CHILE
TFP:
uma legenda histórica caminha garbosamente para o futuro
EM ALGUNS PERÍODOS desta segunda metade do século XX,
o Chile foi um centro polarizador das atenções e dos olhares de todas as
latitudes e longitudes do planeta.
Isto se deveu não só à dramaticidade
dos fatos que lá se passaram, mas também a seu caráter típico.
Sucederam-se no País andino as diversas etapas lógicas
pelas quais pode uma nação passar, no itinerário da civilização cristã rumo ao
comunismo.
Em primeiro lugar, até 1964 predominou um
"conservadorismo" otimista e indolente, que ao cabo de alguns anos –
cedendo às pressões do Episcopado chileno e do programa "Aliança para o
Progresso", do Governo norte-americano – se fez timidamente reformista.
Desta fase, foi característica a Reforma Agrária do Presidente Jorge Alessandri.
Numa segunda etapa, ocupou o poder político a
Democracia Cristã astuta e demagógica, ao mesmo tempo que o poder espiritual
era exercido por um Episcopado predominantemente esquerdista dos mais atuantes
da América. Ambos os poderes – o espiritual e o temporal – apoiando-se
mutuamente, acentuaram de modo drástico o reformismo, abrindo as portas para o
comunismo. Tal foi o período do Presidente demo-cristão
Eduardo Frei (1964-1970), que passou para a História com o cognome a ele dado
pela TFP: o "Kerensky" chileno (1).
(1) Cfr. Fabio Vidigal
Xavier da Silveira, Frei, o Kerensky chileno, Editora
Vera Cruz, São Paulo, 1967, 208 pp.. Duas edições em português, sete em
espanhol e uma em italiano, num total de 128,8 mil exemplares.
Na terceira etapa, Allende assume a presidência: é o
tempo dos "cristãos para o socialismo", em que 80 sacerdotes
hipotecam de público sua solidariedade ao regime marxista e o País soçobra
rapidamente no caos e na miséria, arrastado para o abismo para o qual tende de
modo característico o coletivismo marxista.
Por fim, as "marchas das panelas vazias", e
outras manifestações valorosas da crescente indignação popular que, com a
atuação dos militares, tornaram possível ao Chile escapar das garras do
comunismo, depois de nelas haver caído (1973).
Se bem que o atual governo chileno tenha sido
combatido por uma campanha internacional de inspiração esquerdista das mais
vigorosas de nosso tempo, mesmo sem tomar posição perante questões internas da
nação irmã não se pode deixar de mencionar que o Chile é hoje o País de menor
inflação América Latina, e que sua dívida externa vem diminuindo. A mortalidade
infantil caiu verticalmente, a educação melhorou e todas as camadas da
população se vêm beneficiando desse progresso (2).
(2) Cfr. Chile 1987: esquecimentos e confusões
ameaçam a propriedade privada e a livre iniciativa, por Carlos Patricio del Campo, ed. Tradición, Familia y Propiedad, Santiago, 1987, 70 pp.; e "El
Mercurio", Santiago, 18-5-87.
Passando ao campo religioso, deve-se notar que o Chile
tem 80 a 85% de católicos e é um dos poucos países onde não existe o divórcio.
Por outro lado, nele se movem ativas e extremadas correntes da "Teologia
da Libertação", saudosistas dos tempos do Presidente Allende, e outras proclives ao socialismo, nostálgicas da era de fastígio da
democracia cristã.
Os ideais da TFP chilena ganharam notoriedade no País
a partir dos anos 60, quando lutou com lucidez e denodo contra a Reforma
Agrária impulsionada pelo governo democrata-cristão de Eduardo Frei. Consumado
o acesso ao Poder do marxista Allende, a Sociedade o combateu sem tréguas,
primeiramente a partir do exílio, depois, no próprio solo pátrio. Mas ao longo
de todo esse processo, e de modo todo especial nos dias de hoje, a TFP não
cessa de denunciar a funesta colaboração eclesiástica com os fatores de
demolição do Chile, que alcançou no País dimensões verdadeiramente
escandalosas. Assim se foi construindo uma legenda que se faz presente em todo
o ambiente nacional.
Nos próprios arraiais da "esquerda católica"
ouvem-se vozes que reconhecem ter sido "um profundo erro" considerar
posições do gênero das da TFP como minoritárias, sem possibilidade nenhuma de
alcançar muita influência (3). Tais vozes contrapõem à ação da esquerda
reformista nos anos 60, a irradiação de Plinio Corrêa de Oliveira no ambiente
chileno, na mesma época (4).
(3) Otto Boye
in "Analisis", nº 79, de abril de 1984.
(4) Cfr. CED – Centro de Estudios
del Desarrollo, nº 13, de agosto de 1984, p. 29.
Ao mesmo tempo, a insuspeita revista "Hoy", de tendência democrata-cristã e de grande
divulgação no País (5), aponta a TFP como o "máximo expoente" dos
setores conservadores inspirados na doutrina da Igreja, no Chile.
(5) Cfr. Edición Extraordinaria, de maio de 1987. O livro Iglesia y Dictatura,
de Enrique Correa e Jose Antonio Vieira Gallo –
intelectuais ligados à "esquerda católica" – também afirma algo de
análogo (p. 222).
Esta notoriedade de que hoje desfruta, a TFP a foi co quistando passo a passo a
partir de 1967, quando foi fundada: e, mesmo antes, quando seus membros
fundadores se reuniam em torno da revista "Fiducia".
*
* *
TODAS AS MINORIAS que triunfaram começaram assim, com
este desprendimento". "O grupo de jovens que a promove [a revista
"Fiducia"] sabe que remam contra a
corrente, que caminham encosta acima e discrepam, reagem, se distanciam.
Justamente por isto escrevem e lançam sua revista; fechando os olhos para o
êxito imediato, indiferentes ao interesse do dia, abrem pacientemente o sulco e
aguardam!" ("El Mercurio", Santiago,
20-12-64)
Assim se referia Alone (Hernán Díaz Arrieta)
– o maior crítico literário chileno – àquele grupo de jovens universitários da
Pontifícia Universidade Católica de Santiago, que em setembro de 1962 fundaram
a revista católica e anticomunista "Fiducia",
e que, em abril de 1967, constituiriam a Sociedade Chilena de Defesa da Tradição,
Família e Propriedade.
O pensamento, a obra e o exemplo de uma personalidade
possante, que já naqueles anos marcava sua presença no panorama ibero-americano
– o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira – inspiraram "Fiducia"
desde o seu nascimento. E Revolução e Contra-Revolução, a principal obra do
pensador católico brasileiro, abriu seus horizontes para a crise do mundo
ocidental e cristão, e foi um guia na ação para levantar no Chile o estandarte
da Contra-Revolução em meio à inércia e à imprevidência que se abatia sobre os
setores conservadores e anticomunistas do País em princípios da década de 60.
1963
AGOSTO – "Fiducia"
começa a publicar, em série, o ensaio Revolução e Contra-Revolução, de Plinio
Corrêa de Oliveira. Por iniciativa da revista, as "Ediciones
Paulinas" lançam uma edição do livro (ver Livros
publicados por várias TFPs nº 1).
Repúdio
à visita de Tito
SETEMBRO – "Fiducia"
qualifica como "uma desonra à nossa Pátria" a visita oficial de Josip Broz Tito,
ditador marxista da Iugoslávia, convidado pelo Presidente conservador Jorge Alessandri.
1964
Complexo
de culpa e claudicação
MARÇO – Em carta circular aos agricultores chilenos,
"Fiducia" alerta para o complexo de culpa
instilado pelo progressismo católico nos proprietários rurais: este os levava a
aceitar com passividade a Lei de Reforma Agrária de Alessandri,
e preparava o terreno para não enfrentarem com decisão a Reforma Agrária de
Frei.
"RA-QC"
ABRIL – Difusão, particularmente nos meios rurais e
universitários, da obra Reforma Agrária – Questão de Consciência, escrita por
Plinio Corrêa de Oliveira com a colaboração de três outros autores.
JULHO – "Fiducia"
publica o estudo A liberdade da Igreja no Estado comunista, de Plinio Corrêa de
Oliveira (ver Livros publicados por várias TFPs nº 2).
1965
Socialista
e anticatólico
JANEIRO – Sob a inspiração de "Fiducia", 50 agricultores divulgam pela imprensa (6)
uma declaração em que fazem ver o caráter socialista e anticatólico
do projeto de Reforma Agrária do Presidente Frei.
(6) Cfr. "La Tercera de la Hora", 14-1-65 e
"El Mercurio", 16-1-65; ambos de Santiago.
