EQUADOR
TFP:
tonificando as fibras cristãs da vida pública de uma nação-relicário
NAS TERRAS
DA AMÉRICA, o Equador é, sem dúvida, um dos países mais infensos ao laicismo que assola nossa época e, ao mesmo tempo, um dos
mais afetados por ele. Um exemplo, entre muitos outros, bem mostra sua
religiosidade: no início da Quaresma, a população acorre em massa às igrejas,
para receber as cinzas, e grande número de pessoas leva à testa esse sinal
cristão durante o dia inteiro, com naturalidade e convicção.
Mas o
Equador, país-relicário de belas e grandes igrejas,
de importantes e famosas aparições – entre as quais as de Nossa Senhora do Bom
Sucesso – também é o País onde um Presidente da República, ardoroso católico,
Garcia Moreno, tomba assassinado por ódio à Fé, bradando "Dios no muere".
O País tem
sido marcado por certa instabilidade política, de que é índice o fato de terem
sido promulgadas 17 Constituições desde a independência, em 1822.
Há cerca
de 18 partidos políticos, muitos deles sem qualquer ideologia, sendo os
principais agrupamentos a Esquerda Democrática (ID), o Partido Social Cristão
(PSC), a Concentração de Forças Populares, a Frente Radical Alfarista e o Partido Roldosista
Equatoriano.
No Equador
a Igreja é separada do Estado, e vigora uma Concordata que acaba de celebrar
seus 50 anos.
O divórcio
foi aprovado no País em 1902. A Constituição vigente (1978) favorece de certa
forma o controle da natalidade (arts. 24 e 89),
estabelece a validez do concubinato (art. 25) e a igualdade para todos os
efeitos entre a prole legítima e a ilegítima (art. 25).
Uma lei de
Reforma Agrária está em vigor desde 1964, e a atual Constituição brande contra
o proprietário o gládio da Reforma Urbana, ao estatuir: "para tornar
efetivo o direito à habitação, as municipalidades poderão expropriar, reservar
e controlar áreas para o desenvolvimento futuro dos centros urbanos".
No País,
os focos de agitação da chamada
"esquerda católica" gravitam em torno do ex-Bispo
de Riobamba, Mons. Leonidas
Proano, e do Arcebispo de Cuenca,
Mons. Luis Alberto Luna,
que se vai transformando no "Arcebispo Vermelho"equatoriano.
É nesse
contexto político, social e religioso que atua com modelar dedicação a TFP
equatoriana, procurando tonificar na opinião pública aquelas fibras de alma que
vibram com particular entusiasmo em relação à Virgem das Mercês e à Dolorosa del Colegio, ao Presidente-mártir Garcia Moreno, a Santa Mariana de Jesús Paredes y
Flores, a Soror Catalina de Jesús
Herrera e a Soror Mariana
de Jesús Torres.
É, pois, interessante
acompanhar sua trajetória, desde os primeiros passos.
Em outubro de 1970, as populações de Quito e Guayaquil têm diante dos olhos uma cena inusitada: grupos
de jovens católicos, cheios de entusiasmo, divulgam pelas ruas matéria
anticomunista.
São estudantes universitários e secundários
pertencentes ao recém-fundado Comité de Jóvenes Ecuatorianos
Pro-Civilización Cristiana
(CJECC). Eles difundem o artigo Uma opinião de Allende sobre o Clero chileno.
O texto comenta as afinidades que o candidato marxista – favorecido nas
eleições presidenciais, mas ainda não confirmado pelo Congresso chileno –
confessa ter com o Clero esquerdista de seu País, conforme entrevista dada para
o "The New York
Times" (1).
(1) Cfr. "The New York
Times",
A repercussão é intensa e imediata. Naqueles mesmos
dias, sai publicado na imprensa (2) e é distribuído nas ruas de Quito e Guayaquil o artigo de Plinio Corrêa de Oliveira Toda
a verdade sobre as eleições no Chile. O embaixador chileno, sr.
Alberto Yoacham, representante do governo
democrata-cristão de Eduardo Frei, manifesta-se publicamente sobre o referido
artigo, sem nada esclarecer nem refutar, dizendo apenas: "Contém tal
quantidade de inépcias que não merece ser comentado
em detalhe"...
(2) Cfr. "El Tiempo", Quito, 16-10-70.
O CJECC, fazendo sua a opinião do Prof. Plinio Corrêa
de Oliveira, difunde novamente o artigo pela imprensa, só que desta vez com o
título A verdade que susceptibilizou o Embaixador
chileno (3), ponderando que a atitude do diplomata da nação austral
reforça a posição do citado artigo, e que os fatos nele alegados permanecem
incontestados e incontestáveis.
(3) Cfr. "El Comercio", Quito, 20-10-70.
