Parte II

 

Segunda seção

 

N° 2

 

 

 

 

 

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Um homem, uma obra, uma gesta – Homenagem das TFPs

a Plinio Corrêa de Oliveira
 

EDIÇÕES BRASIL DE AMANHÃ
Rua Javaés 681 – São Paulo
Impressão e acabamento
Artpress – Papéis e Artes Gráficas Ltda.
Rua Javaés 681 – São Paulo
s/d (1989)

Parte II

Quando TFPs somam seus esforços

Segunda seção

TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional

2. As TFPs denunciam: órgãos semi-clandestinos propagam a subversão na Igreja

Uma Igreja-Nova, "desalienada", "desmitificada", dessacralizada e posta ao serviço do comunismo: para a consecução desse funesto desígnio articula-se uma trama secreta em que tomavam parte duas instituições: o IDO-C – Centro Internacional de Informação e Documentação relativa à Igreja Conciliar – e os chamados grupos proféticos, que podem ser vistos como precursores das atuais Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). As TFPs ergueram-se para frustrar tal conspiração

Muitos católicos se perguntavam qual seria o fundo do misterioso processo de "autodemolição", com o qual a "fumaça de Satanás" parecia ter penetrado na Igreja, segundo expressões de Paulo VI que se tornaram correntes nos meios católicos (1).

Alguns, mais solertes, levavam esta pergunta mais longe: tinha esse fato origem espontânea, ou resultaria de trama muito bem articulada?

* * *

AS TFPs já tinham convicção formada a esse respeito, fruto de uma análise longamente meditada da realidade católica. Mas lhes faltavam os meios para apresentar ao público, de modo simples e conciso, tão complexa matéria. Até que, no início de 1969, chegaram ao seu Serviço de Documentação dois documentos de fundamental importância. Trata-se de dois estudos publicados em revistas européias de responsabilidade: o órgão católico "Approaches", da Inglaterra, e a conhecida revista madrilenha, também católica, "Ecclesia". 

A revista inglesa "Approaches" publicou um "Dossier a respeito do IDO-C", o qual serviu de base, juntamente com trabalho sobre os "grupos proféticos" estampado na revista "Ecclesia", de Madrid, para a impressionante denúncia das TFPs

"Approaches" denunciava ao público a ação do IDO-C, imenso  organismo com sede em Roma e com ramificações no mundo inteiro, cujo núcleo central, muito discreto, manejava com maestria as tubas da propaganda progressista. O IDO-C era hábil em criar popularidades demagógicas, em sofismar, em seduzir e difamar, através da imprensa. Portanto, propaganda escrita. Esse organismo englobava importantes editoras e publicações católicas, e controlava seções religiosas de jornais de influência no mundo inteiro. Seus mentores principais eram quase todos Padres ou... "ex"-Padres.

"Ecclesia" revelava a existência de uma superpotência especializada, já não mais na propaganda escrita, mas em um peculiaríssimo processo de propaganda oral. Eram pequenos grupos incrustados na Igreja, que integravam a chamada corrente profética – os grupos proféticos.

Ambos os organismos – tanto o IDO-C quanto os grupos proféticos – visavam a transformação da Igreja Católica numa Igreja-Nova, atéia, dessacralizada, desmitificada, igualitária e posta a serviço do comunismo.

A ação deletéria do IDO-C e dos grupos proféticos, atingindo a Igreja, abalava também, por via indireta, os próprios fundamentos da sociedade civil. Entretanto, pela propaganda discreta que os caracterizava, o grande público não tinha conhecimento deles. 

* * *

De posse dessa valiosa documentação, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira faz uma primeira denúncia dos dois organismos, em cinco artigos para a "Folha de S. Paulo": A propaganda progressista: um dinossauro discreto, de 26-3-69; Mais alguns dados sobre o dinossauro, de 2-4-69; Artigo-bomba explode em Madri, de 7-5-69; Da infiltração à subversão, de 14-5-69; e Os "grupos proféticos" a serviço da Igreja-Nova e do comunismo, de 21-5-69 (2).

Depois disso, a Redação de "Catolicismo" promoveu a tradução das matérias de "Approaches" e "Ecclesia", e publicou-as juntamente com artigos analíticos, em número especial (nº 220/221, de abril/maio de 1969). E a TFP brasileira, seguida de várias outras TFPs, preparou uma grande campanha para difundir esse conjunto de estudos. 