"Fiducia" interpela, Frei se cala
MAIO – No dia 13, interpelação ao Presidente Eduardo
Frei assinala que a propriedade privada está exposta à mutilação e morte no
projeto de Reforma da Constituição, apresentado pelo Governo democrata-cristão.
O documento, assinado por 800 universitários, é publicado nos principais jornais
do País (7). A revista comunista "Vistazo"
(1º-6-65) declara que o manifesto desencadeou uma "tempestade
polêmica" em todo o Chile. Os fiducianos saem às
ruas, pela primeira vez com seus estandartes rubro-dourados,
e recebem milhares de assinaturas de apoio.
(7) Cfr. "La Tercera" e "Las Ultimas
Noticias", ambos de Santiago, 14-5-65; "El Mercurio", Santiago,
15-5-65; "El Mercurio", Valparaíso, 19-5-65; "El Dia", La
Serena, 16-5-65; "El Diario Austral", Temuco, 21-5-65.
Mons. Alfredo Cifuentes,
Arcebispo de La Serena, envia carta pública de apoio a "Fiducia" (8), sendo atacado pelo jornal do governo
"La Nación". Sacerdotes progressistas
criticam acidamente a "Fiducia". O
principal jornal político satírico do Chile glosa, em página inteira, o apoio
de Mons. Cifuentes à revista (9). A Junta Executiva
do Partido Conservador adere unanimemente à interpelação (10), sucedendo o
mesmo com outras entidades e personalidades do mundo civil e universitário.
(8) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 18-5-65;
"El Dia", La Serena, 19-5-65; "El Mercurio", Valparaíso,
21-5-65.
(9) Cfr. "Topaze", 25-5-65.
(10) Cfr. "El Diario Ilustrado", Santiago, e
"La Unión", Valparaíso, ambos de 20-5-65.
Pelas páginas do jornal do governo "La Nación", Jaime Castillo Velasco, principal ideólogo da Democracia Cristã, tenta
refutar a interpelação (11), bem como escreve uma série de três artigos com o
título As idéias de Plinio Corrêa de Oliveira (12).
(11) Cfr. "La Nación", Santiago, 18-5-65.
(12) Cfr. "La Nación", Santiago, 26, 27 e 29-5-65.
O semanário "Política, Economia, Cultura"
(25-5-65) se pergunta: "Por que Frei não responde?"
Frei viaja à França, e "Le
Monde" (10-7-65), referindo-se ao manifesto de "Fiducia",
sustenta que as polêmicas no campo católico são o maior perigo que enfrenta o
Presidente democrata-cristão chileno.
Com um comunicado de "Fiducia",
que chama a atenção da opinião pública chilena para o "eloqüente silêncio
do Presidente Frei", termina esta polêmica que quebrou o mito do
"papel salvador" da Democracia Cristã no Chile. Uma equipe de
historiadores democrata-cristãos reconhece, anos depois, que as sociedades de
classe, a Junta Executiva do Partido Conservador e o Presidente do Partido
Liberal só se manifestaram contra a reforma agrária após a carta de "Fiducia" ao Presidente da República (13).
(13) Cfr. M. Aylwin et al., Chile en el Siglo XX, Ed. Emisión, Santiago, 1986, p. 262.
NOVEMBRO – Reprodução em "Fiducia"
de Baldeação
ideológica inadvertida e Diálogo, de Plinio Corrêa de Oliveira (ver Livros
publicados por várias TFPs nº 3).
1966
Contra
Projeto de Reforma Agrária
FEVEREIRO – Em novo manifesto à Nação, ocupando página
inteira de vários jornais (14), "Fiducia"
mostra o caráter socialista e confiscatório do Projeto de Reforma Agrária de
Frei. No Parlamento há discursos a favor e contra. A imprensa socialo-comunista e a governista
atacam "Fiducia", enquanto várias
personalidades políticas lhe enviam cartas públicas de adesão, como o
Presidente da Comissão de Agricultura do Senado, Senador Enrique Curti e o
deputado Gustavo Monckeberg (15).
(14) Cfr. "El Mercurio",
Santiago, 26-2-66; "El Mercurio", Valparaíso, 27-2-66; e jornais do sul, do mesmo dia.
(15) Cfr. "El Mercurio",
Santiago, 5 e 10-3-66 e jornais do sul.
A propósito de declarações do Cardeal Silva Henríquez, publicadas na revista "Ercilla",
em favor da Reforma Agrária, "Fiducia" dá a
lume o comunicado É lícito aos católicos discordar do Projeto de Reforma
Agrária do Presidente Frei? (16) Nele, "Fiducia"
afirma que as palavras do Purpurado não obrigam em consciência os fiéis a
apoiar a Reforma Agrária da Democracia Cristã, lembrando que os aspectos
técnicos do projeto não são de competência da Hierarquia católica.
(16) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 27-2-66;
"El Mercurio", Valparaíso, e "El Diario Austral", Temuco,
ambos de 28-2-66; "La Tercera de la Hora", Santiago, 1º-3-66.
Sem
fundamento
ABRIL – No comunicado Falta de responsabilidade e
pouca honestidade na missão jornalística, "Fiducia"
polemiza com a revista "Ercilla" (17).
Pelas páginas de "El Mercurio", o Pe. Ibañez Langlois, do Opus Dei,
acusa "Fiducia" de deformar textos
pontifícios em benefício de suas teses anti-agro-reformistas.
"Fiducia" responde no mesmo jornal,
demonstrando a falta de fundamento da acusação (18).
(17) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 3-4-66.
(18) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 6-4-66.
Universitários
apóiam
AGOSTO – Mil universitários de todo o País publicam
carta de apoio a "Fiducia". 500 estudantes
secundários também o fazem, afirmando: "Os socialistas marxistas ou
comunitários são anacrônicos: não lhes pertence o Chile de amanhã" (19).
(19) Cfr. "El Mercurio",
Santiago, 20 e 25-8-66; "El Diario
Austral", Temuco, 23-8-66.
Sacudindo
a apatia
SETEMBRO – A apatia e a pusilanimidade das cúpulas
agrícolas é generalizada. "Fiducia"
denuncia a situação ante as bases de agricultores e ante o País, no manifesto
intitulado Ceder para não perder? Ou lutar para não perder? (20)
(20) Cfr. "El Mercurio",
Santiago, 27-8-66 e jornais do sul de 28-8-66.
Agressão
"cristã"?
OUTUBRO – A polícia suspende, em duas cidades
(Santiago e Concepción), a campanha de "Fiducia" contra a Reforma Agrária, deixando ver a
falta de segurança do Governo sobre a popularidade da Reforma Agrária. Em outra
ocasião há brutal agressão de demo-cristãos e
comunistas contra membros da entidade. Em comunicado de imprensa, esta afirma
que "não irá retroceder" (21).
(21) Cfr. "El Diario Austral", Temuco, 4-10-66;
"El Mercurio", Santiago, 6-10-66.
1967
Chile
apóia "Fiducia"
MARÇO – Declaração comunicando que 11.225 chilenos de
49 cidades apóiam a campanha de "Fiducia" contra a Reforma Agrária. Nela se destaca que
tal Projeto se inspira em princípios hostis à propriedade privada (22).
(22) Publicada em "El Mercurio",
Santiago, e "El Diario Ilustrado", ambos de
23-3-67; "El Diario Austral", Temuco, 26-3-67.
Fundação
ABRIL – No dia 28, funda-se a Sociedad
Chilena de Defensa de la Tradición, Familia y Propiedad. Numeroso público assiste à sessão solene
de fundação, estando presentes vários parlamentares. O nome do Prof. Plinio
Corrêa de Oliveira é prolongadamente aplaudido,
quando se lê seu telegrama de apoio à TFP nascente. Na qualidade de convidado
especial, fala Cosme Beccar
Varela (h.), Presidente da TFP argentina.
Ideário
e objetivos
MAIO – Em manifesto (23), a TFP define seu ideário e
objetivos. O canal de TV da Universidade Católica convida um de seus diretores
para longa entrevista a respeito.
(23) Publicado em "El Mercurio",
Santiago, 5-5-67 e "El Diario Austral", Temuco, 7-5-67.
Otimismo
e imprevidência
JULHO – Protesto junto ao Presidente Frei pelo
estabelecimento, no Chile, da subversiva Organização Latino-Americana
de Solidariedade (OLAS), em cuja direção está o então presidente do Senado,
Salvador Allende. O espírito otimista e imprevidente do Presidente demo-cristão favorece o aparecimento de focos marxistas em
todo o Chile (24).
(24) Cfr. "La Tercera de la Hora", Santiago,
3-8-67.
OUTUBRO – Proibição pelo governo democrata-cristão do
livro Frei, o Kerensky chileno, de Fabio Vidigal Xavier da Silveira (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito
internacional nº 3).
