13. "0 Legionário nasceu para
lutar"
"O Legionário nasceu para lutar" (150).
(150) Plínio CORRÊA DE
OLIVEIRA, "365 dias em revista", in O
Legionário, n° 595 (1 de Janeiro de 1944).
De 1933 a 1947, a voz corajosa e frequentemente solitária do Legionário,
dirigido por Plínio Corrêa de Oliveira, levantou bem alto a bandeira da Igreja
e da Civilização Cristã contra o totalitarismo moderno em todas as suas
expressões e variantes. Assim resumiu ele a posição da revista:
"Antes de tudo, amamos sempre o Pontífice Romano. Não houve uma
palavra do Papa, que não publicássemos, que não explicássemos, que não defendessemos. Não houve um interesse da Santa Sé, que não
reivindicássemos com o maior ardor. Nas nossas palavras, graças a Deus, nenhum
conceito, nenhum matiz, que destoasse do Magistério de Pedro numa só virgula,
numa só linha sequer. Fomos em toda a linha os homens da Hierarquia, cujas
prerrogativas defendemos com ardor estrénuo, contra as doutrinas, que pretendem
arrancar ao Episcopado e ao Clero a direcção do laicato católico. Não houve
equívocos, nem confusões, nem tempestades que conseguissem deixar no nosso
estandarte a mais leve mácula neste ponto. Defendemos em toda a linha o
espírito de selecção, de formação interior, de mortificação e de ruptura com as
ignomínias do século. Lutamos pela doutrina da Igreja contra os excessos torvos
do nacionalismo estatolátrico que dominou a Europa;
contra o nazismo, o fascismo e todas as suas variantes; contra o liberalismo, o
socialismo, o comunismo e a famosa politique de la main tendue.
Ninguém se ergueu em nenhuma parte do mundo contra a Igreja de Deus, que o
Legionário (...) não protestasse. Ao mesmo tempo, nunca perdemos de vista a
obrigação de alimentar de todos os modos a devoção a Nossa Senhora, e ao
Santíssimo Sacramento. Não houve uma só iniciativa católica genuína, que não
tivesse todo o nosso entusiástico apoio. Nunca a estas portas bateu quem
tivesse em mira apenas a maior glória de Deus, sem encontrar colunas amigas e
acolhedoras. Há nesta vida um bom combate a combater. Estamos extenuados,
sangramos por todos os membros. Foi nesse combate que nos cansamos, que nos
ferimos. Em compensação, não ousamos pedir como prémio senão o perdão de tudo
quanto inevitavelmente tenha havido de falível e de humano nesta obra que
deveria ser toda para Deus, só para Deus" (151).
(151) Plínio CORRÊA DE
OLIVEIRA, "17 anos", in O Legionário, n°
616 (28 de Maio de 1944).
Dez anos antes de ter estourado a guerra, numa carta a um amigo, Plínio
Corrêa de Oliveira escrevera:
"Cada vez mais se acentua em mim a impressão de que estamos no
vestíbulo de uma época cheia de sofrimentos e lutas. Por toda a parte, o
sofrimento da Igreja se torna mais intenso, e a luta se aproxima mais. Tenho a
impressão de que as nuvens do horizonte político estão a baixar. Não tarda a
tempestade, que deverá ter uma guerra mundial como simples prefácio. Mas esta
guerra espalhará pelo mundo inteiro uma tal confusão, que as revoluções
surgirão em todos os cantos, e a putrefacção do triste `século XX' atingirá o
seu auge. Aí, então, surgirão as forças do mal que, como os vermes, somente
aparecem nos momentos em que a putrefacção culmina. Todo o `bas
fond' da sociedade subirá à tona, e a Igreja será
perseguida por toda a parte. Mas ... `et ego dico tibi quia
tu es Petrus, et super hanc
petram aedificabo Ecclesiam meam, et portae inferi non praevalebunt adversus Eam'. Como consequência, ou teremos 'un
nouveau Moyen Age' ou teremos
o fim do mundo" (152).
(152) Cit. in J. S. CLÁ DIAS, "Dona Lucília",
cit., vol. II, p. 181.