Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Guardas Pontifícios:

forças a serviço do Papado

 

 

 

 

 

Catolicismo, N° 592 - Maio de 2000 (*)

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Na fotografia (1) acima, vê-se um guarda suíço papal em traje de grande aparato. Ele pertence à única guarda que ainda existe atualmente na Santa Sé, responsável pela defesa do Santo Padre e do Estado do Vaticano. Esta guarda é recrutada entre suíços, desde o século XVI. 

A fotografia (2) focaliza três guardas suíços, com o mesmo traje, distinguindo-se nele a couraça e uma espécie de gola feita de tule. O guarda do meio porta a bandeira da corporação, sendo ladeado por dois outros que empunham artísticas espadas, cuja copa apoiam em seus ombros. 

Nesta fotografia (3) vêem-se dois gendarmes pontifícios  que envergam trajes do século passado, da época de Napoleão Bonaparte. Eram escolhidos para essa guarda voluntários que se distinguiam por sua fé e  desejavam prestar esse serviço ao Papa.

O Sumo Pontífice contava também com a Guarda Nobre – composta exclusivamente de aristocratas, cujo traje era muito mais próprio às pessoas de alta condição – e a  Guarda Palatina. A Gendarmaria Pontifícia e essas duas últimas corporações foram extintas.

Serão comentados apenas os uniformes da Guarda Suíça e da Gendarmaria Pontifícia, tendo-se em vista que são uniformes com três séculos de diferença. Um é do século XVI e outro do século XIX. 

A Guarda Suíça

O uniforme do século XVI, como as vestimentas mais antigas, é muito mais vistoso, mais alegre e mais brilhante do que o do século XIX: o elmo, com um ornato de pluma vermelha; a couraça, que ainda traz uma reminiscência medieval; as luvas brancas e uma espécie de culote com faixas douradas e azuis.

Os guardas suíços não usam propriamente botas, mas meias aderentes às pernas, amarradas à altura do joelho por uma liga dourada que contém um laço.

Tudo isto lembra o esplendor das antigas cortes, a alegria e a doçura de viver que eram inerentes ao Ancien Régime.

Qual é a alegria que exprime esse uniforme? (Aliás, não deve ser considerado um traje idealmente católico – ele é bonito, contendo muitos valores católicos, mas já tem qualquer coisa de revolucionário, fruto da influência renascentista). É uma alegria que não tem nada de sensual. É a alegria de ser soldado, de combater e de ser dedicado ao Papa. Ela simboliza um princípio muito contrário ao progressismo católico, que é o princípio da força a serviço do Papado.

A Gendarmaria Pontifícia

Essa guarda usava uniforme caracteristicamente napoleônico: um enorme gorro preto de pele na cabeça, bem alto, tendo na  parte superior um ornato vermelho. Calças brancas colantes, paletó preto, com a forma de fraque.

No paletó, chama a atenção um ornato que está desaparecendo dos uniformes modernos: são as dragonas. Usadas para dar uma bonita conformação ao corpo, modelam os ombros e realçam a farda. Dragonas douradas! Antigamente as dragonas eram símbolo da honra militar junto com a espada. Conspurcar as dragonas de um soldado ou de um oficial era a mesma coisa que esbofeteá-lo.

No colarinho vemos um friso branco e, na frente do paletó, botões prateados. A manga apresenta um desenho bonito. Luvas brancas. Atrai a atenção a beleza da espada. Todos esses  ornatos quebram algo de monótono que se nota  no uniforme. As botas são altas. 

A fotografia (4) apresenta a Gendarmeria Pontifícia com uniforme de gala e grande aparato, por ocasião de uma cerimônia na Corte de São Dâmaso, do Palácio Apostólico, no Vaticano.

É um uniforme bastante belo, embora seja mais triste do que o da Guarda Suíça.

Mas, comparado com as fardas modernas, esse uniforme é de um esplendor tal que,  se um regimento de gendarmes desfilasse nas ruas de uma cidade moderna, tenho a impressão de  que seria um sucesso. O povo bateria palmas e correria atrás deles. Sobretudo numa cidade onde a população fosse muito comunicativa como o Rio de Janeiro...

(*) Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio em 19 de janeiro de 1970, sem revisão do autor.


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