1968
Dois
pesos e duas medidas
ABRIL – A TFP edita e difunde em todo o País a série
Diálogos Sociais (5 edições, 24 mil exemplares), destinada a defender, em
linguagem acessível, os princípios da propriedade privada e da livre
iniciativa.
A polícia suspende aparatosamente a campanha em
Santiago, detendo os cooperadores da entidade. Esta Sociedade protesta, em
comunicado intitulado Discriminação em favor da Cuba vermelha (25), no qual
denuncia a inteira liberdade com que militantes comunistas difundem no País o
jornal "Granma", órgão do PC cubano.
(25) Cfr. "El Mercurio" e "La
Tercera", ambos de Santiago, 9-4-68.
JULHO – A TFP chilena promove coleta de assinaturas
para a Reverente e Filial Mensagem a S.S. Paulo VI (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito
internacional nº 1).
Santa
Sé recebe telegrama da TFP com
"profundo consolo e viva
complacência"
AGOSTO – A TFP envia telegrama a Paulo VI,
felicitando-o filialmente pela publicação da
Encíclica Humanae Vitae. Em
carta dirigida ao Presidente da TFP chilena, Patricio
Larraín Bustamante, a Secretaria de Estado da Santa Sé manifesta o
"profundo consolo e a viva complacência" do Pontífice pela mensagem
da entidade (26).
(26) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 29-8-68.
Arcebispo
nega Missa
SETEMBRO – Declaração da TFP condenando
categoricamente a invasão da Tchecoslováquia. E
comunicado informando que o Arcebispo de Santiago não permitiu a celebração de
uma Missa pela libertação daquele País (27).
(27) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 5-9-68.
Novo silêncio de Frei
DEZEMBRO – A propósito da aparente ruptura de Frei com
o Partido Comunista, a TFP o interpela publicamente (28), pedindo-lhe que
defina sua posição sobre reformas de estrutura, agitação, luta de classes e o
esquerdismo chamado católico. Uma vez mais a resposta é o silêncio.
(28) Cfr. "El Mercurio" e "El Diario
Ilustrado", ambos de Santiago, 14-12-68; "PEC", Santiago,
6-12-68 e "El Diario Austral", Temuco, 9-12-68.
1969
Não
basta dizer-se anticomunista, é preciso sê-lo
FEVEREIRO – Por ocasião das eleições legislativas, a
TFP publica (29) o manifesto Em prol da seriedade doutrinária das
próximas eleições. O documento mostra como a conduta do Partido
Democrata Cristão favorece na prática o avanço do comunismo, apesar de os membros
daquele afirmarem o contrário.
(29) Cfr. "La Tercera de la Hora", Santiago, e
"El Diario Ilustrado", ambos de 27-2-69; "PEC", Santiago,
28-2-69; "El Diario Austral", Temuco, 1º-3-69.
TFP
ao PDC
MARÇO – Face à derrota do PDC nas eleições e ao avanço
dos candidatos anticomunistas, a TFP faz um apelo às bases daquele Partido (30)
para que optem por outras soluções políticas. Exorta também os parlamentares
democrata-cristãos a que repudiem qualquer aliança com o bloco socialo-comunista.
(30) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 13-3-69.
800
camponeses contra a Reforma Agrária
ABRIL – Quarenta proprietários agrícolas do Vale de Curacavi lançam o manifesto A ditadura democrata-cristã
através da Reforma Agrária (31), denunciando a expropriação arbitrária e
persecutória de terras pertencentes ao Presidente da TFP e à sua família. Dias
depois, 800 camponeses assinalam que "o Vale de Curacavi
se solidariza com uma família vítima da Reforma Agrária" (32).
(31) Cfr. "El Mercurio" e "El Diario
Ilustrado", ambos de Santiago, 11-4-69.
(32) Cfr. "El Mercurio" e "El Diario
Ilustrado", ambos de Santiago, 15-4-69.
Os
frutos e a árvore
JULHO – Sob o título Bom preço para os frutos, mas
confisco para a árvore (33), a TFP publica carta aberta aos líderes agrícolas Benjamin Matte e Manuel Valdés V. A missiva ressalta que os dirigentes agrícolas
põem grande empenho em questões secundárias – como pleitear bons preços para
seus produtos – e praticamente nada fazem para defender o inviolável direito de
propriedade, ameaçado pela Reforma Agrária de Frei. Em sua réplica, os
dirigentes das associações de agricultores limitam-se a reiterar suas posições,
como deixa claro a tréplica da TFP.
(33) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 5-7-69.
Alfândega
controla pensamento
AGOSTO – Sem explicação, a alfândega de Los Andes
retém uma partida da obra Baldeação ideológica inadvertida e diálogo (34). Seu
autor, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, envia telegrama ao Presidente Frei,
protestando contra esta violação da liberdade de opinião no Chile (35). Ato contínuo,
o Subsecretário do Interior declara que a obra pode ingressar no País (36).
(34) Cfr. "El Diario
Ilustrado", Santiago, 7-8-69.
(35) Cfr. "Folha de S. Paulo", 4-8-69;
despacho da AFP; "La Prensa", Buenos Aires, 6-8-69.
(36) Cfr. "El Diario
Ilustrado", "El Mercurio" e "La Tercera", todos de Santiago, 8-8-69.
AGOSTO – "Fiducia"
publica número especial sobre o IDO-C e os grupos proféticos (24 mil
exemplares), vendido em 105 cidades. A voz de Mons. Cifuentes,
Arcebispo de La Serena, se levanta novamente para apoiar a TFP (ver TFPs:
ações conjuntas em âmbito internacional nº 2).
Privados
do Sacrifício do Altar os que tombaram em defesa da Civilização Cristã
NOVEMBRO – O Arcebispo de Santiago, por meio de seu
Vigário Geral Mons. Jorge Gómez Ugarte,
nega licença para a celebração de uma Missa pelas vítimas do comunismo,
alegando que poderia dar lugar a uma "ação religiosa comprometida com
finalidades de política partidária". Face à insólita negativa, a TFP
assinala não constituir um partido político, e ressalta o caráter
desconcertante e injusto da medida (cfr.
"Fiducia", nº 31;
"El Diario Ilustrado" e "El Mercurio", 31-10-69).
Até
isto!
DEZEMBRO – Membros da TFP são expulsos do Colégio dos
Sagrados Corações (Padres franceses), por sua posição categoricamente
anticomunista. No mês seguinte, o deputado Miguel Luis
Amunátegui Johnson
pronuncia na Câmara corajoso discurso de protesto pela medida, em meio a
altercações e debates acalorados com deputados socialistas e
democrata-cristãos.
1970
Declarações
insólitas
JANEIRO – As eleições presidenciais se aproximam. O
Cardeal Silva Henríquez faz insólitas declarações no
sentido de que os católicos podem, em sã consciência, sufragar candidatos
marxistas. A TFP dirige ao Purpurado respeitosa carta aberta, pedindo que
esclareça ou desminta tais declarações (37). A resposta é o silêncio...
"El Siglo" (27-1-70), órgão do Partido
Comunista chileno, ataca violentamente a Sociedade e defende Mons. Silva Henríquez.
(37) Cfr. "El Mercurio", 24-1-70 e "El
Diario Ilustrado", 25-1-70, ambos de Santiago.
Ponta
de lança
JANEIRO – Ante a promulgação de uma lei complementar
que agrava as arbitrarie-–fa–ia8dades
da Reforma Agrária, a TFP se dirige uma vez mais ao País: A Democracia Cristã,
ponta de lança da esquerda (38).
(38) Cfr. "El Mercurio" e "El Diario
Ilustrado", ambos de Santiago, 25-1-70.
Diante
da injustiça, da ilegalidade e da vingança
FEVEREIRO – Ao consumar-se a expropriação da
propriedade de 77 hectares do Presidente da TFP, para a qual o Governo violou a
própria lei de Reforma Agrária, agricultores publicam em vários jornais do País
a declaração Ante uma lei injusta e ante a aplicação injusta de uma lei (39).
No dia em que o Presidente da entidade seria desalojado de suas terras,
centenas de agricultores e parlamentares dirigem uma carta aberta ao Presidente
Frei, intitulada Diante da injustiça, da ilegalidade e da vingança (40). O
Presidente da TFP, em carta aberta aos agricultores e camponeses (41), agradece
as valentes manifestações de solidariedade, que contrastam com a pusilanimidade
entreguista dos dirigentes de entidades da classe
agrícola. 860 camponeses e empregados do Vale de Curacavi
também lhe expressam sua solidariedade, em comunicado publicado pela imprensa
(42).
(39) Cfr. "El Mercurio",
Santiago, 26-2-70 e 6-3-70.