1971
Em
diálogo com oPresidente Velasco
Ibarra
ABRIL – O CJECC publica Respeitosa carta a S.
Excelência o Presidente da República, Sr. José Maria Velasco
Ibarra, em defesa do direito de propriedade. Com o
subtítulo Jovens pedem a S.E. que deixe de aplicar as leis agro-reformistas de
tendência confiscatória e anticristã, a carta – verdadeiro manifesto – ocupa
duas páginas do principal jornal de Quito (4). O documento analisa
pormenorizadamente a Lei de Abolición del trabajo precario
en la Agricultura,
expedida em 7 de outubro de 1970, a qual acentuava o caráter socialista e persecutório
à propriedade privada da Ley de Reforma Agrária y Colonización.
(4) Cfr. "El Comercio", Quito, 17-4-71. Um
resumo é publicado em "El Telegrafo", Guayaquil,
28-4-71.
O Chefe de Estado responde com elevação e cortesia,
manifestando sua consideração por aqueles que, "como os srs., defendem
teses tradicionais, dignas de todo o respeito", e estabelecendo o
contraste entre a atitude do CJECC e "certos dignitários eclesiásticos que
falam de mudança de estrutura, de libertação, de revolução e de tantos outros
problemas que incitam à sedição e à perturbação da ordem". O Presidente
faz considerações a favor da família, mas ao mesmo tempo argumenta abertamente
em favor da Reforma Agrária.
O CJECC responde reafirmando, com respeito e firmeza,
sua posição contrária às referidas leis. O intercâmbio de cartas é publicado
pela imprensa (5).
(5) Cfr. "El Comercio", Quito, 21-5-71;
"El Universo", Guayaquil, 22-5-71.
Reconquista
ABRIL – O CJECC começa a publicação da revista
"Reconquista". Seu primeiro número, que contém a Carta ao Presidente Velasco Ibarra contra a Reforma
Agrária, é difundido em campanha nas ruas das seis principais cidades do País,
esgotando-se rapidamente 22 mil exemplares.
Desafio
à Democracia Cristã
JUNHO – A Democracia Cristã Universitária (DCU)
difunde nos meios de ensino superior o volante intitulado Reconquista vs Revolução, o qual, insultante
em suas expressões e confuso em suas idéias, ataca a posição adotada pelo CJECC
em defesa do direito de propriedade e contra as leis agro-reformistas. O CJECC
se dirige à opinião universitária no volante Reconquista responde à Democracia
Cristã Universitária, do qual se difundem 5 mil exemplares na Universidade
Católica de Guayaquil.
JULHO – É lançada a edição equatoriana (5 mil
exemplares) do famoso livro de Fabio Vidigal Xavier
da Silveira, Frei, o Kerensky chileno, colocado à
venda em todo o País. Como meio de propaganda, se distribuem nas ruas de Quito
e Guayaquil volantes que têm recortado em seus bordos
o perfil caricaturizado do presidente Frei (ver TFPs:
ações conjuntas em âmbito internacional nº 3).
Allende
no Equador
AGOSTO – Ante o anúncio da visita ao Equador do
Presidente marxista chileno Salvador Allende, o CJECC promove campanha de
coleta de assinaturas nas ruas, pedindo ao Presidente Velasco
Ibarra que suspenda tal convite. Desta maneira se
impediria que a acolhida no Equador, desse ao líder marxista o prestígio que em
seu País não tinha. O abaixo-assinado, que obteve 7.585 assinaturas em apenas
35 horas de campanha nas ruas de Quito e Guayaquil, é
publicado na imprensa, merecendo também resposta pessoal do Chefe de Estado, na
qual tenta justificar-se pela impossibilidade de atender o pedido (6).
(6) Cfr. "El Comercio", Quito, 21-8-71.
De regresso ao Chile, Allende declara que sua recente viagem
(ao Equador, Colômbia e Peru) havia produzido a queda das barreiras
ideológicas. O CJECC envia-lhe então um telegrama, publicado na revista
"Reconquista", afirmando que a impressão do Presidente marxista
carecia de fundamento, e que sua presença em território equatoriano havia
acentuado fortemente o repúdio do povo cristão desta Nação ao marxismo.
Trapaças
NOVEMBRO – "Reconquista" publica o manifesto
da TFP chilena Nem armas, nem barbas, mas trapaças: a via chilena, alerta
cheio de lições para os que se iludem com as quimeras igualitárias da
experiência marxista no Chile.
Abre-te,
Sésamo
DEZEMBRO – Fidel Castro, regressando de longa visita
ao Chile, faz escala em Guayaquil, onde é recebido
pelo Presidente Velasco Ibarra.
O CJECC, aludindo à recente viagem de Allende ao Equador, publica o documento A
visita de Allende: abre-te Sésamo para Fidel (7).
