15. Jumbo sul-coreano: raio que mata, mas esclarece!

 

O CRIME PERPETRADO por um caça soviético em setembro de 1983 contra o jumbo sul-coreano produz no povo norte-americano o efeito de um raio noturno. Infelizmente matou a muitos, mas iluminou com terrível clareza um panorama coberto até esse momento por densas trevas: fez ver a falácia que encerra o mito da psicodulcificação do comunismo.

Com estas palavras, a TFP norte-americana introduz o tema de seu manifesto Jumbo sul-coreano, um raio que mata, mas esclarece, amplamente difundido por seus sócios e cooperadores na 5ª Avenida de Nova York. A avidez do público em conhecer o pronunciamento da TFP se reflete nos 120 mil folhetos distribuídos desde a Rua 50 até a Catedral de St. Patrick, e depois nas imediações do Hotel Plaza, ponto de confluência de personalidades do mundo inteiro.

O assunto está no centro de todas as conversas. É grande o número de transeuntes que toma a iniciativa de solicitar a declaração. Enquanto alguns a guardam cuidadosamente para ler mais tarde, outros se detêm em meio às estridências do tráfico novaiorquino para devorar com os olhos os termos do documento. Aplausos enfáticos, manifestações de simpatia transbordante, alegria de ver católicos anticomunistas na ruas, interesse pelos argumentos, ódio furibundo de esquerdistas ou partidários da détente... são as reações de um público que em nenhum órgão de imprensa havia encontrado uma análise profunda como a da TFP norte-americana.

 

 

A candente tomada de posição da TFP norte-americana repercute na 5a. Avenida, no coração de Manhattan.

 

 

Com efeito, a entidade assinala que enquanto Moscou vem construindo desde 1917 seu vasto império mundial, simultaneamente conseguiu ir persuadindo os povos do Ocidente – graças aos recursos da guerra psicológica revolucionária – de que nos chefes e pensadores comunistas se desenvolve um enigmático processo de dulcificação mental e moral. E assim conseguiu inculcar em numerosas correntes de opinião da América e da Europa a convicção de que se a União Soviética for tratada com desprevenção, e ao mesmo tempo favorecida com recursos financeiros, econômicos e técnicos de toda ordem, o imperialismo comunista manterá líricos propósitos de paz. Paradoxalmente, esta ilusão pôde enraizar-se no preciso momento em que a Rússia comunista estende suas garras por todos os continentes e quando o proselitismo ideológico, a agitação e até a subversão logram inumeráveis progressos nas nações.

Após outras considerações sobre as funestas conseqüências de tal ilusão – a proposta de certos setores católicos de desarmamento nuclear unilateral está entre elas – a TFP norte-americana conclui:

"Depois do crime contra o Jumbo da Korean Airlines .... ficou claro que os homens que tenham preferido ficar vermelhos a morrer cairão nas mãos dos verdugos opressores do Vietnã, dos artífices, no Cambodge, de uma das mais espantosas tragédias de todos os tempos, dos promotores da construção na Sibéria de um gasoduto feito por trabalho escravo. Esses mesmos homens, entretanto, pregam por vezes, no Ocidente, a derrubada dos regimes vigentes, sob pretexto de que estes não são suficientemente liberais!–eiac +0.06–"A esses norte-americanos sirva de lição a tragédia do Jumbo sul-coreano!

"Tanto mais quanto negamos que o mundo esteja reduzido à opção entre a capitulação ante o comunismo e a tragédia atômica. Esta tragédia, pode-se esperar que Deus onipotente a poupe aos povos que saibam amá-lO mais do que à vida. Como pode ser que não a poupe aos que amam a vida mais do que a Ele" (1).

(1) "TFP Newsletter", Nova York, vol. III, nº 21, 1983.

 

As TFPs reproduzem o manifesto da TFP norte-americana em seus respectivos órgãos de difusão, como também distribuem um comunicado de imprensa (2). O embaixador da Coréia do Sul em Portugal, Sr. Ki Soo Kim, agradece em carta a atitude do Centro Cultural Reconquista (3). No Equador a TFP também distribui a declaração em concorrida marcha de protesto realizada em Quito diante da Embaixada russa (4).

(2) Cfr. "Catolicismo", nº 293-394, setembro-outubro de 1983; "La Nación", Buenos Aires, 4-9-83; "Pregón de la TFP", Buenos Aires, nº 103, 1ª quinzena de outubro de 1983; "El Comercio", Quito, 6-9-83; "El Telégrafo", Guayaquil, 6-9-83; "La Prensa", Lima, 17-9-83; "Covadonga Informa", Madrid, nº 73-73, agosto-setembro de 1983; "Correio da Manhã", Lisboa e Rádio Renascença (emissora católica portuguesa); "El Universal", Caracas, 22 e 28-9-83. Na África do Sul, o manifesto é publicado em inglês e um resumo em africâner. Também sai um comentário em "O Século", de Johannesburg.

(3) Com data de 9-9-83.

(4) Cfr. "TFP Informa", Quito/Guayaquil, agosto/novembro de 1983.

 

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