(40) Cfr. "El Diario
Ilustrado", Santiago, 21-2-70.
(41) Cfr. "El Mercurio",
Santiago, 1º-3-70 e jornais do sul, do dia 2-3-70.
(42) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 10-3-70.
Para
a DC, Cuba não é indesejável
FEVEREIRO – Telegramas ao Presidente Frei e ao
Chanceler Gabriel Valdés protestando contra as
declarações deste último favoráveis à reintegração de Cuba na conferência interamericana (43).
(43) Cfr. "El Diario Ilustrado", Santiago,
8-2-70.
"Triangulitos"
ABRIL – A TFP recorre a um método de difusão inédito:
sobre o passeio Ahumada, no coração comercial e
financeiro de Santiago, lança 100 mil volantes em forma de triedro.
Em cada uma das faces se representam, respectivamente, Alessandri
(candidato conservador), Tomic (candidato demo-cristão) e Allende (candidato marxista). No interior
do triangulito – como o denominou o público – um
texto breve chama a atenção para o fato de que os três candidatos propuseram –
se bem que com matizes diversos – a continuação da Reforma Agrária. Também
publica na imprensa a declaração Resguardemos para o Chile autêntico o direito
de se expressar (44).
(44) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 11-4-70.
Plebiscito
JUNHO – Plebiscito: caminho leal, é o título do
comunicado de imprensa em que a TFP pede que se suspenda a aplicação da Reforma
Agrária até as próximas eleições, e que o novo Presidente faça uma consulta
popular a respeito do assunto (45).
(45) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 9-6-70.
Violência
governamental
JULHO – A escalada da violência, fruto da continuação
do processo de Reforma Agrária, torna cada vez mais verossímil a hipótese de um
golpe democrata-cristão. Era preciso explicitar para o público esse perigo
difuso. A TFP o faz, lançando um sugestivo volante do alto dos edifícios
centrais de Santiago, e inundando as ruas: os "narigões", como o
público os alcunhou, pois nas faces externas do volante se vê recortado o
característico perfil de Frei, e dentro, a mensagem de advertência da TFP. O
Governo vareja a sede da TFP e instaura processo descabido contra seus dirigentes.
Negócio
de Matte, negócio de chinês
AGOSTO – O Presidente da Sociedade Nacional de
Agricultura, Benjamin Matte,
faz gestões para restabelecer relações comerciais privadas com o governo de
Fidel Castro. A TFP adverte publicamente para esta manobra preparatória do
reatamento de vínculos diplomáticos (46). A resposta de Matte
é frívola, vazia e... em latim (47), acrescentando ao lado a tradução, e
pretendendo desse modo colocar em ridículo a entidade. A TFP treplicou... em
chinês – com a respectiva tradução – em manifesto intitulado Negócio de Matte, negócio de chinês (48). Nele aconselha que, a bem de
sua reputação, da próxima vez Matte responda de forma
objetiva e com argumentos.
(46) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 2-8-70.
(47) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 6-8-70.
(48) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 21-8-70.
Para
ambigüidades, plebiscito
AGOSTO – Às vésperas das eleições presidenciais,
número especial de "Fiducia" com o
documento intitulado Só um plebiscito revelará o verdadeiro pensamento do povo
chileno, é difundido nas ruas de Santiago.
Fatídica
eleição
SETEMBRO – A TFP exorta os chilenos a votar em quem se
possa supor que aplique as reformas com menos intensidade, uma vez que nenhum
dos candidatos é contrário à Reforma Agrária (49). Realizadas as eleições,
verifica-se a vitória, por pequena margem de votos, da Unidade Popular. Como
nenhum dos candidatos obtém maioria absoluta, a eleição do Presidente deve
fazer-se em outubro, pelo Senado e a Câmara de Deputados reunidos – onde o PDC
tem os votos decisivos.
(49) Cfr. "El Mercurio",
Santiago, 1º-9-70.
No
umbral da tragédia, apelo ao Santo Padre
OUTUBRO – Era, pois, o momento para que a Hierarquia
católica fizesse sentir todo o peso de sua influência moral sobre os
parlamentares demo-cristãos, a fim de que estes
negassem seu voto ao candidato marxista, o qual, assim, ipso facto estaria derrotado. Não podendo, à
vista de antecedentes inequívocos, esperar essa medida da Hierarquia chilena, a
TFP se dirige por carta a Paulo VI, pedindo-lhe que se digne intervir para
salvar o Chile do precipício comunista. Não parece que tenha tido ressonância
essa súplica, pois sob o alento do Cardeal Silva Henríquez
e de outros numerosos Prelados, a Democracia Cristã vota, em outubro, a favor
do marxista Allende!
TFP
no exílio
Tendo em vista as drásticas restrições a que
inevitavelmente seria submetida com a ascensão do marxismo ao Poder, a TFP
considerou que desde o primeiro momento lhe faltaria o mínimo da liberdade
necessária para atuar e influir sobre a opinião pública. Já sob o Governo de
Frei, e particularmente nos últimos meses do mandato deste, pôde-se verificar a
perseguição e a vingança contra a Sociedade, acompanhadas de constantes
invectivas difamatórias por parte da imprensa demo-cristã
e socialo-comunista.
Era evidente que, sob o marxismo, a entidade se veria
imediatamente coarctada em sua liberdade de movimento, e cerceada por toda
sorte de medidas governamentais arbitrárias, inclusive perseguição policial.
Poderia, também, ser vítima de agressões de agitadores que o Governo não teria
interesse em castigar, e que a opinião pública, amordaçada, não estaria em
condições de rechaçar.
Também não era fora de propósito prever o fechamento,
cedo ou tarde, da Sociedade por ato arbitrário do Governo.
Nessas circunstâncias, os sócios e os cooperadores da
TFP tomam o caminho cheio de incertezas do exílio, com a esperança de encontrar
fora do Chile condições eventualmente mais favoráveis para denunciar as
manobras do Presidente marxista, do que se permanecessem estavelmente no País.
Poderiam, por fim, fazer chegar por diversos meios
publicações e manifestos que fariam circular no Chile, e esclarecer por análoga
maneira, em quase todo o Ocidente, a opinião pública internacional sobre o
cunho comunista do novo regime, o que por sua vez contribuiria para isolá-lo,
redundando em seu debilitamento dentro de suas
próprias fronteiras. De todos os modos, partem com a confiança posta na Divina
Providência, dispostos a atuar, sempre no terreno doutrinário e legal, e com o
propósito de voltar logo que as circunstâncias o permitam (sobre o assunto ver TFPs:
ações conjuntas em âmbito internacional nº 3).
1971
Crepúsculo
artificial
MARÇO – Vem a lume o primeiro número de "Fiducia no Exílio", contendo o manifesto As eleições
de abril, uma etapa a mais no crepúsculo artificial do Chile. Distribuído
largamente, de mão em mão, através de ampla rede de colaboradores e amigos da
TFP, o documento enumera os fatores que contribuíram para a vitória de Allende
e desmascara a tentativa de apresentar Frei como anticomunista autêntico.
Trapaças
na via chilena
SETEMBRO – "Fiducia no
Exílio" traz o manifesto Nem armas, nem barbas, mas trapaças: a via
chilena, que analisa o modo pelo qual o comunismo, apesar de recusado pela
maioria da população, se vai impondo inexoravelmente ao País. O documento
critica a recepção que o Presidente argentino Lanusse
deu a Allende na nação platina, como fruto de sua política de "queda das
barreiras ideológicas", o que contribui para desmoralizar–fa–ia19os chilenos anticomunistas, e deste modo favorecer
Allende.
Ilustrada com caricaturas alusivas à situação descrita
no manifesto, a revista é editada em papel-bíblia,
para facilitar sua ampla circulação no Chile. Os exemplares trazem um selo no
qual se lê "distribuição patriótica: coragem e legalidade". Um
exemplar do manifesto é exibido em um programa de TV, por dirigentes marxistas,
para denunciar o que chamam arbitrariamente de "conspiração contra o
regime". O documento contribui ponderavelmente
para sacudir o "pânico anestesiante e isolante" que paralisa a maioria anticomunista.
O jornal comunista "El Siglo"
(16-10-71), em artigo que reproduz inclusive as caricaturas do manifesto da
TFP, afirma sem rodeios: "Os fiducianos chilenos
se converteram no centro nevrálgico de uma rede de intensas atividades que se
vêm efetuando contra o Chile [sic] em diversos países
do Continente".