(7) Cfr. "El Comercio", Quito, 7-12-71.
1972
"Patriótica
preocupação"
MAIO – Sob o título A propósito das expropriações de
terrenos ao norte de Guayaquil, o CJECC publica uma
carta enviada ao Presidente da República, Gen. Guillermo
Rodriguez Lara, na qual exprime a inquietação
provocada pelas tentativas de expropriação de enormes terrenos próximos dessa
cidade (8). Em nome do Chefe da Nação, o Secretário Geral da Administração
Pública se dirige ao Comité, agradecendo pela
"patriótica preocupação com os problemas nacionais".
(8) Cfr. "El Universo", Guayaquil, 4-5-72.
JULHO – "Reconquista" publica estudo, já
difundido pelas TFPs de vários países, denunciando a trama mundial para
subverter a Igreja; trama na qual participam o IDO-C e os "grupos
proféticos" (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito
internacional nº 2).
1973
Fundação
ABRIL – Os propagandistas de "Reconquista" e
os membros do Comité de Jóvenes Ecuatorianos Pro-Civilización Cristiana fundam o Núcleo Ecuatoriano
Tradición, Familia, Propiedad.
Queda
de Allende repercute
SETEMBRO – Na declaração A TFP e a libertação do Chile
do jugo comunista (9), o Núcleo TFP se congratula com a queda de Allende, ao
mesmo tempo em que narra as atividades que desenvolveu, no campo doutrinário,
contra o expansionismo do regime marxista chileno.
(9) Cfr. "El Comercio", Quito, 25-9-73;
"El Universo", Guayaquil, 25-9-73.
Agro-reformismo, semeadura de ruína
OUTUBRO – Com o manifesto O Equador ante a Reforma Agrária,
o Núcleo TFP intervém no debate sobre o processo agro-reformista. O documento –
publicado na imprensa (10) e difundido nos meios rurais do País – analisa, com
base na doutrina católica, os aspectos objetáveis do projeto de lei aprovado
pela Comissão Legislativa.
(10) "El Universo", Guayaquil, 6-10-73.
Nossa
Senhora do Bom Sucesso e o século XX
NOVEMBRO – "Reconquista", agora órgão
oficial da TFP, divulga as profecias da Virgem sobre o século XX. Sob a
invocação de Nossa Senhora do Bom Sucesso, Ela dignou-se aparecer a Soror Mariana de Jesús Torres,
religiosa concepcionista de Quito, no século XVI.
1974
MARÇO – Venda nas principais livrarias de Quito e Guayaquil da obra de Plinio Corrêa de Oliveira A
liberdade da Igreja no Estado comunista (ver Livros publicados por várias TFPs
nº 2).
JULHO – O Núcleo TFP adere à Declaração de Resistência,
e responde respeitosamente ao pronunciamento do Cardeal-Arcebispo
de Quito sobre o tema (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito
internacional nº 4).
AGOSTO – Número especial de "Reconquista",
com o título Fim do bloqueio a Cuba: requiem ou bênção à
tirania castrista?, analisa a ofensiva
esquerdista tendente à supressão do bloqueio econômico a Cuba e ao reatamento
de relações diplomáticas com a "ilha-prisão".
Os cooperadores da TFP realizam campanha de difusão da revista nas ruas de
Quito e Guayaquil, para alertar a opinião pública,
tendo presente que a conferência de chanceleres da OEA, reunida na capital
equatoriana, resolveria se se deveria ou não levantar
as sanções a Cuba. Efetivamente, as sanções foram mantidas (ver TFPs:
ações conjuntas em âmbito internacional nº 6).
Ridículas
acusações
NOVEMBRO – O Núcleo TFP desmente categoricamente
notícias da imprensa que lhe atribuem o absurdo propósito de perturbar a
conferência de chanceleres (11).
(11) Cfr. "El Universo", Guayaquil, 2-11-74.
1975
"TFP
Informa"
ABRIL – Inicia-se a publicação do boletim "TFP
Informa", contendo temas de atualidade, como também notícias das atividades
das diversas TFPs.
Homenagem
a García Moreno
AGOSTO – No dia 6, centenário do assassinato de
Gabriel García Moreno, a TFP comparece ao traslado
dos restos do Presidente-mártir do Equador, desde a
Igreja de Santa Catarina até a Catedral Metropolitana de Quito. Todos os anos,
nesta data, a TFP realiza uma homenagem a García
Moreno depositando uma coroa de flores no lugar onde foi assassinado.
Futuro
da América Latina
DEZEMBRO – Ainda em homenagem ao Presidente que
consagrou o Equador ao Sagrado Coração de Jesus, a TFP publica em
"Reconquista" o artigo García
Moreno, Equador e o futuro da América Latina. O documento é vendido nas
ruas de Quito e Guayaquil.
