Plinio Corrêa de Oliveira
Devoção ao Santo Rosário: a "arma" do contra-revolucionário
Santo do Dia, 12 de fevereiro de 1964 |
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A D V E R T Ê N C I
A O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de
conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da
TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor. Se o
Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre
nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial
disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da
Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como
homenagem a tão belo e constante estado de
espírito: “Católico
apostólico romano, o autor deste texto
se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja.
Se, no entanto, por lapso, algo nele ocorra que não esteja
conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”. As palavras "Revolução" e "Contra-Revolução", são aqui
empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em
seu livro "Revolução
e Contra-Revolução", cuja primeira edição foi publicada no Nº
100 de
"Catolicismo", em abril de 1959. |
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Como sabemos, um grande mérito da devoção ao rosário é que ela foi revelada por Nossa Senhora a São Domingos, como um meio para reavivar a fé nas regiões muito devastadas pela heresia dos albigenses.
Entrega do Rosário a São Domingos de Gusmão Realmente, a generalização da prática do rosário obteve um reavivamento da fé. Com isto o rosário passou a ser, nas épocas em que houve fé verdadeiramente no mundo, uma das devoções clássicas católicas. A tal ponto que não só as imagens de Nossa Senhora do Rosário se generalizaram por toda a Terra, mas também a prática dessa devoção se tornou comum entre os fiéis. E o uso do rosário pendente da cintura era um elemento oficial do hábito de muitas Ordens religiosas. Dentre as mil coisas que se poderiam dizer a respeito, eu gostaria de acentuar exatamente esta ligação de origem entre o rosário e a virtude da fé, entre o rosário e a derrota dos hereges. O rosário sempre foi considerado uma arma potentíssima da fé. Sabemos que a virtude da fé é a raiz de todas as virtudes, e as outras têm que brotar de uma fé viva, ou então elas não são autênticas virtudes. Portanto não nos adianta estar cultivando as outras virtudes e negligenciando a fé. Para nós, que levamos uma vida de luta legal e doutrinária em favor da ortodoxia, e que consideramos a vitória da ortodoxia e da Contra-Revolução no mundo um ideal de nossa vida, esta devoção diz muito. Precisamente porque ela estabelece o nexo entre nossa vida e a devoção a Nossa Senhora, que aparece claramente aqui como sendo Aquela que sozinha esmagou todas as heresias, como diz a liturgia. Esmagou-as, em grande parte, pelo rosário. O rosário é a “arma” da ortodoxia, a “arma” do ultramontanismo, é a devoção pela qual esmagamos as raízes de mau espírito que em nós possa haver, e derrotamos a heresia e o mau espírito na luta que estes movem contra nós. De maneira que o rosário é uma prática típica para nós, e é por esta razão que tanto insistimos sobre ela. De tal maneira que se deve considerar que a vida de um membro de nossa família de almas só é normal e só está em regra quando, entre outras coisas, reza diariamente os três terços do rosário. Não tem propósito alguém dizer o seguinte: "Prefiro rezar uma dezena bem rezada do que um rosário inteiro simplesmente papagaiado". Houve um santo a quem uma pessoa disse isto, e ele respondeu: "Está bem, reze com todo o recolhimento uma Ave-Maria". A pessoa tentou rezá-la, e não conseguiu. Alguém me afirmou que Santa Teresinha jamais conseguiu, em toda a sua vida, rezar uma Ave-Maria sem distração. A verdade é que rezar sem distração uma Ave-Maria é uma obra-prima. E uma vez que dificilmente se consegue rezar uma Ave-Maria sequer sem uma certa distração, vale a pena compensar a falta de qualidade pela quantidade. Se sou capaz de apenas rezar Ave-Marias com distração, é melhor rezar 50 Ave-Marias com distração do que uma Ave-Maria com distração. É evidente. De maneira que a reza do rosário tem muito valor. É uma oração humilde, não é presunçosa, não tem a mania protestante de excesso de prestar atenção nas coisas. Pelo contrário, compreende a fragilidade humana e impulsiona as coisas para a frente. Por isso a repetição que há no rosário está longe, e até muito longe, de ser estéril. Ela tem o grande mérito da insistência. O próprio Nosso Senhor recomendou, como uma das qualidades da oração, que ela fosse insistente. A oração insistente consegue as coisas. Se insistirmos, ainda que verbalmente apenas, obteremos a graça. Recomendo, portanto, a oração do rosário como sendo a “arma” do contra-revolucionário para perseverar, para se santificar e para derrotar as heresias.
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