1972
Ação
da TFP é incrementada
FEVEREIRO – A TFP, que sempre constituiu no Chile o
pólo de atração dos círculos anticomunistas mais dinâmicos, nunca cessou sua
atuação interna no País. Representantes seus percorrem-no com freqüência,
tomando contactos para avaliar a situação,
aglutinando elementos antiesquerdistas e difundindo
seus manifestos. As atividades exercidas pela Sociedade, no Exterior, repercutem
também intensamente no País, sensibilizando as zonas mais profundas da
mentalidade nacional.
Desta maneira, a TFP em nenhum momento deixa de animar
a reação anticomunista, principalmente desmascarando aqueles líderes civis ou
eclesiásticos que induzem a ceder para não perder. É sugestivo que a imprensa
esquerdista tenha procurado continuamente envolver a TFP, durante esse período,
em maquinações e complôs inteiramente alheios a seu
estilo, com o que os ditos jornais reconheciam implicitamente a eficácia da
ação dela.
Uma vez desfeito o letargo da maioria contrária ao
regime marxista, os dirigentes da Sociedade, exilados, julgaram oportuno
incrementar sua ação no País. Deste modo, um grupo de cooperadores da TFP
retorna ao Chile, a fim de preparar uma futura atuação da entidade no campo que
lhe é próprio, isto é, o do debate público, ideológico, desenvolvido dentro da
lei, com vistas a influir na opinião nacional. Como resultado dessa presença a
TFP pôde, exatamente um ano depois, dirigir-se à opinião pública pela imprensa
chilena, e, pouco após, também diretamente nas ruas.
Autodemolição
demolidora
FEVEREIRO – A TFP publica o manifesto A
autodemolição da Igreja, fator da demolição do Chile (50), no qual
demonstra que o apoio constantemente proporcionado ao regime de Allende pelo
Cardeal Silva Henríquez, pela maioria do Episcopado e
importante parcela do Clero, era fundamental para que fosse mantida a coalizão socialo-comunista no Poder. Onze valorosos sacerdotes
enviam cartas de apoio à TFP, as quais são divulgadas pela imprensa. O
manifesto é publicado em importantes jornais do continente e da Europa (51).
(50) Cfr. "La Tercera de la Hora", 27-2-73;
"Tribuna", 27-2-73 e resumo em "Las Ultimas Noticias",
28-2-73, todos de Santiago; "El Sur", Concepción, 1º-3-73 e "El
Diario Austral", Temuco, 2-3-73.
(51) Cfr. "Folha de S. Paulo", 2-3-73; "La
Nación", Buenos Aires, 2-3-73; "El Pais", Montevideo, 3-3-73;
"Fuerza Nueva", Espanha, nº 325, de março de 73; "Diario de las
Americas", Miami, 29 e 30-3-73; "Diario de Noticias", Rio de
Janeiro, 15-4-73.
Direitos
imprescritíveis de Nosso Senhor
MAIO – Cooperadores da TFP descem às ruas de Santiago
para a coleta de assinaturas de apoio a um manifesto dirigido ao Episcopado
nacional, pedindo que este adote atitude de clara reprovação ao projeto de
Escola Nacional Unificada (ENU), proposto pelo Governo marxista. Em um País
convulsionado pelas agitações promovidas por extremistas de esquerda, a TFP
recolhe, nas ruas de Santiago, Concepción e Valparaíso, 50 mil assinaturas de estudantes, professores e
pais de alunos contra o projeto. A confusão imperante
nos dias que antecedem a queda do regime marxista impede que as firmas sejam
entregues a seus destinatários. Constituem elas um dos testemunhos mais
eloqüentes da indignação popular contra o governo esquerdista.
Quatro meses depois de começada a coleta de
assinaturas, as Forças Armadas, interpretando o sentir geral, varrem do Poder
as hostes marxistas.
"Magnificat pelo Chile"
SETEMBRO – Publicação, nos principais jornais do País,
do comunicado A TFP espera no futuro do Chile (52), no qual a entidade
manifesta o júbilo caloroso pela libertação do País. Por iniciativa da TFP, é
também publicado na imprensa de Santiago o artigo Magnificat pelo
Chile, de Plinio Corrêa de Oliveira, no qual o articulista exprime o
regozijo dos anticomunistas do mundo inteiro pelo que acabava de suceder no
País (53).
(52) Cfr. "El Mercurio", 19-9-73;
"Tribuna", 22-9-73 e "La Tercera de la Hora", 27-9-73,
todos de Santiago, e "El Sur", de Concepción, 23-9-73.
(53) Cfr. "Tribuna", Santiago, 24-10-73,
transcrito da "Folha de S. Paulo", de 16-9-73.
1974
FEVEREIRO – Em número especial de "Fiducia", a TFP publica e difunde amplamente pelas
ruas reportagem completa sobre o panorama de injustiça, miséria e sangue da
experiência marxista no Chile (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito
internacional nº 3).
ABRIL – A TFP chilena adere à Declaração de Resistência,
e a faz publicar no Chile (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito
internacional nº 4).
NOVEMBRO – Telex de felicitações ao Chanceler Patricio Carvajal, pela lúcida e
valente atitude na conferência da OEA, em Quito, opondo-se à readmissão de Cuba na convivência das nações americanas
(ver TFPs:
ações conjuntas em âmbito internacional nº 6).
1975
Execrável
entreguismo
MAIO – Diante da trágica queda do Vietnã em poder do
comunismo, a TFP divulga, através da imprensa e nas ruas, o manifesto Indochina,
a "détente" e o futuro do Chile
(54), no qual denuncia a mentalidade dialogante que
esteve na raiz deste novo execrável retrocesso do Ocidente diante do comunismo.
(54) Cfr. "La Tercera de la Hora", Santiago,
17-5-75.
Fátima
AGOSTO – Edição e difusão do opúsculo Simples relato
do que se passou em Fátima quando Nossa Senhora apareceu (5 mil exemplares), de
A. A. Borelli Machado, sócio da TFP brasileira.
Alegria
vigilante
SETEMBRO – No segundo aniversário da queda do regime
marxista, a TFP publica (55) a declaração No aniversário histórico: alegria,
vigilância e esperança, na qual denuncia a falsa paz sonolenta e a-ideológica,
propiciada por setores que inculcam a falta de vigilância face ao comunismo.
(55) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 11-9-75.
Informação
absurda e caluniosa
OUTUBRO – Em declaração publicada no jornal "La Tercera de la Hora" (56), a
TFP repudia como absurda e caluniosa a informação divulgada a partir de Roma
pela Agência EFE, de que a Sociedade estaria envolvida no atentado que feriu,
na capital italiana, o ex-Ministro democrata-cristão
Bernardo Leighton e sua esposa.
(56) Em 18-10-75.
1976
FEVEREIRO – É lançado, produzindo grande comoção em
todo o País, o livro A Igreja do silêncio no Chile – a TFP
proclama a verdade inteira (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito
internacional nº 8).
MAIO – Divulgação no Chile do manifesto intitulado
Direitos humanos na América Latina – o utopismo democrático de Carter favorece a expansão comunista (ver TFPs:
ações conjuntas em âmbito internacional nº 9).
MAIO/AGOSTO – A propósito da campanha internacional
pelos direitos humanos, a TFP toma importantes atitudes (ver TFPs:
ações conjuntas em âmbito internacional nº 9).
Desprestígio
da ONU
DEZEMBRO – Surpreendentemente, o Governo convoca um
plebiscito sobre a nova Constituição, como réplica à terceira resolução das
Nações Unidas contra o regime chileno. A TFP lança a declaração Sobre a
consulta nacional – a TFP a seus amigos e simpatizantes em todo o País (57), no
qual manifesta sua perplexidade pelo fato de que o plebiscito seja convocado a
propósito de uma resolução de um organismo tão desacreditado como a ONU; mas,
considerando a salus populi,
recomenda dar apoio às autoridades.
(57) Cfr. "El Mercurio", "La Tercera de la
Hora" e "Las Ultimas Noticias", todos de Santiago, 31-12-77.
1978
A TFP divulga artigo de Plinio Corrêa de Oliveira
sobre o Conclave (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito
internacional nº 10).
Cadeado
na boca?
DEZEMBRO – A TFP publica na imprensa o comunicado da
coirmã venezuelana Democracia cristã: com um cadeado na boca (58), em que
levanta dúvidas sobre a autenticidade democrática dessa corrente político-ideológica.
(58) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 20-12-78 e
"Las Ultimas Noticias", Santiago, 20-12-78.
Absurda
equiparação
DEZEMBRO – Jornais de Santiago divulgam o texto do
telex da TFP à Organização Regional Interamericana do
Trabalho, com sede no México, protestando contra o boicote comercial decretado
por essa organização contra o Chile. A TFP assinala o absurdo da equiparação do
Chile com a Cuba castrista, em matéria de direitos
humanos (59).