1976
JUNHO – O núcleo TFP põe à venda em todo o País o
livro A Igreja do silêncio no Chile – um tema de meditação para os católicos
latino-americanos (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito
internacional nº 8).
1977
RA-QC
ABRIL – Difusão, entre amigos e simpatizantes da TFP,
da edição colombiana de Reforma Agrária – Questão de Consciência.
JULHO – O Núcleo TFP se solidariza com o telex do
Prof. Plinio Corrêa de Oliveira sobre os direitos humanos (ver TFPs:
ações conjuntas em âmbito internacional nº 9).
Dezessete castelos de cartas
OUTUBRO – O governo militar convoca um referendum no
qual se escolherá entre dois projetos para a nova Constituição, a 17ª da
história do País. A TFP publica manifesto (12) questionando a seriedade do
referendum, e pede que ele seja precedido por uma adequada informação aos
eleitores. A declaração tem o título: Dezessete castelos de cartas.
(12) Cfr. "El
Comercio", Quito, 29-10-77.
1978
Entre
a forca e a guilhotina
JANEIRO – Uma vez que não se realizou a campanha de
esclarecimento ideológico sobre as questões fundamentais dos projetos de nova
Constituição, que a TFP solicitara, a entidade volta a dirigir-se à opinião
pública – desta vez, dias antes da realização do referendum – publicando o
manifesto No meio da confusão, os católicos equatorianos livres de escolher...
entre a forca e a guilhotina (13). O documento analisa pormenorizadamente
os dois projetos de Constituição, afirmando que um e outro não diferem
essencialmente entre si e, pretendendo garantir liberdades político-democráticas,
estabelecem – com matizes diversos – uma mesma organização sócio-econômica, que
traz consigo a ruína da autêntica liberdade.
(13) Cfr "El
Comercio", Quito, 13-1-78; "El Universo", Guayaquil, 11-1-78. Um
resumo é publicado em "El Tiempo", Quito, 8-1-78.
A TFP constata, ademais, a omissão do Episcopado, que
não fez ouvir a voz oficial da Igreja para recordar a Doutrina Católica, apesar
de ser sua missão tutelar a lei natural.
Realizado o referendum, há um número sem precedentes
de votos nulos (23,29%) que, junto com os votos em branco (1,59%),
corresponderiam a eleitores que recusaram ambos os projetos. O que significa
que a Constituição, "aprovada" por 42,97% do eleitorado, na realidade
não obteve a maioria.
Eleições,
apreensões
JULHO – A TFP ante as próximas eleições é o
título de um comunicado publicado por ocasião do primeiro turno das eleições
presidenciais (14). Nele, o Núcleo TFP formula votos para que seja eleito um
Chefe de Estado que saiba adequadamente respeitar as legítimas apreensões do
povo equatoriano ante o perigo comunista.
(14) Cfr. "El Comercio", Quito, 14-7-78;
"El Universo", Guayaquil, 14-7-78.
Diálogos Sociais
OUTUBRO – O Núcleo TFP edita a série Diálogos
Sociais, originariamente publicados pela TFP argentina. Trata-se de
quatro pequenos opúsculos de divulgação popular, que explicam a doutrina
tradicional católica sobre a propriedade privada e a livre iniciativa. A grande
acolhida que obtêm em todo o País torna possível imprimir duas edições de 40
mil exemplares.
1979
Ambigüidade
se traduz em apatia
ABRIL – Devido a várias denúncias de irregularidades no primeiro turno das eleições, o Tribunal
Superior Eleitoral determinou uma série de exames nos escrutínios, de maneira
que o segundo turno foi convocado para abril de 79. No manifesto Em
prol da seriedade doutrinária das próximas eleições, publicado dias
antes do pleito eleitoral (15), a TFP se refere à ambigüidade de ambos os
candidatos, o que se traduz em apatia popular.
(15) Cfr. "El Comercio" e "El
Tiempo", ambos de Quito, 27-4-79; "El Universo" e
"Extra", ambos de Guayaquil, 27-4-79.
1980
Nas
ilhas Galápagos
OUTUBRO – Um fato simbólico neste mês: uma delegação
da TFP visita as Ilhas Galápagos para divulgar as obras da entidade, com o que
se completa a presença de seus estandartes nas vinte províncias do território
nacional.
Dez
anos depois
OUTUBRO – Os integrantes do Núcleo Equatoriano Tradición, Familia, Propiedad constituem
a Sociedad Ecuatoriana
de Defensa de la Tradición, Familia y Propiedad, ao se comemorarem 10 anos da fundação do
CJECC.