* * * 

Justamente nas vésperas do dia para o qual estava marcado o início desse empreendimento, isto é, às três horas da madrugada de 20 de junho daquele ano, uma bomba terrorista foi colocada, por mãos desconhecidas, na sede da Presidência do Conselho Nacional da Sociedade, então situada à Rua Martim Francisco 669, em São Paulo. A explosão, ouvida a grande distância, destruiu boa parte da fachada do edifício. E danificou também uma antiga imagem de Nossa Senhora da Conceição, hoje venerada no oratório que, em desagravo, a TFP construiu no local.

A dramática ocorrência não intimidou a Sociedade. A 23 de junho seus sócios e cooperadores saíam às ruas para desenvolver a campanha planejada. E desta feita, dando mais um passo à frente no seu modo de apresentar-se em público, envergavam pela primeira vez as hoje características capas rubras, ideadas pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. 

Também na Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Estados Unidos, Peru, Uruguai, Venezuela, a denúncia das TFPs foi amplamente divulgada, provocando funda impressão e causando embaraços à "Igreja-Nova"

Muito já se tem falado e escrito sobre essas capas que, juntamente com os estandartes da mesma cor, marcam a contínua presença das TFPs em numerosos países do mundo. Os amigos não poupam elogios à felicidade – há mesmo quem chegue a falar em genialidade – da idéia. Os inimigos, dando-se conta da capacidade que esses símbolos têm de impressionar a opinião pública, perdem-se em deblaterações vazias. A seu modo, amigos e inimigos reconhecem que os símbolos das TFPs representam perfeitamente bem aquilo que querem representar: a altaneria, a cortesia e a pugnacidade do varão católico na luta doutrinária contra os inimigos da civilização cristã e da Pátria. 

* * * 

Matéria semelhante à do número especial de "Catolicismo" sobre o IDO-C e os grupos proféticos foi divulgada em diversas publicações latino-americanas e européias: "Tradición, Familia, Propiedad", da TFP argentina (nº 4/5, junho/julho de 1969); "Fiducia", da TFP chilena (nº 29/30, junho/agosto de 1969); "Lepanto", da TFP uruguaia (nº 0, novembro de 1969); "Credo", do Grupo Tradicionalista de Jovens Cristãos Colombianos, que deu depois origem à TFP colombiana (nº 6, março de 1969 e nº 8, junho/julho de 1969); "Tradición y Acción", do movimento Tradição e Ação por um Peru Maior (nº 2/3, setembro/outubro de 1971); "Covadonga", da TFP venezuelana (nº 4/6, junho de 1972/janeiro de 1973); "Reconquista", do Núcleo Equatoriano Tradição, Família, Propriedade (nº 4, julho de 1972); o boletim da Sociedade Cultural Covadonga, da Espanha; e "Crusade for a Christian Civilization", da TFP norte-americana (vol. V. nº 6, novembro de 1975).

Essas entidades promoveram igualmente, nos respectivos países, campanhas especiais de divulgação desse número de suas revistas, nas quais difundiram um total de 91 mil exemplares. 

* * * 

No Brasil e em vários países da América Latina houve, sem dúvida, algumas tentativas de tumultuar a campanha por parte de baderneiros – insuflados não raras vezes por clérigos esquerdistas – que seguiam os métodos clássicos de agitação comunista. Mas essas tentativas foram inúteis, graças à conduta sempre comedida e pacífica dos propagandistas das TFPs, que souberam desse modo desarmar a fúria dos adversários. 

* * *

Os ataques, contudo, nem sempre procederam de baderneiros. Ocupantes de carros – vários de luxo – passavam com calculada velocidade pelos propagandistas da TFP, pondo-se a gritar insultos de inspiração comunista. O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em um de seus artigos para a "Folha de S. Paulo", comparou tais pessoas com o sapo no pântano a coaxar. Nos círculos da TFP, a partir de então, sapo é a alcunha dada a esses inocentes-úteis do comunismo (em espanhol se diz, muito expressivamente, tonto-útil ou idiota-útil), que paradoxalmente vivem na despreocupação, na largueza e no luxo (3). 

* * *

A denúncia das TFPs foi largamente veiculada: só no Brasil foram percorridas 514 cidades de 20 Estados em 70 dias, tendo sido vendidos 165 mil exemplares do referido número especial de "Catolicismo". Com as edições das outras TFPs, esse trabalho alcançou o impressionante total de 256 mil exemplares.

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Notas:

(1) Cfr. Alocuções de 7-12-68 e 29-6-72.

(2) Publicados também em Caracas, no jornal "La Verdad", 5 e 9-6-69.

(3) Cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, A bomba, a estrela e o sapo, "Folha de S. Paulo", 25-6-69.


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