(59) Cfr. "Las Ultimas Noticias", 12-12-78;
"La Tercera de la Hora", Santiago, 13-12-78.
1979
Dirigentes
da TFP respondem
FEVEREIRO – A "Revista del
Domingo", que circula com o jornal "El Mercurio",
apresenta amplo questionário aos diretores da TFP, os quais respondem
pormenorizadamente. A matéria publicada no periódico (nº
633), entretanto, além de ser apresentada de forma tendenciosa, omite partes
essenciais das respostas. A Sociedade edita, então, número especial de seu
boletim informativo "Tradición, Familia, Propiedad", com o
texto integral da entrevista, que é amplamente difundido nas ruas.
Jovens
da TFP alegram necessitados
DEZEMBRO – Para alegrar o Natal dos pobres, a TFP
realiza campanha de coleta de brinquedos, roupas e alimentos. Os presentes são
posteriormente distribuídos entre as famílias mais necessitadas de Buín. A iniciativa se repetirá nos anos seguintes.
1980
Pinochet e Filipinas
MARÇO – O forçado e surpreendente cancelamento da
visita do General Pinochet às Filipinas, decidida unilateralmente pelo governo Ferdinand
Marcos quando o Presidente chileno se dirigia àquele País, constituiu um
insulto ao Chile. A TFP protesta através da imprensa (60), encarecendo que o
fato não deveria servir de pretexto para concessões ao marxismo.
(60) Cfr. "El Mercurio",
Santiago, 28-3-80.
MAIO – A TFP se soma ao esforço de suas coirmãs em
favor dos cubanos refugiados na Embaixada do Peru em Havana (ver TFPs:
ações conjuntas em âmbito internacional nº 9).
Constituição,
plebiscito e guerra psicológica
SETEMBRO – Na iminência da realização de um plebiscito
sobre o novo projeto de Constituição, a TFP envia ofício aos mais
representativos organismos e instituições nacionais que ainda não se tenham
pronunciado a respeito, insistindo em que o façam, a fim de que a opinião
pública possa estar o mais informada possível no momento de votar. Dias depois,
em manifesto de página inteira (61), a Sociedade manifesta pela imprensa seus
pontos de vista sobre o novo projeto constitucional.
(61) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 9-9-80.
1981
Modelo
polonês
MAIO – No plano internacional, a situação da Polônia
atrai a atenção da opinião pública. Fala-se em um "modelo polonês".
Para quem? Para o Chile? Para o mundo? Um número especial do boletim
informativo da entidade trata da interessante matéria (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito
internacional nº 11).
Antigo
é moderno
NOVEMBRO – "Tradición,
Família y Propiedad" consagra um número especial
à reportagem Nos Estados Unidos, terra da modernidade, o antigo está se
tornando moderno.
DEZEMBRO – Publicação no Chile da Mensagem das 13 TFPs sobre o
socialismo autogestionário francês (ver TFPs:
ações conjuntas em âmbito internacional nº 12).
1982
ABRIL – Por iniciativa da TFP é transcrito na imprensa
de Santiago importante documento sobre a delicada situação criada no Atlântico
Sul (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional nº
13).
Autogestão
no Chile?
JULHO – O Estatuto Social da Empresa representava um
primeiro passo para a instauração, no Chile, de um regime autogestionário.
A este respeito, a TFP publica categórica declaração intitulada O
Estatuto Social da Empresa: Espada de Dâmocles sobre as classes produtoras e
proprietários rurais? O texto é amplamente divulgado, tendo um resumo
sido publicado pela imprensa (62).
(62) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 28-7-82.
Informando
OUTUBRO – O boletim informativo da TFP dá um apanhado
das reações e comentários suscitados pela divulgação de seu lance contra o
Estatuto Social da Empresa.
1983
Aos
Arcebispos ignotos
ABRIL – Às vésperas da nomeação de titulares para as
três principais Arquidioceses do País – Santiago, Valparaíso
e Concepción – a Sociedade publica na imprensa (63) e
di- funde nas ruas o manifesto A TFP aos Arcebispos
desconhecidos: Carta Aberta, o qual contém filial pedido da entidade
para que os futuros Srs. Arcebispos remedeiem tantas omissões e erros do
passado, abrindo por fim novas e luminosas páginas na História da Igreja no
Chile. A iniciativa dá lugar a polêmicas com setores esquerdistas do Clero.
(63) Cfr. "El Mercurio", 13-4-83 e "La
Tercera de la Hora", 23-4-83, Santiago, e "El Sur", Concepción,
21-4-83.
Nada
melhorou e tudo se agravou
MAIO – 4ª edição de A Igreja do Silêncio no Chile, com
um prefácio onde se afirma que "sete anos depois, nada melhorou e tudo se
agravou"... (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito
internacional nº 8).
Telegrama das TFPs a Reagan protestando contra a
nomeação de Kissinger para cargo chave relacionado
com a América Latina (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito
internacional nº 14).
Urge
revogar
AGOSTO – Carta ao Ministro do Trabalho, Sr. Hugo Galvez Gajardo, para
"insistir, respeitosa mas francamente, junto ao Sr. Ministro, sobre a
necessidade e conveniência de não dilatar mais a derrogação do Estatuto Social
da Empresa" (64).
(64) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 1º-9-83.
Mães
valorosamente católicas
NOVEMBRO – 400 mães de família católicas do popular
bairro de Pudahuel enviam carta aberta ao novo
Arcebispo de Santiago, Mons. Juan Francisco Fresno, fazendo ver respeitosamente a ação de Sacerdotes e
Religiosas nos bairros periféricos de Santiago, mais preocupados em promover a
luta de classes que em instruir sobre os ensinamentos tradicionais da Igreja
(65). Em meio à polêmica com o Arcebispado, que a iniciativa suscita, a TFP
esclarece que havia acedido em colaborar, na medida de suas possibilidades,
para a concretização da tão boa iniciativa que as valorosas mães haviam ideado
(66).
(65) Cfr. "El Mercurio", 6-11-83 e "Las
Ultimas Noticias", 10-11-83, Santiago; "El Mercurio",
Antofagasta, 11-11-83; "El Sur", Concepción, 10-11-83; "El
Diario Austral", Temuco, 11-11-83.
(66) Cfr. "La Segunda", 15-11-83; "Las
Ultimas Noticias", 16-11-83, Santiago.
Não
cruze os braços, Monsenhor
DEZEMBRO – A TFP se dirige ao Arcebispo de Santiago em
documentada carta aberta, que ocupa duas páginas de jornal (67). O texto
demonstra que os elementos mais radicalmente subversivos do País pertencem às
fileiras do Clero, e pede medidas a Mons. Fresno.
(67) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 8-12-83.
O Sr. Arcebispo, com uma resposta pouco clara, tenta
elidir a questão (68). A TFP publica a nota Não cruze os braços, Monsenhor
(69). A Rádio Moscou, em seu programa Escucha Chile,
tenta defender a "esquerda católica", tão concludentemente
desmascarada... e desmitificada (70).
(68) Cfr. "El Mercurio" e "Las Ultimas
Noticias", ambos de Santiago, 16-12-83.
(69) Cfr. "El Mercurio" e "La
Segunda", ambos de Santiago, 17-12-83.
(70) Emissão de 19-12-83 às 18:30 hs.
A propósito desta carta, Mons. Piñera,
Presidente da Conferência Episcopal declarou que "uma infiltração no plano
das idéias, da influência, é inevitável e é bom que aconteça" (71). A TFP
o interpela respeitosamente, pedindo um esclarecimento (72). A resposta é o
silêncio.
(71) "La Tercera de la Hora", Santiago,
14-12-83.
(72) Cfr. "El Mercurio",
Santiago, 22-12-83.
Por sua parte, o secretário da Conferência Episcopal,
Mons. Contreras, Bispo de Temuco,
sem entrar no mérito da posição da TFP, afirma que a entidade "é o que há
de mais anticatólico" (73). A entidade se
defende, esclarecendo que é por fidelidade à Igreja, e jamais por espírito de
rebeldia, que impugnou a atitude de alguns Pastores (74).
(73) Cfr. "El Diario Austral", Temuco,
23-12-83; "El Mercurio", Santiago, 24-12-83.
(74) Cfr. "El Mercurio", Santiago, e "El
Diario Austral", Temuco, ambos de 27-12-83.
1984
Primeira
bomba, vã tentativa de intimidar
MARÇO – Dia 15, atentado a bomba na sede principal da
TFP em Santiago. Os meios de comunicação do País e do Exterior noticiam o fato.
A TFP, em comunicado à impren- sa,
afirma que "não se deixará intimidar" (75).
(75) "El Mercurio" e "La Tercera",
ambos de Santiago, 17-3-84.