1981
Noite Sandinista
MAIO – "Reconquista" consagra um número
especial ao estudo de Plinio Corrêa de Oliveira intitulado A TFP denuncia na "Noite Sandinista" o incitamento à guerrilha dirigido por sandinistas "cristãos" à "esquerda
católica" na América Latina. A publicação é amplamente difundida
nas ruas, o que é noticiado pela imprensa (16).
(16) Cfr. "Expreso",
7-3-81 e "El Universo", 8-3-81, ambos de Guayaquil;
e outros.
1982
JANEIRO – Publicação, no Equador, da célebre Mensagem
do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira sobre o socialismo autogestionário
francês (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito
internacional nº 12).
ABRIL – Por ocasião da guerra das Malvinas, a TFP
equatoriana se solidariza com a TFP argentina, publicando na imprensa de Quito
e Guayaquil o manifesto da entidade platina A TFP
ante a intervenção soviética no conflito pelas ilhas Malvinas: não é lícita a
aliança com os inimigos de Deus, nem mesmo em favor da defesa nacional
(ver TFPs:
ações conjuntas em âmbito internacional nº 13).
MAIO – "TFP informa" reproduz o texto da
carta que, a propósito da guerra das Malvinas, o Prof. Plinio Corrêa de
Oliveira enviou ao Presidente do Brasil, gen. João Baptista
Figueiredo (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional nº
13).
Alertando
NOVEMBRO – A TFP distribui a seus amigos e colaboradores
exemplares da esclarecedora Carta Aberta da Sociedade Cultural Covadonga-TFP ao Partido Socialista Operário Espanhol
(PSOE). Esta Carta, publicada em quatro páginas do "ABC" de Madrid, mostra a incompatibilidade entre a doutrina e as
metas do PSOE face à doutrina da Igreja.
A TFP equatoriana alerta assim sobre os efeitos
maléficos que pode ter no mundo hispano-americano a ascensão do socialismo na
Espanha.
1983
Despreocupação,
aliada da guerrilha
MAIO – Distribuição aos amigos e colaboradores do
importante manifesto da TFP colombiana A despreocupação vem sendo a maior aliada da
guerrilha – Apelo da TFP colombiana aos despreocupados: preocupem-se por fim.
Estampas
de Nossa Senhora
JUNHO – Grande campanha de distribuição das estampas
de Nossa Senhora do Bom Sucesso, contendo uma oração com o Imprimatur de Mons.
Bernardino Echeverría, Arcebispo de Guayaquil. O texto reproduz parte das revelações de Nossa
Senhora a Soror Mariana de Jesús
Torres (séc. XVI) sobre a crise que assolaria estas terras no século XX, bem
como a respeito das esperanças de restauração da ordem.
Em 40 dias de campanha, são percorridas 25 cidades, da
Serra à Costa, de Guayaquil a Esmeraldas, de Quito a Riobamba. Esgota-se a primeira edição de 20 mil estampas.
JULHO – A TFP equatoriana, em conjunto com as demais
TFPs, subscreve um telex ao Presidente Reagan protestando pela nomeação de Kissinger como assessor do governo norte-americano para a
América Central (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito
internacional nº 14).
SETEMBRO – A TFP equatoriana difunde pelas ruas de
Quito e através da imprensa enérgico comunicado protestando pelo bárbaro
massacre perpretado pelos russos contra os
passageiros de avião sul-coreano (ver TFPs:
ações conjuntas em âmbito internacional nº 15).
Ruína
e ridículo
DEZEMBRO – A TFP se dirige ao grande público por meio
de dois sintéticos e categóricos manifestos, publicados nos principais jornais
de Quito e Guayaquil: A Reforma Agrária socialista e
confiscatória viola o decálogo, proletariza o campo e
arruína a produção (17); e Autogestão,
uma moda anunciada na França ontem, e hoje ali esquecida. Não cairá no ridículo
o Equador, adotando-a apesar de tudo? (18).
(17) Cfr. "Expreso", Guayaquil, 16-12-83;
"El Comercio", Quito, 16-12-83; "El Telégrafo", Guayaquil,
17-12-83. Publicaram resumos "El Mercurio", Cuenca, 4-1-74; "El
Correo", Machala, 6-1-84; "El Mundo", Loja, 7-1-84; "El
Siglo", Loja, 14-1-84; "El Sol", Manta, 14-1-84 ; "Diario
Manabita", Portoviejo, 29-1-84.
(18) Cfr. "El Telegrafo", Guayaquil, 22-12-83;
"El Universo", Guayaquil, 22-12-83. Publicaram resumos "El
Siglo", Loja, 29-12-83; "El Mercurio", Cuenca, 9-1-84; "El
Correo", Machala, 8-1-84; "El Mundo", Loja, 10-1-84.
