CIDADE DO VATICANO, 7 (AFP) — Uma
maquina para distribuição de hóstias foi instalada numa igreja
da região de Ferrara.
Os fiéis, depois de apertarem um botão
com a introdução prévia de uma moeda, recebem uma hóstia sem
consagrar, a qual levam ao altar-mor onde, uma vez consagrada
pelo Sacerdote que reza a Missa, podem comungar.
Essa
inovação provocou protestos de muitas pessoas e o
“Osservatore della Domenica” afirma que tais iniciativas
traem o espírito da renovação da liturgia realizada pelo
Concílio. Acrescenta que o gesto da oferta é um dos mais
expressivos, mas perde todo o seu aspecto pessoal e religioso
se for reduzido à pressão de um botão. |
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A
notícia ao lado, divulgada por um telegrama da AFP, contém um
comentário lúcido de um órgão subsidiário do "Osservatore Romano",
impresso nas oficinas gráficas deste, o "Osservatore della
Domenica".
Um
dos riscos que o emprego de instrumentos mecânicos — máxime quando
automáticos — traz para o homem moderno, consiste em que este se
habitue a toda uma série de atos e gestos que não têm o menor cunho
pessoal. Com isto, uma atmosfera de anonimato inumano se vai
generalizando nos povos. E estes se vão deteriorando e transformando
em massa.
É
bem de ver que, em face de tal perigo, o verdadeiro "aggiornamento"
não consiste em escancarar as portas, sem o menor discernimento,
ao automatismo, mas em o utilizar com um judicioso senso de medida e
proporção. De sorte que ele seja admitido onde cabe, e, também,
recusado onde não cabe. |