A TFP ausculta os bairros periféricos
MARÇO – Número especial de "Tradición,
Familia y Propiedad",
com o sugestivo título Que prepara a "esquerda católica" nos bairros
periféricos de Santiago? Um show psicológico que
adultera a abertura política...? E não preverá que isto degenere em guerra
civil, cujo desenlace seja um regime socialo-comunista?
Anúncios são estampados na imprensa (76), e 10 mil
exemplares da revista são divulgados em campanha nas ruas de Santiago e das
cidades do sul.
(76) Cfr. "El Mercurio",
Santiago, 20, 21 e 22-3-84.
A
polêmica do ano
SETEMBRO – Comentário intempestivo do Bispo de Punta Arenas, Mons. Tomás Gonzalez
Morabo, publicado pela imprensa, sobre o livro A
Igreja do Silêncio no Chile (77), dá lugar a uma polêmica na seção de cartas do
jornal "El Mercurio" (78). O Prelado
progressista deixa à mostra a inconsistência de seus argumentos. Houve quem
qualificasse a controvérsia de "a polêmica do ano".
(77) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 31-8-84.
(78) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 10-9-84; 14, 21 e 30-10-84;
4-11-84.
Direitos
humanos? Ou totalitarismo simulado?
OUTUBRO – A Comissão Chilena de Direitos Humanos, em
seu "Informe Anual", inclui a TFP no rol das entidades violadoras dos
direitos humanos, por sua carta aberta de dezembro a Mons. Juan
Francisco Fresno (vide supra). A TFP se defende, em
incisiva declaração intitulada Atenta contra os Direitos Humanos a Comissão
Chilena de Direitos Humanos (79). O documento da TFP faz notar o absurdo de a
dita Comissão ter considerado "violadora" dos direitos humanos, um
grupo de mães que havia se dirigido ao Arcebispo de Santiago para expressar-lhe
respeitosa e filialmente sua perplexidade diante de
uma catequese que elas consideravam deformante da
mente de seus filhos. A matéria repercute também em Washington (80). A Comissão
insiste em suas grotescas acusações (81). Em comunicado, a TFP põe a nu o
totalitarismo que transparece no "zelo" da referida entidade (82).
(79) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 7-10-84.
(80) Cfr. "The
(81) Cfr. "El Mercurio",
(82) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 19-10-84.
Influência
nefasta no passado
NOVEMBRO – Mons. Manoel Camilo Vial,
atual Bispo de San Felipe, preside em Roma a reunião "Pastoral para o
exílio", da qual participam destacados membros da ex-Unidade
Popular. Em comunicado de imprensa, a TFP comenta que "esse congresso,
para além do problema dos exilados, representa um esforço de articulação das
correntes que levaram Allende ao Poder, numa tentativa de voltar a exercer a
mesma nefasta influência que exerceram no passado" (83).
(83) Cfr. "Las Ultimas Noticias", Santiago,
5-11-84.
Perseguição
na Venezuela
NOVEMBRO – Por motivo do arbitrário fechamento de Resistencia, a
TFP chilena publica Perseguição ideológico-religiosa na Venezuela – Nuvem negra baixa sobre
o País irmão (84).
(84) Cfr. "La Tercera de la Hora", Santiago,
24-11-84.
Alegria
de Moscou
DEZEMBRO – A propósito dos acontecimentos da
Venezuela, a TFP chilena publica também O Kremlin deixa cair a máscara e canta
vitória (85).
(85) "El Mercurio",
Santiago, 10-3-85.
1985
Terremoto:
TFP presente
MARÇO – No dia 3, o Chile é abalado por um terremoto
de trágicas conseqüências. A TFP convoca imediatamente todos os seus sócios e
cooperadores para se juntarem à campanha de ajuda aos milhares de flagelados.
MARÇO – Edição e divulgação do livro de Plinio Corrêa
de Oliveira Baldeação ideológica inadvertida e Diálogo (ver Livros
publicados por várias TFPs nº 3).
AGOSTO – A TFP alerta o público chileno sobre o
caráter blasfemo do filme "Je Vous salue, Marie"
(ver TFPs:
ações conjuntas em âmbito internacional nº 17).
Absurda
imputação e desmentido
AGOSTO – Pretende-se vincular a TFP a um atentado
contra o Vicariato de Pastoral Operária. A Rádio
Cooperativa faz eco a essa absurda imputação. A TFP desmente pronta e
categoricamente.
Moscou
e os universitários
OUTUBRO – Em seu boletim informativo, a TFP publica
declaração de 700 universitários intitulada Não precisamos ir à Rússia para
conhecer os frutos perversos do comunismo. O documento encontra ampla
receptividade nos meios acadêmicos do País, contrastando com a fria e até
enigmática acolhida nos jornais e revistas de Santiago, os quais, de fato, o
censuram. Significativamente, a Rádio Moscou, em um programa dominical, critica
duramente os termos da declaração.
Nova
tentativa de intimidação
OUTUBRO – Nova bomba explode na sede social da
entidade, em Santiago. A Sociedade comenta o fato em comunicado de imprensa
(86).
(86) Cfr. "La Tercera de la Hora", "Las
Ultimas Noticias", ambos de Santiago, 30-10-85.
Tendências
entreguistas
DEZEMBRO – Uma rede nacional integrada por 15 jornais
publica a carta aberta da TFP aos dirigentes da direita aderentes ao Acordo
Nacional (87), de cujo texto são distribuídos 40 mil exemplares nas ruas de
Santiago. Nela a Sociedade alerta para certas tendências entreguistas
que voltam a se delinear no panorama político nacional.
(87) "El Mercurio", Santiago, 20-12-85;
"La Estrella", Arica, 20-12-85; "La Estrella", Iquique,
20-12-85; "El Mercurio", Antofagasta, 20-12-85; "El
Mercurio", Calama, 20-12-85; "La Prensa", Tocapilla, 20-12-85;
"La Estrella del Norte", 20-12-85; "La Estrella del Loa",
20-12-85; "El Mercurio", Valparaíso, 20-12-85; "La
Estrella", Valparaíso, 20-12-85; "El Sur", Concepcion, 20-12-85;
"El Diario Austral", Temuco, 20-12-85; "El Diario Austral",
Valdivia, 20-12-85; "El Diario Austral", Osorno, 20-12-85; "La
Prensa Austral", Punta Arenas, 20-12-85.
Norte-americanos
fazem conferências
DEZEMBRO – Ciclo de conferências na sede da Sociedade,
na Rua Holanda, em Santiago: A fermentação revolucionária na América Latina – A
contra-ofensiva ideológica das TFPs; O movimento conservador nos Estados Unidos
– Situação atual e esperanças para o futuro. Figuram entre os conferencistas os
srs. Paul Weyrich, considerado um dos principais estrategistas políticos da "Nova Direita"
americana; Morton Blackwell,
assessor especial do Presidente Reagan, de 1981 a 1984, e Presidente do International Policy Forum, e Henry Walther, Diretor Executivo da United States Defense Commitee.
1986
Por
detrás do caos
ABRIL – Lançamento do livro Por detrás do caos: a Revolução
joga sua cartada (150 pp.). A obra põe à disposição do público "a
mais completa e atualizada radiografia da seita comunista no Chile de hoje e de
seu coringa, a `esquerda católica'..." O livro é
divulgado em campanhas de rua, e se difundem 60 mil exemplares de folhetos
explicativos.
Resistência
afegã
MAIO – Representante da resistência afegã contra a invasão soviética, em tournée
pela América do Sul, profere conferência para sócios, cooperadores e amigos da
Sociedade, na sede social da TFP.
Causa
estupor elogio episcopal
JULHO – A propósito de um elogio episcopal ao socialismo:
Custa-nos crer, Monsenhor, é o título da declaração publicada pela TFP
universitária a respeito dos desconcertantes elogios
ao socialismo e ao regime de Fidel Castro, formulados na Universidade Diego Portales por Mons. Hourton, Bispo Auxiliar de Santiago.
Patrulhas
ideológicas
OUTUBRO – A TFP universitária difunde o comunicado
Patrulhas ideológicas de Kerenskinhos percorrem as
universidades tentando amedrontar os que suspeitam de discordar dos métodos
psicológicos ditatoriais da esquerda.
Mudou
o pensamento democrata-cristão?
NOVEMBRO – Universitários da TFP participam ativamente
da difusão do manifesto Mudou o conteúdo do pensamento democrata-cristão? Ou
continua ainda inspirado nos modernos continuadores
dos Kerenskys de sempre? (88)
(88) "El Mercurio",
Santiago, 11-11-86.