Ambos os documentos denunciam aos equatorianos a
Reforma Agrária socialista e o modelo autogestionário,
impulsionados pelo Governo da Democracia Popular. Em 25 horas de campanha, se
difundem 30 mil exemplares dos documentos, nos pontos de maior movimento de
Quito, Guayaquil, São Domingos e Quevedo.
1984
Encruzilhada
JANEIRO – Nas vésperas do primeiro turno das eleições
presidenciais, a TFP julga oportuno dirigir-se novamente ao País. O
Equador na encruzilhada é o título do manifesto publicado na imprensa
em várias cidades (19). São distribuídos 10 mil exemplares pelo correio e de
mão em mão.
(19) Cfr. "El Comercio", Quito, 26-1-84;
"El Universo", Guayaquil, 26-1-84; "El Mercurio", Cuenca,
27-1-84; "Expreso", Guayaquil, 27-1-84; "El Telegrafo",
Guayaquil, 27-1-84; "El Siglo", Loja, 27-1-84; "El Clarín",
Babahoyo, 7-2-84.
A
TFP à Nação
ABRIL – Ao se aproximar o segundo turno das eleições
presidenciais, a TFP se pergunta se os equatorianos indiferentes ou
abstencionistas do primeiro turno sabem em que consiste verdadeiramente o
socialismo, e se não há grande ignorância quanto aos postulados socialistas da
Esquerda Democrática, partido favorecido pelas urnas no primeiro turno. Estando
o Equador nos bordos do abismo, a TFP, diante da ausência de uma voz que
previna a Nação, publica extenso manifesto intitulado Ante as próximas eleições
presidenciais em relação à família, à propriedade privada, ao ensino religioso
e à preservação dos costumes, manifesto da TFP à Nação (20). O texto analisa
documentos do próprio partido Esquerda Democrática, à luz da doutrina
tradicional da Igreja.
(20) Cfr. "El Universo", Guayaquil, 6-4-84;
"El Telegrafo", Guayaquil, 6-4-84; "El Comercio", Quito,
26-4-84.
Resumos do documento são publicados no decurso do mês
de abril, em oito jornais do interior. Ao mesmo tempo, 20 mil exemplares são
enviados pelo correio, e outros distribuídos pelas ruas e praças de Quito.
Cento
e dez Sacerdotes apóiam
MAIO – 110 Sacerdotes felicitam publicamente a TFP
pelo valente e esclarecedor manifesto, que qualificam como inteiramente
conforme à Doutrina Católica (21). A oportuna e decidida atitude dos 110
Sacerdotes de Guayaquil, Quito, Ambato,
Latacunga, Cuenca, Ibarra, Riobamba e Loja tem ampla
ressonância em todo o País.
(21) Cfr. "El Comercio", Quito, 4-5-84;
"El Universo", Guayaquil, 4-5-84.
Poucos dias depois de verificados os resultados do
segundo turno das eleições, a TFP tem a alegria de manifestar – em comunicado
de imprensa – que o pleito "exprime com eloqüência que a Nação abriu os
olhos ante a gravíssima ameaça socialista". Adverte, sem embargo, que
"o resultado eleitoral afasta, mas não elimina o perigo socialista"
(22).
(22) "El Comercio", Quito, 16-5-84; "El
Telegrafo", Guayaquil, 18-5-84.
"Deus
vult"
JULHO/AGOSTO – Tomando como seu o brado dos cruzados
ao partir para a Terra Santa, a TFP inicia a segunda fase da campanha que
encetara em 1983. Percorre as cidades e povoados da serra equatoriana e da
costa, difundindo 30 mil estampas d
Nossa Senhora do Bom Sucesso, com a oração que contém um resumo dos
anúncios proféticos que Ela fez sobre a situação do Equador e do mundo, no
século XX. São também distribuídas estampas de Nossa Senhora de Fátima.
Na
Venezuela, autenticidade democrática?
NOVEMBRO – A TFP publica manifesto de esclarecimento
sobre o injusto fechamento de "Resistencia"
na Venezuela pelo governo socialista daquele País, sob o título Perseguição
ideológico-religiosa na Venezuela. Nuvens negras baixam sobre o País irmão
(23). No Equador, vários meios de comunicação social noticiam o fato de modo
tendencioso, o que torna necessário divulgar tal esclarecimento.
(23) Cfr. "El Comercio", Quito, 22-11-84.
Aplaudido
pelo Kremlin
DEZEMBRO – Publicação de Sobre o estrondo anti-Resistencia na Venezuela: o Kremlin deixa cair a
máscara e canta vitória (24), declaração que comenta os aplausos do
jornal "Izvestia", órgão oficial do governo soviético, à atitude do
governo Lusinchi, contra a TFP venezuelana.
(24) Cfr. "El Comercio", Quito, 10-12-84.
1985
Extrema
malícia
JANEIRO – Difunde-se amplamente o boletim "TFP
Informa" sobre o arbitrário e ilegal decreto de proscrição de "Resistencia" na Venezuela.
