprensa cotidiana um realce inexplicável, que se prende sem dúvida
a campanha contra o Clero estrangeiro. Esta campanha de imprensa, que tem
sofrido reveses decisivos como o malogro das acusações levantadas contra os Revmos. Padres Franciscanos de Cairú, está reclamando uma repulsa enérgica da parte da opinião
católica brasileira.
* * *
Merece registro a informação do jornal londrino
"Daily Scktch",
de que as autoridades nazistas que ocupam Roma pediram permissão
ao Sumo Pontífice para organizar um filme sobre a situação atual do Vaticano, em que se demonstrasse a inteira normalidade da vida nos
domínios papais.
O Sumo Pontífice, segundo aquela folha, recusou
categoricamente o oferecimento nazista. Explica-se facilmente a atitude do
Santo Padre. Se bem que possa continuar inalterada a situação material da vida
do Vaticano, os nazistas continuam plenamente responsáveis pelas conseqüências
catastróficas de sua presença em Roma. Assim, pois, a mera verificação da
normalidade material do Vaticano só serviria para iludir as pessoas menos argutas,
que não perceberiam, sob as aparências enganosas de alguma película
astuciosamente confeccionada, toda a situação moral verdadeiramente trágica, o
ambiente de anarquia, de ameaça, de hecatombe em que Roma está imersa, e que
necessariamente repercutirá dentro dos muros de São Pedro. E tão funda e
genuína é essa repercussão, que o Sumo Pontífice, deliberando heroicamente
manter-se em Roma quaisquer que sejam os riscos, aumentou entretanto
consideravelmente o efetivo das tropas pontifícias, dotadas agora de fardamento
e armamento inteiramente modernos.
* * *
O LEGIONÁRIO já tem mostrado muitas vezes que as
perseguições anti-semíticas do Sr. Hitler têm concorrido
indireta mas poderosamente para a realização do sonho mais caro aos dirigentes
judaicos mundiais. Seria difícil aos que representam a maior hierarquia na
estrutura e tradições dos judeus convencer os seus inúmeros
"patrícios" disseminados pelo mundo, da conveniência de abandonar as
situações excelentes que desfrutavam em várias capitais européias, a fim de se
enterrar em um lugar desconhecido e distante como Tel-Aviv. O que os dirigentes do sionismo não conseguiram,
obteve-o Hitler. Com sua campanha anti-semítica,
povoou Tel-Aviv, a nova cidade hebraica da Palestina, hoje dotada de inúmeros melhoramentos e de grande
conforto. O "lar nacional" dos judeus, encheu-o o Sr. Hitler. Ainda agora, um telegrama nos informa da viagem de
um navio cheio de refugiados judeus expulsos da Europa pelo anti-semitismo
cruel do Sr. Hitler, que vão para Tel-Aviv.
E com que contentamento para os "leaders" judaicos do mundo inteiro!
* * *
Andaram muitíssimo bem as autoridades britânicas,
prendendo o vice-cônsul argentino Helmut, no porto de Trindade. Sob a capa de representante do
governo portenho, Helmut
era, na realidade, perigoso espião, de tal forma ligado a manobras contrárias à
segurança de nosso continente, que as autoridades britânicas não tiveram meio
senão de o deter. Depois do fato, as autoridades argentinas informaram que esse
Sr. fora demitido anteriormente das suas funções.
* * *
O Protestantismo continua a expiar
sua revolta contra Roma, sofrendo o castigo clássico de todas as seitas
dissidentes: são escravizadas pelo Estado.
A despeito da tradição milenar em contrário, o
governo nazista acaba de decretar que as mulheres podem ser sacerdotisas
protestantes substituindo os pastores mortos ou mobilizados. É a última
expressão de dependência para uma igreja aceitar a legislação subversiva
imposta pelo Estado em assunto relevante como seja o sacerdócio.