1987
"Esquecimentos
e confusões": TFP lança livro de grande impacto
MARÇO – Ante a iminência da chegada ao Chile de João
Paulo II, surgem indícios de que a "esquerda católica" prepara um show sobre a suposta miséria generalizada do povo chileno.
Centenas de jornalistas estrangeiros que afluiriam na ocasião ao País estariam
em condições de servir de veículo transmissor dessa visão distorcida, podendo
influenciar inclusive o Pontífice e sua comitiva.
Diante desse quadro, a TFP lança o documentadíssimo
livro Chile 1987: esquecimentos e confusões ameaçam a propriedade privada e a
livre iniciativa, de autoria do destacado analista econômico, Carlos Patricio del Campo. A edição, de
5 mil exemplares, esgota-se rapidamente. Nela, a partir de uma perspectiva
sócio-econômica – sem exageros nem omissões, e baseando-se em abundante
documentação – o autor analisa a realidade do País, desmentindo as versões
demagógicas da esquerda.
Em Roma, o Ufficio Tradizione, Famiglia, Proprietà faz chegar o primeiro exemplar do livro ao
Sumo Pontífice, e outros exemplares são distribuídos à comitiva que o
acompanharia ao Chile. A obra é colocada nas principais livrarias, e
propagandistas da TFP distribuem 50 mil volantes explicativos pelas ruas de
Santiago. É ela classificada como uma das sete mais solicitadas pelo público
(cfr. "El Mercurio", 5-4-87).
Fátima
e os estudantes
MAIO – Por ocasião do 70º aniversário das aparições de
Nossa Senhora na Cova da Iria, difusão em campanhas de rua da obra Nossa Senhora
de Fátima: profecias para a América e o mundo. Tragédia ou esperança?, de
autoria do Eng. A. A. Borelli Machado. O lançamento é
feito pelo próprio autor, em concorrida sessão na sede da TFP.
Entrevista
candente
AGOSTO – Entrevista de duas páginas para o jornal
"Las Últimas Noticias" (89), na qual o
Secretario de Imprensa da TFP manifesta o parecer da Sociedade sobre os mais
candentes temas da atualidade nacional. Milhares de chilenos, espalhados por
todo o País, recebem o texto da entrevista pelo sistema de mass-mailing.
(89) Em 23-8-87.
Inconformidade
diante de torpe irreverência
OUTUBRO – Entrega ao Pró-Núncio
Apostólico de uma carta de mais de mil universitários, dirigida a João Paulo II
(90), na qual asseveram que os filões mais representativos da juventude chilena
querem "repudiar o ídolo do sexo e do prazer". Com isso, desagravam a
Deus e ao Pontífice pela atitude dos jovens católicos que lotavam o Estádio
Nacional, os quais responderam com um rotundo "não!" à pergunta de
João Paulo II: "Não é verdade que quereis repudiar o ídolo do sexo, do
prazer, que freia vosso desejo de seguir a
Cristo?"
(90) Cfr. "El Mercurio", Santiago, 14-10-87.
Membros da TFP universitária têm destacada
participação na redação do texto e na coleta de assinaturas.
1988
Inusitado
MARÇO – Alcançam inusitada repercussão declarações do
Cardeal Silva Henriquez, Arcebispo emérito de
Santiago, feitas na Europa. Nelas se pode discernir a intenção de conduzir o
Chile pelas mesmas sendas do socialo-comunismo que
infelicitou a Nação no início dos anos 70.
Em conseqûência, a TFP se
sente na obrigação de publicar o documento Reabrindo as chagas de um trágico
passado, que futuro pretende o Cardeal Silva Henriquez
para o Chile? A entidade comenta que as soluções sugeridas pelo Prelado são nem
mais nem menos as que submeteram o País aos mil dias de voragem marxista sob o
governo de Salvador Allende.
O documento é publicado simultaneamente nos quinze
principais jornais do País (91). 145 mil exemplares do mesmo texto são
distribuídos pelos militantes da TFP
chilena em 20 cidades, durante um mês de campanha.
(91) Cfr. "El Mercurio", 20-3-88 e "Diario
de Provincias", 27 e 28-3-88 e 24-4-88.
De sua parte, Mons. Tomás Gonzalez,
Bispo de Magallanes, toma a defesa do Sr. Cardeal,
declarando que é melhor nada dizer e "não dar importância a esse grupo de
pessoas" (92). A TFP, em comunicado à imprensa (93), comenta ser "
provável que o Prelado haja respondido apenas movido por uma primeira e vaga
impressão" e declara esperar que volte a se pronunciar, desta vez sobre o
mérito do documento da entidade. O que, lamentavelmente, não sucedeu.
(92) "El Mercurio", 21-3-88.
(93) "El Mercurio", 24-3-88.
Alegria
de concordar
ABRIL – A propósito de lúcidas reflexões do Bispo de Rancagua, Mons. Jorge Medina, sobre
o plebiscito convocado pelo governo, a TFP emite declaração intitulada A
alegria de concordar, em que, de modo geral, elogia os princípios orientadores
dados pelo Prelado a seus fiéis (94).
(94) Cfr. "La Segunda" e "La
Época", ambos de 22-4-88.
Jacques Chonchol mantém-se em silêncio
SETEMBRO – Volta ao Chile o mentor e principal
executor da reforma agrária socialista e confiscatória durante os governos de
Frei e Allende. A TFP chilena lhe pede publicamente que dê uma explicação ao
País sobre o contraste existente entre a miséria que resultou da aplicação de
suas teorias, e a atual prosperidade agrícola chilena, resultante da garantia
da propriedade individual e do estímulo à livre iniciativa (95).
(95) "El Mercurio", 14-9-88.
Dificilmente um pedido poderia ter mais cabimento do
que este. Ficou, entretanto, sem resposta.
Candidato
de consenso para esvaziar as eleições?
SETEMBRO – O Comité
Permanente do Episcopado afirma que, para evitar uma guerra civil, é necessário
escolher um candidato de consenso, "que presida imparcialmente o processo
de transição" no Chile. Em conseqüência, a TFP emite declaração pública,
assinalando que a sugestão episcopal, ressalvadas as intenções, está
"ajudando a criar um regime novo de governo baseado em um sutil e muito
eficaz domínio sobre a opinião pública, que no fundo poderia ser mais
autoritário e mais despótico do que muitas ditaduras convencionais: a ditadura
psicológica dos que se arvoram em intérpretes do consenso".
Contrapeso?
SETEMBRO – Poucos dias antes da realização do
plebiscito, a TFP publica pela imprensa importante pronunciamento intitulado Em
prol da honestidade eleitoral (96). O documento constata que a
Democracia Cristã e o Partido Socialista estão sendo apresentados como um
contrapeso para os excessos do marxismo clássico, no âmbito da coligação de
partidos de oposição. Baseando-se em atualíssima e
sólida documentação, a TFP demonstra que, pelo contrário, a Democracia Cristã
continua a mesma de sempre, ou seja, propugnadora de
reformas de estruturas de caráter socialo-comunista.
Com relação ao socialismo renovado, a entidade adverte que não representa
nenhuma garantia de moderação, haja vista a
revolução cultural promovida pelo socialista Felipe Gonzalez
na Espanha.
(96) "El Mercurio", 25-9-88.
Não denunciando o perigo comunista subjacente da
coligação oposicionista – comenta finalmente a TFP – o Episcopado dá livre
trânsito à nova imagem que a Democracia Cristã e o Socialismo procuram projetar
de si.
Figurino
espanhol
SETEMBRO – Número especial de "Tradición, Familia y Propiedad" apresenta um resumo das principais teses da
obra de TFP-Covadonga
Espanha, anestesiada sem o perceber, amordaçada sem o querer,
extraviada sem o saber - A obra do PSOE. A TFP chilena coloca assim ao
alcance do público os elementos necessários para compreender o novo figurino
sócio-político espanhol, que é o socialismo consensual.
Mercadejar
consensual
OUTUBRO – Consumada a vitória do não nas urnas, a TFP
publica uma série de considerações sobre a realidade chilena (97). A entidade
observa que nos mais diversos quadrantes da vida religiosa, política e sindical
do País se está promovendo uma campanha em prol de ambíguo consenso,
consistente em escamotear as diferenças de opinião para atingir um falso e
instável entendimento. O documento leva o seguinte título: Uma democracia construída sobre a base de
barganhas ideológicas não é democracia, mas um mercadejar com o qual nada de
digno se pode construir.
(97) "El Mercurio", 21-10-88.
Sociedad Chilena de Defensa de la Tradición, Família y
Propiedad
Diretor Nacional: Felipe Lecaros
Concha
Secretário de Imprensa: Ricardo del
Campo Besa
Endereço: Av. Holanda 1403 – Santiago