No dia da chegada de S.S. João Paulo II ao Equador, a
TFP publica, nos principais jornais do País, a seguinte declaração: Carta
da TFP a S.S. João Paulo II – A TFP homenageia o Papa e abandona o País.
O documento explana as razões que levam a Sociedade a abandonar o País, durante
a permanência do Pontífice, já que com estranha insistência a imprensa
internacional e nacional a vinham acusando maliciosamente de estar preparando
um atentado contra Sua Santidade. Para evitar qualquer pretexto de acusação,
todos os sócios e cooperadores da TFP se ausentam do País. A Carta convida o povo a prestar homenagem
ao Pontífice, e faz votos de que sua permanência nessas terras tenha o melhor
êxito.
No
local do histórico assassinato
AGOSTO – A TFP participa de homenagem a Garcia Moreno,
por ocasião do 110º aniversário de sua cruel imolação. Os sócios e cooperadores
da entidade, com suas características capas vermelhas e seus estandartes
desfraldados em plena Plaza Grande, diante do local
do assassinato, rezam para que o País nunca se afaste da posição católica
ostentada por Garcia Moreno.
Legítima
defesa
SETEMBRO – O jornal "El Mercurio",
de Cuenca, publica o comunicado A TFP ao Sr. Arcebispo de Cuenca: se falei mal, mostra-me em que, e se bem, por que
me agrides? (25), que responde a uma declaração do Prelado contendo
graves e inverídicas acusações a esta Sociedade. O
Sr. Arcebispo, longe de apoiar com provas suas afirmações anteriores, limita-se
a uma nova e apaixonada invectiva, que cai no vazio.
(25) Em 28-9-85.
1986
Grande
alternativa
FEVEREIRO – Vem a lume a segunda edição das profecias
de Nossa Senhora de Fátima, de autoria de A. A. Borelli
Machado, com um prólogo de Plinio Corrêa de Oliveira sobre a grande alternativa
de nosso tempo na perspectiva da mensagem de Fátima: resistir ou entregar-se ao
comunismo? Difundem-se 5 mil exemplares. A campanha se estende até o mês de
abril.
Desse mesmo opúsculo, no ano de 1987, a TFP
equatoriana lança mais duas edições. Em carta datada de 22 de fevereiro de
1986, Mons. Bernardino Echeverría Ruiz,
O.F.M., Arcebispo de Guayaquil, manifesta sua
aprovação.
Parlamento
e Poder Judicial
MAIO – Nas vésperas das eleições parlamentares e do
plebiscito a respeito da Constituição vigente e de certas reformas propostas
pelo Governo, a TFP se pronuncia, numa ótica extrapartidária, em defesa dos
princípios da civilização cristã, lançando o manifesto A TFP à Nação. Para além do
plebiscito sobre a reforma constitucional, uma garantia para todos que deve ser
reconquistada: a independência do Poder Judiciário (26). Nele, a
entidade faz ver o grave prejuízo para o regime jurídico equatoriano decorrente
da nomeação, por parte do Congresso Nacional, e segundo critérios partidários,
de organismos do Poder Judiciário.
(26) Cfr. "El Universo", Guayaquil,
29-5-86.
"Mass-mailing"
JUNHO – Mass-mailing oferecendo a revista sobre as profecias de
Fátima. Numerosas pessoas solicitam exemplares, enviando colaborações
econômicas para esta campanha.
1987
TFP
denuncia "frente ampla" pró-comunista
FEVEREIRO – Estando em processo de formação uma
coalizão de partidos antigovernistas e esquerdistas,
entre os quais vários marxistas, a TFP publica longo manifesto sob o título Graças
ao vazio ideológico, o comunismo se vale de uma "frente ampla" para
apoderar-se do País, mostrando que, não tendo a seita vermelha
suficiente força para vencer por si mesma, procura a aliança de
"companheiros de viagem" de várias índoles, dos quais se
desembaraçará quando tiver obtido a vitória (27).
(27) Cfr. "El Comercio", 26-1-87;
"Expreso", 1º-2-87.
Quatro
Bispos e 153 Sacerdotes apóiam atitude da entidade
FEVEREIRO – Mons. Luis A. Carvajal, Bispo de Portoviejo;
Mons. Gabriel Diaz Cueva,
Bispo Auxiliar de Guayaquil; Mons. Jorge Mosquera OFM, Bispo emérito de Zamora,
juntamente com 153 sacerdotes de diversas dioceses, apóiam
"com alegria" o pronunciamento da TFP sobre a "frente
ampla" (28). Pouco depois, também Mons. Bernardino Echeverría,
Arcebispo de Guayaquil, envia à entidade expressiva
carta de aplauso.
(28) Cfr. "El Comercio", 2-2-87; "Expreso",
5-2-87.
Legítima
e filial defesa
ABRIL – O valente apoio à atitude da TFP pelos já
mencionados Bispos e Sacerdotes tem uma conseqüência inesperada. Com efeito,
pouco depois, o Comitê Permanente do Episcopado Equatoriano difunde, entre os
membros do Clero, circular que, sem aduzir argumentos, ataca a entidade,
lançando contra ela entre outras acusações a de "grupo político que visa o
passado". A TFP de início se defende através de carta circular ao Clero
equatoriano, mostrando a inteira conformidade de sua posição com o Direito
Canônico; assinala, ademais, uma série de abusos e erros de setores
progressistas que o Comité Episcopal tem deixado
passar em silêncio.
Tendo a circular episcopal sido publicada por diversos
órgãos nos meses seguintes (29), a TFP dá a público em seu boletim a referida
carta. O sereno documento não recebe resposta.
(29) Cfr. "El Nacional", Machala, 17 e 19-3-87;
"El Tiempo", Cuenca, 28-3-87; "Levántate", Guayaquil, nº
71; "Boletim Eclesiástico", Quito, março/abril 87 etc.
Homenagem
a um insigne Prelado
JULHO – Ao comemorar-se o jubileu episcopal do
Arcebispo de Guayaquil, Mons. Bernardino Echeverría Ruiz, a TFP realiza
solene homenagem em sua sede dessa cidade. Dela participam o mencionado
Prelado, o Bispo Auxiliar, Mons. Gabriel Diaz Cueva e numeroso público.
Dinamite,
o recurso da extrema esquerda
AGOSTO – Na noite do dia 3 explodem duas cargas de
dinamite na sede da entidade em Quito (30). A criminosa intenção de prejudicar
fisicamente os propagandistas da TFP se evidenciou pelo fato de terem elas sido
colocadas na parte da sede onde há dormitórios. Nenhum grupo assumiu o
atentado, que produziu apenas danos materiais.
(30) Cfr. "El Comercio" e "Ultimas
Noticias", ambos de Quito, 4-8-87.
1988
Meditando
a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo
MARÇO – As meditações sobre a Via Sacra, de autoria de
Plinio Corrêa de Oliveira, são publicadas em opúsculo pela TFP equatoriana,
obtendo excelente difusão.
Transformação
"violenta", "impaciente", "impulsiva"
ABRIL – A TFP lança o opúsculo Ante as próximas eleições
presidenciais, pronunciamento da TFP no plano apolítico
e elevadamente doutrinário. Nele se mostra, citando numerosos
documentos do partido Esquerda Democrática, bem como declarações do candidato
Rodrigo Borja, no que consiste a ideologia
radicalmente socialista e anticatólica deste e de seu
partido. Com efeito, Borja considera a Igreja
Católica uma "seita" e defende a revolução que, segundo ele, é a
"transformação acelerada, violenta, profunda e irreversível da organização
social. É acelerada porque é impaciente, impulsiva, atropela as etapas.
Violenta porque é feita mediante o uso atual ou a ameaça da força. Profunda,
porque atinge as raízes da estrutura social. E irreversível porque a revolução
adquire viabilidade e se projeta para o futuro, ou não é realmente
revolução".
O tema do opúsculo foi divulgado pelos jornais sob a
forma de matéria paga (31). Desta forma, a TFP equatoriana alertava seu País
sobre os muito prováveis excessos esquerdistas do socialismo no caso de vencer
as eleições presidenciais. Esta advertência adquiriria enorme importância meses
depois, quando a vitória de Borja se efetivou, pois a
opinião pública passou a manifestar sua inquietude a propósito de tais excessos
em numerosas ocasiões.
(31) "El Telégrafo", Guayaquil, 10-4-88 e
17-4-88; "El Comercio", Quito, 15-4-88.
"Revolução
cultural" na Espanha e no Equador
JULHO – A TFP divulga resumo do livro Espanha:
anestesiada sem o perceber, amordaçada sem o querer, extraviada sem o
saber" – a obra do PSOE, de autoria de sua coirmã espanhola, com
muito boa repercussão. Acompanha o estudo uma introdução na qual se mostram os
efeitos nefastos da "revolução cultural" realizada pelo socialismo de
Felipe Gonzalez, prevenindo os equatorianos, assim,
contra os males que previsivelmente fariam, de um lado o marxismo radical, de
outro o marxismo modernizado, a partir da recente conquista do Poder pelo
socialismo no País andino.
Sociedad Ecuatoriana de Defensa de la
Tradición, Família y Propiedad
Diretor: Gustavo Ponce Montesinos
Secretário: Alfredo Vasconcellos lzquierdo
Casilla 9782 – Guayaquil